The Youngest Major in Texas escrita por Mrs House


Capítulo 4
Perdidos


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários maravilhosos!



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Bella POV

“Isabella.” O tom de Marry era severo quando ela marchou logo pela manhã para dentro do quarto que eu estava ocupando em sua casa. “Já se passaram duas semanas e você não saiu nenhuma vez, mal tocou sua comida!” Ela se sentou na cama onde eu estava deitada. “Todos nós estamos sofrendo, querida, mas ele não gostaria que você se afogasse na própria tristeza dessa maneira.” Ela passou a mão por meu cabelo de maneira solidária e pude perceber que ela sofria mais do que deixava transparecer.

Foi ai que tomei uma decisão, não sofreria nem mais um dia pela ausência de Jasper e meu filho não cresceria sem um pai, se os confederados desistiram de buscá-lo, teria que trazê-lo para casa eu mesma. “Tem razão.” Afastei as cobertas com energia renovada. “Vou passar na cozinha para comer alguma coisa e darei uma volta a cavalo.”

“Qualquer coisa que você queira.” Ela sorriu para mim e me senti mal por mentir, mas ela tentaria me impedir se soubesse meus verdadeiros planos.

Marry saiu do quarto para me dar privacidade para me trocar, ela tinha mandado alguns criados buscarem roupas em minha casa. Coloquei um vestido verde claro, uma calça e um par de botas de montaria de Jasper por baixo, o vestido era longo o bastante para escondê-los. Pendurei o cordão de Jasper em meu pescoço e também o escondi dentro do vestido.

“Kena.” Chamei a única cozinheira no aposento. “A Senhora Whitlock gostaria de falar com você.” Ela me olhou preocupada antes de correr em direção a casa.

Aproveitei o momento sozinha para encher uma pequena trouxa com frutas, carne seca, biscoitos e um cantil com água. “Isso terá de ser suficiente.” Disse para mim mesma, qualquer coisa maior seria difícil de carregar e diminuiria a velocidade do cavalo.

Coloquei a cela em minha égua Safira e saí a meio galope pelos campos. Tive que resistir à tentação e instigá-la a prosseguir em velocidade total, pois sabia que ela não resistiria por muito tempo.

O vento em meus cabelos trazia consigo uma sensação boa, eu estava finalmente fazendo alguma coisa para recuperar meu marido. O sol não estava muito forte, pelo menos por enquanto, e minha égua era forte.

Cavalguei o resto da manhã e a tarde inteira, parando somente para deixar Safira beber um pouco de água quando passávamos por algum córrego. Quando ficava com fome comia ainda na sela, Jasper está lá fora em algum lugar, não tenho tempo a perder.

O crepúsculo chegou e eu já estava em algum lugar no arredores de Galveston, com um pouco de sorte eu encontraria alguma família anda não evacuada que me abrigaria, se não teria que torcer para encontrar uma casa destrancada.

Abrandei o ritmo para uma caminhada, a última coisa que queria era que Safira morresse de exaustão e já havia exigido demais da coitada. Um silvo começou a vir de algum lugar da vegetação ao longo da estrada e Safira começou a ficar nervosa.

“Calma, amiga.” Passei a mão em seu pescoço e estava pronta para tirar-nos dali quando uma cobra rastejou calmamente para o meio da estrada. “Safira!” Gritei quando ela de repente empinou-se nas duas patas traseiras, relinchando em terror.

Não consegui me segurar e atingi com força o chão, uma dor agonizante subindo por minha espinha desde a base de minha coluna. Levei alguns minutos para conseguir ficar de pé e Safira já tinha galopado para longe e a cobra seguido viagem.

Minhas pernas tremiam terrivelmente e sentiu uma umidade descendo por minha coxas. Observei em horror meu vestido verde ficar lentamente vermelho vivo à medida que ficava empapado de sangue.

Quase não reconheci o grito estridente que saiu de minha boca. Caí de joelhos, lágrimas escorriam livremente por meu rosto, lavando o suor e poeira de um dia inteiro na estrada.

“Não.” Sussurrei, minha mão agarrando o tecido acima de minha barriga. “Não, por favor, não.” Meu bebê, o bebê de Jasper. Soluços dominaram meu corpo e me dobrei em posição fetal para conseguir respirar. Eu o perdi. Na tentativa de encontrar Jasper eu perdi a única coisa que ele havia deixado para mim, a única coisa que sobrara dele.

O crepúsculo deu lugar à noite, mas não saberia dizer a quanto tempo estava deitada no meio da estrada. Horas se passaram, ou talvez apenas alguns minutos, o tempo já não fazia sentido.

Uma brisa sobrenatural me atingiu e quando me dei conta, um homem me observava agachado perto de meu rosto. Ele era lindo, tinha a pele clara como porcelana e os cabelos negros lhe caiam no ombro. Usava somente uma calça folgada e seus músculos se destacavam no abdome. “A estrada não é lugar para uma senhora desacompanhada.” Ele disse simplesmente, sua voz soando como sinos em minha cabeça. Respirou profundamente e sua cabeça vacilou em direção ao sangue seco em minhas pernas e vestido.

A escuridão era quebrada apenas pela luz da lua, o suficiente para que eu visse seus olhos vermelhos como os de um demônio, sei que deveria ter medo, meus instintos me diziam para temê-lo, mas ao invés disso tive esperança. Esperança de que ele me mataria, pondo fim ao meu sofrimento.

“Você realmente deseja a morte?” Não percebi que falara em voz alta até aquele momento.

“Eles se foram.” Disse simplesmente, minha voz rouca e feia se comparada à dele.

“Posso de dar algo melhor.” Ele sorriu sinistramente e se inclinou em minha direção, até que seu rosto estava a meros centímetros do meu, seu hálito me deixando tonta. “Veja bem, eu normalmente posso fazer as pessoas me verem da maneira que eu quiser. Não mudo fisicamente, somente mudo a percepção que as pessoas tem de minha aparência física. Mas isso não funciona com você, não é?” Acho que entendi o que ele quis dizer, eu não deveria ser capaz de ver seus olhos vermelhos. Neguei com a cabeça. “Qual seu nome?”

“Isabella.”

“Seu sangue canta para mim, doce Isabella, eu realmente espero conseguir me controlar, você será especial.”

Dito isso ele afundou seus dentes em meu pescoço. Minha visão começou a falhar à medida que meu sangue era drenado, mas então ele parou, afastando-se de mim como se estivesse com dor. Foi aí que a queimação começou.

“Vamos, pequena, você ganhará muitas guerras para mim.” Ele disse ao me pegar no colo e silenciar meus gritos com sua mão.


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Notas finais do capítulo

Agora eu sei como JK se sentiu ao ver duas pessoas vestidas como Remo e Tonks quando ela sabia que os dois morreriam. Sinto muito ter dado esperanças quanto ao filho de Bella :( Mas emfim, o que acharam??