O Despertar De Um Poder escrita por DayHeart, Brightwing


Capítulo 23
Capítulo 23 - Os contos de Roahn... Parte:I


Notas iniciais do capítulo

Oi galera! Estou aqui com mais um capítulo , desculpem a demora ...
Bem, preciso dizer-lhes uma coisinha. Esse capítulo foi escrito pelo meu amigo, esse que a algum tempo atrás disse que estaria dividindo a conta comigo para postar mais conteúdo para vocês. É isso... Espero que vocês gostem... Boa leitura !



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As 12 divindades

Roahn, o Mago

A tocha que permanecia ardendo sobre a cabeça do escrivão estava perdendo a cor. O azeite sobre o pano já estava se esgotando, e a madeira por sua vez já estava para lá de gasta. Não seria possível mantê-la acesa por mais que alguns minutos, mas, era o suficiente para que o velho que estava sentado pudesse pontuar os últimos detalhes daquele imenso livro.

Assinou algumas dedicatórias no final das páginas, desenhou coisas aqui e ali nas bordas para que houvesse um acabamento digno e de forma incomum deu inicio a um cântico desconhecido. As palavras ressoavam lentamente, como se não houvesse mais ar para segurar o fôlego, eram pausadas, fracas, e desgastadas. Colocou a mão pálida e já magra pela velhice sobre a capa do grande livro de couro, dizendo:

– Ago..ra... posso de... de... descansar em paz.

E sobre o livro caiu como uma rocha, já não havia vitalidade no corpo do sábio e de uma forma sem dúvida miserável, morre um dos homens mais conhecidos de todos os tempos, Roahn, O mago.

Para os que chegaram até aqui, pouco ouviram falar de Roahn. Mas, é correto afirmar que o reino como um todo, chegou onde chegou, pelas mãos desse velho homem tão comum e incomum como qualquer outro.

Ninguém sabe ao certo de onde veio Roahn. Sua arvore genealógica, sua descendência, qualquer coisa que esteja apta a ser procurada por qualquer escriba do reino, não constava em nenhum registro oficial. Contudo, sabe-se que Roahn foi o mago que mais auxiliou a rainha Helena em seu reinado. Sendo um dos, se não o, homem mais sábio do reino de Hellis.

Sua história tem inicio há algumas décadas atrás, na época das guerras antigas do reino. Para esclarecer aos leitores, antes de muitas mudanças no reino, e até comparado a sua divisão atual feita por Hellena e Aryon, o mundo em sí foi palco de diversas e incontáveis, eu disse incontáveis, guerras. Todavia a mais decisiva foi a batalha das 12 divindades.

Num mundo onde seres celestes alados, demoníacos abissais, e até seres espirituais que juraram neutralidade a ambas as partes, decidiram disputar a soberania entre sí. A proposta teria sido realizar seu jogo no mundo onde hoje os nossos heróis pisam e afloram suas jornadas, contudo, eles não contavam com a interferência dos humanos e seres mágicos.

Falarei aqui de 12 divindades, seres de poder absoluto em seus respectivos lares, entretanto com limitações em solo humano, o que fazia deles vulneráveis em diversos aspectos. Cada um detinha um poder em específico com vantagem e desvantagens uns sobre os outros. Entretanto, preciso falar de um homem, aquele, que logo ali em cima, morreu. E a partir de agora, contarei para vocês sobre Roahn, e sua história que ninguém jamais ouvira falar.

Numa tarde qualquer no meio do bosque do Reino, onde hoje se encontra Hellis, era possível ouvir lamentos de um bebê. Seu choro rasga a floresta adentro, sendo notado por criaturas selvagens e por outros seres.

Uma sombra caiu sobre o berço e de imediato o chorou parou. A criatura ali parada estava ausente de roupas, seu corpo era tapado por pequenas amarras de cipó e folhas de arvores quaisquer. Era uma druida... Uma druida que aparentava não ter mais que seus dezenove, com toda a juventude de uma mulher. A pigmentação da pele era puxada para um verde claro, seus cabelos de cor verde escuro e os olhos pulsavam um azul celeste incomum. E ao seu redor estava uma aura que permitia aos druidas a capacidade de não se revelarem para os homens, através de uma condição: "A inocência em seus corações". E como Roahn era apenas um bebê, ele conseguia ver, ou tentar identificar, aquela linda mulher. E por compaixão pela criança, de forma despretensiosa, a druida pega para sí Roahn, e se encarrega de cuidar dele.

Os druidas são seres da natureza que auxiliam os homens em suas caminhadas. Dando-lhes a condição de seguir as suas rotas, ou proporcionar algum achado de utilidade. Na criação, Oris criara os druidas no intuito de apenas auxiliar a humanidade, e seu papel estava sendo cumprido desde então.

Voltando para Roahn. Uriel, que era o nome da Druida, inicia, sem perceber, Roahn nas artes mágicas. Ensina-o como ascender um punhado de galhos para não passar frio. Ou a regar as pequenas folhas para poder crescerem e dar frutos. Movimentar brisas para aliviar o calor, ou até, cavar buracos para que pudesse se esconder dos bichos da mata. E foi assim, pouco a pouco, que o jovem Roahn ia dando seus primeiros passos na magia, sem que se quer notasse.

Uriel foi percebendo que Roahn tinha uma inteligência um pouco avantajada para a maioria dos humanos, e até para alguns druidas, se comparado. Aos cinco anos já dominava com naturalidade os quatro elementos para a sua sobrevivência, aos seis, insistia para que pudesse ler as letras dos homens e dos Druidas, aos sete para oito já entoava cântico nas línguas menos conhecidas e criava teorias sobre fluxo mágico que, em tese, já tinham sido criadas, todavia, não eram de conhecimento do garoto. Roahn era um mago com potencial latente absurdo, e Uriel enxergava isso de longe.

Depois de criar o garoto até os oito ou nove anos em segredo, a Druida decide levar o jovem mago até a sua tribo. E, diferente de muita historinha onde Roahn é aceito numa boa, cresce ali, e continua naquele meio mágico até a sua maioridade. Essa historia é um pouco, só um pouco diferente.

A tribo dos druidas é um local sagrado, sim sagrado, de seres que juraram neutralidade entre o bem e o mal, vivendo exclusivamente para os humanos. Contudo, não se deixem enganar por suas aparências pacíficas, e de leves traços. Os Druidas, assim como os demônios, os seres celestes, e dentre outra infinidade de seres, são seres mágicos. Todos colocados no mesmo patamar, como já dito, se lutarem em seus respectivos lares. Ou seja, a invencibilidade de cada ser é certa, se a batalha que travarem for em suas zonas de conforto, ou melhor dizendo, seus territórios.

O território dos Druidas é banhado pelo "Véu da esperança". Uma magia única, que permite que os auxiliares passivos dos humanos se mantenham afastados dos mesmos, e em sí invisíveis, para olhos que tenham em seus corações a maldade, ou a falta de inocência. Todo Druida carrega consigo essa magia milenar e sagrada, entretanto, Roahn, sem querer havia aprendido a usá-la, apenas observando Uriel se camuflar por algumas vezes, podendo então obter a invisibilidade em meio aos Humanos.Uriel sábia que devia apresentar o jovem a Trivus, o mestre dos Druidas.

Ao chegar em território de domínio Druida com uma criança agarrada em sua perna, Uriel, havia sido acometida por diversos olhares tortuosos. Não era admissível de forma alguma, um humano, um réles humano, entrar em território sagrado com uma Druida. Foi passando por meio aos demais seres neutros que pertenciam aquele lugar, protegendo cautelosamente Roahn dos seus companheiros de aldeia. Passou por algumas construções Tribais, feitas singelamente de raízes emaranhadas uma sobre as outras, com toda certeza uma das magias de dominação dos seres da Terra, um tipo especial de ramificação das artes de domínio elementar da terra. Até que, uma construção bem maior do que as outras era notada. Logo ali, solitária, era a o palácio dos Druidas, onde morava Trivus e toda a comitiva "Druídica".

Ao entrar na presença de Trivus, um ser aparentemente superior a todos os druidas, Uriel o reverenciou, e puxou Roahn, que permanecia embasbacado olhando para o brutamontes em pé.

–"Uriel..." - Disse Trivus com uma voz potente e grave

–"Sim, mestre..."-

–"Comece... quero explicações..."-

Trivus se colocou de pé antes que Uriel pudesse começar a falar. Revelava os traços físicos de um monstro, sem muito exagero. Devia medir seus dois metros e quarenta, com camadas e mais camadas de músculos. No peito nú, apenas uma aljava transpassava em transversal. Não usava vestimentas como as dos demais Druidas. Trivus, diferente dos seus semelhantes, usava apenas um short, se é que podemos dizer que aquilo é um short, feito de pequenas plantas amarradas umas as outras. Os pés estavam em contato com o solo e sobre os braços eram visíveis Runas, ou seja, escrituras antigas, que talvez só alguns Druidas conhecessem, e quem sabe, um garoto de oito ou nove que já entoava alguns cânticos antigos.

Trivus puxou de trás do trono, que na realidade, era um grande vão esculpido numa arvore aparentemente milenar, seu martelo de guerra. Para um homem segurar aquilo seria impossível, um martelo de madeira maciça, com um e noventa só o comprimento da empunhadura, e em sua ponta uma madeira esculpida em formato de cilindro com outras "runas" parecidas com que carregava em seu braço.

O mestre dos Druidas colocou aquele grande artefato de guerra em sua frente. E o tremor de todo o salão era iminente, esperando agora as falas de Uriel.

–"O nome... deste pequeno e adorável ser...é Roahn."

–"Dispenso apresentações Uriel, quero explicações."

–"A alguns anos atrás, encontrei um cesto em meio ao bosque com esta criança chorando. Ela precisava de cuidados, precisava de alguém, e... e... eu fiz isso por ele."

–"Está me dizendo que interferiu diretamente no ciclo dos homens... Quebrando o tratado de neutralidade?"

–"Mestre..eu..."

– " VOCÊ?... O QUE URIEL?... está me dizendo..."- deu um passo a frente, tirando o martelo do chão e indo na direção de uriel. -"que sendo uma Druidas consagrada, uma criação do grande Oris, interferistes no mundo dos homens... E QUEBROU, o tratado feito a milhares de anos? É isso que esta me dizendo URIEL?"

–"Sim..."

–"E ainda, ensinou o Véu da Esperança para esse, miserável?"

–"Mestre...eu peç..."

Trivus não deixou que Uriel terminasse a sua frase. Num movimento tão rápido, que mal os melhores guerreiros poderiam acompanhar ou se quer desviar, o martelo de guerra do mestre dos Druidas caiu sobre o corpo da jovem, esmagando-a em frente aos olhos de Roahn. Trivus levantou o martelo, carregando os restos mortais de Uriel na parte o qual havia sido atingida e obliterada. Olhou para Roahn e disse.

–" Eu não posso permitir que viva criança..."

Ainda em choque, Roahn olhou para Trivus e percebeu uma lagrima cair de seus olhos. Para um Druida, era tão doloroso matar um humano quanto matar um semelhante, e ainda mais matar uma criança que não teria nada a ver com aquilo, era só um garoto. O martelo caiu com tamanha velocidade que Roahn ficou inerte esperando o seu fim. E num relampejo, como um raio caindo em sua cabeça, a consciência havia voltado, e lembrado dos ensinamentos de Uriel.

O martelo caiu sobre o garoto e o estrondo junto com o impacto quebrou parte do salão. Algumas pessoas foram arremessadas com a onda de choque formada pela deslocação do ar quando o martelo atingiu o chão. E trivus disse.

–"É o fim... que sirva de lição para todos. Não interfiram no mundo dos humanos... E..."

Assim que a poeira abaixou, notou um buraco em meio as raízes bem onde estava Roahn. Trivus deu um pequeno sorriso, e percebendo que fora o único que estava ciente daquilo, pensou.

–"Então viva... criança... mude o mundo, faça o bem... dou-te minha benção por sobreviver ao meu julgamento."-

Roahn havia utilizado alguma magia do elemento terra para cavar um buraco em meio as raízes, caindo embaixo daquela arvore tão grande. E assim, pode se esgueirar para fora da zona dos Druídas e fugir mas, fugir para onde?

E assim... caros leitores, se inicia a história de um homem que mudaria o curso das coisas em Hellis, como acreditava Trivus o mestre, Roahn utilizou seus poderes para o bem da humanidade. E sabia, sendo ele um sábio, que o garoto um dia retornaria.

–-----x------

O prelúdio

O martelo de guerra do grande rei dos Druidas desceu com uma velocidade intensa, entretanto, diferente de alguns anos atrás o jovem Roahn podia pará-lo sem dificuldades. Um pouco antes de ser acertado, ergueu uma de suas mãos numa velocidade inigualável parando a trajetória do martelo com maestria única. Na palma de sua mão esquerda o jovem mago acumulou uma quantidade absurda de magia, em seguida convertendo tal energia pura em um feitiço elementar do ar. Assim, liberando contra a face do grande martelo de guerra o feitiço, impedindo que fosse acertado pelo golpe que, sem dúvida alguma, seria mortal. O mestre dos Druidas ficou impressionado, quando o franzino menino de não mais que dezoito anos penetrou o seu peito com a mão aberta trazendo o coração ainda pulsando para fora.

–"Você quebrou o tratado de neutralidade se envolvendo nisso, Trivus..."

–"... eu...poupei...tua... vida..." – Disse o rei druida, enquanto numa queda lenta punha-se de joelhos perante o menino.

–"E eu... poupei meu povo..."- O corpo do inimigo caiu num baque seco e sem vida.

O corpo do brutamontes caiu como uma rocha. Ao redor, o bosque estava destruído, centenas de milhares de Druidas dizimados, toda aquela população simplesmente havia sumido pela ganância de Trivus. O jogo das Divindades já havia começado, e Trivus, o rei dos Druidas, quebrara seu juramento envolvendo-se nessa barganha idiota.

Roahn colocou-se de frente ao coração de Trivus, que ainda pulsando estava contornado por um brilho esverdeado. Segundo seus últimos estudos, o mestre dos Druidas era soberano entre as criaturas selvagens e bestiais. Sua vitalidade, força, resistência, velocidade e coragem não poderiam ser comparadas com a de nenhum ser existente. Contudo, seu calcanhar de Aquiles era uma única falha no centro do peito, o coração. E Roahn, sabia como auxiliar a humanidade utilizando dos poderes das próprias divindades, e usufruiria de todo o seu conhecimento para que adquirisse meios para poder fazer isso, e a solução estava a caminho, aquela ideia, naquela tarde, contra o rei dos Druidas.

– "Unkayo ama ka dhigay dambas, marka baahida ay u siday" –

O coração nas mãos do jovem de um tom verde claro começou a emanar uma forte luz verde escura. Era impossível dizer o que estava acontecendo, mas era possível saber que Roahn estava realizando um encanto mágico muito poderoso. E após findar o intenso brilhar entre os dedos da mão direita do mago, o que era um coração de Druida, transformasse num amuleto, um colar. Era de madeira com uma conta verde no centro.

–"O coração de Trivus. O rei dos Druidas."-

Roahn mordeu com o canino seu dedão da mão esquerda, derramou uma gota de sangue sobre o artefato, e na língua dos homens proferiu um juramento que há muito teria feito.

–"Pelos olhos de Hellena, por minha honra como mago, e por meu juramento, faço-me instrumento para o bem. E juro, solenemente perante a todos, que findarei sozinho essa guerra. Completo aqui, o terceiro dos doze selos, O coração de Trivus, a primeira arma divina, feita por mim, Roahn. E termino dizendo, que usarei as demais armas contra o mal que ameaça todo o reino."

O símbolo que estava no centro da conta muda de forma, e vocês queridos leitores estão sem saber o que aconteceu com Roahn até agora. Bem curioso, bastante curioso até.

Após fugir do reino dos Druidas, o pequeno Roahn estava sem rumo. Perdido em um reino que se quer conhecia, onde o mal se escondia em cada cruzamento, onde os tempos eram difíceis. É justo lembrar, que o menino sobreviveu bons dias na selva, até tomar coragem para ir ao mundo dos homens. Para Roahn, não seria nenhum problema adentrar em uma cidade, roubar qualquer coisa e sair. Assassinar para sobreviver, ou até se esconder facilmente. Ele era o portador do véu da esperança, uma magia Druida tão poderosa, que no mundo dos homens quase ninguém a conhecia, ou se conhecia, não podia se quer dominá-la. Só aqueles puros de coração podiam passar os olhares através do véu, e naquela época pessoas assim eram difíceis de achar.

Porém, numa tarde qualquer, numa estrada qualquer em direção a capital de Hellis, uma comitiva passava a largos passos. Centenas de homens para frente, outras centenas para trás. Batedores por todos os cantos e alguns arqueiros fazendo rondas as redondezas. Aquela movimentação desenfreada chamava a atenção do menino, que, com olhos brilhantes ficava vidrado nas armaduras de metal dos nobres cavaleiros. Era a comitiva da Rainha Helena, a suserana do reino de Hellis, a escolhida por Oris.

E então, após logos minutos de marcha, houve um pequeno espaçamento entre os homens, um espaço vago, e em seguida uma carruagem seguia a passos lentos. E em pé na beira da estrada, Roahn teve a graça de ver o rosto de Hellena. Que por alguns segundos fitou os olhos do garoto, e ficou impressionada.

–"Parem a carruagem..."

Ordenou a rainha, descendo graciosamente da estrutura de madeira toda adornada, vestida em Cetim verde com pequenos detalhes brancos. Foi em direção de Roahn, que, notando que havia sido descoberto procurou um arbusto para se esconder.

–"Pode sair... pequeno... não irei te fazer mal"-

–"Como podes me ver, vossa majestade?"-

–"Ora... vejo que para uma criança da tua idade, és bem inteligente. Vejo-o com os meus olhos e falo com a minha boca."-

Os guardas ao redor de Helena se questionavam com quem ela falava, já que não podiam ver nem ouvir qualquer coisa.

–"Me chamo Roahn..."-

–" E eu..."-

–"Helena..."-

–"És mesmo bastante inteligente."-

–"Apenas li alguns livros, falam muito da senhora, muito mesmo... quer dizer... vossa majestade"-

–"Responda-me algo..."- Abaixou como se fosse contar um segredo para Roahn -"Como um garotinho como você consegue usar o véu da esperança?"

–"Eu aprendi... vossa majestade..."

–"Entendo... venha comigo, pode sair dai.... vou te levar para o meu castelo criança..."-

E foi assim que muitas coisas na vida de Roahn começaram a tomar rumo. Através dela, da rainha Helena, que permitiu com que Roahn pudesse despertar seus poderes. Aprofundando o jovem mago nas artes dos encantos e da magia.

Urhhh... hrum.... Então, queridos leitores. Roahn atingiu aquele nível de força após alguns poucos anos trancafiado nas bibliotecas do castelo de Hellena, e quando digo trancafiado, é trancafiado mesmo. Quando completou doze anos, o garoto jurou sair da biblioteca apenas para contemplar dez minutos de sol diário, e pediu para os arquitetos projetarem um espaço para treinamento físico acoplado ao salão de cima, que o levava para o seu quarto. Mas, a grande questão é: "Quem Roahn se tornou?". Aos doze anos, Roahn sabia mais de política monetária e administração governamental que qualquer um do reino, além de conseguir gerir grandes problemáticas financeiras e dentre outros problemas sem nenhuma dificuldade. Hellena, sem exitar, entregou em segredo esses problemas para Roahn administrar, e o colocou como protegido, dando o cargo de Coordenador Político-Econômico a um qualquer, apenas pela representatividade e para o garoto o titulo de conselheiro real. Por isso, o garoto de doze anos tinha voz ativa como qualquer pessoa de alto calão no palácio.

Nesses anos, de forma auto de data, Roahn se aperfeiçoou em todas as ramificações da magia elementar. Através da leitura das poucas fontes disponíveis sobre magia, e o pouco que já sabia e a rainha Hellena o ensinava, Roahn começou a desenvolver em seus treinamentos contínuos as suas teorias mágicas. Deu inicio a sua primeira obra aos quinze, um livro utilizado desde aquela época, até os dias atuais: "O príncipio fundamental da Magia". Alguns não acreditavam sobre quem Roahn era, ou como a sua força aumentava exponencialmente com o passar dos dias, e só acreditaram na existência do rapaz quando aos dezessete e tão apto quanto qualquer general, Roahn, em publico, fora nominado líder do Conselho de Hellena.

–"As palavras são suas, Roahn..."- Disse a rainha, deixando a sacada de frente para multidão, revelando os traços jovens de um garoto de cabelos negros presos em um coque, com uma espada presa ao sinto e algumas faixas enroladas no punho. O olhar era gracioso contudo, carregado de uma coragem sem igual.

–"Povo de Hellis, servirei com honra vossa majestade sem falhar em minha lealdade. Juro por minha vida protegê-la de qualquer um, e aconselhá-la como me foi cabido. A partir de hoje, segundo Hellena, sou Roahn, O conselheiro."

As palavras de um garoto de dezessete anos chegaram aos ouvidos do rei como uma flecha acerta o alvo. E nem um pouco contente, o rei, arquiteta um pequeno plano para assassinar Roahn, como forma de impor o medo e o caos.

E numa noite qualquer, Roahn estava sobre o pico mais alto do castelo, em sua torre, anotando algumas palavras em um livro de capa grossa. Ali, explicitava alguns fatos imutáveis sobre a magia, e estava apenas aguardando o momento certo para confirmar suas expectativas de alguns fatos que estavam para acontecer. Contudo, uma luz começava a brilhar no antebraço de Roahn. Tirou uma das faixas, e uma Runa tatuada emanava uma luz avermelhada. Alguém, com intenção hostil havia adentrado as redondezas do palácio. E aquela runa era o que poderia confirmar as expectativas do jovem conselheiro. Ele havia posto ao redor de todo o palácio Runas interligadas formando uma barreira mágica que detectava inimigos, ou pessoas com intenções hostis. Assim, até mesmo soldados que tentassem mudar de lado, seriam facilmente identificados pelo encanto criado por Roahn.

Enquanto o inimigo se esgueirava pelas muralhas do castelo, o jovem conselheiro conseguia observar seu oponente de longe. Utilizando do véu da esperança e de sua habilidade corpórea, aproximou-se em uma velocidade inigualável, colocando-se cara a cara com o inimigo. Contudo, era um jogo injusto, Roahn, podia enxergá-lo, ao contrario de seu inimigo, que pretensiosamente, mantinha-se na calada da noite em busca de sua presa que acabara de obter o status de caçador.

Quando o homem que vestia um grande sobretudo negro se afastou o suficiente, Roahn, se revelava a poucos metros de distância de seu inimigo.

–"Posso ajudá-lo?"

–"Claro, estou procurando Roahn... o conse..."-

As palavras foram insuficientes quando a espada de Roahn cortou a figura obscura no meio num golpe seco e singelo. Restou ali apenas um corpo sem vida na beira dos muros do palácio. E estendendo uma de suas mãos em direção ao inimigo já morto, Roahn conjurou algumas raízes que o envolveram de imediato, dizendo.

–"Plantas... Segundo alguns estudos, alguns magos demoram décadas para utilizar as ramificações de seus elementos. Assim como quem usa água, mutar o estado físico para gelo é um grande sacrifício, ou até combinar propriedades elementais distintas. Se estivesse vivo, seria fácil entender. Plantas, seres viventes da terra. Logo, seria fácil controlá-las?... a resposta é uma: Não. Para que as plantas vivam, é necessária água. Logo, para que um mago controle seres viventes da terra seria necessária uma capacidade eximia em ambos elementos. Água e Terra. Apenas, um pequeno avanço para magia. De toda forma... Essas são Exutus Xanz, plantas necrófagas. Em alguns dias esses ramos vão secar junto ao seu corpo e sumir."-

Olhou pra a lua, sacou um pequeno livreto e um objeto com qual pudesse rabiscar as páginas, continuando suas anotações de alguns instantes atrás. Uma luta inútil e sem sentido, coisas assim tiravam um pouco da paciência do conselheiro, que tinha de parar seus afazeres para dar cabo de ralés como esses. Entretanto, tinha posto em prática sua teoria sobre a combinação elementar, e começaria a partir daquele marco, daquela luta, a desenvolver suas teses sobre as ramificações mágicas e suas complexidades. Retornou pela sombra da muralha até a sua sala. A lua se sobrepunha aos céus com sua soberba pálida, e em instantes, estava lá novamente um dos homens mais fortes do reino a escrever em seu pequeno livro. Fechou o pequeno artefato de couro, guardou num bolso de traz, e saiu de sua sala pela porta principal. Fazia anos que Roahn não utilizava tal saída, mas, dada as circunstancias, precisava relatar a Hellena sobre os fatos ocorridos. Aryon estava agindo contra a vontade do reino de Hellis, e todos sempre souberam daquilo, mas, tentar contra a honra de um mago como Roahn, era inadmissível, pelo menos para ele.

A caça as divindades havia apenas começado e Hellena teria de tomar uma decisão importante. Cabia a ela confiar a seu fiel conselheiro a responsabilidade de lidar com seres que transcendiam o conhecimento dos homens... Com isso, a vida do reino de Hellis caberia na palma das mãos de um jovem menino de não mais que dezoito anos, mas, com a mente mais brilhante já vista em todos os quatro cantos do continente.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado , qualquer erro de digitação me falem para eu corrigir :)
Por favor , comentem! Quero saber a opinião de vocês sobre a história de Roahn e caso não tenham percebido , é uma história mais antiga que aconteceu no Reino , levem como se Hellena estivesse contando ;)
Então é isso pessoal , comentem por favor!
Beijinhos , daqui a quinze dias tem mais!!



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