– Descobriu algo? – perguntou ela.

– Não... Não tem nada a ver com o Red John. – explicou ele, enquanto ela sentou-se ao seu lado – Eu acho que nos precipitamos. Fomos rápido demais. Não foi uma boa ideia. – iniciou ele – Estamos cometendo um erro.

– O que está fazendo?! – perguntou ela, um pouco surpresa.

– Você me ouviu. – disse ele, sem encará-la – Eu estou terminado a nossa relação. – revelou ele, fazendo-a ficar sem reação – Já nos divertimos o bastante e chegou a hora de voltar para a realidade.

– Você está brincando, não é?! – perguntou ela, esperançosa.

– Estou com cara de quem está brincando? – perguntou olhando em seus olhos.

– Por que fez isso? – perguntou ela enquanto seus olhos enchiam de água totalmente contra sua vontade – Por que começou tudo isso se pretendia apenas se divertir?! – questionou ela, levantando-se – Nunca mais... Eu disse nunca mais fale comigo se não for algo do trabalho, você me ouviu?! – ordenou ela – Quando pegarmos o Red John quero você fora da minha equipe. – disse antes de deixar o sótão.

Jane ouviu a tudo calado. Quando Lisbon saiu ele afundou seu rosto em suas mãos. Ele não queria fazer aquilo, mas a viagem a Mojave o fez concluir que Lisbon merecia alguém melhor do que ele. Alguém menos confuso, mais comprometido com ela, que não a fizesse como ele fazia e principalmente que pudesse oferecer o futuro que ele não podia.

Lisbon desceu as escadas rapidamente refugiando-se em sua sala. Não era de seu costume trancar a porta, mas era preciso naquele momento. Também não costumava chorar, mas não tinha como resistir a toda a angustia que sentia naquele momento. Ele havia jogado tudo o que ela amava no lixo. Não haveria mais jantares, nem jogo de pôquer em sua cama e nunca mais estaria na presença agradável de Jane. E tudo isso se resumia nas lagrimas que desceram pelo seu rosto. Ela estava tão distraída que se assustou com as batidas na porta.

– Chefe?! – chamou Cho.

– Sim... – respondeu limpando as lágrimas do rosto.

– Está ocupada? – perguntou ele, estranhando a porta trancada.

– Não, o que aconteceu? – disse ela, levantando-se para abrir a porta.

– Bertram quer ver você e o Jane. – informou ele depois que a porta foi aberta.

– Ok. Já estou indo. Poderia avisa para o Jane ele está lá em cima. – pediu ela, fugindo dali.

– Claro. – respondeu ele, notando os olhos avermelhados da chefe.

Cho avisou ao Jane e logo estavam os dois na sala de Bertram. Era visível o abatimento no rosto dos três. Bertram estava totalmente abatido, mas precisa dizer algo importante.

– Queria informar a vocês que estou saindo do CBI. – revelou ele – Quero estar ao lado da minha mulher quando... Ela se for. – explicou ele, com dor no olhar.

– Entendemos a sua situação e estaremos a sua disposição se precisar de algo. – disse Lisbon.

– Bom... É isso. Eu apenas queria que fossem os primeiros a saber da minha demissão. Uma agente do FBI virá me substituir e peço que tenham uma boa relação com ela assim como tivemos esse tempo. – informou ele.

– Faremos o possível. – respondeu Jane, sem expressão certa no rosto.

– Obrigado por tudo. Estão dispensados. – agradeceu Bertram.

Os dois deixaram a sala sem trocar um olhar se quer. Cada um seguiu para um lado como se não enxergassem um ao outro.

As horas se passaram e Jane deixou o prédio para se preparar para o jantar com Emma. Lisbon já não conseguia trabalhar direito, pois as palavras de Jane não saiam de sua cabeça. Cansada emocionalmente e fisicamente decidiu ir para casa.

Jane chegou ao local marcado com Emma e aguardava por ela. Ele não queria estar ali naquele momento, mas era de estrema importância descobrir o esconderijo de Stiles. Minutos depois de sua chegada ao restaurante de pouco movimento Emma surgiu na porta procurando por Patrick. Ao avistá-lo correu para a mesa acenando para o consultor.

– Olá Patrick! – disse ao de aproximar.

– Olá Emma. – respondeu ele, um pouco desanimado, levantando-se para cumprimenta-la.

– Estou tão feliz que tenha aceitado meu convite. – comentou ela, enquanto se sentava – Se você também está se sentindo sozinho nada melhor do que isso para curar a solidão.

– Claro. – comentou ele, cabisbaixo.

– O que aconteceu com o loiro sorridente que eu tentei agarrar?! – perguntou ela, notando a tristeza em seus olhos.

– Um pequeno rompimento. Vai passar. – desconversou Jane – Mas me diga, por onde anda? Fui até sua casa e você tinha se mudado, pra onde foi?

– Não posso te dizer apesar de querer levar você pra lá. – comentou ela, maliciosa.

– Escuta Emma, eu não vou te enganar. – revelou Jane – Eu não estou aqui por sua causa, eu estou aqui porque você tem uma informação que eu quero.

– Como assim?! – questionou ela – Achei que gostasse de mim.

– Eu não estou na minha melhor noite. Eu poderia te manipular e fazê-la falar sem perceber, mas estou cansado, irritado e acabei de terminar um relacionamento que não queria ter terminado. Então apenas me diga onde o Stiles se escondeu. – disse ele.