[Insira seu título aqui] escrita por Helo, William Groth, Matt the Robot, gomdrop, Ana Dapper


Capítulo 14
Uma Rainha Nada Elegante


Notas iniciais do capítulo

Olá caros leitores, aqui está mais um capítulo de Peter :)



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Peter

Desde a nossa saída do acampamento, tudo parecia dar errado, mas relacionando tudo a uma vida de semideus, estávamos indo bem. Apesar da saudade que eu sentia da Maia e da cegueira de Ana. O fato de eu ter me oferecido para guiá-la só aumentou a desconfiança de Helo, Marcy e Matt sobre o nosso relacionamento escondido. Cass, a prima gêmea de Ana, era muito linda. Digo que quando ela sentou-se à mesa conosco eu fiquei hipnotizado, não consegui prestar muito a atenção na conversa das duas. Senti um ar de magia quando ela chegou e fiquei com medo de que Ana achasse por um engano que eu havia gostado mais de sua prima.

Quando Tétis nos encontrou, ela parecia uma ninfa do bem. Eu confiei nela, assim como meus amigos. Ela nos deu a localização exata do túnel, porém não o túnel que queríamos. Por sorte, Ana percebeu a emboscada e saímos de lá, mas meus instintos diziam que ela não dos deixaria em paz.

O carro que roubamos não era muito bom, mas tinha um tanque cheio de gasolina e andava numa velocidade boa, isso era o que importava. Eu e Matt revezávamos para dirigi-lo. Agora eu estava ao lado de Ana, segurando sua mão. Sentia um grande incômodo nela, mas não quis falar nada.

– San Diego, não é? Quanto tempo de viagem? – disse Ana.

– Deixe eu consultar o mapa – Helo retirou um de sua mochila. – Oh oh, temos um pequeno grande problema. – Todos olharam para ela.

– O que foi? Diga logo! – falou Matt.

– De acordo com meus cálculos, San Diego fica a 30 horas daqui. Até chegarmos lá, o túnel terá mudado de posição.

– Por Hermes! – eu exclamei. – O que faremos? Matt, ache um lugar para estacionar. Não irá adiantar nada continuarmos andando. – Foi o que ele fez, paramos em frente a um condomínio de grande luxo. Ao lado havia uma pequena praça e fomos até lá. Estava tudo vazio, com aspecto de abandono, e eu não largava a mão de Ana.

– E então, galera, o que faremos? Temos umas... 11 horas até o túnel mudar novamente – comentou Marcy.

– Estou com uma ideia aqui, mas acho que é um pouco arriscado demais.

– Diga, Matt – eu falei curioso.

– Então... – ele parou subitamente de falar e olhou por cima de meu ombro. – Temos companhia – Olhei para o mesmo lugar e constatei uma mulher vindo ao nosso encontro. Linda, majestosa, como uma rainha.

– Quem é, gente? – disse Ana.

– Ai meus deuses, eu não sei quem é. Apenas sei que é muito elegante, escondam suas armas – Marcy também estava abismada com a beleza.

Senti a mão de Ana ficar gélida e então segurou a minha com mais força. Coloquei Penagem em minhas costas e olhei para Marcy.

– Boa noite, crianças, no que posso ajudá-los? – seus olhos eram azuis e seu cabelo, castanho claro com um tom de loiro. Alta, magra e corpo escultural.

– Boa noite – respondemos em uníssono.

– Na verdade, estamos apenas...

– Esperando nossos pais virem nos buscar – disse Ana completando minha frase. Então a bela mulher reparou nela e em seus olhos.

– O que houve com você, pobre menina? – Ela se inclinou para Ana e pôs a mão em seu queixo, direcionando o rosto para o dela.

– Eu estou cega – respondeu rigidamente.

– Mas que trágico – endireitou sua postura. – É uma pena que não posso ajudá-los, mas... Querem entrar em minha humilde casa para esperarem vossos donos? – Eu estranhei ela dizer donos e percebi que não fui o único.

– Ah não – respondeu Helo rapidamente .– Me desculpe, senhorita, mas eles já estão quase chegando.

– Mas que pena, suas peles irão congelar nesse frio. Elas são tão lindas... – Acariciou meu rosto e eu tentei não virá-lo. – Garanto que vocês adorariam sentar em minha sala perto da lareira.

– Mais uma vez muito obrigado, senhorita – disse Helo e eu pude sentir a mulher ficar nervosa. – Você mora com alguém ali? – Helo apontou para a grande mansão.

– Não, criança. Toda aquela mansão é só minha. E já faz um bom tempo que eu não recebo visitas. Há algum tempo, as crianças me faziam companhia, mas hoje em dia é raro elas virem até aqui. Achei que hoje era meu dia de sorte, encontrar crianças tão lindas como vocês ao lado de minha casa. Jurei que era um sinal dos deuses. – Eu ouvi direito ou ela disse deuses? – Eu queria tanto que vocês entrassem.

– Nos desculpe, mas meu pai chegou agora, olha! – Matt apontou para o nosso carro roubado. – Temos que ir, foi um grande prazer conhecê-la. – Ele se levantou e percebi que não era só eu que estava pressentindo o perigo.

– NÃO! – sua voz por um momento não era suave e doce. – Quer dizer. – Ela pigarreou. – Não vão agora, crianças. Peçam permissão para ficar mais. – Ela olhou para Ana e acariciou seus cabelos. Todos nós já estávamos de pé quando ela se moveu rapidamente, se pondo em nosso caminho. – Vocês estão mentindo para mim? Mentir é feio, sabia? Aquele carro já estava parado ali, e não tem ninguém dentro dele! Sabem o que vocês merecem? – Puxei Ana para mais perto de mim. O corpo da mulher tremeluziu e então a Névoa se dissipou. Seu rosto começou a se distorcer, seu nariz cresceu uns dois centímetros e se curvou, seus olhos passaram para um tom de vermelho sangue, seus dentes antes com alinhamento perfeito já não estavam tão perfeitos assim, eles cresciam, cresciam e cresciam, também ganhando uma cor amarelada, seu cabelo enegreceu, sua pele se enrugou, suas unhas aumentaram de tamanho até virarem garras afiadíssimas e seu corpo da cintura para baixo era... o de uma serpente. – PUNIÇÃO! – gritou ela.

Ergui minha espada, que já estava em minhas mãos, e me pus na frente de Ana; o monstro rosnou para mim.

– Você vai ser o primeiro, filho de Hades.

– Não! – gritou Marcy avançando contra ela com sua espada.

O monstro se esgueirou para o lado e arranhou sua cara. Marcy se virou rapidamente, tocou seu rosto e sua mão se encheu de sangue. A raiva se instalou em seu rosto, mas antes que pudesse fazer algo, Helo gritou.

– Marcy! Não! Vamos sair daqui – Matt já estava a uns dez metros de distância nos chamando para junto dele, para o carro. Helo começou a correr e eu guiei Ana também.

–VOCÊS NÃO IRÃO FUGIR! – Ela se arrastou pelo chão como uma cobra, tão rápida quanto uma flecha. Subiu em cima do nosso carro e cravou suas garras no capô. Neste momento eu olhei para um dos bancos da praça e vi três idosas sentadas uma do lado da outra tecendo e olhando diretamente para mim. Eram as três Moiras. Meu corpo todo se arrepiou. Uma velha da ponta estava tecendo um fio, a do meio o segurava e parecia medi-lo, a última estava com uma tesoura na mão, tentei desviar o rosto, mas era quase impossível, um sorriso frio se estampou no rosto da última e ela cortou o fio.

– Hey, eu estava com planos de devolvê-lo ao dono – gritou Matt e se virou para mim, tirando-me a atenção das velhas. – Peter, só temos um jeito de fugir, era o que eu estava pensando antes já. Temos que viajar pelas sombras, você e Marcy são filhos de Hades, acha que conseguem? – Olhei para minha irmã e em seu rosto se estampou uma cara de dor, mas ela concordou com a cabeça.

– Temos que unir as mãos. Peter, devemos nos concentrar no mesmo lugar. Horton Plaza Shopping Center, já fui lá com minha mãe. Não me perguntem o porquê – Foi o que eu fiz, eu já havia viajado para San Diego com meus pais adotivos e me recordava daquele shopping. Fechei meus olhos com muita força, guardei a espada na bainha e Helo segurou minha outra mão formando um círculo. O monstro notou o que estávamos fazendo e pulou para cima de nós. Um, dois, três... Viajamos. Apesar de eu já ter feito aquilo mais de uma vez, ainda não estava acostumado, era como se meus órgãos saíssem do meu corpo e eu ficasse totalmente invertido, com a pele para dentro. Uma forte dor percorreu meu abdômen, mas eu consegui permanecer em pé. Matt caiu deitado e Helo se ajoelhou, Ana se escorou em mim e Marceline estava apenas um pouco assustada com a proximidade que a mulher serpente havia chegado de nós há poucos segundos.

Apesar de ser noite, a rua estava movimentada, mas ninguém parecia ter notado nossa presença repentina.

– Estão todos bem? – perguntei.

– Digamos que inteiros – respondeu Ana.

Estávamos em uma avenida, abaixo de uma árvore, em nossa frente havia um conjunto multicolorido de lojas e prédios. Pois é, eu me lembrava daquele lugar. A imagem das Moiras voltou à minha mente e eu senti uma dor de cabeça enorme, levei a mão de encontro ao meu rosto e me sentei no chão.

– O que foi, Peter? – perguntou Marcy.

– Nada não, apenas uma tontura. Precisamos encontrar o túnel, o que dizem as agulhas?

– Está bem confuso, cada uma aponta para uma direção, norte, sul, leste, oeste e noroeste – respondeu Marcy, que estava com o aparelho na mão.

– Gente, eu sei que monstro era aquele – comentou Matt, que estava um tanto quieto. – Era Lâmia. Ela fora uma rainha da Líbia na Antiguidade, amante de Zeus. Hera a castigou e a transformou em um mostro devorador de crianças, só eu que estudei isso?

– Acho que sim – respondeu Ana.

– Ela ataca também jovens e viajantes, no caso nós. É uma longa história. Enfim, ainda bem que escapamos vivos, eu não queria virar jantar de mulher serpente.

– Norte – disse Marceline em um tom alto e um mapa apareceu projetado do sinalizador. – Podemos ir nessa direção, parece ser a entrada mais perto. É um... parque de diversões. Pelo menos é o que está mostrando no mapa.

– Eu só espero que não seja outro lugar abandonado – falei com um sorriso fraco no rosto, olhei para Ana e me levantei. Notei um olhar risonho de Helo para nós e eu sorri de volta.

– Will e Peter, vocês têm mais em comum do que eu podia imaginar. Gêmeos apaixonados por filhas de Hécate – disse Marcy e começamos a andar em direção ao parque.


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Notas finais do capítulo

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