Lost In Paradise escrita por Lady


Capítulo 2
02 - He.


Notas iniciais do capítulo

Yooo.
Enfim o nome do capítulo é tosco por que eu nao tenho criatividade para nomes de caps -q
Então os capitulos seram divididos em pronomes em ingles, a maior parte apenas "He" ou "She" indicando a Adel e o Hibari, bom é bem na cara ja o nome dos capitulos =w=
Boa leitura.



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Lost In Paradise

02 – He.

Uma semana.

Em apenas sete dias ele repetia o mesmo ato que lhe arrebatava toda e qualquer inocência. Não que ainda restasse alguma inocência no Demônio de Namimori.

Sentia as unhas afundar em sua pele e rasgar suas costas. Uma dor gélida provinda de uma mulher ainda mais fria, apesar de que, Suzuki Adelheid poderia ser muita coisa, menos uma pessoa fria como todos a rotulavam e Kyoya podiam saber disso cada beijo.

Seus toques a instigavam, e os gemidos da mesma era quase uma melodia para seus ouvidos apurados. Naquele momento. Naquele ato pecaminoso. Era como se os corações, possivelmente gélidos, deles se chocassem, criando um atrito que derretia e esquentava-os.

Curava-os.

Por que mesmo que Hibari Kyoya jamais admitisse, ele estava ferido. Não algo físico, mas interno. Algo que latejava e incomodava. Uma ferida que acalentava quando estava com a morena. Uma ferida que possivelmente cicatrizava de forma indolor quando reivindicava o corpo esbelto e tentador da mulher para si.

Mas ao fim, quando tinha de ir embora, se afastar do calor gélido que ela tinha, a ferida tendia a se abrir novamente trazendo consigo os tempos doloridos em que sofria nas mãos de seus pais. Ele podia não se lembrar exatamente de como as coisas eram, mas – de alguma forma – ele lembrava-se da dor, das feridas, das palavras de abandono.

E isso machucava muito mais do que imagens irreais.

Virou-se sobre a cama a fim de fitar o corpo adormecido da Rainha da Geleira. Tão bela e calma. Tão angelical. Ninguém jamais imaginaria que aquela mulher era temível.

Sorriu, de uma forma que jamais permitir-se-ia fazer em publico. Era um sorriso doce e genuíno, um sorriso fornecido apenas quando o moreno via-se sozinho apreciando a bela melodia de seu canário, mas lá estava ele sorrindo para a mulher que ainda era sua rival.

Viu-a remexer-se sobre a maciez do leito, e da mesma forma a viu-a tatear a cama buscando algo, buscando ele.

Suspirou, tornando a erguer-se da cama e procurar as vestes espalhadas pelo cômodo. Logo quando encontrava-se totalmente vestido, permitiu-se jogar um ultimo olhar para o corpo adormecido da mulher.

Era sempre assim, ele sempre ia embora primeiro. Não que houvesse sido ruim à noite, mas Hibari apenas não saberia como agir quando ela acordasse e o visse observando-a, só de imaginar tal cena o Kyoya já via-se num dilema sem precedentes.

Era idiota o que fazia. Pateticamente idiota, mas não tinha escolha, pois uma palavra errada após acordarem poderia ser o fim para aquele contato mais intimo entre eles. Por que, mesmo não admitindo – e sabendo que assim nunca precisaria o fazer -, ele gostava daquilo. Mesmo que fosse apenas sexo, ele gostava de tê-la como dele.

Era apenas frustrante cogitar a ínfima possibilidade de que ela apenas estava o usando para saciar suas vontades. E mesmo que fosse exatamente isso que ele dizia o fazer desde o começo, Hibari sabia que, em algum momento, sua opinião mudara, seu conceito para aquela “troca de favores” havia sido distorcido.

Bufou, saindo de casa e tendo rumo único a escola de Namimori. Uma pilha de papeis seria o suficiente para lhe distrair, ao menos até ela aparecer.

(...)

Tamborilou os dedos sobre a mesa. A inquietude estava mais presente do que qualquer outro dia. Mal conseguia se conter, mas ela não estava atrasada, e ele não conseguia se aquietar por saber que ainda demoraria quarenta e cinco minutos para ela surgir pela porta trazendo um obentou para si – afinal Adelheid sempre fazia seu lanche para lhe agradecer pela noite, sempre.

Suspirou, tornando a voltar o olhar para a folha em mãos. A primeira e única que recebera aquele dia de Kusakabe, e agradecia por isso, pois se houvesse mais tinha certeza de que – pela primeira vez - não conseguiria terminá-las.

Em menos de cinco minutos ergueu o olhar mais uma vez, irritando-se por o tempo não correr mais rápido. Faltava pouco mais do que trinta e nove minutos.

Mordeu o lábio inferior, esta sendo uma das poucas e raras vezes em que demonstrava-se nervoso, mas um nervoso diante da expectativa de algo, diante da espera de alguém.

Droga ele queria vê-la. Queria senti-la, tocá-la. Mal conseguia se limitar a imaginá-la.

Perdido em devaneios mal notou o tempo passar. E parado, fitando a porta, fora como a Suzuki o encontrara. E era quase assustador vê-lo daquela forma, mas de algum jeito a morena pareceu entender que era por uma boa causa, e que ela era essa boa causa.

Quando seu olhar vítreo e gélido encontrou-se com as orbes vermelho-sangue brilhantes, Hibari quase sorriu, quase.

Fora simples como sempre, ela apenas depositou o embrulho sobre a mesa, agradeceu pela noite – numa muda promessa de repetição – e foi embora, rebolando sobre as botas salto agulha e fechando a porta mudamente.

Fitou o embrulho, abrindo-o calmamente. Logo deu um misero e quase imperceptível sorriso quando fitou as pequenas lulas e os rolinhos de sushi. Havia alguns pequenos onigiris e uma seleção saudável de verduras. Tudo perfeitamente alinhado e arrumado, da forma como ele gostava.

Ao fim, junto aos hashis, um pequeno bilhete que, na verdade, soaria mais como um amigável convite para jantar na casa da morena no dia seguinte às sete e meia. Ela esperaria pela resposta até a manha do dia seguinte, mas não precisaria de muito tempo, afinal Kyoya já tinha a perfeita resposta para aquela adorável proposta.

Era idiota, mas ele aceitaria. Por que ele amava a comida dela. E seria apenas por isso.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha ficado interessante.
Brevemente descobriram como tudo veio a acontecer.
Ja'ne