24 de Agosto de 1994

As noites tinham sido sombrias em Little Hangleton desde que Agosto começara. A toda a hora, uma neblina misteriosa e assustadora rodeava a enorme, húmida e abandonada Mansão Riddle, no topo da colina. Todos evitavam aquela mansão como se fossem morrer no dia seguinte. O mais assustador era as luzes num único quarto, apesar de a mansão estar abandonada há muito, muito tempo. Esse mesmo quarto andava a ser usado por um Lorde das Trevas, o seu animal de estimação e um servo.

O nome do Lorde das trevas era Tom Marvolo Riddle ou, como ele preferia, Lord Voldemort e definitivamente não tinha um bom aspeto nem parecia amigável. O seu corpo não aparentava ser humano, era doentio e rudimentar. O seu animal de estimação era Nagini, uma longa e verde cobra fêmea. Ela estava satisfeita com o seu local de habitação atual, visto que, no dia anterior, comeu carne fresca de um nojento jardineiro Muggle, que o Lorde das Trevas tivera o prazer de eliminar do mundo. O servo era Peter Pettigrew, o Traidor.

– M-meu Lor-Lorde, e-eu encontrei alguém, q-que nunca te traiu, Meu-Meu Lorde, como pedira-me para fazer. – o Peter fazendo uma vénia informou o seu mestre com a sua voz esganiçada e com medo.

– A sério? Finalmente fizeste algo bom, não é Peter? – escarneceu friamente o Lorde das Trevas, provando uma tremura no homem que ainda se encontrava a fazer uma vénia. – E, se eu posso perguntar, quem é ele?

– Bar-Barty Crouch Junior, Meu Lor-Lorde. – disse o Peter, ainda não encarando os olhos do seu mestre.

– Eu lembro-me dele… Sim… Ele cumpre os meus requisitos. De qualquer forma, existe um pequeno problema, Peter. Ele não morreu em Azkaban?

– Huh… Sim, ele morreu… M-mas, Meu Lorde…

– Mas o quê, Peter? – disse o Lorde das Trevas, começando a parecer zangado. – Pessoas mortas não podem ajudar. Não sabias disso, Peter?

O Peter continuava a fazer uma vénia, os seus olhos fitando ora o chão ora Nagini ora Voldemort. Ele estava a estremecer e a suar, quando, após uma longa respiração funda, ele finalmente respondeu:

– M-Meu Lorde, pa-parece que o Barty tinha tro-trocado de lugar com a m-mãe. Foi ela, foi ela quem morreu.

– Realmente? – perguntou o Lorde das Trevas, agora com curiosidade.

– Si-sim, Meu Lor-Lorde. O pai dele pusera sob-sob a maldição Imperius. Ele fu-fugiu do pai durante a Copa Mundial de Quidditch. Foi ele quem lançou a Marca Ne-Negra no céu. – rapidamente o Peter replicou.

– E onde está ele agora, Peter? – inquiriu friamente o Lorde das Trevas.

***

Horas mais tarde

– Meu Lorde… Eu sabia… Eu sabia que não tinha desaparecido, Meu Lorde… - suspirou maniacamente e orgulhosamente um homem pálida, que com prazer fez uma vénia ao seu mestre.

– É bom ver que continuas leal a mim, Barty. – retorquiu uma voz fria. – Tenho uma tarefa muito importante para fazeres. Não podes falhar. Se completares esta tarefa, os meus gloriosos dias irão retornar e todos os muggles e sangues-ruins vão ter o que merecem.

– Qualquer coisa, Meu Lorde… Irei fazer qualquer coisa que precise.

O Barty fitava devotamente o corpo rudimentar do Lorde das Trevas de joelhos, enquanto que o Peter estava na cozinha da Mansão Riddle a tentar cozinhar sob os olhares da Nagini.

– Tens uma varinha? – perguntou o Lorde das Trevas.

– Sim, eu tenho uma. Roubei-a durante o jogo de Quidditch.

– Ótimo… Não tens muito tempo. O que eu quero que faças tem de ser perfeito! Sem falhas! Percebeste, Barty?

– Sim… Sim, Meu Lorde. Eu não irei falhar… - respondeu o homem sardento contemplando o seu adorado mestre.

– O que eu quero que faças é

***

Alguns dias mais tarde

– Meu Lorde, está feito. – disse uma voz masculina diabolicamente.

–Ótimo. – disse o Lorde das Trevas com satisfação. – Em breve irei ter um corpo novo. Tem a certeza que não falhes ou irão haver consequências!

– Eu nunca iria desapontar-te, Meu Lorde.

– É melhor que não, Barty. PETER, alimenta a Nagini! – ordenou o Lorde das Trevas.

– S-sim, Me-Meu L-Lorde. – respondeu o Peter, deixando o quarto para ir arranjar alguns ratos e ratazanas.

– Eu não me importo sobre como o fazes, mas certifica-te de que o rapaz ganhe. Ele é um idiota… Tal como Dumbledore o é… Ele irá ajudar a sua marionetazinha. – o Lorde das Trevas contou ao Bary Crouch Junior, que sorria astutamente.