Química escrita por Paulinha Almeida


Capítulo 4
Parte IV


Notas iniciais do capítulo

Chegamos ao fim de mais uma fic!
Nos vemos nas notas finais
Enjoy!



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Ainda estávamos deitados na minha cama, ofegantes e abraçados, quando o celular de Gina tocou. Ela virou-se o suficiente para pegar o aparelho no bolso da calça que estava caída por ali em qualquer lugar e se deitou ao meu lado novamente, levando-o ao ouvido.

—Oi Ron. - Cumprimentou como sempre o atendia, e eu fiquei em silêncio acariciando sua barriga. - Não, claro que não me esqueci. - Respondeu coçando a testa, com cara de que havia, de fato, se esquecido de algo importante. - Não, estou na casa do Harry, mas já estava indo embora. - Esclareceu e se virou para mim, com cara de quem se desculpa. - Ok, vou ver. - Falou mordendo a unha do dedão, preocupada. - Até, beijo.

Assim que encerrou a ligação ela se inclinou e colocou o aparelho sobre o criado mudo ao lado da minha cama. Ao se deitar novamente do meu lado Gina carregava uma expressão de quem não sabia o que dizer.

—O que foi? - Perguntei fazendo carinho em sua cintura e virando seu corpo de frente para mim.

Não era muito fácil me concentrar com ela nua ao meu lado, mas eu resolvi fazer um esforço e manter minha mão no máximo até a curva do seu quadril.

—Eu tinha marcado de jantar com Ron e Mione hoje, e esqueci. - Informou, ainda não me convencendo de que aquele era o tópico principal.

—Tudo bem, pelo visto ele ainda não chegou em casa, então da tempo. - Respondi, incentivando-a a continuar.

—Sim, mas... - Começou e fez uma breve pausa, durante a qual eu segurei o riso ao ver suas bochechas corarem diante de mim, como pouquíssimas vezes até agora. - Ele quer te... Ron pediu para que eu te levasse também. - Finalizou desviando um pouco o olhar e fitando meu peito.

Eu não estava realmente surpreso, porque na verdade eu sabia que se continuássemos nos vendo com frequência uma hora ele iria querer saber melhor quem eu sou. Para ser sincero eu estava feliz, porque ela concordou com o convite dele, só não esperava que a expectativa de conhecer a família dela, ou pelo menos uma parte da família, me deixaria um pouco nervoso.

—E você está com vergonha porque eu sou feio? - Brinquei para descontrair um pouco e ela riu, voltando a me olhar.

—Feio? Não vejo onde você é feio! - Afirmou me olhando de cima a baixo e eu ri também. - Não precisa, se você não quiser, eu...

—Não Gi, para! - Interrompi colocando minha mão sobre sua boca para que ela se calasse. - Claro que eu vou. Por que não iria querer? - Perguntei e ela deu de ombros. - Aonde vamos?

—Comida japonesa, mas não sei qual será. É um novo que a Mione quer nos levar.

—Ta bom, me da uns minutos que eu vou tomar um banho rápido e me trocar. - Grudei minha boca na dela rapidamente antes de me levantar e entrar no banheiro.

Minutos depois parei em frente ao meu guarda roupa, com a toalha enrolada na cintura, e passei as mãos pelos cabelos enquanto tentava me decidir o que vestir. Gina já havia colocado as roupas novamente, mas continuava deitada em minha cama, e riu quando eu baguncei meus cabelos pela terceira vez, sem sair do lugar.

—Pode vestir qualquer coisa. - Falou prendendo o riso, e eu ri olhando pra trás.

—É um momento difícil, esse. - Justifiquei e ela gargalhou.

Me virei novamente para frente e continuei parado, até que ela veio andando até mim e abraçou minha cintura, apoiando o rosto nas minhas costas e dando um beijo no meu ombro.

—Posso? - Pediu apontando para o meu armário.

—Por favor! - Permiti dando espaço para ela. - Fique a vontade.

Gina olhou um pouco para tudo que havia ali dentro e eu a observei se movimentar, muito a vontade. Incrivelmente, por mais ciumento que eu fosse com as minhas coisas (como todo filho único), não me importei que ela mexesse em uma coisa ou outra. No fim ela tirou uma camisa polo azul e uma calça jeans escura de lá de dentro e me entregou.

—Tome, se sua preocupação é o que vestir, com isso você estará mais arrumado que o Ron. - Respondeu e eu ri.

Ela olhou para baixo e me viu apenas de toalha, então sorriu sugestivamente e virou-se novamente para o meu guarda roupa.

—Como eu me esqueço dessa peça, né? - Ironizou abrindo minha primeira gaveta e encontrado todas as minhas cuecas ali dentro.

—Só branco e preto? - Questionou passando a mão levemente pelas peças dobradas. - Que monótono! - Afirmou tirando uma boxer branca e me entregando.

—Você esperava roxo? Vermelho? - Perguntei começando a me vestir, enquanto ela fechava as portas e ria.

—Melhor não, está bom assim nessa sua monotonia saudável. - Finalizou ainda sorrindo e se sentando na cama, de frente para mim, para me olhar enquanto eu me vestia.

Me troquei rápido, tentei arrumar os cabelos, calcei um tênis que estava por ali e vinte minutos depois já estávamos na garagem, dentro do meu carro e esperando que o porteiro abrisse o portão para sairmos em direção à casa dela. Nem dez minutos depois eu estava, pela primeira vez, cruzando o portão de entrada do condomínio onde Gina morava.

Passamos pelo hall meticulosamente decorado e aguardamos o elevador de mãos dadas, mas em silêncio. Eu tentava ao máximo não soar deselegante ou mal educado, mas a curiosidade de saber mais me fazia olhar tudo em volta, por isso, assim que entramos no apartamento consideravelmente mais amplo que o meu, eu agradeci mentalmente por Ron ainda não ter chegado. Ela abriu a porta e me deu passagem, entrando logo em seguida e trancando-a atrás de nós.

—Bom, é aqui que eu me escondo! - Falou parando ao meu lado e apontando para a sala ampla e bem decorada.

—Parabéns, é um belo esconderijo! - Elogiei e ela riu.

—Vem, vou te mostrar o resto da minha casa. - Falou já me puxando pela mão e indo por uma porta à nossa direita.

Passamos pela cozinha que era maior do que a minha e repleta de armários, sala de jantar com uma enorme mesa de vidro que parecia nunca ter sido usada de tão limpa, varanda que parecia quase um quintal, lavabo pequeno entre as duas salas, um quarto à esquerda que ela abriu a porta tempo suficiente para que eu visse apenas guarda roupas de todos os lados onde ela e o irmão guardavam as coisas, quarto do Ron ao fundo, onde não entramos, é claro, e chegamos ao quarto dela, à direita do corredor.

—E aqui é o meu quarto. - Anunciou empurrando a porta entreaberta e entrando à frente.

—Rosa? - Perguntei meio sem acreditar e ela riu, mas não falou nada.

A parede da cabeceira da cama era de um tom muito sutil de rosa, com roupas de cama de um tom um pouco mais escuro da mesma cor, e mais travesseiros do que eu julgaria necessário. Passamos entre a cama de casal e a TV enorme que havia em frente, e fomos até a porta do outro lado, para que ela me mostrasse o banheiro branco, mas com toalha e tapetes também rosa.

—Eu gosto dessa cor. - Justificou passando os braços pelo meu pescoço quando voltamos a parar em frente a sua cama, e eu ri. - Ron não queria que eu fizesse isso, mas eu o convenci. - Explicou piscando pra mim.

Nós rimos um para o outro e quando nossos lábios se tocaram, ao mesmo tempo que eu apertava um pouco mais sua cintura, uma voz atrás de mim me fez quase dar um pulo, e afrouxar imediatamente o aperto das minhas mãos.

—E eu tomaria cuidado se fosse você, ela é bem convincente quando quer.

Gina olhou para o lado calmamente e riu pra o irmão, eu me virei também para onde voz havia soado e encontrei um ruivo alto e sério, elegante e completamente vestido de branco, encostado ao batente da porta com uma morena baixa de cabelos enrolados, e muito bonita, abraçada à sua cintura e sorrindo abertamente para nós.

—Desculpem, a porta estava aberta. - Ela se desculpou sorridente.

—Não tem problema. - Gina afirmou, me puxando em direção a eles. - Que bom que chegaram! - Exclamou ao mesmo tempo em que ficou na ponta dos pés pra abraçar o irmão.

Eu observei como ele sorriu carinhoso ao abaixar a cabeça e retribuir quando ela jogou os braços em volta do seu pescoço, e num movimento automático, que me pareceu ser repetido com bastante frequência, virar o rosto para que ela o beijasse. A próxima a ser abraçada foi a moça que eu sabia se chamar Mione, e ela cochichou algo que fez a minha... aluna (?) rir.

—Ron, Mione, esse é Harry. - Apresentou, apontando para mim, e eu me senti corar quando dei um passo à frente e apertei a mão do homem à minha frente.

Quando fiz o mesmo e estiquei a mão para Hermione, ela desviou e me abraçou brevemente. Eu fiquei um tanto surpreso, mas retribui.

—Finalmente, Harry! - Exclamou depois de me soltar e eu ri se graça.

—Finalmente mesmo. - Ron concordou, já não tão sério. - Vou tomar banho, me dá meia hora e saímos. - Pediu e saiu em direção ao próprio quarto, após dar um beijo no pescoço da namorada.

No começo eu não sabia bem o que fazer quando ficamos só nos três no quarto, principalmente quando Gina foi até o cômodo ao lado para trocar de roupas, mas quando Ron voltou eu estava sentado confortavelmente na cama da sua irmã, com ela deitada entre minhas pernas e Hermione deitada à nossa frente, contando coisas engraçadas sobre o tempo em que estavam na faculdade e ela e Ron se enrolavam sem compromisso.

—Eu não te enrolava. - Ele se defendeu enquanto se ajoelhava no chão ao lado da cama e se debruçava sobre Mione, que riu.

—Mas eu sim! - Ela respondeu, nos fazendo rir. - Vamos? - Convidou se levantando, e a seguimos.

Ron sugeriu que fossemos todos no carro dele, e na volta eu passaria aqui e iria embora. O percurso não foi longo, mas o fizemos sem pressa em meio a muitas risadas e piadas de todos os lados.

No fim, o que eu imaginei que seria uma noite tensa, acabou sendo um dos meus encontros mais divertidos em meses. Ron e Mione não eram os médicos sérios e carrancudos que eu imaginei, e Gina era quase outra pessoa perto deles. Ela agia completamente espontânea, rindo e falando besteiras quando tinha vontade.

Voltamos para casa bem tarde nesse dia, e quando Ron estacionou o carro em frente ao prédio para que eu descesse, me despedi deles como se já os conhecesse a mais do que algumas horas e dei um beijo rápido em Gina, seguido de um “até amanhã”. Antes que eu chegasse ao meu carro ouvi a porta bater novamente e alguns passos apressados atrás de mim, quando me virei ela andava apressada em minha direção e o irmão já havia retornado para entrar na garagem.

—Estou me convidando para dormir na sua casa. - Explicou quando eu me virei para espera-la com olhar questionador.

—Será muito bem vinda! - Respondi sorrindo, e completamente feliz, antes de entrar no carro.

Passamos o sábado inteiro juntos, e Gina usou durante todo o dia apenas uma camiseta minha que a deixou insuportavelmente sexy e resultou em vários momentos de sexo pelo meu apartamento. No domingo eu não a vi, mas nos falamos por telefone alguns minutos.

Os dias seguintes se passaram tão rápidos, e em meio a tantas matérias novas que eu só me lembrei de falar sobre o meu aniversário na sexta feira, um dia antes. Nós dois estávamos na sala da minha casa, no final da tarde, e enquanto eu estava sentado no chão, com as costas apoiadas no sofá, Gina estava deitada sobre ele, bagunçando meus cabelos enquanto eu corrigia alguns exercícios que ela havia feito na noite anterior.

—Amanhã é meu aniversário. - Falei de repente, nem eu acreditando que havia esquecido.

—O que? - Perguntou incrédula, virando meu rosto para ela, ainda me segurando pelos cabelos.

—Ai! - Reclamei e ela riu, fazendo carinho no alto da minha cabeça. - É meu aniversário amanhã.

—E você me fala hoje? - Repetiu sua incredulidade. - Não acredito nisso!

—Esqueci de falar antes, desculpa. - Pedi e ela riu outra vez. - Eu e os caras da faculdade estamos querendo ir a uma boate comemorar. O que você acha? Só vamos se você quiser, se não fazemos qualquer outra coisa ou ficamos em casa mesmo...

Eu sugeri casualmente, dando de ombros, mas seja lá o que ela tenha entendido com a minha proposta fez seus olhos brilharem.

—Claro que eu quero ir! - Prontificou-se bastante sorridente. - Amanhã que horas?

—Não sei, umas dez da noite. - Respondi e ela concordou. - Se você quiser, eu te busco mais cedo, ai ficamos um pouco mais juntos, nos arrumamos aqui e saímos.

—Pode ser. - Concordou rapidamente.

Ela foi embora mais cedo que o normal, porque precisava escolher uma roupa. No dia seguinte pela manhã meus pais me ligaram e, depois de se lamentarem por não poderem vir me ver nesse ano, passaram horas querendo saber tudo sobre mim, e sobre Gina, enquanto eu fazia o mesmo com eles. Depois de dormir um pouco a tarde, eu a busquei as seis, como combinamos.

Gina entrou no meu carro carregando um nécessaire grande demais, um cabide envolto em um daqueles sacos protetores de roupa e jogou no meu colo, com um pedido de desculpas, um sapato de saltos tão altos que eu duvidei que ela conseguisse andar naquilo.

—Precisa mesmo tudo isso? - Perguntei em duvida e ela riu, me dando um beijo demorado.

—Precisaria de um pouco mais, mas eu resolvi não levar muita bagagem, para que o Ron não enfartasse, caso me encontrasse no corredor, pensando que estou me mudando. - Respondeu animada e eu ri, saindo em direção ao meu apartamento.

Namoramos um pouco no sofá e quando as coisas estavam esquentando demais ela pediu um tempo e saiu correndo em direção ao corredor, voltando minutos depois e carregando um embrulho azul nas mãos. Eu nunca soube reagir quando ganhava presentes, então fiquei imediatamente vermelho.

—Aah Gi... - Resmunguei e ela riu, se sentando de frente pra mim, entre as minhas pernas.

—Para, nem começa a reclamar. Eu acho que você nem vai gostar. - Defendeu-se e rimos. - Leve em consideração que você não me deu tempo hábil para comprar algo decente. Mas agora abra.

—Não se preocupe com isso. - Respondi abrindo primeiro o cartão.

“Para o melhor professor de Química de todos os tempos, e mestre em reações.

♡, Gi”

Eu ainda nem sabia o que havia no embrulho, mas só o cartão já havia me agradado bastante. Não contive o sorriso enorme enquanto desatava o laço e virava em minhas mãos uma embalagem transparente repleta de coisas para prender cabelo. Na verdade, eu nem sabia que haviam tantas opções assim para fazer um penteado.

Imediatamente aquele primeiro dia que ela dormiu aqui, quando pediu algo para prender seus fios ruivos, me veio à cabeça e eu não consegui deixar de achar sua escolha muito pertinente. E gargalhei com isso.

—Muito sugestivo! - Falei rindo, apontando para o pacote colorido em minhas mãos.

—Abra direito, tem outro! - Respondeu animada e rindo também.

Eu mal reparei que havia certo peso ali dentro ainda, e o estojo de madeira que caiu na minha mão era graciosamente gravado com um HP e guardava uma caneta elegante, daquelas que eu nunca sequer tinha pensado em ter. Mas que gostei bastante.

—Nossa! - Exclamei surpreso e sem saber o que dizer. - Obrigado.

—Eu não sabia o que comprar, desculpe se você não gostou. Mas é para quando você decidir o que quer fazer quando se formar. Seja o que for, precisará de uma dessa.

—Eu adorei. Mesmo! - Respondi sincero.

—Feliz aniversário, professor. - Gina desejou baixinho, provocante, se ajeitando em meu colo para ficar mais perto de mim.

—Obrigado, aluna. - Agradeci no mesmo tom, enlaçando sua cintura e grudando nossos lábios.

Ela correspondeu com o mesmo desejo que o meu, mas se esquivou pouco tempo depois e olhou no relógio. Eram oito da noite, e ela praticamente pulou de cima de mim porque precisava começar a se arrumar, ou não daria tempo.

—Mas ainda faltam duas horas! - Exclamei confuso.

—Eu sei. - Respondeu como se fosse óbvio. - Só parece muito, mas é pouco.

Eu a acompanhei até meu quarto e fiquei deitado assistindo TV e acompanhando seus movimentos vez ou outra, quando ela passava por ali, vestindo apenas uma calcinha pequena e um sutiã da mesma cor, preto. Nas duas vezes que tentei chegar mais perto ela não deixou, então desisti e me contentei em observar a paisagem.

Quarenta minutos antes do horário marcado eu tomei um banho rápido enquanto ela ainda se olhava no meu espelho, me troquei e voltei a esperar que ela terminasse. A ultima vez que Gina passou em minha frente, retornou ao banheiro levando o sapato e o vestido, ainda no cabide.

Faltando quinze minutos para as dez da noite ela abriu a porta e adentrou meu quarto novamente, anunciando que estava pronta. E ela estava linda. Linda demais, para nossa integridade física.

—Uau, você está linda... - Elogiei e ela sorriu amplamente. - Mas você vai assim?

Gina revirou os olhos e riu, vindo até mim.

—Claro que vou. Você mesmo disse que estou linda! - Explicou se sentando ao meu lado.

—É que você disse que gosta de homem ciumento. Estou exercendo meu papel. - Disfarcei meu ciúme bobo e me levantei, conduzindo-a até a porta e saindo logo depois.

Quando chegamos ao local marcado, a maioria das pessoas já havia chego, inclusive Dino e Cedrico. Eu os encontrei no bar, tomando uma cerveja cada um, e me aproximei abraçando Gina pela cintura. Nos cumprimentamos e eu a apresentei aos dois, que sorriram educadamente para ela, como mandam os bons costumes. Algum tempo depois que estávamos ali ela precisou ir ao banheiro e eu a vi se afastar, já prevendo os comentários.

—Cara, o que é tudo aquilo! - Cedrico exclamou e eu ri do seu olhar surpreso. - Quando você disse que sua companhia era boa, não pensei que fosse tanto assim.

Eu ri também, afinal era exatamente o tipo de coisa que ele falaria de qualquer pessoa fisicamente bem apessoada.

—Harry, sério, ela é muito gostosa. - Dino começou e eu me virei para ele, já prevendo o disparate que sua falta de bom senso soltaria. - Quando você se cansar dela me avisa, porque eu preciso pegar também!

—E quando você se cansar dos seus dentes, repita isso que eu arranco todos eles pra você. - Respondi sem nenhum resquício de humor, deixei minha cerveja sobre o balcão e saí em direção ao banheiro feminino.

Quando Gina saiu pela porta que indicava o toalete das mulheres estranhou me ver encostado na parede em frente, esperando-a. E como ela era um dos seres mais observadores que eu já havia conhecido, sua primeira reação foi franzir a testa e perguntar se estava tudo bem.

Por dentro eu ainda estava fervendo com a voz de Dino ecoando em minha cabeça, mas vê-la ali, preocupada e com as mãos espalmadas no meu peito me fez perceber duas coisas: Primeira – Gina é linda, e eu teria que me acostumar com a ideia de que outras pessoas olhariam para ela, eu gostando ou não. Segunda – Minha mãe estava certa quando dizia que eu seria extremamente ciumento, quando me apaixonasse.

—Claro, está tudo bem. - Respondi puxando-a para um abraço apertado e dando um beijo no alto de sua cabeça, que ficava logo abaixo do meu queixo. - Só vim te esperar. Venha, vamos dançar comigo.

O resto da noite correu bem, mas eu tomei o cuidado de não deixa-la muito exposta aos olhos do meu colega de classe. Eu não conversei muito mais com eles durante o tempo em que ficamos ali, e também não fomos embora tarde, porque como Gina havia sussurrado em meu ouvido durante uma dança mais sexy, ainda teríamos uma comemoração a sós.

Assim que entramos em minha casa, já nos agarrando em meio a um beijo faminto, ela se desgrudou de mim tempo suficiente para me deixar doido:

—É seu aniversário hoje, então você que manda. Como, onde... É só dizer!

Gina mordeu o lábio provocante quando finalizou, e mal sua frase acabou eu já estava levando-a pra o meu quarto de jogos e colocando seu corpo de costas para mim, apoiado na mesa, exatamente como na primeira vez em que ela esteve aqui. Como eu previa, aquela mesa verde não era mais o meu brinquedo preferido, embora a tenhamos aproveitado muito durante aquela noite.

No dia seguinte acordamos bem tarde, tomamos café juntos e ela precisou ir embora pouco depois do horário do almoço, porque como havia me dito, já fazia uns dias que não estudava algumas matérias humanas. Quando estacionei o carro em frente a sua casa para deixa-la, me lembrei de algo importante.

—Quando é o seu aniversário? - Ela me olhou desconfiada diante da pergunta, e eu me justifiquei. - Preciso de bem mais tempo que você para comprar um presente legal.

Ela riu com a minha resposta, mas respondeu mesmo assim.

—Daqui a onze dias, dia onze de agosto. Mas não se preocupe com isso, Harry.

Nos despedimos e eu fui para casa descansar, porque a noite havia sido extremamente bem aproveitada, mas muito mal dormida. No dia seguinte cheguei à faculdade ainda de cara fechada, mas as coisas foram voltando ao normal durante a semana.

Nos dias que se seguiram eu jantei na casa dela, mas só com Rony dessa vez porque Hermione estava de plantão, e outra vez fomos para lá passar o resto do dia, ao invés do meu apartamento, porque ele estaria de plantão até a manhã seguinte. Eu nunca imaginei que um quarto rosa seria tão convidativo!

Eu tentei encontrar algo sozinho, mas acabei ligando para minha mãe e pedindo ajuda com o presente de aniversário de Gina. No fim, de tanto eu não saber o que fazer ela acabou dizendo para que eu me preocupasse apenar com o cartão, pois ela compraria uma bolsa bonita e pediria para entregar na minha casa.

Dia onze de agosto eu dei aula normalmente durante à tarde, mas minha aluna preferida não compareceu porque passaria o dia com o irmão e a cunhada, e então nos encontraríamos apenas a noite, a sós porque ambos teriam plantão noturno. Encontrei os dois no hall de entrada, e após cumprimenta-los Ron abriu novamente a porta para que eu entrasse e me informou que achava que Gina estava no quarto.

Fiquei um pouco sem graça ao andar por ali sozinho, mas assim que bati na porta fechada do quarto dela, ouvi sua voz me mandando entrar. Ela ainda estava usando apenas lingerie, então me deitei em sua cama e esperei que terminasse, para logo depois leva-la ao nosso jantar.

Entreguei seu presente no carro, só nós dois, e a vi sorrir amplamente quando leu o meu cartão dedicado a mestre em me causar reações. Pela sua expressão eu percebi que ela havia gostado muito do presente que minha mãe escolheu, e durante o jantar eu confessei que o bom gosto não havia sido meu, e sim de Lily Potter. Ela só me respondeu que já imaginava.

Passamos a noite em um hotel que eu havia reservado, e embora ela tenha repetido que não era necessário tudo isso, mudou completamente de ideia quando viu o ambiente preparado para nós. No dia seguinte eu não fui à faculdade pela manhã, mas precisaria dar minha aula à tarde, então combinamos de sair direto daqui e ir juntos.

Nunca tentamos esconder de ninguém que tínhamos algo, mas também não escancaramos o fato diante de todo mundo, então muitos olhares se viraram para nós quando chegamos juntos, apenas para a aula que eu daria, já no meio do período, e ambos de cabelos molhados.

Assim que entramos uma garota cutucou a amiga, até então de costas, e essa nos olhou de cima a baixo, para então encarar Gina de uma maneira um tanto quanto superior e enraivecida. Quando olhei para a moça ruiva ao meu lado, ela exibia um sorriso tão grande, sugestivo e cínico para a colega de classe, que eu só consegui segurar o riso depois de muito esforço.

—Então a Srta. Ginevra também é ciumenta? - Perguntei baixinho para que só ela ouvisse, sem disfarçar a pretensão na voz.

—Não confunda, eu sou cuidadosa! - Respondeu orgulhosa.

Nós rimos um para o outro e eu me sentei em meu lugar, enquanto ela ia para o dela, ao lado de Luna, que nos encarava com uma expressão muito observadora e um sorriso de canto.

As próximas semanas passaram rápidas, e durante esse tempo Gina e eu evoluímos nosso relacionamento ao ponto de dormir periodicamente na casa um do outro, e Ron e eu nos tornamos amigos a ponto de tomar cerveja e assistir a alguns jogos juntos, tanto na casa deles quanto na minha. Hermione meio que ficava entre todos nós, mediando todas as relações e sendo uma companhia agradável e divertida.

Em meados de Setembro Gina havia progredido tanto em Química que me surpreendia, e a partir de Outubro começamos a fazer apenas revisões de todo o conteúdo. Apesar de não haver nada novo, passávamos horas revisando tudo, e isso nos mantinha mais próximos, mesmo que fosse com pilhas de livros e cadernos entre nós.

Numa sexta feira, já próximo de Novembro, Gina ligou para o Ron para dizer que não iria para casa, e após colocar os livros no chão, tirar as peças maiores e ficar apenas de roupa íntimas, dormimos abraçados, como sempre era.

Em algumas ocasiões em que eu precisei me trocar na casa de Gina, ou ela na minha, algumas peças de roupas minhas acabaram ficando lá e outras dela aqui. Então, no dia seguinte, quando acordamos, ela não vestiu novamente a calça jeans e a blusa que usava na noite anterior, por causa do inverno que se iniciava, e sim um short pequeno e justo que normalmente usava - a meu pedido - por baixo de roupas mais curtas e uma camiseta minha.

Fomos até a cozinha para tomar café e nos deitamos novamente agarrados embaixo das cobertas para assistir um filme que havia estreado na TV a cabo no dia anterior. Antes que a primeira parte acabasse a campainha tocou e não adiantou pedir que ela fosse atender a porta, mesmo a casa sendo minha.

Descalço, usando apenas a calça do pijama e ainda rindo por Gina ter se escondido embaixo das cobertas quando se recusou a vir atender quem nos chamava, eu abri a porta e quase me assustei ao ver quem estava parado ao outro lado da porta.

—Pai, mãe! - Exclamei ao vê-los, e os dois sorriram para mim enquanto ela se jogava em meu pescoço. - Que bom vê-los.

Depois de abraçar a ambos e pegar a bolsa da minha mãe enquanto eles entravam, fechei a porta e me encostei ao buffet da sala de jantar, com Dona Lily agarrada a mim e Sr. James com o braço ao redor do meu ombro. Antes que ela desfizesse o aperto em meu pescoço seus olhos se fixaram em algo no chão, ao nosso lado.

—O que é isso? - Perguntou apontando para o sapato azul, altíssimo, largado ali.

—É da Gina. - Respondi normalmente, pois os dois já sabiam que nosso relacionamento estava se tornando cada vez mais sério, e sólido. - Ela dormiu aqui hoje.

—E ainda está aqui? - Minha mãe perguntou animada.

—Sim. Está deitada, ainda não nos levantamos. Eu iria chamá-la assim que os cumprimentasse. - Respondi e notei a expressão de felicidade de ambos ao perceberem que finalmente a conheceriam. - Esperem um minutinho, já volto.

Saí em direção ao meu quarto ao mesmo tempo em que os dois se dirigiam ao sofá da sala. Quando entrei no ultimo cômodo do corredor e fechei a porta atrás de mim, a TV estava silenciada e Gina me olhava meio sem acreditar.

—É quem eu estou pensando que é? - Perguntou meio assustada.

—Se você está pensando no Sr. e na Sra. Potter, acertou. - Respondi rindo e me jogando em cima dela. - Eu tinha pensado em marcar algo juntos quando eles me dissessem que viriam para cá, mas resolveram vir de surpresa, então vamos assim mesmo.

—O que vou vestir? - Perguntou com os olhos arregalados.

—Você já está vestida! - Argumentei.

—Quando você conheceu o Ron ficou tão em duvida que e eu tive que escolher sua roupa. Acha que eu quero conhecer seus pais de pijama!? - Perguntou com a voz esganiçada, o dedo apontado para mim.

Eu ri e beijei seu pescoço, fazendo-a rir comigo.

—Eu sei Gi, mas não tem jeito, eles já estão aqui. - Falei, me levantando e pegando sua blusa no chão e entregando a ela. - Fica de short mesmo e coloca a blusa porque está frio. Vamos, sem medo de conhecer a sogrona. - Brinquei e ela riu.

—Tudo bem. - Concordou e se levantou, ajeitando o short e tirando a camiseta.

Enquanto se vestia, eu coloquei a camiseta que até então estava nela, e depois de ir ao banheiro arrumar um pouco os cabelos, finalmente saímos em direção à sala, onde meus pais estavam. Chegamos de mãos dadas, e minha mãe sorriu tão genuinamente para nós que até eu fiquei um pouco sem graça.

—Pai, mãe, essa é Gina. - Apresentei e os dois se levantaram para abraça-la.

—É um prazer finalmente conhece-la, querida. - Minha mãe falou empolgada enquanto a abraçada. - Harry fala muito de você para nós.

—É um prazer, Gina. - Meu pai repetiu a cortesia. - Ele só não conseguiu expressar tão bem o quanto você é bonita. - Elogiou e eu a vi corar graciosamente.

—Obrigada, é muita gentileza. - Respondeu aos dois, ainda muito sem graça.

Passamos o sábado juntos, e depois de parar na casa dela por vinte minutos para que se trocasse, almoçamos e jantamos fora. Durante o dia eu percebi cada vez mais o sorriso da Sra. Potter aumentar quando nos via tão próximos. No domingo Gina já havia me dito que tinha marcado de passar o dia com Rony, e eu não insisti para que ela ficasse porque eu queria um pouco desse tempo só com meus pais, também.

—O que acharam dela? - Perguntei durante o café da manhã, na minha casa mesmo.

—Ela é um amor! Eu a adorei. - Minha mãe respondeu sorridente.

—Ela é muito bonita, Harry. Aprovada também. - Meu pai disse simplesmente, dando de ombros e nos fazendo rir.

—Eu gosto dela. - Comuniquei sem constrangimentos, afinal eu não havia tido irmãos, então os fiz meus melhores amigos.

—Eu sei. E ela também gosta muito de você. - Minha mãe falou simplesmente, e com uma segurança que não me deixou duvidas.

A tarde, quando eles foram embora, liguei para Gina e perguntei se poderia levar algo para comermos juntos na casa dela, e assim que ouvi sua resposta positiva peguei as minhas chaves e saí. Meu lado mimado sempre me fazia ficar triste quando meus pais iam embora, mas é o tipo de coisa a que você se acostuma quando está há três anos fora de casa.

Continuamos com nossas aulas intensivas até que no inicio de dezembro, em uma manhã particularmente fria, eu a levei para fazer a tão temida prova.

—Você vai conseguir, tenho certeza. - Afirmei com segurança quando ela me abraçou antes de sair do carro.

Horas depois, quando eu fui busca-la, sua expressão era de quem havia levado um soco, e eu respeitei quando ela disse que preferia não opinar se havia ido bem ou mal, pois preferia ver o resultado antes.

Durante minha ultima semana de provas as aulas no cursinho já tinham acabado, então eu tinha as tardes inteiras livres para estudar, e boa parte das noites para ficar com ela. No fim, eu consegui aprovar em todas as matérias novamente.

Na véspera de natal eu viajei para a casa dos meus pais, mas retornei dois dias depois. Quando cheguei de viagem e ela me confirmou, por telefone, que estava em casa, fui quase até lá. Eu esperava encontrar, no máximo, três pessoas sentadas na sala, e não cinco. Assim, eu conheci seus pais tão de surpresa quanto ela conheceu os meus.

—Sem medo de conhecer o sogrão, por favor! - Brincou como eu havia feito no dia em que ela conheceu o Sr. e a Sra. Potter.

No geral, a tarde foi bem agradável e eu até me senti a vontade assistindo um jogo qualquer com Ron e seu pai. O único momento constrangedor foi quando o Sr. Weasley se virou para mim, totalmente direto:

—Você gosta dela? - Quis saber, sem a expressão carrancuda que eu esperava de um sogro, mas também sem humor aparente.

Antes que eu pudesse responder sua pergunta, a voz de Ron soou ao nosso lado:

—Tá de quatro por ela, pai. Todo bobão, faz tudo o que Gina quer. - Respondeu debochado.

—Bom, bom... - Foi a única coisa que o Sr. Weasley respondeu antes de rir e se virar para a TV de novo.

A mãe dela era extremamente simpática, e parecia querer me alimentar de todas as coisas de comer que houvesse disponível na casa. Ao final disso, eu certamente estava um pouco mais gordo, e muito mais encantado por cada aspecto da vida de Gina que eu descobria a cada dia.

Gina, Ron, Mione e eu passamos a noite de réveillon juntos, em uma casa de veraneio alugada numa cidadezinha histórica que havia perto de onde morávamos. Como sempre eram nossos encontros, a viagem de três dias foi uma das melhores que já fiz.

Como ela não trabalhava, e meu emprego só funcionava em período letivo, tivemos o primeiro mês do ano praticamente só pra nós, e fora a viagem de dois dias que fizemos juntos para a casa dos meus pais na metade do mês, ficamos o tempo todo na nossa cidade, dividindo nosso tempo entre minha casa, a casa dela e nossos passeios.

Os resultados saiam sempre no final de janeiro, e um dia antes da data prevista para a liberação da lista de aprovados ela estava deitada de conchinha comigo, em sua cama, quando eu a chamei.

—Gi, você está nervosa? - Perguntei baixinho, para não atrapalhar muito o filme que estávamos assistindo.

—Não sei. - Foi a única coisa que me respondeu, e eu entendi que ela não queria falar sobre o assunto.

Fui embora um pouco antes do que o normal, nesse dia, e a única coisa que desejei profundamente antes de dormir, é que as coisas tenham dado certo.

Não sei ao certo quanto tempo eu dormi, porque acordei meio confuso pelo som da campainha tocando ininterruptamente. Praguejei baixinho antes de me levantar e andar em direção à porta. Meus gritos de “Já vai!” não adiantaram de nada, ou então meu visitante era surdo.

—Gi? - Perguntei surpreso ao vê-la parada ali, encostada ao batente da porta, com uma expressão seria. - O que foi? - Perguntei preocupado, e já prevendo o pior.

—Eu passei! - Falou alto demais, explodindo em uma gargalhada gostosa e pulando no meu colo. - Passei, amor! Passei! Passei! Passei!

O fato de que ela me chamou espontaneamente de ‘amor’ não me passou despercebido, e eu a abracei com mais vontade depois disso. E o som da palavra se encaixou tão bem em meus ouvidos, que eu lamentei nunca nos chamarmos assim antes.

—Eu sabia, amor. Parabéns! - Falei ainda abraçando-a a ponto de levantar seus pés no chão. - Eu tinha certeza que você conseguiria!

Passamos mais um tempo abraçados e eu observei enquanto ela extravasava toda sua felicidade e alívio, para depois se sentar sobre minha mesa de jantar e me puxar para que eu parasse em sua frente.

—E agora que eu não preciso mais estudar Química, que pretexto usaremos para nos ver? - Perguntou brincalhona.

—Ora, como assim? As comemorações, é claro! - Respondi como se fosse óbvio.

—E existem tantas comemorações assim? - Perguntou divertida, passando os braços por meu pescoço.

—Claro que sim, veja bem. - Comecei e ela gargalhou enquanto se sentava melhor para me ouvir, o sorriso nunca abandonando nossos lábios. - A primeira é a comemoração da sua casa nova...

—Verdade, essa será muito em breve. - Concordou.

—O seu e o meu aniversário. - Acrescentei e ela assentiu. - Dia 8 de Abril - Falei meio incerto, pois apesar de ter certeza absoluta que o dia era esse, nunca havíamos conversado sobre essa data.

—Nosso primeiro beijo, essa comemoração é importantíssima. - Concordou, me deixando feliz e aliviado por ela também se lembrar.

—Natal e ano novo. - Apontei e ela concordou. - Minha formatura.

—Daqui dois anos...

—Exato! - Afirmei. - Sua formatura.

—Daqui seis anos!

—No mínimo! - Argumentei, transformando seu sorriso constante em uma gargalhada.

—Não te parece muito tempo? - Perguntou presunçosa.

—Me parece o tempo ideal. - A contradisse e ela sorriu ainda mais abertamente para mim. - E claro, a comemoração imediata.

—Sim, a comemoração por eu ter passado - Falou orgulhosa.

—Não, não. - Discordei e ela me olhou confusa. - À minha sorte.

—Sua sorte? - Perguntou irônica, com as sobrancelhas arqueadas.

—Claro, minha sorte. Todo mundo, pelo menos uma vez na vida, sonha em ficar para sempre com um médico. - Finalizei e a beijei, tão apaixonadamente como sempre.

No fim, eu realmente gostava muito do que o espelho da minha sala de jantar refletia.


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Notas finais do capítulo

Olá pessoas lindas!
Eu sempre fico triste e feliz ao terminar um trabalho.
Triste porque acabou e eu me doei durante dias para a concretização dessa história, e feliz porque no fim o resultado me pareceu satisfatório e eu consegui.
Vocês são parte fundamental dessa conclusão, afinal é para vocês que eu escrevo =]
Gostaria de agradecer, de modo bastante especial, a cada um dos comentários que eu recebi. Eu li a todos com o maior sorriso do mundo, e, mesmo não tendo tempo de respondê-los (me desculpo por isso =/), cada um teve uma dedicação especial da minha atenção nas várias vezes que os li.
Em números, Química teve 22 comentários, 37 leitores acompanhando, 6 favoritos, nenhuma recomendação (mas ainda da tempo ;D) e 534 acessos. Eu fico realmente muito feliz quando vejo esses resultados, eles são o meu combustível para ter novas ideias e escrever sempre mais!
Quero agradecer àqueles que acompanham minhas histórias e àqueles que acompanharam só essa em específico (para vocês, recomendo que deem uma passadinha no meu perfil, sei lá, só pra olhar *---* hehe).
Leitores fantasminhas, um comentariozinho só pra encerrar nem toma tanto tempo assim, então me deem o ar da sua graça só dessa vez, sim? A história foi feita pra vocês também ;]
Harry e Gina são os meus queridinhos, então eu sou suspeita a falar qualquer coisa sobre o que aconteceu no final do capítulo. Por isso, a opinião de vocês será lida com o maior carinho do mundo ;)
Comentem, opinem, critiquem, recomendem!
Nos vemos na próxima fic
Beijinhos!