Returning to 17. escrita por Cupcake52


Capítulo 1
Voltando aos 17.


Notas iniciais do capítulo

Então, olá!

Bem, sou nova aqui no Nyah, mas to bastante feliz de estar aqui também, yay! Espero que vocês curtam a história de Charlie e Arthur, e sim, vai rolar de tudo, por que a minha imaginação, ela parece não ter limites e enfim, chega de falatório, haha.

Leitores fantasmas, por favor, não sejam fantasminhas, apareçam! Gostaria de saber o que acharam, afinal, acho que todo autor, gostaria de receber as opiniões dos seus leitores, não?

Bem, sendo assim, até o próximo capitulo!
Desculpem pelos possíveis erros,estou sem beta por enquanto.
Beijão!



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E Pensar que tudo começou com uma simples discussão...

Na verdade, eu estou perdendo o amor da minha vida por causa de uma briga fútil e que até agora, não vejo algum sentido. Eu observo seu corpo deitado na maca, sendo levado às pressas pelos enfermeiros até a sala de cirurgia, e sou proibido de passar por aquela porta e acompanha-lo.

Como isso aconteceu? Bem, eu já me achava idiota há muito tempo, talvez desde pirralho ou um pouco depois. Às vezes eu penso na possibilidade do meu namorado não ter se dado conta que eu não sou bom o suficiente pra ele, e caia fora da minha vida.

Mas a cada dia, semana, mês e anos juntos, ele apenas demonstra mais e mais, me amando incondicionalmente aos meus erros, assim como eu faço o mesmo com ele. Afinal, é como se o homem de sorriso fácil, olhos verdes encantadores e sardento fosse uma parte de mim.

Uma parte de mim que está lutando para viver naquela sala de cirurgia.

Então aconteceu... A Briga.

-Charlie? – Escutei meu nome, parecia distante, quase inaudível, mas logo depois a voz foi se fazendo mais presente e então a reconheci. – Charlie? O que esta fazendo aqui sozinho?

O interruptor foi ligado, e de onde eu estava sentado, com a caneca de café entre as mãos, vi o homem na entrada da cozinha me encarando preocupado. A velha camisa xadrez moldava seu corpo forte, e a franja de seu cabelo ruivo caia sub seus olhos verdes, o deixando como um adolescente de 17 anos, em vez de 34.

Dei um sorriso amargo. Eu o amava tanto, mas sentia que não o fazia mais feliz há algum tempo, logo assim, percebendo, que infelizmente sou egoísta a ponto de não deixa-lo ir, procurar outro alguém que o fizesse sorrir todos os dias, e dar aquela risada baixa que eu gosto de ouvir, desde o dia em que nos conhecemos.

-Nada Arthur, não se preocupe. – Dei um gole da bebida quente, e encarei o liquido preto como se fosse mais interessante do que os olhos do homem que eu sabia, ainda me observava.

-Eu conheço você há 17 anos, pode, por favor, dizer o que aconteceu? – Senti ele se aproximar, mas me esquivei, levantando e indo vagarosamente até a porta. – Hey, ficou surdo, Charlie?

Fechei os olhos quando Arthur segurou o meu braço com uma força medida e seus olhos intensos sobre mim. Não conseguia mentir para ele, não quando eu me sentia acabado.

-Fui despedido. Tenho até amanhã para buscar minhas coisas na Agencia. – Minha voz saiu quase inaudível, com os olhos baixos.

-Como assim? Charlie, você é um dos melhores jornalistas da cidade, isso não pode ter acontecido!

-Mas aconteceu. – Ergui a cabeça e vi a expressão confusa no rosto que eu tanto conhecia. –Não fique surpreso pelo seu namorado ser um fracassado, Arthur.

-Do que... Do que está falando? Que besteira é essa?

-Olha, você deve ter percebido que essas ultimas semanas vem sido estressantes para você e a mim, andamos brigando demais, eu venho agindo de forma estúpida, como um perfeito idiota que sempre fui, agora, perdi o emprego e então? O que você vai ganhar ao ficar do lado de um nada, como eu? Não tenho nada a oferecer a você.

Arthur deu um passo para trás, parecendo indignado.

-Tudo o que eu escutei agora, só faz de você um idiota mesmo. Está escutando a si mesmo? Por Deus, Charlie, o que esta acontecendo com você? Eu vivo ao seu lado, por que eu te amo, pensei que por todos esses anos, isso ficasse mais claro com agua!

-Você não entende... – Fui me esgueirando até a porta, mas Arthur barrou o caminho, parecendo agora furioso.

E poucas vezes na minha vida, eu havia visto-o daquele jeito, quase transtornado.

-Não entendo? Sabe o que eu não entendo? O fato de que você me deixar, por que acha que sou bom demais pra você. Não entendo como pode pensar na possibilidade de me fazer infeliz, a ponto de ir embora, a ponto de largar tudo o que eu construí com o homem que eu amo por causa do que? Sucesso, dinheiro, rotina?

Não... Não aguentaria vê-lo chorar, mas fiquei me sentindo um estúpido ao ver os olhos verdes lagrimarem. O pior de vê-lo assim, era por ser minha culpa, a causa disto.

-Quando foi que o Charlie divertido, e estupidamente alegre se tornou um homem amargo? Quando começou a duvidar do meu amor por você? – Ele se aproximou tocando meu peito através do paletó cinza, e acabei esquecendo que... Tarde demais.

-Charlie... – Ele me observou de forma séria, e decepcionada. – Balas de nicotina?

-Espera, Arthur, não é isso que... – Eu tentei me aproximar dele, mas meu namorado se afastou com rapidez passando as mãos pelo cabelo ruivo. – Não é meu, eu...

Observei ele procurar algo, sem dar ouvidos a minha faladeira, e vi de relance, a chave do seu carro entre as mãos.

-Nunca esperava isso de você, Predwiski. – E a ultima coisa que eu vi foi o olhar decepcionado de Arthur, e o rosto vermelho de raiva.

O som do motor ligado, depois o silencio ensurdecedor, meu coração comprimido entre meus pulmões e logo em seguida, uma ligação.

Uma ligação que me levou ao meu pior pesadelo.

E então, lá estava Charlie Predwiski, preenchendo uma ficha de parentesco de Arthur na recepção do hospital, um lugar que se tornou horrível e absolutamente aversivo.

Eu estava sentado em uma das cadeiras desconfortáveis da sala de espera do hospital, balançando a perna quase de forma frenética, e acabei por afrouxar minha gravata azul escuro. Não sei quando comecei a tremer, e nem ficar com falta de ar, por um momento fiquei surpreso, já que não tive ataque de pânico há muitos anos.

Respire, inspire, respire.

Arthur precisa de você agora. Ele precisa de você. Conserte o seu erro.

Afundei meu rosto entre as mãos, tentando pensando em qualquer coisa que não fosse em Arthur entre a vida e a morte. Não sei o que faria sem ele, não, ele não pode ir. Não quando eu planejava um pedido de noivado, não...

McCalister, seu idiota, por que você teve que aparecer na minha vida?

-Precisa de ajuda?

Me virei na direção da voz, e um senhor, com um sorriso bondoso estava sentado ao meu lado.

O estranho é que não tinha ouvido seus passos, e nem ter se aproximado de mim.

-Não, obrigado. – Dei um sorriso pequeno e quase me levantando para ir ao refeitório buscar algo que me deixasse mais acordado, mas a mão do senhor ao meu lado, buscou meu braço e o olhei confuso e surpreso.

-Uma pessoa importante para você está na sala de cirurgia, não?

Engolindo em seco, acenei sem entender como aquele homem, marcado pela idade, sabia. Mas, qualquer um poderia desconfiar, afinal, era quase óbvio.

-Entendo... Posso lhe fazer uma pergunta?

-Hm... Claro. – Passei a mão pelo meu rosto, secando o rastro de lagrimas que teimavam em cair.

-Se tivesse a chance de voltar ao tempo, para consertar qualquer erro, ou viver qualquer momento de sua vida, você o faria?

-Sim, eu acho.

-E se... Se eu dissesse que posso te dar esta oportunidade? – Os olhos do homem me encaravam cansados, mas um brilho estranho me fez recuar. O senhor, percebendo, riu passando a mão pelo cabelo branco. –Não se assuste, Jovem Predwiski. Não vou lhe fazer mal algum, só quero lhe oferecer ajuda.

Como ele sabia meu nome? Quem era aquele maluco de sorriso calmo e ao mesmo tempo, assustador?

Naquela altura eu já nem sabia o que estava fazendo, só sei que levantei dali, e comecei a andar em direção contrária da sala de espera, e por fim, decidi procurar por algum enfermeiro, ou médico que soubesse do diagnóstico de meu Arthur.

Vi uma enfermeira sair pela porta por onde levaram Arthur, e corri até ela.

-Com licença, eu gostaria de... –Respirei fundo, balançando ao cabeça. Não seja um fraco, agora. – Gostaria de saber como o paciente está. Como anda a cirurgia?

-Desculpe, senhor. – A enfermeira de um sorriso pequeno. –O médico virá informa-lo com detalhes, mas o que posso dizer é que a cirurgia está em seu término, logo terá noticias. Com licença.

Observei-a partir, e sentei em uma das cadeiras do corredor. Minutos depois, senti um toque em meu ombro, e vi um homem em pé a minha frente.

Não sabia há quanto tempo eu havia cochilado, mas parecia ter se passado um tempo razoável.

-Boa noite, Sr. Predwiski. O senhor, é parente de Arthur McCalister?

-Sim, sim. – Me levantei e despertei quase de imediato, meu coração saindo pela boca, a adrenalina correndo pelo corpo. Ao mesmo tempo em que gostaria de saber como Arthur estava, eu tinha medo, medo do que eu fosse ouvir, fosse o que eu não desejava.

- O Sr. McCalister foi encaminhado para a UTI. Depois da cirurgia, posso afirmar, que infelizmente, ele está com poucas condições de passar por outra, caso sua situação se agrave.

-Qual... Qual o diagnóstico? –Senti meu celular vibrar no meu jeans, mas meus olhos e atenção estavam para o médico que me observava quase pesaroso.

-Uma grave lesão na parte inferior do lobo temporal esquerdo, assim, provocado pelo traumatismo craniano. Ele deve ter atingido a cabeça no volante, quando o carro desviou da estrada e batendo no poste de luz, assim ocasionando o acidente.

As lagrimas caiam desenfreadas pelo meu rosto, deixando minha visão embaçada.

Escutei as demais informações do médico, e depois de alguns minutos tentando me recuperar do choro e os soluços, andei vagarosamente até a sala provisória onde estava Arthur, e sem perceber pus minha mão no vidro, sentindo meus olhos inchados, ao vê-lo daquela forma, em cima daquela cama, tão fraco, quase sendo levado pela morte...

Eu sabia que não suportaria perde-lo.

E não podia ficar aqui parado, sem fazer nada por ele.

Andei apressadamente até a sala de espera, onde estava uma hora antes, e ainda vi o senhor que me abordou lá, sentado calmamente como se estivesse esperando alguém. Cautelosamente sentei ao seu lado, e as palavras saíram firmes entre os meus lábios.

-Eu aceito. Seja lá como for, se eu puder salva-lo, eu aceito.

Ele tinha um copo descartável entre as mãos envelhecidas, e o cheiro de café preto impregnou no ar, misturando-se com cheiro de desinfetante do hospital.

-Terá que saber das regras, Sr. Predwiski. Antes de qualquer coisa, o senhor deve saber que quando aceitar minha proposta, não poderá voltar atrás.

-Não pretendo fazer isso. – Falei determinado, sem hesitar.

-Tudo bem. – Ele se levantou, alongando seus braços e pude escutar os ossos estalando. – Venha comigo.

O segui pelo corredor do primeiro andar, quase vazio, e então entramos em uma sala de depósitos de matérias de limpeza. Era quase minúsculo, mas não me preocupei com esse detalhe, quando o homem desconhecido fechou a porta. Apenas a luz fraca da lâmpada do lugar iluminava o cômodo.

-Sabe seguir regras, Sr. Predwiski? – O homem sorriu.

-Não muito, mas tento. – Se Arthur estivesse aqui, aposto que riria debochando de mim.

Sinto falta até da risada de descaso que ele soltava quando eu tentava mentir pra ele.

Arthur...

-Pois muito bem. Deverá seguir as regras que eu disser, caso queira Arthur de volta.

Arqueei a sobrancelha, mas fiquei calado, deixando-o prosseguir.

-Poderá voltar aos 17 anos, quando o conheceu. Viverá alguns momentos em que para ambos, os ligaram mais, até o momento em que a vida de vocês dois, se tornou apenas uma.

-Como o senhor...

-Continuando, o senhor não poderá mudar nada, absolutamente nada do que aconteceu no passado, se não, Arthur morrerá naquela cama de hospital.

Os olhos do velho não vacilaram, e Charlie acenou entendendo.

-Haverá momentos em que o senhor sentirá vontades quase insuportáveis de mudar o que aconteceu, mas que fique claro, que o que foi vivido, não pode ser mudado. Se não, poderá afetar o futuro, e as chances de não ter conhecido Arthur, poderão ser consideráveis.

-Mas, o único momento em que quero voltar, e mudar, será a nossa discussão, nada mais. – Eu achava que estava certo das minhas palavras, mas futuramente, descobriria que estava totalmente enganado.

O velho riu se aproximando, até estar a centímetros de mim.

-Não seja ingênuo, você e Arthur passaram por muitas coisas. O senhor viverá tudo outra vez, não apenas para ter a chance de perceber que aquela discussão foi inútil como também, alguns comportamentos seus, que o farão ver que nem tudo o que sabe sobre si mesmo, é verdadeiro.

Senti um calafrio pelo meu corpo, mesmo com a sala abafada em que estávamos.

-Se conseguir, viver tudo como aconteceu, sem mudar nada, poderá apenas ter uma chance, para evitar a briga que aconteceu antes do acidente.

-Eu... Como vou saber que não está mentindo pra mim? – Perguntei, e os olhos do velho, brilharam outra vez.

-Não sou qualquer pessoa, e nem gostaria de estar perdendo tempo aqui, Sr. Predwiski. Estou aqui, por quero ajuda-lo. Se não precisa dela...

-Não! Me desculpe, me desculpe... Eu aceito. – Senti meu estomago embrulhar quando uma fiasco de luz, começou a sair das mãos do homem, e girar ao meu redor.

Eu devia estar completamente maluco, em confiar em um desconhecido. Mas, eu estava desesperado, e Arthur não tinha muito tempo. E nem eu.

-Haverá um determinado prazo, pois não viverá tudo durante 17 anos. Serão apenas momentos que para o senhor, e Arthur são realmente importantes, ou até mesmo dolorosos.

Fechei os olhos, sentindo meu corpo tombar para frente.

-Não mude o passado, ou poderá afetar o futuro.

Antes de apagar totalmente, lembrei do meu primeiro beijo com Arthur.

E então, adormeci com 34 anos...

E quando acordei, tinha 17, outra vez.


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