Lenda de Nico escrita por Bruno Leão


Capítulo 3
Capítulo 3 - Sonho


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora.

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Jardim das estrelas? Um cachorro falante? Princesa? Aquilo tudo me deixou mais confuso ainda.
— Pois é, carinha, você tá ai apagado faz um bom tempo. —Lupus disse enquanto dava um tapinha nas minhas costas. Aquilo era muito estranho, ele era um cão de porte médio e parecia uma miniatura de lobo. Pelo acinzentado e olhos tão castanhos que pareciam avermelhados.
—O que isso?! Eu só posso estar sonhando. — Não tinha como aquilo estar acontecendo de verdade.
— Por que você acha isso? — Lua estava sentada ao meu lado na pedra.
— Como é possível esse lugar com essas flores? O mundo que eu conheço está em ruínas, não tem um sinal de vida, só destruição. E aqui tem até isso! — Apontei para Lupus, com certeza aquilo era um sonho.
— Talvez você esteja falando do Reino Sombrio, o lugar é sinistro e está sempre em guerra atacando os outros reinos e destruindo tudo. Espera "isso" sou eu? Quer treta moleque? — Lupus levantou as patas e deu saltinhos de boxeador.
— Isso é loucura! Vocês não falam coisa com coisa. — Cada explicação deles só me deixava mais confuso.
— Tudo bem, só existe uma forma de saber se isso tudo é sonho. — Lua me beliscou.
— Ai! Pra que isso?
— Doeu? ­— Disse Lua cutucando onde havia beliscado.
— Não, eu só não esperava por essa.
— Se você sentiu, é porque está acordado. — Ela deu um tapinha no meu ombro.
— É assim que se faz! — Lupus estava gargalhando.
— Isso não justifica as loucuras que vocês estão falando. Já é loucura um cachorro estar falando.
— Eita implicância! —Lupus fechou a cara.
— Se quiser eu te belisco de novo, só pra confirmar. —Ela disse rindo.
— Não precisa eu estou bem, ou quase. — Se não era um sonho a coisa começava a se tornar preocupante. Eu estava tendo alucinações?
— Só pra esclarecer: eu não sou exatamente um cachorro. Mas isso não é algo que eu deva lhe explicar. — Lupus estava sentado se coçando como fazem os cachorros.
— Olha você parece bem confuso. que tal sairmos e você vê com seus próprios olhos? — A menina ficou de pé e estendeu a mão.
— Ótimo! você faz o tour com ele, que eu vou atrás de alguns queijos selvagens.
— Eu não vou nem perguntar o que são queijos selvagens. — Segurei a mão dela. Porém na hora de levantar meus joelhos não houve sustentação dos meus joelhos e caí mais uma vez.
— Hum, seus joelhos. Já tinha me esquecido. — Ela tocou minha testa com dedo indicador. Uma luz azul começou a brilhar, e meu corpo começou a ficar mais leve.
— O quê?! — Eu estava flutuando.
— Nós íamos voando de qualquer forma . — Ela estava flutuando também e aquilo parecia não surpreendê-la.
— Certo, isso eu não posso ignorar. Como estamos flutuando?
— Eu posso controlar a Luz. — Lua levantou a mão e uma esfera de luz se formou em sua mão.
— Uau! — Fiquei maravilhado. — As coisas vão ficando cada vez mais inacreditáveis a cada explicação. Isso é magia?
— Talvez. Vamos! — Ela deu ombros, segurou minha mão e nós começamos a tomar altitude.
Agora eu podia ver o Jardim por inteiro. O Lugar era bonito, flores cintilantes por todo o lugar e uma casinha de madeira modesta. Ao redor só era possível ver nuvens.
— Pra uma princesa você é bem modesta.
— Por quê? — Seguiu meu olhar. — Ah tá, minha casa. É que um castelo ocuparia o espaço das flores, e detesto essas coisas de princesa. Vestidos, castelos, bailes e príncipes interesseiros. Isso não é pra mim.
—Entendo.
Já estávamos longe do Jardim. A Paisagem era estranha, porém bonita. Um grande castelo cor de rosa que parecia ser guardado por máquinas de chiclete gigante. No horizonte era possível ver geleiras e na outra direção campos verdes. O clima parecia bem instável naquelas terras.
— Existem vários reinos é Ooo. O Reino Doce, o Gelado, e vários outros. Apesar de eu não ser amiga da maioria das princesas todos os reinos vivem em paz. Quer dizer, quase todos. — Enquanto explicava, apontava para cada reino. Alguns pareciam normais, outros bem bizarros, como o pequeno reino feito de caixas de papelão. O fato é que todos ficavam bonitos banhados pela luz amarelada do sol que estava se ponto. Por fim, ela mostrou a direção de uma densa névoa escura, onde o calor do sol parecia não alcançar. Demorei um pouco pra entender, pois o nevoeiro tampava tudo. A tempestade que pairava acima do lugar soltavam alguns relâmpagos que permitiam ver apenas a silhueta dos edifícios mais altos por alguns segundos.
— O Reino Sombrio? — A aparência parecia justificar o nome. Não parecia haver vida naquele lugar.
— Sim. O rei deles é um ser muito mal. Dizem que já foi o ser mais poderoso que existiu, mas está doente. Mesmo assim nada o impede de praticar sua maldade. Ele tem uns servos muito poderosos e conhecidos como Lordes Sombrios que estão sempre atacando os reinos, destruindo tudo e indo embora.
— Isso parece horrível.
— Ooo seria um lugar quase perfeito se esse Rei ficasse na dele. — Disse enquanto nos guiava para o chão.
—Já atacaram o seu jardim?
— Um Lorde já foi lá há muito tempo. Mas não chegou a destruir nada, parecia estar vasculhando e quando eu cheguei ele fugiu.
— Fugiu?
— Foi o que pareceu.
Estávamos quase chegando ao chão suavemente. Ainda era possível ter uma boa visão do lugar onde íamos, era uma clareira rodeada de grandes pinheiros verdes. Perto dos pinheiros havia um tronco partido ao meio com alguns tocos ao seu redor, parecendo uma mesa de piquenique e descíamos em sua direção.
— E este lugar? — Já havíamos pousado suavemente, nos encontramos sentados na mesa improvisada e com os pés nos tocos.
— Nada especial, só gosto de vir aqui pra pensar.
—É um lugar legal. — A floresta de pinheiros não era densa, era possiível ver o horizonte montanhoso através dela.
Ficamos algum tempo com nossos olhares e pensamentos perdidos na paisagem. Imaginava como fui parar naquele lugar, com certeza aquela não era o lugar de onde vim. Talvez eu tenha morrido e estou no paraíso. Uma dor imensa tomou conta da minha cabeça, flashes dos tempos de guerra, minha infância, do rosto assustador daquela criatura que me amaldiçoou. Uma torrente de imagens ruins e desordenadas.
— Ai! — Balancei a cabeça pra tentar afastar esses pensamentos.
— Que foi? — Ela se assustou, parecia estar com o pensamento bem longe tambem. E as imagens sumiram da minha mente.
— Foi só uma pontada que eu senti na minha cabeça, sabe?
— Sei é horrível. É como se algum mané estivesse estocando seu cérebro com um florete.
­— Eu ia dizer espetando com uma agulha, mas é uma boa referência também.
— Quem dera as minhas pontadas fossem só uma agulhinha. — Ela sorriu. Nos encaramos por um instante e caímos na risada. O sol lançava seus últimos raios de luz avermelhada por entre os pinheiros em nossa direção. E mais uma vez eu fiquei perdido na beleza dela. Tudo que eu tinha passado de ruim parecia numa outra vida.
Enfim o silêncio tomou conta do lugar. Percebi que ainda estávamos de mãos dadas. Ela parecia ter esquecido tambem.
— Tomara que não seja um sonho. — Pensei alto.
— O que você disse.
Fechei meus olhos, respirei fundo tentando aproveitar cada sensação daquele momento. O canto dos passaros, o cheiro da floresta, a mão quente dela sobre a minha. Tomara mesmo que tudo seja real.
— Eu? Nada, não disse nada.


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Notas finais do capítulo

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