Um dia aparentemente normal para a equipe mais produtiva e encrenqueira do CBI até Bertram passar entre os subordinados de Lisbon e caminhar para a sala da poderosa chefona com uma expressão fechada, sem dizer se quer bom dia, coisa que incomodou Rigsby.

- Viu isso?! – perguntou incrédulo ao Cho.

- Isso o que? – retrucou Cho sem encará-lo.

- Ele não gostou do fato do Bertram ter passado por nós e não ter dito uma palavra se quer. – se intrometeu Jane, que estava em seu sofá focado em uma revistinha de sudoku.

- Exato! – exclamou Rigsby – Onde já se viu passar sem dizer... Espera um pouco, como você sabe que era isso que eu ia dizer? – questionou ele.

- Pelo seu olhar, você seguiu Bertram com os olhos. – respondeu ele, dando os ombros.

- Mas você está concentrado na revista, como poderia ter visto isso? – Rigsby continuava curioso.

- Chama-se olhar panorâmico... – respondeu de forma animada levantando-se do sofá e deixando a revistinha para trás – Eu olho o que está na minha frente, mas enxergo o que está a minha volta. – concluiu enquanto caminhava até Wayne.

- Eu sabia que você tinha achado ruim com o Bertram. – comentou Cho.

- Então por que perguntou do que eu estava falando? – perguntou Rigsby, um tanto quanto confuso.

- Para ter certeza... E para ver se você desistiria de falar sobre o assunto porque eu estou ocupado. – respondeu Cho de forma direta.

- Pode me ensinar a ter um olhar panorâmico? – Rigsby perguntou um pouco eufórico.

- Talvez mais tarde, agora eu vou até a sala da Lisbon ver o que está acontecendo.

Jane saiu em direção a sala da chefe, deixando para trás Rigsby e suas curiosidades. Ao se aproximar da porta notou que Bertram estava mais agitado que o normal e aproveitou que não havia sido notado para observar um pouco a conversa.

- Mas isso está confirmado? – perguntou Lisbon.

- Sim, está confirmado. Eu não quero que o Jane saiba por enquanto, devemos contar para ele só depois que recebermos a confirmação de que estamos dentro. – respondeu Bertram de forma séria.

- O que você não quer que eu saiba?! Apesar de eu já desconfiar do que seja. – disse Jane aproximando-se dos dois enquanto o encaravam assustados.

- Jane... Achei que nem estivesse no prédio... – disse Lisbon tentando disfarçar o flagra.

- Sem mais embolações, o que queriam esconder de mim? – perguntou mais uma vez, porém de forma mais intimidadora – O que o Red John fez? – tentou novamente depois de não obter resposta.

- Ele matou novamente. – respondeu Bertram cabisbaixo.

Jane engoliu a seco, assim como Lisbon que agora sentia algo parecido com o que Jane sentia em relação ao serial killer.

- Não íamos te contar, pois tudo aconteceu em um lugar distante. Não sabemos se seremos chamados para investigar. – explicou Lisbon.

- E acham que eu posso ir até lá por conta própria?! – Jane perguntou um pouco espantado.

- Jane... Sabemos como você é. – disse Bertram – Só em falar no Red John você muda completamente de comportamento.

- Onde foi desta vez? – perguntou ele, ignorando a justificativa de Bertram.

- No Deserto de Mojave. – respondeu Bertram após um longo suspiro.

- Fica a mais de oito horas daqui! – indagou Jane – Você acha que eu seria capaz de sair de Sacramento e ir até o deserto de Mojave?!

- Acho. – respondeu rapidamente Bertram.

Jane olhou para Lisbon que rapidamente desviou o olhar. Ele logo percebeu que ela também achava que ele poderia a qualquer momento pegar o carro e seguir para o deserto de Mojave sem pensar duas vezes.

- Desculpe Jane, não posso fazer nada enquanto nossos serviços não forem solicitados. – disse firmemente Bertram.

- Eu sei e vou esperar uma autorização sua para irmos até Mojave. – disse Jane, surpreendendo os dois que o encaravam boquiabertos.

- Ok, então eu vou... Para a minha sala para esperar alguns... Telefonemas. – disse Bertram se levantando da cadeira onde estava sentado, ainda muito surpreso e um pouco desconfiado com a revelação de Jane.