Pesadelo | Amor Imortal 01 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 59
Capítulo 60


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, já deixo um aviso (bom ou ruim) de que a fic está entrando em seus últimos capítulos e logo, logo ela estará finalizada :(



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Ellylan estava com o seu corpo em cima do de Maximus, o arcanjo a segurava com força contra ele enquanto ela mantinha seus lábios junto com a pele quente e sensível do pescoço dele. Elly não se cansava de beijá-lo com carícias simples e se ela tivesse que ficar nessa posição durante horas, isso nunca séria um problema.

Já era dia lá fora e desde que o arcanjo se manteve em silêncio quando Ellylan acordou e se moveu para cima dele, ela não viu nenhum problema em mimá-lo um pouco antes de se levantar para encarar a única realidade de que o anjo a baixo dela era o imperador do inferno.

O arcanjo ainda estava com seus olhos fechados apesar de estar acordado e a segurando entre seus braços, mas nada poderia tirar a imagem da cabeça de Elly de que Maximus era como um felino preguiçoso. Na verdade, ninguém acreditaria nela se tivesse ousadia o suficiente para dizer que o homem que governava o inferno era como uma criança para se levantar da cama quando de manhã. No entanto, a parte iludida de Ellylan aprovava que o anjo loiro fosse um preguiçoso que dormia sem nenhuma camisa escondendo o seu corpo.

— Maximus,— Ela falou o nome dele enquanto beijava seu maxilar.— Me solte.—
— Eu posso fazer isso mais tarde.— Ele murmurio, segurando-a no lugar quando Ellylan tentou se afastar.— Apenas continue.—

Ellylan parou de encher esse arcanjo de beijos e depois que alguns segundos passaram, Maximus abriu seus olhos para encará-la. Em seus olhos azuis existia o desejo que qualquer homem tinha por sua mulher e se Elly não soubesse que eles precisavam se levantar, ela gostaria muito de se afundar nesse desejo incontrolável que manchava o olhar dele.

Um sorriso se formou nos lábios dela quando o anjo loiro apenas continuou a olhando e como sua única resposta, Maximus ergueu sua cabeça do travesseiro para que pudesse beijar a ponta do nariz de Ellylan de maneira carinhosa.


Nada, simplesmente nada, poderia fazer ela mudar de ideia sobre a sua escolha de permanecer ao lado desse arcanjo. Sua vida esquecida era uma droga, a sua nova também poderia ser desde que muitas coisas precisavam ser esclarecidas ainda, mas se Elly tivesse escolhido voltar para o seu verdadeiro mundo, ela não teria mais Maximus.

E para sua mente, isso era motivo suficiente para ela permanecer onde estava.

Nos braços de um arcanjo que a amava.

Ellylan abaixou seu rosto para que seus lábios tocassem os de Maximus lentamente e antes que o anjo tivesse a chance de transformar aquele beijo em algo mais apaixonado, ela desviou sua boca em direção do pescoço dele novamente. Se Elly permitisse que o arcanjo do inferno a afogasse em seus encantos, eles realmente não se levantariam daquela cama e ela sabia disso pelo simples motivo de ter acontecido a mesma coisa no dia anterior.

Escorregando seus lábios por uma veia pulsante do pescoço de Maximus de uma maneira bem persuativa, Ellylan chegou até o ombro nu do anjo.

— Você não está fazendo com que eu sinta vontade de levantar, Elly.— Ela escutou as palavras sussurradas dele e apenas para provocá-lo desde que o arcanjo judiou dela o suficiente na noite passada, Elly permitiu que Maximus sentisse seus dentes em sua pele.

E no momento que o arcanjo suspirou a baixo dela, foi como se uma pequena trava em sua mente tivesse sido solta.

Ellylan perdeu o controle do seu corpo e até mesmo da sua mente, tudo se tornou um grande buraco negro por alguns segundos e a próxima coisa que aconteceu depois que voltou para o presente, foi sentir um liquido grosso e quente em sua boca.


O corpo inteiro de Maximus ficou rigido a baixo dela e quando juntou todas as peças que faltaram em sua mente durante os segundos que ficou presa no buraco negro, Elly ficou hororrizada com ela mesma.

Principalmente quando sua primeira atitude foi engolir o sangue do anjo que estava em sua boca ao invés de cuspir pra fora. Maximus levantou seu corpo da cama no momento em que ela tirou seus dentes do ombro dele e quando Ellylan tentou se afastar após ver a marca profunda que deixou nele, mesmo que estivesse se curando rapidamente, ele a segurou por seu braço.

— Não.— Aquilo foi um aviso sério para ela ficar e não fugir dele.

Ellylan levou sua mão até sua boca quando sentiu que algo estava escorrendo por seus lábios e seu primeiro pensamento que veio a sua mente após sentir o liquido em sua pele, foi a vontade de querer mais do sangue que bebeu. E diferente de quando ela comia algo que se tornava cinzas em sua boca, ter engolido o sangue de Maximus fez com que Elly comparasse aquilo com o doce mais gostoso que já existiu.


Maximus...— Ela falou o nome do arcanjo de maneira trêmu-la. Era mentira dizer que não estava assustada, principalmente quando olhava para o anjo sujo de sangue. E Ellylan sabia que se tirasse sua mão de frente da sua boca, mais sangue estaria a manchando.
— Está tudo bem, Elly.— O arcanjo disse de maneira carinhosa para acalmá-la, um sorriso crescendo em seus lábios.— Eu não me importo se você é uma pequena c...— Naquele momento as palavras de Maximus morreram antes que ele concluísse sua frase, seu sorriso que havia crescido acabou tão rápido quanto elas.

O arcanjo do inferno ficou congelado por vários segundos antes que voltasse a falar novamente.

— Os sete pecados.— Ele repetiu as palavras de Edward.— Os sete pecados... Os antigos setes pecados.—
— O quê?— Ellylan perguntou mais confusa do que já estava, pois não se lembranva da palavra “antiga” sair da boca de Edward.
Mate-a em quanto ainda não é um monstro.”— Maximus repetiu as palavras do anjo insano.— “Humanos fazem parte dos sete pecados, eles se transformam nas transições.”

No entanto, nada estava fazendo sentido para Ellylan. O arcanjo simplesmente se perdeu nos seus pensamentos e ignorou a presença dela, pelo menos foi isso que ela pensava até Maximus se levantar da cama mais rápido que vento e a puxar junto com ele para fora do quarto.

Elly poderia ter se sentido constrangida pelo fato de Maximus tirá-la do cômodo quando usava um pijama tão curto, principalmente quando ambos estavam sujos de sangue. Os soldados que os olharam enquanto passavam por eles provavelmente imaginaram coisas únicas que nem mesmo Ellylan poderia fazer.

O arcanjo em sua frente a segurou por seu pulso para puxá-la e apesar dele estar usando força para isso, ela não falou nada. Afinal, Maximus não estava a machucando e mesmo que o modo que ele estivesse a tratando fosse um pouco desconsiderado, Elly também não podia dizer nada.

Ela estava ciente de que certas coisas nunca mudariam.

Maximus podia ser considerado o mais bondoso entre seus irmãos, mas também não era um principe.

Eles pararam de andar quando o arcanjo parou e abriu as portas duplas que os impediam de passar, Elly estava perdida desde que passou por vários corredores e ela sabia que nunca tinha estado nesse lugar antes e apenas confirmou quando o anjo abriu aquelas portas enormes.

Era uma biblioteca, uma biblioteca tão grande que Ellylan poderia se perder lá dentro com tanta facilidade quanto se perdia pelo castelo. Existiam três andares cheios de estantes com livros, as escadas faziam um formato de meia lua e apesar de serem grandes, elas não eram suficientes para esconder o labirinto de livros que estava em volta delas.

Maximus entrou na biblioteca e em um piscar de olhos, o anjo loiro já não era mais visto. Elly fez o mesmo que ele, mas fechou as portas em suas costas para que tivessem mais privacidade. E claro, para esconder a situação que ambos estavam.

Ellylan não se moveu do hall da entrada daquele lugar, ela estava apavorada demais com o fato de ter engolido o sangue de Maximus para que se perdesse em meio de tantos livros. Elly se manteve imóvel enquanto seus pensamentos a atormentavam e depois que o arcanjo do inferno mencionou as palavras de Edward, ela não conseguia tirar da sua mente a parte em que ele falou que se tornaria um monstro.

Saber que algo estava errado não era mais uma ilusão que a assustava, mas imaginar no que estava se tornando a deixava com medo.

Maximus surgiu de entre as estantes com um livro grande em suas mãos e Ellylan pode ver que suas páginas estavam tão amareladas que chagavam a ser quase marrons de tão antigo que ele era. O anjo se moveu até estar próximo de uma mesa para colocá-lo sobre ela, seus olhos azuis passaram por Elly naquele momento e antes de abrí-lo para achar o que procurava, ele a encarou durante vários segundos antes de falar.

— H.A.R.A— Ele falou as letras daquela palavra misteriosa que ainda não estava completa.— Eu imagino que sei o que isso significa. Na verdade, tudo o que Edward falou faz sentido agora.—
— Você sabe o que esta acontecendo comigo?—
— Sim, essa palavra está relacionada a você e ao passado que nem mesmo eu cheguei a conhecer.— Maximus abriu o livro naquele momento, seus olhos azuis correndo pelas palavras depois de encontrar a sua página.— Tudo o que sei foi por base de estudos em livros antes de me tornar um arcanjo.—
— Eu não quero saber, mas não posso evitá-lo também, não é mesmo?—
— Não, Elly.— A resposta dele foi rápida.— E eu realmente sinto muito.—

Ellylan desviou seus olhos de Maximus, seus sentimentos se tornaram uma grande onda que estava varrendo qualquer coisa que pudesse estar próximo de calma. E antes que ela pudesse dizer para o arcanjo em sua frente esperar até que ela estivesse pronta para ouvir suas palavras, Maximus foi muito mais rápido.

— Haragia, essa é a palavra.— Ele falou, o que não fez nenhum sentido.— Haragia é o primeiro pecado de uma antiga lista dos sete pecados capitais. Tão antiga que a humanidade não existia e como eram monstros que constituiam a Terra, ela foi feita por base da vida que existia lá.—
— E o que significa haragia, Maximus?—

O arcanjo segurou seu olhar em silêncio e em seus olhos ela pode ver que Maximus não queria dizer o que aquela palavra significava.


— Apenas fale.— Ellylan sussurrou.
— Canibal.— Maximus a atingiu com a verdade.— Haragia significa canibalismo.—

Aquela única palavra bateu contra Elly de uma maneira semelhante a uma surra e após vários segundos se passarem entre eles, ela conseguiu soltar a sua respiração que havia prendido por não saber como reagir diante dessa informação surreal. Era obvio que sua mente não queria aceitar esse fato, mas desde que não podia se enganar sobre a sua atração por sangue, não tinha como não compreender tudo isso que o arcanjo estava dizendo.

Mas...

— Eu não sinto fome.— Ellylan tentou convencê-los de que aquilo não era verdade.— Eu nunca senti fome, nem mesmo quando o mordi... Eu não sei por que engoli o seu sangue, mas... Eu não...—
— Esse livro fala sobre o canabalismo, sobre os seres vivos que nasceram com esse pecado dentro deles.— O arcanjo a cortou rapidamente.— Ele diz que no momento em que a pessoa faz sua primeira alimentação, além de se tornar imortal por completo, ela vai passar a desejar a carne como qualquer outro animal carnívoro.—
— E se...— A garganta dela ameaçou se trancar naquele momento, mas Elly estava tão cansada de agir como uma vitima que não permitiu que aquilo acontecesse. — E se eu não comer?—

Ellylan não sentia fome, ela podia se manter assim durante muito tempo...

— Você irá morrer.—
— Por quê?— As lágrimas que surgiram em seus olhos deixaram sua visão embaçada, mas ela não piscou para derramá-las. Chorar parecia muito pouco e miserável diante de tudo o que estava ouvindo.— Por que, Maximus?—
— É como se você estivesse em um estado de hibernação... Meia imortal, meia mortal.— Ele tentou explicar.— E essas duas coisas não conseguem se manter vivas quando estão juntas. Você terá que escolher qual delas irá matar, Ellylan, antes que a natureza tome a atitude mais fácil que existe para todos.—
— Então...—

Naquele momento as portas da biblioteca se abriram novamente, o que fez Ellylan ficar em silêncio mesmo quando ela não tinha muito o que dizer. Dimitrius entrou no cômodo com uma expressão séria em seu rosto e ela quase se encolheu devido ao fato da sua presença ter trazido mais tensão ao ambiente.

— Nós precisamos conversar.— O arcanjo da humanidade olhou para Maximus, mas também olhou para Ellylan e ele não precisou dizer mais nenhuma palavra para que ambos soubessem que o assunto que o trouxe até o inferno era algo que a envolvia.


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