Criado Por Quem Se Importa escrita por Inês MC
20 de Agosto de 1994, dois dias antes da 422ª Copa Mundial de Quidditch
– Harry, podemos só relaxar hoje? Por favor? – uma ruiva de treze anos implorou, enquanto fazia beicinho e mostrava os seus lindos olhos castanhos de cachorrinho.
– Gin, para! Hmm… - o rapaz em questão tentou resistir à cara dela. – Está bem, Gin, ganhaste. Não vamos treinar hoje… Puff, não é como se eu conseguisse dizer não quando fazes essa cara.
A resposta da Ginny foi um encolher de ombros e mostrar-lhe a língua, fazendo o Harry rolar os olhos e rir.
Os dois jovens deixaram o travelling hall da Mansão Potter (uma sala conectada à Rede de Floo, com a possibilidade de Aparatar e usar Chaves de Portal autorizadas), onde a Ginny tinha vindo a usar o pó de Floo para viajar entre a mansão e o Burrow, e juntos foram para o campo de Quidditch, preparando-se para desfrutar aquele dia solarengo a voar como eles adoravam.
–Já passaram meses, mas eu continuo a não acreditar…
– Huh!? De que estás a falar, Gin?
Harry não tinha nenhuma ideia do que a Ginny se referia.
– Eu não disse nada, Harry. – a Ginny parou de andar e encarou-o. – Eu estava a pensar no Fred e no George… Eu ainda não acredito que descobriram-te. E é fantástico poder passar os dias contigo, pois a mãe, o Ron e o Percy ainda não me perdoaram.
– Tu pensaste? – a resposta dela foi apenas assentir. – Hmm… Mas, yeah, foi bom eles descobrirem-nos… - o Harry estava de acordo com a sua amiga ruiva. – Hey! O que queres dizer com gostas de passar tempo comigo apenas porque eles continuam a ser idiotas?
– Apenas a brincar, Harry. Devias ter visto a tua cara. – a Ginny riu. – Eu adoro passar tempo contigo, Harry. Tu sabes que achei que não poderia vir tantas vezes, mas visto que eles continuam a ignorar-me, os gémeos estão a cobrir-me e eu faço as tarefas com magia, eu posso.
– Não faças esse tipo de piadas, Gin. – ela apenas assentiu, acordando com o que ele pediu. – Lembras-te como o Fred e o George nos descobriram.
A Ginny fitou-o, antes de ambos largarem-se às gargalhadas.
***
Durante o verão quando a Ginny e a sua família tinham ido ao Egipto, um prisioneiro de Azkaban escapou. Peter Pettigrew, também conhecido como O Traidor, conseguiu escapar da prisão mais protegida. O Mundo Mágico ficara convencido que O Traidor iria tentar terminar o que o seu mestre não conseguira fazer, matar O-Menino-Que-Sobreviveu. Os Dementors tinham sido enviados para Hogwarts para impedir o Pettigrew de entrar nos terrenos da escola.
Harry decidira que, visto que os professores de Defesa Contra as Artes das Trevas não eram bons, iria ensinar a Ginny o que ele sabia, de modo a que ela pudesse se proteger (embora o professor desse ano fora bom, Sirius Black era um Auror, que Dumbledore pedira para ensinar a disciplina). Harry, debaixo do Manto de Invisibilidade, entraria em Hogwarts através das passagens secretas, evitando os Dementors, e encontraria-se com Ginny no sétimo andar em frente a tapeçaria de Barnabas, o Amalucado. Aí, juntos, eles entrariam numa sala secreta conhecida como a Sala das Necessidades ou Sala Precisa ou ainda Sala Vai e Vem.
A Sala das Necessidades era uma sala que o Harry encontrara ao ler os diários do seu bisavô. O seu bisavô e os amigos tinham encontrado a sala no último ano deles em Hogwarts e nunca tiveram a hipótese de adicionar a sala ao Mapa dos Mauraders, pois este fora confiscado pelo zelador no ano antes.
Nas primeiras semanas, tudo correu bem. a Ginny e o Harry encontrar-se-iam durante a noite. Como os alunos ainda não cofiavam na Ginny, eles nunca reparavam que ela desaparecia de vez em quando. O Harry iria pensar numa sala adequada para o que queriam. Algumas noites ele iria ensinar a Ginny, noutras eles iriam apenas falar, voar, pensar em partidas, noutras palavras, iriam relaxar.
Numa noite chuvosa de Outubro, a Ginny estava à espera do Harry como de costume, quando foi surpreendida pelos gémeos favoritos dela, os ruivos Fred e George Weasley.
– Querida mana, o que fazes por aqui? – perguntaram eles a uma só voz.
– Está uma noite tão horrível e tu estás aqui sozinha, ou não estás? – inquiriu engraçadamente o Fred.
– Nós sabemos que encontras-te aqui com um rapaz, Gin-Gin, praticamente todas as noites! – continuou o George, soando sério, mas, ao mesmo tempo, os olhos deles brilhavam.
A Ginny parecia que tinha visto o Ron a ser um cavalheiro e o Percy a quebrar as regras simultaneamente. Ela abriu a boca para falar, mas nenhum som foi feito. Este foi o momento em que o Harry decidiu aparecer, guardando o seu Manto da Invisibilidade no bolso do casaco, o que lhe causou não avistar os gémeos.
– Boa noite, Gin, mesmo com este tempo horrível lá fora. Como estás?
– Hey, Fred! Vê o que temos aqui.
– George, creio que este deve ser o misterioso rapaz que continua a visitar a nossa Gin-Gin a meio da noite.
O Harry parou de andar, logo quando ouviu a voz do George, Era possível ver medo na cara dele, mas rapidamente mudou para diversão.
– Olá, rapazes… Então vocês são os famosos brincalhões, Fred e George Weasley! Estou correto, Gin?
A Ginny apenas assentiu, ainda não recuperara a capacidade de falar.
– Quem, pelas calças de Merlin, és tu? – perguntou um dos gémeos zangado.
– O que andas a fazer com a nossa irmã? – perguntou o outro, igualmente zangado.
– Cavalheiros, por favor tenham calma. Irei responder às vossas perguntas quando nos contarem, à Gin e a mim, como é que descobriram sobre estes encontros. – informou o Harry, não os deixando dizer não.
O Fred e o George olharam um para o outro e parecia que estavam a ter uma conversa mental. Era estranho, mas bacano, de assistir.
– Tudo bem, nós contamos-vos. – eles finalmente decidiram, após uns longos minutos.
– Nós descobrimos sobre este pequeno arranjo graças ao segredo das nossas partidas. – começou o George com orgulho.
– Tirámos este precioso do escritório do Filch no nosso primeiro ano. – terminou o Fred, também orgulhoso.
O George tirou das suas vestes negras um pergaminho velho e o Harry deu a impressão de perceber o que eles se estavam a referir.
– O mapa… - sussurrou o Harry, mas nenhum dos ruivos o ouviu.
– Um pergaminho velho?! Um pergaminho velho é o vosso precioso das partidas? – perguntou a Ginny em descrença.
– Ginny! Como te atreves a insultá-lo!? – exclamaram os gémeos, parecendo feridos.
– Isto não é apenas um pergaminho velho, maninha. – contou com diversão o Fred.
– Quando ativado, irá mostrar-nos um mapa de Hogwarts e onde todos estão. – explicou o George também com diversão.
Os gémeos preparavam-se para a ativar o pergaminho, quando, de repente, o Harry interrompeu-os:
– Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom.
O Fred e o George ficaram boquiabertos, tentaram falar, mas nenhuma frase coerente conseguiram dizer.
– Como…
–Tu…
– Como é que eu sei ativá-lo? – perguntou o Harry divertido e com orgulho fitando os três irmãos, que assentiram. – Sou descendente do um dos Mauraders.
– De jeito nenhum! – exclamaram os gémeos.
– É verdade.
– E como é que sabes isso, Ginny? – preguntou o Fred suspeitosamente.
– Ele é o meu melhor amigo. Não temos muitos segredos.
De reprente, um ‘miaauu…’ foi ouvido.
– Depressa, entrem aqui. – ordenou a Ginny, apontando para uma porta que os gémeos não tinham visto antes.
– Onde estamos? – perguntou um dos gémeos.
– Na Sala das Necessidades. – explicou o Harry, sentando-se num sofá de veludo azul escuro. – É uma sala secreta.
– Apenas aparece quando tu realmente precisas. Pode transformar-se em tudo o que precisas. – acrescentou a Ginny, juntando-se ao Harry no sofá. – Desde que voltámos para a escola, o Harry e eu estamos a usá-la para nos encontrarmos.
A sala que a Ginny pensara antes de os gémeos aparecerem era uma sala de estar bastante confortável. Tinha mais um sofá, igual ao que o Harry e a Ginny estavam sentados, em frente a uma lareira ornamentada e tinha alguns retratos a decorar as paredes.
Fred e George sentaram-se no sofá livre, ainda chocados com a sala secreta. Após algum tempo, recuperaram e começaram a questionar. Harry e Ginny responderam o melhor que conseguiam. Fred e George aprenderam como a Ginny fora realmente salva da Câmara dos Segredos por Harry, como ele a ajudava com os pesadelos, mas não como eles comunicavam (os gémeos acreditavam que era através de uma coruja), e como Harry era ensinado em casa e agora ajudava a Ginny com os estudos. O resto da conversa foi apenas banal, envolvendo os Weasleys (Ron, Percy e Sra. Weasley), partidas (realizadas e a serem preparadas) e vassouras (‘Tu sabes como voar, Ginny!? Porque não nos disseste?’).
Já eram duas da manhã quando eles deixaram a Sala das Necessidades. O Fred e o George insistiram em dar o Mapa dos Mauraders ao Harry.
– Obrigada, rapazes. Mas eu irei fazer uma cópia para vocês. – prometeu o Harry.
– A sério!? Obrigada.
O Fred apertou a mão do Harry.
– Mas é o mínimo que podemos fazer depois do que fizeste pela Ginny. – disse George.
–Uhmm, rapazes? – eles viraram-se para a Ginny. – Podem, por favor, manter isto segredo? A família do Harry tem trabalhado bastante para mantê-lo fora do conhecimento da maioria dos bruxos.
– Sem problemas, mana.
– Harry, toma conta da Gin-Gin.
– Eu posso tomar conta de mim própria. – retorquiu a Ginny aos gémeos. – Mas obrigada.
– Adeus, Gin. Fred, George, vejo-vos em breve.
E depois, o Harry desapareceu ao virar da esquina.
***
– Eles são verdadeiros malfeitores. Gin, o que fizeram eles hoje para te cobrirem? – perguntou com curiosidade Harry.
Ele e Ginny estavam agora a voar devagar no campo de Quidditch com as vassouras novas, as Firebolts. Nicolas e Perenelle Flamel tinham as comprado no último natal, pois, na Mansão Potter, apenas Milly, Benny e Juliet não gostavam de voar.
– Não tenho a certeza absoluta, mas acho que ouvi um explosão. – disse Ginny, enquanto ria com o Harry.
– Porque é que não estou surpreendido?
– Eles são gémeos inigualáveis.
– Pois são. – concordou ele. – Então, estás ansiosa para o jogo de Quidditch?
– Estás a brincar? É a final da Copa Mundial de Quidditch entre a Irlanda e a Bulgária! – retorquiu entusiasticamente Ginny. – Vai ser fantástico! Ainda não acredito que o meu pai conseguiu arranjar os bilhetes.
– Na tua opinião, Gin, qual é a equipa que vai ganhar?
– Os gémeos e eu estamos a apostar na Irlanda, mas Krum, o seeker búlgaro, vai apanhar a snitch. Harry, o seeker que perder é um ovo de dragão podre! – desafiou Ginny, antes de rapidamente voar na direção da snitch.
Harry e Ginny voaram durante o resto da tarde, tentando apanhar a snitch o mais rápido possível. No final, eles ficaram empatados com 5 capturas cada um.
***
– Harry, espelhos esta noite? – perguntou Ginny.
Eles tinham guardado as vassouras no armário de vassouras do campo e estavam a andar na direção do travelling hall.
– Claro que sim, Gin.
Eles continuaram a falar até que chegaram à sala de estar.
– Obrigada por me terem aqui, Sr. e Sra. Potter. Foi bom ver-vos. Adeus. – disse Ginny.
Na sala de estar estavam sentados os Potters mais velhos, os Flamels e Lupin. Era comum vê-los ali. Era ali que passavam a maioria do tempo a discutir, a maioria das discussões envolviam O Traidor.
– Ginny, não é problema algum. É ótimo ter-te aqui. – disse Juliet.
– Também acho que é bom para o Harry ter uma amiga com a idade próxima. – acrescentou sorrindo Remus.
– Eu acompanho-te até à lareira, Gin. – disse muito rápido Harry, corando devido ao sorriso do padrinho.
Assim, Harry com cuidado, mas firmemente, agarrou o braço da Ginny levou-a para o travelling hall.
– Eu desejo que tu pudesses ir ao jogo, Harry. – sussurrou Ginny ao ouvido dele, enquanto o abraçava firmemente.
– Eu também, Gin. Mas irão haver mais jogos, no futuro. – murmurou Harry, tentando animá-la.
– Adeus, Harry. – ela pegou no Pó de Floo e atirou-o na lareira. – O Burrow!
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Olá! Espero que tenham gostado :)
O que é que acham que vai acontecer a seguir?