Fui acusada de agressão, roubo e ameaça. Jane fez queixa contra mim, afirmando que eu roubei o pacote, eu fiz o pacote e o enderecei a ela, mas isso não colou com o delegado. Ele também não engoliu a história do amor da minha vida e tal. Revirou os olhos a maioria do tempo em que eu estava falando.

– Um advogado foi solicitado para você. - ele diz rabugento.

Suspiro, pelo visto Charlie ou Renée haviam pagado algum advogado para me tirar dali. Um rapaz entrou na sala depois de três toques na porta e entregou um papel ao delegado.

Ele leu rapidamente.

– Parece que está com sorte hoje, Srta. Swan. Pagaram a sua fiança agora pouco. - ele diz ainda rabugento. - Austin, arrume os papeis com o advogado da Swan e libere-a.

Respirei aliviada.

Mas nem imagino da onde Renée e Charlie tiraram 50 mil dólares para a minha fiança, é muito dinheiro.

Quando pego os meus pertences novamente e a minha arma, que não foi apreendida porque não foi disparada e tenho habilitação para tê-la, vejo Charlie com Sue, Phil e Renée, Carlisle e Esme e no fundo Alice.

– Oh Deus, Bella. - Mamãe me abraça apertado. - Que diabos aconteceu?

Charlie se aproximou seu olhar se aliviando a me ver bem.

– Presa, Bella... Meu Deus que susto que eu levei. Se não fosse maior de idade eu te deixaria de castigo mocinha.

Aperto-os mais.

– Desculpe, mas eu tive que fazer alguma coisa. - respondo sem entrar mais em detalhes. Acho que eles já sabem a história.

– Quando pedi para consertar o erro eu não disse que era para você ir para a cadeia, Isabella. - Renée me repreende.

– Não precisavam ter pagado a fiança eu poderia ter ficado lá e pagado pelos meus erros, era o justo a se fazer.

Charlie e Renée se entreolharam e isso fez com que eu olhasse de um para o outro alternadamente.

– O que? pergunto.

Eles balançam a cabeça.

– Nós não conseguimos todo o dinheiro a tempo, não pagamos a sua fiança por isso recorremos ao advogado.

Olho para Carlisle, Esme e Alice.

– Vocês fizeram isso? pergunto baixinho.

Os três fazem que não com a cabeça.

– Nós iriamos fazer isso, mas alguém chegou a nossa frente.

Vou até a bancada policial e chamo atenção de uma mulher pequena e um pouco velha.

– Poderia me dizer quem pagou a fiança de Isabella Swan? pergunto.

Ela vasculha os papéis rapidamente e me estende um papel que havia sido preenchido e assinado em uma caligrafia perfeita demais.

Meu coração perdeu uma batida quando vi o nome no final da folha.

Edward Anthony Masen Cullen.

Abaixo o papel, meu corpo estava pesado demais para segurar isso. Depois de tudo o que eu o fiz passar, eu nunca imaginaria que ele faria isso por mim, mesmo com o meu discurso no palco...

Pego a folha, essa era a minha sentença... Carregar a culpa pelo que fiz pelo resto da vida. Por favor, alguém me leva pra cadeia de novo? Imploro mentalmente.

Eles estão esperando ansiosamente, entrego a folha para o olhar curioso de Renée e vou até os Cullen no fundo.

– Edward pagou a minha fiança. - digo baixinho para eles. - Eu me sinto tão envergonhada... Vocês não podem ser tão bons assim para mim, isso... Eu fui uma péssima pessoa para vocês, os julguei, machuquei o filho de vocês, os expus... Eu deveria estar de joelhos para pedir perdão...

Carlisle levantou a mão me parando enquanto eu tagarelava descontroladamente já perdendo o rumo da minha emoção.

– Bella... Bella... Pare com isso. Não nos deve desculpas, você fez o que achava certo pra você, mas se redimiu quando notou que tinha algo errado. Você salva a nossa família porque você salvou o nosso filho e não sabe o quanto sou grato a você por isso. Edward era um caso perdido, mas ele encontrou em você uma luz... Ele está ferido, mas você pode consertá-lo.

Sinto um aperto no peito.

– Onde ele está? pergunto ansiosa.

Eles dão de ombros não respondendo.

– Ele não quis falar com ninguém desde que saímos da palestra. - Alice responde.

Levo a mão à cabeça.

– Ele não quer me ver... - o choro vem instantaneamente. - Preciso achá-lo.

Corro para fora da delegacia e olho em volta. Está cheio de fotógrafos, Alice aparece atrás de mim e grita para eles.

– Saiam da frente, parasitas! Antes que eu quebre a câmera de cada um!

Ela abaixa minha cabeça e pede para eu andar rápido e então me vejo dentro de um Porshe amarelo canário.

Alice entra do outro lado e então acelera deixando fotógrafos para trás.

– Eu sei onde ele está. - ela diz. - Ele pagou a fiança e disse que quer ficar sozinho, mas não vou engolir mais essa. Faça o que for possível, se vire nos trinta, mas quando eu te deixar lá quero ver vocês voltarem como um casal, se Edward chegar em casa sem você eu juro, Isabella Swan, eu caço você e as coisas vão ter que ser a força, você está me entendendo?

Alice era ameaçadora quando falava assim, principalmente quando estava dirigindo há mais de cem quilômetros por hora.

– Sim, senhora. - resmungo. - Obrigada, Alice. Por tudo o que está fazendo por mim.

Ela sorri satisfeita e para em frente a um edifício simples.

– Esse é o apartamento que ele comprou para ficar sozinho. Ele usava para fugir e se isolar às vezes. Ele está lá tenho certeza. Apartamento 2013. Vá!

Abri a porta e corri para a entrada do edifício, o porteiro indicou os elevadores quando eu lhe disse que estava a mando de Alice Cullen.

Subi para o quinto andar, eu estava saltitando nervosa, mas determinada a falar com ele. Eu sabia que havia quebrado o coração dele com o meu iceberg no peito, mas agora que ele descongelou estou sentindo tudo pelo que me privei, ele estava batendo dentro do meu peito, lançando o sangue quente que circulava em minhas veias, eu estava amando.

Andei pelo corredor olhando as portas, meu coração está acelerado, tenso sobre o tecido, batendo descompassado, na verdade, acho que ele está quase parando.

– Respire. - falei a mim mesma quando cheguei à porta 2013.

Ergui o punho e bati uma vez, tinha um olho mágico então fiquei de lado porque eu sabia que se ele me visse, com certeza ele não abriria a porta. Ouvi algo se remexer lá dentro, um resmungo baixo e a fechadura da porta sendo puxada.

– Alice Mary Brandon Cullen Hale, eu te avisei que se voltasse aqui eu iria te jogar por aquela janela sua baixinha irritante! - ele está se fingindo de bravo, mas isso me congela, ele estava ali...

Edward para quando me vê, vejo sua pupila se dilatar e ele congelar no lugar assim como eu.

– Ehh... Oi. - experimento dizer. Ele não responde nem nada disso. - Podemos conversar?

Edward ainda está petrificado, olhando-me sem nenhum expressão é como se sempre que ele me visse perdesse todo e qualquer sentimento.

– Por favor. – peço.

Edward abre a porta e dá um passo para o lado para que eu pudesse entrar, meu coração bate mais acelerado quando passo por ele.

Edward não fecha a porta, ele a mantem aberta e isso me é um aviso claro de que ele ainda não estava aberto a me deixar ali.

–Diga o que quer logo e vá embora. ­– sua voz é dura.

Entrelaço minhas mãos na frente do corpo sem jeito.

–Acho que isso é a sua resposta pelo que fiz e eu entendo, realmente entendo Edward. – não consigo olhar direito para ele.

– Você pagou a minha fiança... Estou tão envergonhada por isso, depois de tudo o que lhe fiz... Eu prometo que vou devolver cada centavo.

– Pare com isso. – ele responde ergo o olhar para ele.

Respirei fundo.

– Eu fiz uma besteira enorme e cometi um erro enorme, mas eu estou tentando me desculpar... Sei que é difícil para me aceitar de volta porque magoei você, mas quero que saiba que não irei desistir. Eu vou lutar por você, Edward.

–Não há mais pelo que lutar Bella. – seu rosto era repleto de sofrimento. – Eu paguei sua fiança em consideração a Renée e Charlie, só.

Isso me doía mais do que qualquer outra coisa, sua rejeição era esperada, mas eu nunca imaginaria que um dia iria cair por um homem e doeria tanto uma rejeição.

Sempre fui forte e fria, mas agora eu estava sendo duplamente quebrada pelo homem que eu amava pela primeira vez na vida... E isso era culpa minha. Eu não podia parar um segundo sequer de me martirizar por tamanha bobagem que cometi e agora o arrependimento me corroía como ácido.

–Não faça isso, por favor. – peço.

–Não tem como não fazer, Bella.

–Me perdoe.

–Não.

–Eu te amo!

–Prove.

Olhei para os lados buscando inspiração e talvez coragem, essa era a minha chance.

Apoiei um dos joelhos no chão.

–Eu te amo Edward Anthony Masen Cullen! – grito enquanto olho fundo nos seus olhos, de repente a frase brota dos meus lábios involuntariamente e percebo que ela é mais que verdadeira. - Você quer casar comigo?

Seguro sua mão com toda a força que consigo enquanto ele olha para mim paralisado.

–Não interessa se não estou seguindo o roteiro, eu só quero você, só quero estar com você, quero para sempre.

Fico esperando uma reação dele, parece uma eternidade que estou naquela posição quando de repente ele diz “Foda-se” e agarra minha nuca com uma mão me erguendo e girando até minhas costas baterem na porta e ela se fechar. Sou prensada com seu corpo enorme.

– Isabella um dia você ainda vai me matar, eu juro que vai. – ele encosta a testa na minha. – Eu te odeio tanto, tanto, tanto.

Estendi a mão para tocar seu rosto, mas ele não deixou, minha mão voou para a madeira da porta ao lado da minha cabeça prensada por uma mão grande e gélida.

– Não. Eu toco você, você não me toca. – ele diz. – Sra. Cullen.

“Sra. Cullen”. O sorriso perverso dele neste momento fez com que todos os ossos do meu corpo derretessem, minhas pernas ficaram bambas.

– Então isso é um si-im? pergunto gaguejando.

Os lábios dele esmagam os meus em um ritmo frenético e intenso e então se afasta rapidamente.

– Isso é um sim. – responde e volta a me beijar.