Amoureux de mon meilleur ami escrita por Arisusagi


Capítulo 1
Salut


Notas iniciais do capítulo

Inspirada em um drama que aconteceu entre dois amigos meus no segundo semestre de 2013.
Frases e palavras em línguas estrangeiras:
Amoureux de mon meilleur ami (fra): Apaixonado pelo meu melhor amigo
Salut (fra): Oi
Schön (ale): Bem
Très bien (fra): muito bem



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Meu nome é Kasane Ted, tenho 16 anos e estou no segundo ano do ensino médio, bom, na verdade estou quase no terceiro, o que significa que em breve minha vida escolar estará terminada. Sou alto, tenho cerca de 1 metro e 80 de altura. Meus cabelos são vermelhos rosados e compridos, chegando à altura de meus quadris. Uso óculos desde os 6 anos de idade, minha visão nunca foi perfeita.

Eu moro na mesma cidade desde que nasci. Meu pai é um cardiologista muito conhecido e minha mãe tem uma loja de biquínis, eles estão sempre fora, consequentemente quase não os vejo. Tenho uma irmã mais nova, Teto, ela tem 14 anos, seus cabelos são iguais aos meus, tanto é que sempre brigamos por causa de elásticos e presilhas, ela é baixinha e fala mais do que devia.

Não gosto muito de escolher um melhor amigo entre todos os que tenho, mas acho que Rook merece esse titulo. Conhecemo-nos desde os 3 anos de idade e somos inseparáveis desde então. Ele tem 17 anos e é mais alto que eu. Tem cabelos castanhos curtos, ao lado esquerdo do seu rosto pode-se ver uma mecha vermelha, ele a pintou aos 13 anos no auge da rebeldia contra seu pai. O pai de Rook é um conhecido mestre de karatê da cidade e sua mãe trabalha em uma transnacional.

–Bom dia querido, seu despertador tocou há alguns minutos- minha mãe chama na porta do quarto.

Era a manhã do meu ultimo dia de aula, mas eu estava cansado e não queria sair da cama. Lutei para sair dos lençóis, eu sempre me levanto duas horas antes da aula começar, detesto estar atrasado. Penteei os cabelos e os prendi no rabo de cavalo baixo de costume e vesti minhas calças e camisa. Peguei um casaco qualquer e desci para o andar térreo da minha casa. Faltava apenas 1 hora para a aula começar, tomei o café e fui para a escola.

Fazia frio na rua, mas a leve neblina sob o rio que cruza a cidade indicava que a temperatura iria aumentar, as ruas estavam vazias e o cheiro de grama molhada tomava conta do ar. Segui assobiando uma musica qualquer em direção à casa de Rook. Ele mora no primeiro andar de um prédio a poucos quarteirões da minha casa e desde a sétima série eu o acordo todos os dias para irmos juntos à escola.

–Rook, acorda!- gritei, parando logo embaixo da janela de seu quarto.

Um resmungo e a janela se abre.

–Me deixa em paz Ted, eu já tenho 17 anos- ele se debruçou sobre a janela.

Fazia um tempo que eu estava me sentindo estranho em relação ao Rook, mas o que eu senti naquele momento foi muito além. Vê-lo sonolento, falando com a voz arrastada, os ombros expostos e os cabelos bagunçados fez com que um arrepio percorresse meu corpo. Senti vontade de abraça-lo, vontade de...

–Beijar...-sussurrei sem perceber.

–O que foi?

Voltei à realidade, Rook me olhava pela janela com ar preocupado e com os braços cruzados no beiral da janela.

–V-você vai se atrasar!-disfarcei, olhando para o meu relógio-Falta 15 minutos.

–Merda-ele voltou para dentro de seu quarto.

Mergulhei em meus pensamentos, o que foi aquilo? Eu nunca havia sentindo a mínima vontade de beijar alguém em toda a minha vida. Já tinha beijado uma garota uma vez. Eu tinha 12 anos e estava numa festa de aniversário, eu não a conhecia, sequer sabia o seu nome. Aquela foi a única vez. Mas porquê eu sentia aquilo pelo Rook? Eu conheço tantas pessoas, por que meu amigo de infância? Sempre fomos próximos, talvez isso contribuísse para o surgimento de tais sentimentos. Era inútil tentar responder tantas perguntas.

–Você me enganou seu bosta! Falta meia hora pra aula começar- reclamou, saindo do hall do prédio. Vestia as mesmas roupas de sempre, uma regata e calças pretas e um longo casaco vermelho.

–Foi mal

–Tudo bem, consegui comer alguma coisa pelo menos- ele ajeitou a mochila nas costas-Vamos?

–Vamos- tinha que fazer algo para me distrair do que havia acontecido há poucos minutos.

–Minha mecha tá uma palha, olha só isso-ele a enrolou no dedo- Vou ter que retocar esse negócio hoje mesmo. Aliás, pede pra Teto me emprestar aquele creme dela?

–Peço sim- pode soar estranho, mas Rook era muito falante durante as manhãs- E o Alemão?

–Schön. Gabaritei a ultima prova

–Parabéns!

–É, tenho que ser bom em alguma coisa não é?-riu- E o francês?

–Très Bien. Terminei o segundo livro.

–Parabéns, está avançando no aprendizado dessa língua de bicha- Ele adora esse tipo de brincadeira.

–Pelo menos em francês você não tem que ficar falando como se eu estivesse puto – retruquei- Ah, hoje é o ultimo dia de aula, não é?

–Haha, só se for pra você, peguei recuperação.

–Em que?

–O de sempre- ele quis dizer matemática, física e química- e uma bimestral de biologia, pouca coisa.

–Passa lá em casa que eu te ajudo

–Certo, mas só depois de cuidar disso aqui- ele puxou a mecha novamente- Isso enche tanto o saco que dá vontade de cortar fora.

–Ela combina com seus olhos- de fato, a mecha ficava muito bem próxima aos seus olhos vermelhos, mas apenas quando bem cuidada e pintada, agora ela estava em um tom rosa cinzento.

–Ai amiga, valeu!- ele me empurrou- Até porque você sabe que eu adoro deixar o meu velho puto da vida.

Subimos a escadaria de pedra que dava acesso à escola, depois subimos mais dois lances de escada para chegar a nossa sala: 2° ano E. Rook jogou sua mochila na terceira carteira da fileira ao lado da janela, seu lugar habitual. Sentei-me na carteira da frente, ele foi até o outro lado da sala conversar com Ruko.

Ruko era uma menina que estava em nossa sala, ela é alta e tem o corpo bem, digamos, desenvolvido. Ela tem cabelos pretos, com uma mecha azul ao lado esquerdo do rosto. O que mais chama atenção nela são seus olhos, Ruko tem heterocromia , uma rara anomalia genética que faz com que seus olhos sejam cada um de uma cor, o esquerdo é azul e o direito é vermelho. Ela já foi suspensa várias vezes por dormir em aula. Rook estava conversando com ela mais frequentemente nas ultimas semanas.

Observei-os de longe, com o queixo apoiado na mão.

–Bom dia Ted- era Nene, uma menina bem quieta que senta perto de mim às vezes.

–Bom dia

Nene tem cabelos pretos muito lisos na altura dos ombros, ela sempre usava um uniforme de marinheira preto e branco. Ela é conhecida na escola toda pelo seu grande conhecimento sobre botânica, porém ela raramente interage com estranhos.

–O que foi?

–Nada, só observando...

–Hm... Rook?-Ela pôs o rosto ao lado do meu

–Hm... Talvez- fui descoberto.

–Você não parece feliz com o que vê...

–Não gosto de quando ele fica perto da Ruko- Nene era tão quietinha, acho que não havia grandes problemas em falar esse tipo de coisa para ela.

–Ruko? Não seria... Ciúmes?- ela se levantou e saiu da sala andando lentamente sem dizer nada, algo que sempre fazia.

Olhei para os dois novamente. Estavam conversando animadamente, percebi que Rook tinha um olhar diferente, um olhar com segundas intenções. Eu já havia o visto olhando para certas partes do corpo de meninas várias vezes sem que ele soubesse. Senti que ele usava os mesmos olhos em ambas situações.

O sinal tocou e todos estavam voltando aos seus lugares, aumentando o burburinho já presente.

–...Ciúmes?


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Notas finais do capítulo

Bom, aí está o primeiro capitulo. Rascunhei a maior parte desta história enquanto estava na casa da minha avó, enchi umas 16 folhas frente e verso e meu braço doeu tanto que eu considerei virar ambidestra.
Agradeço meu caro amigo Scott por me ajudar com as palavras em alemão e dar sugestões para o enredo, titulo, capa e etc.
Agradeço também minha bff Kizie por me dar sugestões e por me apoiar.
E por fim agradeço minha tia por me dar folhas sulfites para eu escrever alguma coisa que ela nem sabia o que era.
Vou postar um capítulo por mês, se muitas pessoas comentarem posso postar um por semana.



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