Amoureux de mon meilleur ami escrita por Arisusagi


Capítulo 2
Jalousie


Notas iniciais do capítulo

Jalousie (fra): Ciúmes.
Adivinha quem não aguentou esperar um mês pra postar o segundo capítulo?
Alguém aqui acha que eu devo colocar tradução de frases em inglês? Fale agora ou cale-se para sempre.



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Não consegui parar de pensar no que Nene havia me dito. Eu estava com ciúmes do Rook? Era bem provável, detestava vê-lo dar cima de meninas, principalmente quando se tratava da Ruko. Mas isso significava que eu estava gostando dele, porque eu estaria apaixonado por alguém que é quase como um irmão para mim?

–Ei, ted- resmungou Rook, chacoalhando meu ombro assim que o sinal para o intervalo tocou.

–O que foi?

–Esqueci meu lanche, tem comida ai?

Suspirei, tirando uma maçã da mochila, ele raramente se lembrava de levar algo para comer nos intervalos.

–Maçã? Sério?

–É isso ou nada- ajeitei meus óculos

–Tá bom, vou gastar meus trocados na cantina- meu amigo se espreguiçou e saiu da sala

Continuei sentado, olhando pela janela. Era possível ver um pátio grande coberto de paralelepípedos vermelhos, onde vários alunos se sentavam para conversar e aproveitar o fraco sol matinal. À direita ficava um grande campo esportivo coberto de grama, à esquerda se via uma arquibancada com duas escadas que davam acesso à cantina. Rook subia uma das escadas contando as moedas que tinha na mão.

–Bom dia Ted

Era Matsudappoiyo, um grande amigo. Poiyo está no terceiro ano, tem olhos vermelhos como os meus e de Rook e tem cabelos turquesa, com duas mechas brancas aos lados do rosto. Muitos o acham antipático, mas depois de conviver com ele durante quase que o colegial inteiro você percebe que ele é o oposto disso.

Ele namora Keine Ron, também do terceiro. Eles estão juntos há dois anos.

–Olá Poiyo, tudo bem?

–Tudo. Você parece pensativo. O que está em sua mente?

Subitamente tive uma ideia. Existe a possibilidade de eu estar gostando do Rook, Poiyo era a pessoa perfeita para me ajudar com isso. Eu não quero que ele saiba o que estou sentindo, eu sei que é uma coisa infantil e boba, mas não quero que os outros saibam de algo que eu não tenho certeza.

–Como você e o Ron começaram a... Sei lá, namorar, sabe?

Ele ergueu uma das sobrancelhas, soltou um longo suspiro e se virou para a janela, passando a mão esquerda pelos cabelos enquanto ria baixinho.

–Bom, nos conhecemos na segunda série e nos tornamos grandes amigos, ele tinha acabado de se mudar da China, estava meio perdido e com medo, ficamos sempre próximos um do outro desde então. No primeiro colegial Ron começou a me evitar e a gaguejar quando falava comigo, ai um dia eu abri o jogo, sabe?- ele se debruçou sobre a janela, fechando os olhos e deixando um leve riso escapar dos lábios- Ele disse que estava sentindo algo muito estranho por mim, que talvez estivesse apaixonado, mas que era melhor deixar pra lá... Aí...

–Aí...?

–Eu o beijei. Ele começou a chorar, cara, nunca me senti tão mal em toda a minha vida. Depois disso eu o ajudei com esses negócios de sexualidade e etecetera. Eu sempre soube que gostava de meninos, mas pra ele foi bem difícil.

–Ei, gente!

Rook entrou na sala segurando um hambúrguer em uma mão e uma lata de chá preto com limão na outra, ao seu lado estava Ron.

Ron é mais alto que Poiyo, ele tem cabelos pretos compridos, os quais ele prende em uma trança quase que sempre. Seus olhos são azuis claros, ele é chinês e adora cozinhar.

–Bom dia Ted, Poiyo

–Bom dia Ron

Poiyo se aproximou do namorado, o abraçando rapidamente, eles não gostavam de demonstrar afeto em publico, isso era fofo, de certa forma.

–A Sayu pediu pra passarmos na sala dela, vamos?- Ron falou, estralando os dedos da mão direita.

–Certo

O veterano de cabelos azuis se abaixou para pegar um pedaço de papel que estava no chão.

–Qualquer coisa pode falar comigo- ele sussurrou, colocando-o sobre a minha mesa, antes de sair da sala com seu namorado.

–Hm, Ted- Rook se sentou- As recuperações bimestrais são semana que vem, você me ajuda? É só matemática e física. Biologia eu consigo me virar.

–Está bem, me manda mensagem avisando qual horário é melhor pra você.

O sinal tocou, teríamos duas aulas de biologia e o ano estaria acabado, pelo menos para mim.

Fiquei pensando em qual seria a reação de Rook se eu me declarasse, eu seria correspondido? Creio que não, ele está sempre olhando para meninas, provavelmente não ia querer nada comigo. E se ele passasse a me ignorar? Eu perderia meu melhor amigo por causa de uma paixonite boba? Imaginar todas essas possibilidades me deixava ansioso.

–É isso classe, tenham um ótimo terceiro ano, e para quem não foi bem em minha matéria, nos vemos nas aulas de recuperação! –o professor encerrou a aula assim que o sinal tocou.

Saímos da sala quase sendo arrastados pelos nossos colegas, a escola toda parecia estar em histeria coletiva.

–Vou comprar tinta- Rook gritou, em meio à multidão de alunos que deixava o prédio, se espalhando pela calçada.

–Certo. Não se esqueça de levar os livros e as listas de exercícios.

Ele seguiu em direção a uma perfumaria que ficava a alguns quarteirões dali. Observei-o, sentindo meu coração bater mais rápido.

–Droga

Voltei para casa sem tirar os olhos do chão, chegando lá encontrei um bilhete sobre o balcão da cozinha.

“Teto vai passar a tarde na casa da Momo. Seu almoço está na geladeira

Com amor, Mamãe”

Esquentei o prato no micro-ondas e almocei sem vontade. Eu não conseguia parar de pensar no Rook, eu estava me sentindo como a protagonista de uma comédia romântica para pré-adolescentes.

–Isso é ridículo- suspirei, subindo as escadas.

Soltei o cabelo, me jogando na cama, observei o meu quarto, ainda pensando nele.

Eu gosto do meu quarto, é o lugar onde passo a maior parte do tempo. As paredes são brancas, a cama fica encostada em uma delas, de frente para a televisão. Ao lado da tv fica a escrivaninha. À minha esquerda, um criado-mudo, um sofá-cama, perpendicular à minha cama, mais a frente está o banheiro e um guarda roupas.. Senti minhas pálpebras pesarem, talvez fosse melhor tirar um cochilo. Tirei meus óculos antes que adormecesse.

Acordei com a campainha tocando. Desci as escadas de 2 em 2 degraus, ainda estava um pouco sonolento, o relógio do corredor marcava 16:25.

Abri a porta, era Rook, estava arfando, tinha os cabelos molhados colados ao rosto e pescoço, a bochecha esquerda manchada de vermelho e a direita estava inchada. Vestia uma bermuda azul e a mesma regata preta de hoje de manhã.

–Você não respondeu minhas mensagens, mas eu vim mesmo assim- falou com dificuldade

–O que aconteceu?! Pode entrar, vem.

–É complicado- ele suspirou, subindo as escadas e indo até o meu quarto.

Chegando lá Rook jogou sua mochila no chão e sentou-se no sofá-cama.

–Meu pai voltou do trabalho mais cedo, ele estava nervoso. Aí ele viu que eu tinha pintado a mecha e, bom, ele perdeu a cabeça. O velho desceu o cacete em mim, acho que ele nunca tinha usado aqueles golpes malucos de karatê em mim antes, assim, pra machucar- ele riu, tirando os chinelos e cruzando as pernas.

–Tudo isso por causa da mecha?

–Nah, ele tá com uns outros problemas ai, não sei o que. Ele chegou gritando comigo, falando que eu era um imprestável, que eu era uma vergonha, que eu não era filho dele. Ai o desgraçado falou que minha mãe era uma vagabunda e eu fui tentar defende-la, afinal, ela é minha mãe, né? Então ele me deu um soco na cara, outro no estômago e me jogou no chão. Achei que fosse parar por aí, mas levei umas pancadas nas costas. Acho que ele saiu de casa, não sei, só joguei minhas coisas nessa mochila e sai correndo de lá.

–Eu não vi suas mensagens. Eu estava dormindo, desculpa- não era raro ele brigar com o pai, mas acho nunca chegaram ao ponto de sair no tapa daquela forma antes.

–Tudo bem, não esquenta com isso. Minha mãe vai viajar por uma semana, posso ficar aqui até as coisas se acalmarem?-Ele passou a mão pela bochecha inchada- E acho melhor colocar gelo nisso aqui, você pega pra mim?

–Pego.

Fui até a cozinha, enchi uma sacola de supermercado de gelo e voltei para o quarto. Eu ficaria perto do Rook por uma semana, não sei como me sentir sobre isso. Por um lado seria bom, assim eu teria certeza do que estou sentindo.

–Dá pra acreditar que eu saí da rua com a cara manchada de tinta?- riu, estava na porta do banheiro, a mancha vermelha havia sumido de seu rosto. Ele pegou o saquinho de gelo da minha mão- Ah valeu

Mas por outro lado ele poderia desconfiar e se afastar de mim.

–Olá meninos- Minha mãe parou em frente à porta do quarto.

Eu acho a minha mãe muito bonita, ela tem quase 50 anos, mas aparenta ter 30. Ela é baixinha e tem os cabelos vermelhos longos e ondulados.

–Olá senhora Kasane

–O que aconteceu com você, Rook?-minha mãe sabia dos problemas que meu amigo tinha com o pai.

–Nada demais, só uns probleminhas em casa

–Ah, o Rook pode ficar aqui uns dias?

–Pode sim. Vou fazer cachorro-quente para a janta, tudo bem pra vocês?

–Tudo- respondemos juntos.

–Certo- ela saiu do quarto.

–Vamos estud- parei assim que vi que Rook me encarava com o olhar sério- O que foi?

–Você tá mais bonito, parece. Enfim, vamos estudar- ele se ajoelhou no chão mexendo em sua mochila. Pelo menos não viu que eu estava corando.

Ele se sentou em uma cadeira em frente à escrivaninha e eu me acomodei em um banquinho ao seu lado. O professor de matemática entregara uma lista de 20 exercícios para os que estavam de recuperação, faríamos a lista inteira, já que era a prova mais próxima.

–Então, se 2 seno de x é igual a 2 então x é...?

–Pi sobre 2?

–Certo! É só isso?

Após duas horas, fora a pausa para a janta, finalmente havíamos terminado.

–É, até que enfim. Depois disso tudo é bom que eu tire 10 nessa merda- ele jogou o lápis sobre a escrivaninha.

Por mais que eu tentasse era difícil não pensar em Rook de outra forma, o jeito com o que ele falava era tão adorável, eu não gostava de admitir, mas eu realmente o achava bonito, não me impressionava a quantidade de admiradoras secretas que ele tinha.

–Vou tomar um banho- me levantei, indo até o banheiro.

Deixei a água correr pelo meu corpo. Só pensava em como seria abraça-lo, sentir seu cheiro, seus lábios nos meus, era hipnotizante. Senti o sangue se acumular em certas partes do meu corpo.

–Merda merda merda merda- sussurrei, isso era tudo que eu não precisava.

Depois de tomar uma ducha fria para me acalmar, saí do banheiro vestindo uma camiseta velha sem mangas, estava calor, então eu dormiria com ela e minhas roupas de baixo, apenas.

Deparei-me com Rook, ele estava tirando as roupas no meio do quarto. Senti meu rosto esquentar, ele estava de costas para mim, terminando de tirar a camiseta, vi algumas marcas arroxeadas espalhadas pelo seu corpo, uma logo abaixo de seu ombro, outra menor, próxima da cintura e duas em seu quadril. Meu coração batia forte e eu não conseguia tirar os olhos de suas costas. Eu já havia o visto somente de cueca diversas vezes, nenhuma delas me deixou tão envergonhado quanto agora.

O moreno se virou, dobrando a camiseta. Por uma fração de segundo pude me ver avançando sobre ele e beijando-o.

–Quê?- perguntou, aproximando-se.

–Nada! Não é nada!

Ele me olhou, perplexo. Esticou o dedo indicador e cutucou minha bochecha

–Você tá muito estranho, cara- me beliscou- Tá doente? Tá apaixonado?

–Claro que não! Eu tô bem! – tirei sua mão de meu rosto

Ele se afastou, se espreguiçando e soltando um bocejo. Observei seus músculos se contraírem e relaxarem sob sua pele bronzeada. Rook não era o tipo de cara que malhava, mas ainda sim ele tinha o corpo bem definido e, bom, a palavra ‘gostoso’ acabou de passar pela minha cabeça.

Mais uma cena foi adicionada à minha pequena fantasia, agora ele me jogava na cama, ainda me beijando, minhas mãos percorriam seu peito, as dele estavam e minha cintura, Rook sussurrava em meu ouvido com a voz rouca.

Senti um arrepio e me chacoalhei, voltando à realidade.

–Ei Ted! Pensa rápido- senti algo macio atingir minha cabeça- Vem dormir logo, eu tô com sono.

Peguei o travesseiro que me atingiu e joguei de volta pra ele.

–Esse cheio de caroço é seu, o meu é esse- sentei na cama.

–E me arruma um cobertor que eu não vou colocar mais roupa só por causa do seu ar condicionado.

–Ainda bem- sussurrei baixinho, jogando um lençol para ele.

–Hein?

–Nada, também estou com sono.

Alguns minutos depois já estávamos deitados, eu na cama, ele no sofá.

–Ted- falou Rook, com a voz sonolenta.

–Hm

–Valeu por me ajudar.

–De nada.

–Sério mesmo, eu não sei o que eu faria sem você.

–Hm- resmunguei, caindo no sono.


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Notas finais do capítulo

Enfim, é isso. Agradecendo todo mundo que deixou review (Scotetas, Yui Shion e Dj Julião) e que favoritou.
Aguardando mais favoritos, reviews ou pelo menos algum acompanhamento.



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