Capítulo 40:

Pov. Thiago

Quando estava saindo do quarto encontrei Tati, já que não tinha ninguém nos corredores a puxei para um beijo, depois fomos atrás dos armários para ter certeza de ninguém nos veria. Depois que paramos de nos beijar, ficamos um tempo em silêncio e eu suspirei.

Tati- Que foi Thi?

Thiago- Sei lá, eu to um pouco chateado com o Binho.

Tati- Com o Binho? – Pareceu surpresa. – Mas o que aconteceu?

Thiago- É aquela história dele com a Ana, ele nem me contou que os dois tinham se beijado... Eu conto tudo pra ele!

Tati- Ei! Jura que você ta triste por causa disso?! Pera aí... Quer dizer que você contou que a gente ta junto?

Thiago- Não! Isso eu juro que não contei!

Tati- Então porque você ta bravo se a gente também não contou nada pra eles? – Fiquei pensativo.

Thiago- É né?! – Ela concordou como se fosse óbvio. – Se é assim... Será que os dois também estão juntos?

Tati- Será? – Ela riu. – Se for a gente precisa descobrir.

Saímos de trás do armário e fomos correndo até o corredor das meninas, pois a Tati os viu lá por último. Sabe qual foi a maior surpresa? Eles estavam mesmo se beijando bem naquele exato momento. Não sabíamos o que fazer, mas como eu não sou de ficar calado preferi interromper os dois, só pra zoar.

Thiago- Mas que pouca vergonha é essa? – Eles se separaram no susto.

Binho- A gente só tava... – Ela não sabia o que falar.

Tati- Se beijando... É nós vimos.

Ana- Não foi bem assim...

Thiago- Foi como então? – Não em contive e ri da cara deles. – Binho, vem cá! – Ele veio até mim e nos viramos, para podermos conversar sem que ninguém interrompesse.

Binho- Que foi cara? Vai me zoar, é?

Thiago- Eeeuu? Nunca! – Ri mais um pouco e ele bufou. – Eu só queria saber qual é essa de pegar a Ana e não me falar nada.

Binho- Ai cara... A gente é só amigo!

Thiago- Jura?! – Foi irônico.

Binho- Sabe o que é? Aconteceu sem querer, ela não quer nada comigo... E eu também não. – Disse não me convencendo.

Thiago- Então você não ligaria se visse os dois conversando. – Apontei para Ana que conversava com Matheus, e ele não fez uma cara boa.

Binho- O que ta acontecendo aqui? – Disse indo até Ana e Matheus, eu e Tati ficamos vendo tudo.

Ana- Nada?! – Disse como se fosse o óbvio.

Matheus- Eu vim aqui perguntar uma coisa, pra vocês dois. – Eles ficaram atentos. – Vocês estão juntos, não estão? – Os dois se olharam.

Ana- Não. Somos apenas amigos.

Thiago- Então porque vocês estavam se beijando? – Disse na inocência.

Tati- Thiago! – Chamou minha atenção e só então eu entendi que não era pra falar nada.

Matheus- Ah é? – Ficou desapontado.

Binho- Olha, se é isso que você quer saber, a gente não ta junto. – Disse olhando para Ana, que olhou para baixo. – Infelizmente... – Falou na expectativa de que só ele ouvisse, porém não foi isso que aconteceu.

Matheus- Acho que eu to sobrando aqui, eu só espero que um dia você perceba que merece ficar comigo! – Saiu.

Thiago- Gente, desculpa por ter falado do beijo, não foi minha intenção.

Tati- É, o Thiago é meio desligado ás vezes. – Disse batendo na minha cabeça.

Ana- Tudo bem. – Riu fraco, bem fraco.

Tati- Gente, acho que nós temos uma coisa pra falar pra vocês. – Olhei assustado para ela.

Binho- Falem! – Estava curioso.

Tati- Bem... A gente ta namorando. – Ficou um pouco envergonhada.

Ana- O que? É sério isso? – Se animou toda.

Thiago- É! – Eu ri.

Os dois vieram nos abraçar, apesar de ter sido divertido namorar escondido eu fiquei aliviado de ter contado para eles.

Pov. Binho

Fiquei muito feliz pelo Thiago e a Tati, mas por dentro tava meio bolado com tudo que tinha acontecido aqui. Foi ótimo beijar a Ana, e isso foi meio que um sim pra minha proposta sermos amigos com benefícios, mas poxa, eu to determinado a ter mais do que isso com ela, além do mais, se eu não me mexer o Matheus pode conseguir antes. A gente já tava na saída da escola esperando os nossos pais, Tati e Thiago já tinham ido em bora, na verade quase todos já tinham ido.

Ana- Que demora... – Sentou num banco, e eu me sentei no lado. Segundos depois, minha mãe chegou, e parou o carro na nossa frente.

Minha mãe: - Ana!! – Gritou lá de dentro e nós fomos até o vidro do carro, que estava aberto.

Ana- Oi tia! – Minha mãe é e sempre será tia dos meus amigos... Que dizer... No caso da Ana, se for por minha vontade, nem sempre.

Minha mãe: A sua mãe me ligou e me pediu para você passar o final de semana lá em casa, pois eles tiveram que viajar de última horas. – Gente, tudo está conspirando ao nosso favor, foi impossível não sorrir nesse momento.

Ana- Ela nem me avisou... Quer dizer... Ela nunca me avisa mesmo. – Ela parecia um pouco triste.

Binho- Não fica assim Ana. – Ela sorriu. Abri a porta para ela entrar e eu me sentei na frente.

Pov. Juca

Logo que saí da escola fui para o hospital, queria ver a Pata. Quando cheguei disse para a secretária que queria vê-la.

Secretária- Moço, a paciente Patrícia recebeu alta hoje mesmo.

Juca- É sério? – Sorri e ela concordou.

Resolvi ir para a casa dela, mesmo se o Mosca não gostasse, até porque eu não tava ligando pra isso mesmo. Já sabia onde era e assim que cheguei toquei o interfone. Quem me recebeu foi o próprio Mosca.

Mosca- O que você quer?

Juca- Eu soube que a Pata recebeu alta.

Mosca- Como você soube?

Juca- Eu fui até o hospital e a secretária me disse. Eu posso ver ela?

Mosca- Ele não quer ver você.

Juca- Porque não? – Estranhei.

Mosca- Não te interessa- Ele ia fechar a porta, mas eu a segurei antes de isso acontecer. – Ta maluco? Eu já disse que ela não quer te ver.

Juca- E eu vou ver ela mesmo assim, dá licença. – Estava cansado de o Mosca controlar a Pata, por isso entrei mesmo sem ele deixar.

Subi as escadas e achei o quarto da Pata, porque as meninas estavam com ela e a porta estava aberta.

Juca- Pata!

Pata- O que você ta fazendo aqui Juca?

Juca- Como assim? Eu vim te ver.

Pata- Juca, você não precisa mais fingir, ok?

Juca- Do que você ta falando? – Não conseguia entender.

Pata- Não se faça de bobo, o Mosca já me contou que enquanto eu estava no hospital você nem ligou pra mim, que “aproveitou” pra ficar com um monte de menina, já que a maioria achava que a gente tava junto, e ainda disse na cara dele que você pouco se importava se eu tava ou não bem.

Juca- O que? Isso é mentira! Eu fui no hospital e fiquei um tempo com você! Vocês sabem disso! – Olhei para Mili e Rafa.

Mosca- Para com isso Juca, agora todo mundo já sabe da verdade. A Mili pode confirmar, não é Mili? – Ela não parecia concordar muito, estava com a cabeça baixa.

Mili- É... – Parecia triste com a situação.

Depois de tudo que eu fiz, até entendia o Mosca não gostar de mim, mas agora ele passou de todo e qualquer limite. Eu tava arrasado e por causa disso a única coisa que pude fazer foi sair correndo daquele quarto, daquela casa. Minha garganta engasgou, mas eu não chorei porque não era disso, além do mais eu vou conseguir provar para a Pata que o irmão dela está mentindo.

Continua...