Quebrando as regras escrita por Carrie Collins
Fiz a prova tranquilamente, havia estudado o fim de semana inteiro. Tudo estava andando bem, em relação a isso. Fui ao refeitório distraída, pensando em tudo o que estava acontecendo por esses meses. Tudo aconteceu tão repentinamente, um dia era apenas Cherry Dewes amiga de Lola, “a invisível”. Agora sou Cher, ex-namorada de Jean Furley e atual do novato estranho... O estrangeiro mais desejado. Isto parece até um filme!
Sentei com as garotas depois que peguei minha comida.
– Então seu vestido será azul royal? – Lindsay perguntou a Betty assim que me sentei.
– Sim! – Ela sorriu. – Ele é lindo, vocês precisam ver! Vamos nos arrumar juntas não é mesmo?
– Claro! – Saya riu, comendo sua maçã. – Quem convidou vocês?
– Vou com meu latino! Ay ay ay! – Lola gargalhou.
– Uau! Que arraso! – Claire bateu palminhas rindo.
– Eu não tenho par ainda... – Saya disse cabisbaixa.
– Relaxa, Sá! Vamos achar o cara certo para você. – Disse L afagando os cabelos negros da garota.
– Não acredito que nem um garoto te convidou! – Expus minha opinião indignada.
– Pior que não, Cher! – Ela riu baixinho. – Quem vai olhar para mim quando vocês estão do meu lado?
– Para de besteira! – Lindsay murmurou.
– Você é linda! – Disse indignada.
– Obrigada! – Saya corou.
Lola olhou para mim sorrindo, como se gostasse do que estava vendo.
– E você, C? – Perguntou L. – David vai alugar uma limusine?
– Não! – Gargalhei. – Na verdade, só quero vê-lo.
– E o seu vestido? Já arrumou? – Betty perguntou curiosa. – Só resta uma semana, acreditam?! Já vamos nos formar!
– Pois é, nem acredito. – Lindsay riu.
– Ai meu Deus, eu esqueci completamente do vestido. – Murmurei, agora pensando em como eu iria se estou de castigo.
– Podemos arrumar isto, C! – Lola alargou o sorriso. – É nosso trabalho!
– Falando nisso... – Claire começou a procurar algo na bolsa. – Esqueci completamente...
Claire tirou algo de sua bolsa e estendeu para mim. Era o casaco da minha mãe, que Érika tinha rasgado. Estava completamente restaurado. O observei por algum tempo, surpresa.
– Fiz tudo o que pude! – Ela comentou timidamente.
– E-Está perfeito. – Ergui o olhar para ela, grata. – Obrigada.
– Claire é ótima em costura. – Comentou Lola.
– Como eu posso retribuir?
– Não precisa! – Claire sorriu.
– Cher! – Jean acenou atrás de Lindsay.
– Oi! – Me levantei rapidamente.
– Escuta, vamos tomar um sorvete hoje! – Ele disse quando aproximei. – Como amigos, é claro... Nunca temos tempo para conversar aqui.
– Estou de castigo. – Fiz uma careta.
– Que droga... – Murmurou Jean, colocando as mãos no bolso.
– Mas meu pai irá trabalhar hoje pela tarde. – Sorri. – Passa lá em casa!
– Ok, tudo bem! – Ele alargou seu sorriso, em seguida me deu um beijo na testa.
Voltei a sentar com as garotas, todas olhavam para mim.
– Uau. – Betty murmurou.
– Que foi? – Perguntei, em seguida dei um gole em meu refrigerante.
– Você! – Saya riu.
– É ex e amigo do garoto mais gato do colégio! – Lindsay comentou.
– Sim, ele é tipo um deus! – Saya corou e voltou sua atenção para sua salada.
– Ai, garotas, vocês se contentam com muito pouco! – Lola gargalhou. – Olhem mais para os garotos do clube, eles sim são um arraso!
– Nem vem, Lola! – Betty riu. – O seu é o único! Só tem tiozinho com bigode...
– Eca! – Gargalhei. – Saya, só você não tem par para o baile?
– Acho que sim. – Ela fez uma careta.
– Quem te convidou, Betty? – L perguntou.
– Gabriel. – Disse timidamente.
– Uh, aquele que anda com os nerds? – Lindsay fez uma careta.
– Ele é bonitinho. – Betty riu.
– Os amigos dele são todos pervertidos! – Claire afirmou. – Uma vez, encontrei um deles mostrando aos outros um monte de foto de garotas peladas.
– Credo! – Lindsay riu.
– Ai, gente, todos garotos fazem isso. – Lola revirou os olhos, como se fosse óbvio.
– Sério? – Saya fez uma careta.
– Pior que sim! – Concordei.
Conversamos até tocar, então fui me arrastando para aula. Despedi-me das garotas na saída e tranquilamente segui para casa.
Quando cheguei, meu pai nem em casa estava. Deveria ter resolvido comer no trabalho, para não ter que me ver com estes trajes. Comi o que tinha na geladeira e corri para um banho. Coloquei uma regata preta, que eu havia cortado até um pouco abaixo dos seios e uma calça normal. Se ele pensar que quando chegar a casa estaria de moletom que nem uma mendiga, John Dewes está completamente errado.
Logo Jean chegou, pude ouvir seu carro estacionando de frente à minha casa, porém continuei deitada no sofá assistindo filme, estava passando Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban, era o meu predileto.
Quando a campainha tocou, arrastei-me com minhas pantufas de elefante. Jean estava bonito como sempre, seu familiar sorriso brotado nos lábios carnudos e vermelhos.
– Olá garota! – Ele me abraçou apertado, tirando meus pés do chão. – Adorei suas pantufas!
– Última moda, querido! – Fiz uma pose muito malfeita o fazendo rir.
– Acho que estou na casa errada. – Fez uma careta teatralmente. – Lola, sabe dizer onde fica a casa da Cher?
– Engraçadinho! – Ri, fechando a porta.
Sentamo-nos no sofá, por um momento ficamos nos entreolhando sorrindo.
– E aí. – Ele riu.
– E aí. – Respondi.
– Como tem estado? – Cruzou os braços e seu olhar apoiou-se no meu por um breve segundo.
– Mais ou menos. – Disse cabisbaixa. – E você?
– Nem tão legal como levar um soco de uma vadia. – Riu Jean, depois passou o polegar sobre meu rosto. – Está bem melhor.
– Claro, depois que a Lola me ensinou a fazer milagre. – Gargalhei.
– Que bom que vocês voltaram a se falar. – Murmurou ele.
– Sim, por este lado foi bom ter levado um soco. – Dei de ombros.
– Soube que foi lindo o soco que Érika levou! – Disse Jean excitado. – Os garotos filmaram, mas ainda não tive tempo de ver.
– Não acredito! – Ri. – Sério?
– Sim! – Encostou-se de volta no sofá e continuava sorrindo olhando para mim. – Como vai David?
– Acho que bem. – Mordi o lábio, cocei a nuca.
– Onde ele está? – Perguntou curioso.
– Eu não sei muito bem. – Admiti. – Está fugindo da mãe...
– Por quê? – Ficou confuso.
– Se ela o encontrar, o mandará de volta para Londres. – Expliquei. – Nossos pais não estão de acordo com o nosso namoro, já que vão se casar.
– Que merda. – Jean murmurou agora sério.
– Eu sei! – Concordei. – O pior de tudo é que meu pai está cego por esta mulher...
–Tudo vai ficar bem, não se preocupa! – Ele deu um sorriso amoroso.
Então meu celular tocou e o nome “David” me fez sorrir.
– Olá. – Murmurei para o celular assim que atendi, Jean ficou me encarando paciente.
– Oi gostosa. – Sua voz rouca fez meu corpo todo formigar. – Estou com saudades.
– Também estou. – Mordi o lábio. – Está tudo bem?
– Sim, só liguei para ouvir sua voz. – Murmurou David. – E por aí? O que está fazendo agora, além de pensar em mim?
– Estou com uma visita em casa, estamos falando justamente sobre você. – Ri.
O silêncio pairou por um momento do outro lado da linha.
– Quem? – Perguntou ele, com uma voz séria.
– Não se preocupe, é só o Jean. – O tranquilizei.
Não respondeu, ficou calado por um momento, pude ouvir sua respiração. Jean me olhava curioso, depois virou-se sua concentração para a televisão ainda ligada.
– O que ele está fazendo aí? – David perguntou, ainda com sua voz séria.
Levantei-me, pedi com a mão um instante para Jean e segui para a cozinha.
– Por que você está bravo? – Murmurei para o celular, confusa.
– Por dois motivos. – Disse ele. – Primeiro: O que o seu ex-namorado está fazendo na sua casa? John está aí pelo o menos? Acho que não, não é?
– Isso me soa com ciúmes, David Jones? – Ri baixinho.
– Claro que sim! – Exclamou ele aborrecido. – Ah, e o segundo motivo: Não era para contar onde eu estava, lembra-se disto, Cherry Dewes?
– Eu não contei, seu bobão! – Sussurrei para ele. – Só estávamos conversando, deixe de sua neura.
– Hm. Tudo bem. – David disse. – Preparada para o baile?
– Mais ou menos. – Menti.
– Tenho uma surpresa. – Murmurou.
Então Jean apareceu na soleira da porta.
– Está tudo bem? – Perguntou ele.
– Sim, está sim!
– Manda esse cara ir embora! – Exclamou David do outro lado da linha. – Deixa minha garota em paz!
– Depois nos falamos, meu amor! – Falei rindo. – Te ligo mais tarde, ok?
– Ok nada! Manda esse garoto embora! – Disse ele. – Esse...
– Amo você! – Exclamei, depois desliguei o celular. – Quer comer alguma coisa?
– Não, estou bem! – Jean riu. – David está com ciúmes por eu estar aqui?
– Um pouco. – Admiti, saindo da cozinha. – Mas ele é um bobão, não se preocupa.
– Eu entendo. – Deu de ombros me seguindo.- Também teria ciúmes.
– Mas e aí. – Sentei no sofá. – Já convidou alguma garota para o baile?
– Na verdade não. – Admitiu ele, colocando a mão na nuca ao sentar-se ao meu lado. – Não tinha um plano B.
– Por sorte, eu tenho um plano A, B e C!
– Estou preparado. – Riu.
– Você conhece as escravas... – Pigarreei. – As amigas de Lola?
– Escravas?
– É hábito! – Gargalhei.
– Ok, nem todas. – Admitiu. – A Érika... A Tiffanny...
– Uh! Não! – Fiz uma careta. – Você não conhece.
– Quem então? – Perguntou confuso.
– Conhece a Saya? – Dei um sorriso malicioso.
– Saya? Que diabo de nome é esse? – Gargalhou ele.
– Não ri, você vai se surpreender. – Avisei, com um sorriso maldoso no rosto.
Já estava na hora de fazer boas ações ao mundo.
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