O sol começava a aparecer no céu quando o celular de Jane desertou, acordando os dois que dormiam tranquilamente abraçados de “conchinha”.

– Por que esse negócio despertou tão cedo? – questionou Lisbon, sem abrir totalmente os olhos.

– Porque eu programei. – respondeu ele, desligando o aparelho – Não quero que saia correndo igual da última vez. Quero tomar café com você. – explicou ele.

– Eu combinei com a Van Pelt sete horas. Que horas são? – perguntou ela, esfregando os olhos.

– Seis. – respondeu deixando o aparelho de lado e abraçando-a novamente.

– Você vai tomar café sozinho. – comentou ela, enquanto se virava para voltar a dormir.

– Não vou mesmo. – respondeu ele virando-a para si – Não precisamos tomar café na mesa... Eu posso trazer aqui se quiser.

– Mais cinco minutos de soneca, ai quem sabe... – disse ela fechando os olhos e ajeitando-se em seu peito.

Ele sorriu e beijou sua testa carinhosamente, notando o cansaço de Lisbon que dormiu em poucos segundos. Jane esperou mais alguns minutos enquanto observava o sono profundo de Lisbon, depois desceu e preparou uma bandeja com bolachas, frutas e suco para ela.

Ele chegou ao quarto e depositou a abandeja no móvel ao lado da cama. Olhou-a dormir por mais alguns segundos e depois a despertou com carinhos em seu rosto.

– Seis e vinte. – avisou ele – Eu trouxe seu café da amanhã. – disse exibindo a bandeja.

Ela sorriu e se espreguiçou antes de sentar-se na cama para receber a recheada bandeja.

– Não estou acostumada com esses mimos. – disse ela, enquanto comia.

– Você é uma ótima pessoa para mimar. – respondeu ele, sorridente, roubando-lhe algumas bolachas.

– Você vai arrumar alguma desculpa para acompanhar a gente nas compras?

– Vou. Umas nove horas eu te ligo e depois vou até vocês. – respondeu ele.

– Ótimo. Não gosto muito desse negócio de compras. – comentou ela.

– Eu sei... – disse ele, surpreendendo-a – Assim como não gosta de ir às festas de família que tenham mais parentes além seus irmãos, eu chutaria que é porque alguns dos seus parentes te questionam sobre um namorado. – revelou ele – E também não gosta de cozinhar quando está sozinha, pois acha muita trabalho e tempo para gastar só com você. – concluiu ele, sorrindo.

– Como pode saber todas essas coisas?! – questionou ela.

– Voltei a ser vidente... – brincou ele – Estava fuçando em suas gavetas para encontrar seu aparelho de música e não vi nenhuma agenda com telefones de parentes distantes. Todo mundo que gosta de manter contato com parentes tem uma. – explicou ele.

– Eu tinha, mas passei para o celular e joguei fora. – disse ela.

– Mentira! – exclamou Jane, convencido – Eu achei no fundo de uma das gavetas um ticket de estacionamento de cinco anos atrás.

– Ok, você acertou. Como sabe que eu não gosto de cozinhar? – perguntou, desafiadora.

– Você tem mais comida pronta do que ingredientes para preparar. Seus utensílios de cozinha estão praticamente novos, porém algumas peças estão bem gastas o que indica que você usa só o básico, para ser mais claro apenas um recipiente para esquentar o que já está pronto. Você guarda as taças atrás, quase escondidas, quem gosta de cozinha geralmente adora beber em taças. – explicou ele, fazendo-a lamentar por mais uma resposta certa – Eu só não consegui descobrir por que você guarda um martelo na sua mesa... – disse enigmático.

– Pra jogar na sua cabeça quando você me irritar. – brincou ela, levantando da cama e indo para um banho relaxante.

Ele riu dela e desceu com a bandeja. Os minutos se passaram e Lisbon desceu procurando uma das peças da roupa que havia separado.

– Jane, você viu minha camiseta azul... – ia perguntando, mas viu a peça que procurava nas mãos de Jane – Me devolve isso! – ordenou ela.

– Vem pegar! – respondeu exibindo a camiseta.

– Eu vou me atrasar. Me dá isso! – disse indo em sua direção, mas ele levantou a camiseta onde, sem o salto, ela não alcançava – Jane a Van Pelt vai ficar esperando.

– E você acha que ela liga?! Eles estão tão empolgados com o casamento que nem vão reparar se algo do tipo acontecer. – disse ele, enquanto ria do esforço dela para pegar a camiseta.

– Por favor, me dá a camiseta. – pediu ela, de forma piedosa.

– Eu troco... – disse indicando a boca com um dos dedos enquanto escondia a camiseta atrás das costas com a outra mão.

– Como você é irritante, sabia?! – comentou ela.

– Sabia. – respondeu sorrindo. Ele seu aproximou para lhe dar um simples selinho para que ele entregasse a roupa, mas ele a puxou para um beijo que foi muito além de um selinho – Ainda quer a camiseta? – brincou ele.

Ela puxou a roupa de sua mão e a vestiu enquanto ele a olhava sorridente.

– Vê se não demora muito pra ligar. – disse ela pegando as chaves do carro.

– Não vou. – respondeu com um olhar admirador.

– Tchau. – disse enquanto fechava a porta.

Jane ficou parado olhando para porta por alguns segundos até retomar a consciência e ir se arrumar. Lisbon foi ao encontro de Van Pelt que a aguardava no lugar combinado. Ela passaram em diversas lojas combinado e escolhendo lembrancinhas, bolo, decorações, músicos e muitos outros detalhes, enquanto do outro lado da cidade Rigsby e Cho escolhiam o terno e as alianças.

– O que acha dessa? – Rigsby perguntou ao Cho.

– Bonita. – respondeu ele olhando para o par de alianças na caixa.

– Mas essas também são bonitas. – disse exibindo outra caixa – Qual é melhor?

– Tanto faz, são círculos de ouro. – respondeu Cho olhando a vitrine.

– Não são círculos de ouro, são o símbolo de uma união. – corrigiu Rigsby.

– Representado por um circulo de ouro. – completou ele – Você não me disse quem será sua madrinha.

– É segredo. – respondeu Rigsby, entregando as alianças escolhidas para o vendedor.

– É bonita? – perguntou Cho observando Rigsby pagar a compra.

– Sim. – respondeu enigmático.

– Então não tenho mais nada para perguntar. – comentou ele antes de deixarem a loja.