[Insira seu título aqui] escrita por Helo, William Groth, Matt the Robot, gomdrop, Ana Dapper


Capítulo 15
Nenhum de nós está livre de pesadelos


Notas iniciais do capítulo

Alô, quanto tempo! Matt falando. Segue mais um capítulo meu ^w^



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Matt

Ok, creio que me arrependi de ter pedido para viajarmos pelas sombras. É uma sensação horrível! Achei que ia morrer durante todo o percurso; e que alívio senti quando encontrei o chão novamente e estava inteiro! Nunca mais quero fazer isso. Nunca mais mesmo.

Pois é, estou na minha primeira missão. Se estou emocionado? Claro que sim. Se estou com medo? Com certeza. Se estou me achando por ter sido escolhido? Um pouco. Mas o medo é o principal. Ainda mais porque estou liderando, e se eu falhar, já era tudo. Claro que eu não queria ser o líder, né, mas todos votaram em mim, fiquei envergonhado e aceitei. Só que é muita responsabilidade. Até que tô me saindo bem, mas se botarmos tudo a perder, provavelmente será culpa minha.

E a missão tinha que ser difícil, lógico. Tinha que ter um localizador quebrado maluco. Tinha que ter um túnel com fogo no rabo que fica mudando de lugar toda hora. Tinha que ter vários monstros pelo caminho. E, pra coroar, tinha que ter um objeto de um dos deuses mais temperamentais sumido por aí.

Ah, e quase me esqueço da nossa querida amiga Tétis, uma ninfa que pareceu tão adorável, mas que, na verdade, quer nos matar. (Pensando bem, você se acostuma a ter vários seres mitológicos querendo te matar quando é um semideus. Como aquela Lâmia maldita.)

Espero que essa missão traga algo de bom pra nós. Por exemplo, que sirva para tornar Helo e Marcy amigas. Ou para juntar ainda mais um certo casal (cof cof, Peter e Ana, cof cof), que acha que nós não percebemos que é um casal. Por favor, né, está mais do que estampado na cara deles.

A terrível viagem pelas sombras nos levou até o Horton Plaza, em San Diego. Graças aos deuses saímos de Chicago, essa cidade me traz muitas lembranças ruins, coisas que eu queria muito poder esquecer. Mas cuidei para que nenhum dos 4 percebesse isso. Meus únicos amigos que sabem do que aconteceu são Joe e Gwen, e não quero ter que explicar pra mais ninguém. É doloroso demais.

Sem o carro, que ficou lá estacionado perto do casarão da Lâmia (e que, inexplicavelmente, eu sabia dirigir), tivemos que ir andando mesmo até o parque que a Marcy viu no mapa do localizador, porque gastamos todos os dólares que tínhamos com o ônibus pra Chicago, e agora só restavam dracmas – que, provavelmente, não seriam aceitos pelos cobradores.

Eu estava morrendo de cansaço, queria deitar e dormir, mas não podia nos atrasar. Temos que achar logo esse túnel e cumprir a missão, afinal só temos uma semana. E eu tô com uma saudade do Chris e do Marc... Se você pensa que estando longe deles, seria mais fácil pensar melhore decidir qual eu realmente quero, se enganou. É ainda mais difícil.

– Aai, que cansaço! – comentou Marcy, concordando com meus pensamentos.

– Pois é, eu também tô morrendo – eu disse.

– Mas não podemos parar agora, gente! – disse Helô, nervosa. – Temos que achar logo a entrada do túnel, antes que ele mude para algum lugar ainda mais longe.

– A Helo tem razão – disse Peter –, mas não podemos entrar no túnel estando cansados desse jeito. Não sabemos o que terá lá dentro.

– É, ainda temos mais de 10 horas até ele mudar de lugar – falou Ana. – Podemos parar em algum local e descansar por uma, duas horas.

– Isso – concordou Marcy. – O parque não tá tão longe.

– Mas onde vamos ficar? – perguntou Helo.

– Podemos entrar no Horton Plaza – sugeriu Ana. – Descansamos um pouco e saímos.

– Ok, então vamos – disse Marcy.

Entramos no shopping, e U-A-U, é lindo! Fomos até um pufe grande e nos jogamos. Eu estava tão cansado que dormi em poucos segundos.

Como meu sono tinha sido sempre calmo, eu já estava achando – ou querendo achar, pelo menos – que seria um semideus mais tranquilo, menos perturbado, porque nunca teria sonhos estranhos e premonitórios, como os outros geralmente têm. Isso até agora, porque o pesadelo que se seguiu destruiu minhas esperanças.

Eu estava no túnel, e não conseguia enxergar nada na escuridão completa que havia lá. Estava sozinho, não sei onde meus amigos tinham ido parar, e estava com muito medo. De repente, uma voz de homem fria e cruel fala na minha mente.

Olha só quem está sozinho... Perdeu seus amiguinhos, foi, filhozinho de Deméter?

Eu tentava falar, gritar, mandar aquela voz ir embora, mas não conseguia.

Sabe, nunca gostei de sua mãe. Uma velha fraca que só sabe reclamar. E você não deve ser diferente. Poderes sobre as plantas? Sério?

A voz gargalhou alto. Tentei novamente gritar, protestar, mas não saía nada quando eu abria a boca. Estava morrendo de medo.

Criança estúpida, acha mesmo que você e aqueles outros 4 patetas vão conseguir cumprir a missão? Ele gargalhou de novo. Vou me admirar se não acabarem todos MORTOS!

Comecei a correr, para tentar me afastar daquela coisa, mas ela me seguia.

Aonde pensa que vai?, disse ele, rindo.

Me deixe em paz!, consegui pensar. Saia daqui, vá embora, me deixe em paz!

Continuei correndo, mas tropecei em alguma coisa e caí. Não consegui me levantar, meu corpo todo doía, vários cortes ardiam pelos meus braços e pernas. Fiquei deitado no chão chorando e esperando pela morte.

Então senti alguém me cutucando.

– Matt – era a voz de Helo. – Matt, acorda, temos que ir.

– Ahn? – resmunguei. – Já se passaram duas horas?

– Já sim – disse Ana. – Temos que ir.

Olhei em volta. Não tinha túnel. Ainda estava no Horton. E todas as pessoas olhavam para nós com expressões do tipo “que vergonha!”. Algumas cochichavam e riam.

– Ai meus deuses! – exclamei de repente. – Eu dormi?! Não, não, eu sou o líder, deveria ter ficado acordado, desculpem...

– Não tem nada que se desculpar – falou Marcy. – Não tem problema nenhum, todos estávamos cansados. Acho que só a Ana ficou acordada.

– Pois é, não consegui dormir... – disse Ana meio pensativa.

– Vamos, gente – disse Peter. – Temos que chegar ao parque logo.

Fomos andando para a saída do shopping, e algumas pessoas ainda nos olhavam estranho. O que, agora dormir é vergonhoso e errado? Que absurdo!

– Essa gente não tem mais o que fazer? Que coisa – comentei em voz baixa, mais para mim mesmo do que para os outros.

Saímos do Horton e caminhamos para o norte, na direção do parque.

Os outros estavam conversando sobre alguma coisa e rindo, mas eu só conseguia pensar no meu sonho. No medo que eu senti. Não foi um medo normal, foi como se alguém o estivesse... provocando.

Depois de quase uma hora, chegamos no parque. E, contradizendo o desejo de Peter e para o azar de todos nós, ele estava abandonado.

Entramos, já preparados para lutar com algum eventual monstro que aparecesse de surpresa.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Ficou bom? Algo a acrescentar? Deixem reviews com suas opiniões e até o meu próximo =3