Red [Hiatus Permanente] escrita por Tereza Magda
Notas iniciais do capítulo
Eu estou meio fora de órbita então nem sei dizer se essa oneshot ficou boa ou não. Me desculpem qualquer coisa.
Alguns leitores que já me acompanhavam sabem que minha gatinha foi atropelada a pouco menos de um mês. Enfim, hoje ela simplesmente desfaleceu. Já estava a um bom tempo sem comer absolutamente nada e hoje estava no chão como se já estivesse morta. Eu nem sei se ela ainda está viva, não aguentei vê-la sofrendo tanto. Ela era tão linda, tão sapequinha. Meu coração está despedaçado.
Enjoy!
Treacherous— Traiçoeiro
Coloque seus lábios perto dos meus
Desde que eles não se toquem
Fora de foco, fora de olhares
Até a gravidade é demais
E eu vou fazer qualquer coisa que você disser
Se você disser isso com suas mãos
Eu seria inteligente para andar para longe
Mas você é areia movediça
Esse declive é traiçoeiro
Esse caminho é imprudente
Esse declive é traiçoeiro
E eu eu eu gosto
Eu não consigo decidir se isso é uma escolha
Sendo varridos para longe
Eu escuto o som da minha própria voz
Pedindo para você ficar
E tudo que somos é pele e ossos treinados para ir junto
Sempre indo com o fluxo, mas você é um atrito
Esse declive é traiçoeiro
Esse caminho é imprudente
Esse declive é traiçoeiro
E eu eu eu gosto
Dois holofotes iluminam as noites acordadas
E eu vou pegar vou pegar você sozinho
Seu nome ecoou pela minha mente
Eu só acho que você deveria, que você deveria saber
Que nada que é seguro vale a pena a viagem e eu iria
Eu iria seguir você, seguir você até em casa
Eu iria segui-lo, segui-lo até em casa
Essa esperança é traiçoeira
Esse devaneio é perigoso
Essa esperança é traiçoeira
Eu eu eu, eu eu eu, eu eu eu
Dois holofotes iluminam as noites acordadas
E eu irei te pegar, te pegar sozinho
Seu ecoou pela minha cabeça
E eu apenas acho que você devia saber
Que nada seguro vale a pena a viagem e eu iria
Segui-lo, segui-lo até em casa
Eu iria segui-lo, segui-lo até em casa
Eu iria segui-lo, segui-lo até em casa
Eu iria segui-lo, segui-lo até em casa
Essa esperança é traiçoeira
Esse devaneio é perigoso
Essa esperança é traiçoeira
Eu eu eu, eu eu eu, eu eu eu
Dois holofotes iluminam as noites acordadas
E eu irei te pegar, te pegar sozinho
Seu nome ecoou pela minha mente
E eu apenas acho que você devia saber
Que nada seguro vale a pena a viagem e eu iria
Segui-lo, segui-lo até em casa
Eu iria segui-lo, segui-lo até em casa
Eu iria segui-lo, segui-lo até em casa
Eu iria segui-lo, segui-lo até em casa
Esse declive é traiçoeiro
Eu eu eu gosto
— Apanhe seu casaco — falei quando Peeta atendeu a porta com cara de sono.
— O quê?
— Não temos tempo pra explicações, corra, apanhe seu casaco de capuz e uma touca.
Peeta abriu mais aporta me dando espaço para entrar em seu apartamento e eu vi seus livros da faculdade sobre a mesinha em frente a tv. Sentei no sofá e Peeta foi fazer o que eu tinha pedido. Logo ele voltou com um moletom de capuz e uma touca preta
— Perfeito — falei ajeitando o capuz sobre os olhos de Peeta. — Agora vamos.
— Vamos aonde, Katniss?
— A um lugar. Não se preocupe — falei e o puxei pela mão. — Vem, o carro tá estacionado no fim da rua.
Peeta trancou sua porta e verificou a chave extra sob o vaso de plantas falsas. Descemos a rua caminhando de mãos dadas e logo estávamos em frente ao meu carro usado.
Sentei no banco do motorista e Peeta ao meu lado.
— Vai dizer agora para onde estamos indo?
— Não — retruquei. — Você, senhor Certinho, vai acabar estragando toda a minha diversão.
— Katniss, são — ele verificou no relógio de pulso. — quase três da manhã.
— Isso quer dizer que temos pouco tempo — falei e pisei a toda no acelerador.
— Diminua isso!
— Não!
— Estamos a 100 por hora!
— Não seja por isso... — falei e aumentei gradativamente e logo estávamos a 110 km por hora.
— Você está sendo infantil e imprudente — Peeta gritou. Ele ficava aterrorizado quando entrava em meu carro. — Diminua, ok?
Diminuí até 80 km e olhei para Peeta — Satisfeito?
— Muito — retrucou. — Agora olhos na estrada.
Ri e parei o carro bruscamente.
Tirei meu cinto e olhei para Peeta.
— Katniss — falou em tom de advertência. — Katniss, o que você está fazendo?
Mas eu não o respondi. Deslizei para fora do meu banco e passei uma perna de cada lado do corpo de Peeta.
— Katniss...
Aproximei meu rosto do dele e parei a centímetros de sua boca.
— Shhh... — olhei para os lábios de Peeta como já fiz mil vezes antes. Aproximei-me um pouco mais e beijei o canto da sua boca. Afastei meu rosto apenas para olhar dentro aquele azul que eu tanto amo.
Os olhos azuis de Peeta me encaravam escurecidos e eu sorri mordendo meu lábio inferior. Foi o suficiente para acabar com o pouco autocontrole que restava dentro dele.
— Coloque seus lábios perto dos meus — sussurrei. Os olhos de Peeta faiscaram e ele aproximou seu rosto do meu, que habilidosamente desviei e beijei seu pescoço. — Desde que eles não se toquem — Acrescentei. Ele encostou a cabeça no banco do carro suspirando. — Esse declive é traiçoeiro, esse caminho é imprudente, Peeta Mellark...
Tão fácil.
Beijei o lóbulo de sua orelha e o maxilar proeminente. Beijei sua bochecha e voltei ao meu assento.
— Estamos atrasados — falei afivelando o cinto.
— O quê?! — Peeta me encarou de olhos arregalados e parecia ter sido tirado debaixo de uma ducha gelada. — Você começa com esse joguinho e vai me deixar assim? — ele apontou para as próprias calças onde um volume era bem visível.
Ri um pouco — Eu faço qualquer coisa que você disser. Se você disser com as mãos.
Peeta soltou um gemido frustrado e pôs as mãos sobre a calça — Eu seria esperto se fosse para bem longe de você. Mas você é areia movediça.
Sorri e voltei a dar partida no carro.
Quando estacionei o carro perto do prédio abandonado, Peeta saiu do carro tirando o capuz.
— Nada disso, bonitinho — falei e coloquei de volta. — Não quer que a sua carreira de médico acabe antes de começar, quer?
— O quê? Onde nós estamos indo? É contra as leis?
— As leis sou eu quem faz — repliquei e puxei a touca para cobrir os olhos azuis. — Confie em mim.
— Eu não vejo nada — Peeta reclamou.
— Logo vai ver tudo, prometo — falei e segurei sua mão. Olhei no relógio de pulso de Peeta e ele dizia que estávamos mais perto do que eu imaginava do nascer do sol. — Droga. Vem, vem comigo — puxei Peeta avisando a eles sobre os degraus e Peeta subiu comigo as escadas até o terraço.
Ajudei Peeta a sentar em um engradado e sentei ao seu lado.
— Tire a touca dos olhos — sussurrei e Peeta obedeceu.
Observei os olhos de Peeta se arregalando pouco a pouco e por fim se virando para mim.
De todas as palavras que eu imaginava que ele fosse dizer, nunca imaginaria que fossem aquelas.
— Você ficou maluca de vez?! — Peeta gritou se levantando de supetão. — Isto é uma... Uma propriedade privada?! Eu acabo de invadir uma propriedade privada? Tem noção do que isso significa?
— Peeta — revirei os olhos. — Eu venho aqui às vezes. Não é nada demais. Nunca fui presa, fui?
— Essa não é a questão, Katniss! Eu estou, neste momento, infringindo uma lei! Isso pode me custar algumas noites na prisão, sabia? Fora, é claro, a fiança.
— Peeta! Quer parar de dar escândalo?
— Você é uma irresponsável!
— Você estragou tudo, seu grande imbecil! — apontei. — Eu, como a idiota que sou, queria ver o nascer do sol com você — apontei para o céu ainda escuro e ri sarcasticamente. — Mas obviamente o Doutor Mellark não se importa com ninguém além dele mesmo — e com isso virei furiosa para ir embora.
Eu abri a porta das escadas, mas quando pisei no primeiro degrau, a voz de Peeta me alcançou — Me desculpe, Kat. Desculpe-me. Não devia ter falado dessa maneira com você. Eu ando tão nervoso, são as provas finais de medicina... Estou aterrorizado. Fique comigo. Por favor.
Virei-me ainda zangada e caminhei até Peeta de braços cruzados em frente às costelas.
— Você é um grande imbecil — acusei e ele concordou com um aceno de cabeça.
— Eu sei. Mas tudo o que somos é pele e ossos treinados para ir junto. Sempre vamos com o fluxo, mas você é meu atrito, Katniss Everdeen — ele segurou meu rosto e me beijou brevemente.
Eu andei até a beira do prédio e olhei para baixo. Um carro passou e seus dois holofotes iluminaram a noite. Logo a luz se foi. Coloquei um pé em frente ao outro e desviei meus olhos para Peeta.
— Kat — ele sussurrou, como se temesse que se falasse alto demais provocasse um desmoronamento. —, o que você está fazendo? Sai daí, é perigoso.
Dei o primeiro passo. E em seguida outro.
— Ah, Peeta — me equilibrei em um pé só e Peeta deu um passo na minha direção. — Você já deveria saber que nada que é seguro, vale a pena a viagem.
Peeta me olhou por mais alguns segundos e me puxou pela cintura, fazendo-me cair sobre ele.
— Essa esperança é traiçoeira — ele sussurrou, os lábios próximos aos meus.
— Esse devaneio é perigoso — acrescentei.
Peeta inverteu as posições e me olhou por um longo tempo antes de dizer: — E eu gosto.
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Obrigada a quem leu às notas iniciais. Comentem, tá bem?
xoxo