Criado Por Quem Se Importa escrita por Inês MC
No dia seguinte, bem como nos meses seguintes, os cabeçalhos do jornal mágico mais popular no Reino Unido, o Profeta Diário, eram todos sobre a morte d’Aquele-Cujo-Nome-Não-Deve-Ser-Pronunciado por O-Menino-Que-Sobreviveu. Bruxos e bruxas celebravam o fim da guerra, tão animadamente ao ponto de os Muggles suspeitarem de estranhos acontecimentos: roupas esquisitas, avistamento de corujas, estrelas cadentes em diversas cidades do Reino Unido…
Na Escócia, havia um casal que não celebrava. Haviam perdido o filho e a nora, deixando o neto de quinze meses órfão. O bebé lembrava bastante dos entes queridos perdidos no dia anterior. O rapazinho tinha cabelo preto bagunçado como o pai e brilhantes olhos verdes amendoados como a mãe. O nome do bebé era Harry James Potter e os seus avós eram Harold e Juliet Potter.
O casal estava na Mansão Potter, no meio de uma floresta escocesa. A mansão era parecida a um castelo, muito grande. Tinha três andares, um porão, uma masmorra, um campo de Quidditch e jardins. O terceiro andar tinha apenas quartos, cada um com uma grande a macia cama, uma casa de banho, sofás confortáveis, uma secretária e alguns objetos Muggles. O segundo andar tinha uma extensa biblioteca com alguns livros raros, uma grande sala de duelo, um pequeno ginásio e duas casas de banho. O primeiro andar tinha uma sala conectada à rede de Floo, impossível de rastrear, e era a única sala onde era possível Aparatar e usar Chaves de Portal autorizadas. Este andar também tinha uma sala de estar majestosa, uma fantástica sala de jantar, uma cozinha preparada com objetos Muggles e mágicos e uma casa de banho. No porão havia um laboratório de poções com todos os ingredientes requeridos. A masmorra era a parte menos bonita e mais suja da Mansão Potter, porque não era usada já há muito tempo. O campo de Quidditch era extraordinário, equipado com as bolas do jogo e várias vassouras. Os jardins eram lindos, com diferentes ornamentos e uma fonte.
Na noite depois do ataque, Harold e Juliet estavam sentados em frente da lareira, na sala de estar, enquanto Harry dormia no berçário. Eles estavam preocupados com o futuro lhes destinara.
– Duvido muito que Voldemort esteja morto. Juliet, lembraste da profecia que James e Lily nos contaram?
Ela assentiu tristemente.
– Não era algo como aquele que poderia derrotar Voldemort nasceria no fim de Julho e os seus pais teriam enfrentado-o pelo menos três vezes… Voldemort iria marcá-lo como um igual… Aquele que poderia derrotá-lo teria também um poder que Voldemort desconhece e… um deles deveria morrer nas mãos do outro… Era isto?
– Sim, era. Como disseste, Voldemort iria marcar o único com o poder para destruí-lo, eu acho que ontem ele apenas fez essa marca. – Harold disse à esposa abalada.
– Então a guerra não está terminada… Isto é apenas uma pausa da guerra… Querido, quanto tempo irá Voldemort levar para voltar? – a bruxa ruiva perguntou devagarinho.
– Pode demorar meses ou mesmo anos… - ele respondeu, soando mais velho do que os seus sessenta e um anos. – Mas Harry estará preparado quando Voldemort voltar. Eu tenho a certeza de que o nosso neto estará no meio da próxima guerra.
– Como podes ter a certeza? O miúdo dos Longbottoms é O-Menino-Que-Sobreviveu, ele é aquele que pode destruir Voldemort. – Juliet disse, não querendo acreditar no que ouvia, pois queria proteger o Harry.
– Estava uma grande confusão… Quando Voldemort desapareceu, nós deixamos o mais depressa possível. Tanto Harry como o Longbottom têm cicatrizes, aquele com o poder de derrotar Voldemort é um deles! Não importa o que o mundo mágico pensa…
– Eu apenas não quero acreditar, Harold… Mas tu estás certo. – Juliet disse, antes de começar a chorar pelo neto.
– Querida, também estou assustado, mas temos de proteger o Harry. – o bruxo tentou acalmar a esposa. – Ele tem de começar a trainar cedo. Deverá aprender a controlar a sua magia, a duelar, sobre poções e deverá ter uma boa condição física.
– Está bem, mas não te atrevas a esquecer que o Harry é apenas uma criança. Nós e o padrinho dele devemos contar-lhe histórias sobre a Lily e o James e ele tem de brincar como a criança que é. O Harry deve ter uma infância feliz, não pode ser só treinar. Estamos entendidos, meu querido?
– Sim, estamos. Nós vamos viver aqui. A Mansão Potter é ilocalizável e tem as melhores proteções de todo o Reino Unido. O padrinho do Harry poder viver aqui também e eu tenho a certeza de que a Milly e o Benny vão querer nos ajudar. – ele terminou de falar, num tom de brincadeira. – Anda… Precisamos de dormir, nós não somos mais jovens e irá ajudar-te a recuperar da Maldição Cruciatus…
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Algumas horas antes de os Potters irem dormir, foi o Neville dormir, enquanto Alice e Frank falavam com Dumbledore, em Godric’s Hollow.
– Frank, estou feliz de saber que já recuperaste da Maldição Cruciatus. – Albus disse com um sorriso de avô na cara.
– Sim, uma noite no St Mungo’s fez-me recuperar. – Frank disse calmamente, talvez demasiodo calmo, porque a seguir falou furiosamente. – Mas como é que o Quem-Nós-Sabemos encontrou-nos?
– Albus, não estava o Ministérios protegido? – Alice perguntou no mesmo tom de voz do marido.
– Alice, Frank… O Ministério estava cuidadosamente protegido, mas a festa não era segredo, era? E vocês são Aurors, era óbvio que estariam presentes. – Albus respondeu-lhes com os olhos azuis a brilharem.
De repente o som de uma porta a abrir foi ouvido e um confuso Sirius Black com falta de ar entrou na sala de estar.
– Hey! P-Peter desapareceu! Ele atordoou-me e amarrou-me a uma cadeira. Eu, eu vi a marca negra no braço dele. Peter tra-traiu-nos. – Sirius rosnou rapidamente.
– Sr. Black, por favor, tenha calma… - o bruxo mais velho tentou dizer.
– Sirius, tens a certeza? Peter não pode ser um Death Eater, ele é fraco e é-nos leal… Se Peter fosse um Death Eater, o que é que o Quem-Nós-Sabemos veria nele? – Frank perguntou em descrença.
Pelo fim do dia, todo o Reino Unido, mágico e Muggle, procurava por Peter Pettigrew, O Traidor.
Nos anos seguinter, o mundo mágico viveu em paz. A maioria dos Death Eaters e adeptos das Artes Escuras foram sentenciados a Azkaban, como Bellatrix Lestrange e Peter Pettigrew, outros morreram, como Evan Rosier e Wilkes, e os restantes conseguiram fingir serem inocentes, como Lucius Malfoy e Avery.
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Todos os dias, no Profeta Diário tinha artigos sobre O-Menino-Que-Sobreviveu e a família dele. Os Longbottoms eram mais famosos do que nunca. Todos sabiam o nome de Neville Longbottoms. Jovens bruxinhos sonhavam em ser amigos dele e jovens bruxinhas sonhavam com o casamento delas com O-Menino-Que-Sobreviveu.
De momento, a popularidade dos Longbottoms estava novamente a crescer. Afinal de contas, O-Menino-Que-Sobreviveu faria onze anos no mês seguinte. Todos aguardavam a grande festa de aniversário dele e de vê-lo preparar-se para o seu primeiro ano na Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts.
Após os Longbottoms terem descoberto a traição d’O Traidor, eles mudaram-se para a Mansão Longbottom, numa ilha do norte da Escócia. A Mansão Longbottom não era tão grande ou bonita como a Mansão Potter, mas era na mesma encantadora.
– Frankie, enviaste os convites? – perguntou uma bruxa morena. – Tudo tem de estar perfeito para o aniversário do nosso Nevie.
O casal Longbottom já há dois meses que estava a preparar a festa de aniversário. Alice parara de trabalhar após o ataque, de modo que ela podia dedicar todo o seu tempo livre à preparação da festa e cumprir todos os desejos do filho para o aniversário dele. Neville era um pequeno menino gordinho com cabelo loiro escuro e mimado por todos. Os pais dele davam-lhe tudo o que ele pedisse e, quando o Auror Sirius Black visitava-o, trazia-lhe presentes. Além disso, havia sempre corujas a trazer-lhe cartas com presentes de bruxos agradecidos. Apenas Remus não lhe trazia nada, pois desaparecera enquanto viajava à volta do mundo, provavelmente falecera.
Alice não trabalhava, mas Frank sim. Ele tinha um importante posto no Departamento dos Aurors. Mas ser famoso tornara-se mais importante do que o seu trabalho para a vida dele.
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Noutra zona da Escócia, Harry Potter estava deitado na cama dele pensando na sua vida.
– Porquê? Porque é que me andam a treinar? É isso aí! No meu aniversário eles irão contar-me. Sim, eles vão…
–Harry, o pequeno-almoço está pronto. Despacha-te! – Milly entrara no quarto dele e dissera-lhe.
A Milly e o irmão Benny eram elfos domésticos. Mas os Potters não os tratavam como escravos sujos, a Milly e o Benny eram parte da família. Eles usavam roupas bonitas e limpas, eram pagos um galeão por semana e tinham um dia de folga semanalmente, pois eles não aceitavam mais do que isso.
Harry era apenas uma criança, mas era atraente. Ele era alto para a idade que tinha, possuía alguns músculos, usava lentes de contacto em vez de óculos de armação redonda, que permitam ver os brilhantes olhos verdes, e o cabelo continuava preto e bagunçado. Harry era também divertido, inteligente, corajoso e teimoso.
Um mês se passara e Harry estava preparando-se para enfrentar os avós e o padrinho. Enquanto se celebrava o aniversário dele, na sala de estar, o garoto mudou o tópico da conversa:
– Avó, porque é que me estão a treinar?
Juliet Potter por um breve momento ficara muda, mas depois de olhar para o marido ela respondeu:
– Harry… lembras-te como os teus pais faleceram?
– Sim. Bruxos das trevas assassinaram-nos. Não foi? – Harry perguntou confuso.
– Sim, foi assim… Mas os bruxos das trevas eram Death Eaters e o mestre deles. – o padrinho contou-lhe.
– Não estou a perceber. Não estão os Death Eaters em Azkaban? E não tinha Voldemort sido morto?
– Harry, nem todos os Death Eaters estão em Azkaban, alguns estão em liberdade… E nós não acreditamos que Voldemort esteja morto. – Harold disse ao neto.
– Oh… Então, onde está Voldemort?
– Escondido, algures na Albânia. – o padrinho falara.
– Mas isso não é tudo, é? – questionou Harry, não percebendo onde eles queriam chegar.
– Tu estás certo, Harry. – Harold elogiou-o e sorriu.
– Mas antes de nós contarmos-te, por favor, não fiques zangado connosco. Nós íamos contar-te ainda este ano. – acrescentou Juliet.
E foi assim que Harry aprendeu sobre a profecia e ficou mais determinado a treinar. Agora, ele queria vingança.
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No dia anterior, fora a festa de aniversário do Neville. Os Longbottoms convidaram muitas famílias mágicas. Neville recebera mais presentes e tornara-se mais arrogante, convencido de que era melhor do que os outros, apenas por ser O-Menino-Que-Sobreviveu.
Vai mesmo ser divertido ver Neville Longbottom, O-Menino-Que-Sobreviveu, durante os seus anos em Hogwarts.
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N/A: Diferentes mansões, diferentes infâncias: Harry é treinado e Neville mimado.
Alguma suspeita de quem é o padrinho do Harry? Ele é uma personagem dos livros.