Passos Decisivos escrita por Desy Faraco


Capítulo 11
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

E aí pessoal?! Tudo bem com vcs? Vamos para mais um capítulo? Espero que vocês gostem, porque a partir de agora a história vai começar a pegar fogo. Quem é a bruxa e o que ela pretende? Vamos descobrir juntos em mais um capítulo de PASSOS DECISIVOS! ;)



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Uma tempestade feia se formava no horizonte. Quando Kagome despertou de seu desmaio, ouviu o barulho dos trovões que vinham do lado de fora e estremeciam a torre de pedras. Ela se levantou com cuidado e seus pés se enfiaram no felpudo tapete de pele de lobo branco, que ficava aos pés de onde dormiam. Um relâmpago riscou o céu e clareou o quarto mal iluminado por uma única e pequena toxa presa à parede do corredor que dava para as escadarias. Ao chegar no parapeito da enorme janela, olhou primeiro para baixo, um vasto buraco negro se apresentava ali. Daria até para imaginar, que se caísse daquela torre permaneceria despencando para sempre numa giratória decrescente sem fim.

Hayato se mexeu na cama (uma porção de pedras empilhadas cobertas por pilhas e mais pilhas de seda e peles de raposa) atrás dela, os longos cabelos negros espalhados como uma cascata de ébano sobre os tecidos azuis claros em que dormia. Ela admirava seu marido. Era um homem muito belo, doce e paciente. Mesmo sem ela se lembrar da história dos dois e recuar sob seus toques, ainda assim ele lhe demonstrava amor e doçura. Nunca lhe exigira nada. Sempre preocupado em lhe agradar. Talvez devesse cumprir com suas obrigações de esposa. Mas como simplesmente ignorar aquela sensação estranha e aterradora toda vez que ele a tocava? Sentia como se fosse tudo tão errado, tudo tão fora do lugar.

A chuva despencou de forma torrencial do lado de fora, mesmo longe do chão podia-se sentir o cheiro de terra molhada. Os respingos da água que tocavam seu rosto eram gelados, mas, prazerosos de alguma forma, todavia o rebombar dos trovões lhe trazia uma agonizante sensação de tragédia, quase podia sentir um gosto de morte eminente amargando no céu de sua boca. Era sufocante e...

Ela se enfiou debaixo das cobertas espremida contra as costas de Hayato, puxou as peles até que a tampassem completamente. Sentindo o movimento brusco atrás de si, ele despertou, virou-se de frente para ela e a envolveu protetoramente em seus braços fortes.

_ Kagome... Você está tremendo meu anjo. O que foi?

Ela não respondeu apenas se encolheu em posição fetal, demonstrando que estava com medo, mas que não era medo dele, pois continuava em seus braços. Percebendo isso, ele apertou ainda mais contra si.

_ Está com medo da tempestade meu amor? – perguntou passando a mão por seus cabelos debaixo da coberta, como alguém que nina e consola uma criança.

Ela assentiu.

_ Está segura aqui, sempre estará a salvo comigo. – beijou-lhe a testa – Além do mais minha rainha, os raios jamais ousariam tocar-lhe a pele. Não machucariam a rainha deles.

Hayato soltou-a, mas antes pousou outro pequeno beijo, agora na ponta de seu dela. Então, levantou-se, o tórax nu majestosamente exposto sob a luz âmbar da tocha e os flashes dos relâmpagos. Os cabelos negros, como uma cascata de seda roçaram levemente o rosto de Kagome quando ele abaixou-se e pegou-a no colo, mesmo enrolada nas cobertas. Para ele, ela era tão leve quanto uma pena, mas valia mais do que qualquer tesouro que possuísse.

_ O... o que está fazendo?

_ Nós vamos sair para um passeio. – disse sorrindo, exibindo as presas fascinantes e perigosas que brilhavam como marfim polido. Era simplesmente hipnotizante e aterrador ao mesmo tempo.

Antes que pudesse perceber os dois estavam em pé no parapeito da janela. Com seus 1,90 de altura, mais a altura da janela e o abismo negro lá embaixo, era aterrorizante. Kagome esperneava dentro do cobertor, tentando de todas as formas desvencilhar-se da morte terrível que a aguardava. Mas era impossível, Hayato era forte demais.

_ Sua boba! – ele apertou-a ainda mais contra seu corpo.

_ Não, por favor! – suplicou entre soluços.

Sem responder as súplicas de sua pequena esposa, Hayato saltou da janela levando-a consigo. Um grito de pavor começou a brotar da garganta dela, mas foi silenciado com um beijo. Um beijo profundo, onde as sensações da água fria da chuva, da queda, da desaceleração dos corpos pelos poderes de youkai dele e do vento contra seu corpo eram ao mesmo tempo sacro e erótico. Tê-la firme em seus braços, agora apenas com as roupas finas de dormir, pois em algum momento ela conseguira se soltar das cobertas; sentir seu odor enquanto a segurava, sentir os músculos dela relaxando lentamente a medida que se livrava do medo e sentia-se mais segura com ele era enlouquecedor. Nunca sentira nada parecido em seus duzentos anos de vida.

Seus pés tocaram suavemente a rocha, bem abaixo de onde ficava a janela da qual saltaram.

_ Eu amo você – sussurrou com os lábios que protestantes abandonaram os dela e agora estavam pressionados contra sua têmpora direita.

A cena era romântica, suave e excitante, mas alguém que observava da janela da cozinha do castelo tremeu de ódio e enterrou as unhas nas palmas das mãos, até que o sangue gotejasse tingindo de carmim o mármore branco.

_ Como ele não percebe? Longos malditos duzentos anos ao lado dele e é uma humana que ele deseja tocar... Uma humana tão baixa e suja que ama um meio youkai ao invés de retribuir o amor do rei! Maldita!

O queixo da mulher tremia de asco e ódio. Mas se seu plano desse certo se livraria de dois pelo preço de um. Faria com que Kagome e Inuyasha se matassem num trágico embate de amor e ciúmes. Hayato ficaria contente com a morte do hanyou, mas acidentalmente perderia sua amada esposa que despertaria de forma dolorosa do feitiço lançado pelo velho mago e morreria com a alma fragmentada por ter matado seu verdadeiro amor. Por fim, o sofrido rei youkai buscaria consolo em seus braços e a amaria muito mais do que um dia amara Kagome.

Mitsue* crescera amando Hayato, mas era apenas a neta da velha ama dele. Podia vê-lo, mas não podia se aproximar. Servia o chá, mas não era permitido dirigir-lhe a palavra. Nunca o tocaria, nunca seria amada por ele. Ela era apenas mais uma mobília no enorme Castelo Hibi. Mas por sorte, quando Mitsue tinha 14 anos, sua vó, antes de morrer lhe ensinara a bruxaria. E assim, por mais de 100 anos ela viveu como se fosse sua avó e pôde cuidar dele, amá-lo mais de perto. Inalar seu cheiro almiscarado todos os dias.

A bela bruxa planejara se mostrar quando Hayato decidira que era hora de escolher sua rainha. Mas antes que pudesse fazer qualquer movimento ele se encantara com uma menina, vinda de outra era, que andava de um lado para o outro com um meio youkai. Mitsue esperara por um século para ter ser amor e faria com que Kagome e Inuyasha se arrependessem de ter cruzado seu caminho.

Quanto voltou a si, Inuyasha estava desnorteado, caiu sentado no chão da caverna. O baque do seu corpo provocou um eco seco, que reverberou pelas paredes rochosas.

_ Maldição!!!

Os sentimentos de confusão e impotência o dominavam. Tinha certeza que Kagome havia estado ali, ela o tocara. Será que tinha sonhado? Não se lembrava de ter caído no sono.

_ Mate-a Inuyasha... Ela o traiu... – sussurrou a voz em sua cabeça.

_ Ahhhhhhhhhhhhhhhhh!!!

A dor era aguda, parecia que mil agulhas perfuravam seu cérebro.

_ Não, não... Kagome.

Imagens começaram a brotar. Kagome estava linda, usava um quimono vermelho florido, uma pequena tiara pontilhada com diamantes que se juntavam e formavam flores brilhantes em volta de seu cabelo negro e sedoso, que estava modelado em cachos. Era uma visão de tirar o fôlego. Ela virou-se para trás e sorriu para alguém, puxou-o pela mão, aproximou-se dele e tocou seu rosto, colocou-se na ponta dos pés e o beijou. Inuyasha trancou os dentes, virou o rosto, estava enojado, mas não importava o quanto se virasse as imagens não desapareceriam, pois estavam sendo projetadas em sua mente através de bruxaria.

_ Hayato meu amor... – Kagome sussurrava enquanto Hayato traçava uma linha de beijos pela pele alva do pescoço dela.

Inuyasha viu tomado pelo ódio quando o youkai de cabelos negros deslizou o tecido fino do quimono para um lado e mordeu um dos seios de Kagome com suas presas de cobra. Um filete fino de sangue escorreu no local do ferimento, mas logo foi limpo pela língua dele. Kagome arqueava o corpo, receptiva, entregue, e as carícias se intensificavam. Completamente nua nos braços de Hayato ela olhou Inuyasha nos olhos. Sorriu um sorriso debochado, seus olhos se estreitaram e o meio youkia não conteve as lágrimas. Ela pertencia a Hayato e estava fazendo questão de demonstrar. Era o fim. Não sentia mais nada, estava anestesiado. As imagens pararam, as lágrimas rolaram e secaram. Tudo ficou silencioso, frio e imóvel. Seu peito era um buraco negro que aos poucos saía da inércia e começava a girar e absorver todo ódio, maldade e violência existentes. Uma massa negra e densa se formou ao seu redor, tão maligna que chegava a ser palpável. E então, Inuyasha se tornou apenas a sombra do hanyou doce que um dia fora, mataria aqueles dois e vingaria seu ego. Concertaria com as próprias mãos o erro que fora se apaixonar, confiar, amar. Sangue jorraria de suas garras e seria de Hayato e depois o dela. Em seu pequeno coração enegrecido pelo ciúme a bruxa teve a certeza de que o coração de Inuyasha havia sido corrompido e que seu plano seria um sucesso.


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Notas finais do capítulo

*Mitsue significa ramo brilhante.
É isso aí minhas jujubas e jujubos, espero que tenham gostado. Agradeço mais uma vez pelo amor de vocês, continuem acompanhando a história, divulgando e deixando seus comentários. Bjs s2



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