Safe & Sound II: A Sociedade Secreta escrita por Gistar


Capítulo 30
Perseguição




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“Eu vejo dor, eu vejo necessidade

Eu vejo mentirosos e ladrões

Abusando do poder com ganância

Eu tive esperanças, eu acreditei

Mas estou começando a pensar que fui enganado

Você pagará pelo que fez.”

Sorte que nós sabíamos onde o Luke morava e que não era muito longe do campus. Como era eu quem estava dirigindo chegamos em menos de uma hora à casa dele.

O primeiro segurança que vimos estava no portão. Resolvemos tentar da forma mais fácil e nos aproximamos para falar com o guarda que reconheci de imediato. Ele havia trabalhado durante muito tempo com meu pai antes de ter que se mudar de cidade e ir trabalhar com o pai do Luke por indicação do meu velho. Baixei o vidro e o cumprimentei, tentando parecer o mais natural possível.

– E aí Alberto, há quanto tempo! Como vai o Gustavo?

Gustavo era o filho dele que tinha uns oito anos quando eles foram embora.

– Emerson, - ele respondeu e sorriu ao me reconhecer - que bom ver você, garoto. Gustavo está aprontando como sempre, se parece muito com você quando tinha a idade dele.

– Ainda lembro quando aquele moleque se metia no meu quarto pra roubar minhas revistas. Luke as contrabandeava para mim, Pedro e Jacson...

– E onde está o Pedro? – perguntou Alberto examinando quem estava no carro comigo.

– Ele tinha um compromisso – expliquei – estes são Eric e Bruno, acho que você lembra do Jacson...

– Claro que lembro, ele e Pedro não desgrudavam de você! Mas o que estão fazendo aqui?

– Viemos ver o Luke, precisamos falar com ele sobre uma coisa importante. Pode nos deixar entrar um pouco? Prometo que não vamos demorar.

Ao explicar o motivo de estarmos ali, Alberto ficou sério.

– Sinto muito, mas recebi ordens para não deixar ninguém vê-lo...

– Ah, qual é Alberto, sou eu, você me conhece desde que nasci, sabe que não tem nada demais em me deixar entrar e falar com Luke, prometo que não vamos demorar!

Vi as rugas de Alberto em sua testa enquanto pensava se deveria ou não permitir a nossa entrada. Por fim ele respirou fundo e cedeu.

– Está bem, mas vão pela entrada da piscina e tomem cuidado pra ninguém ver vocês. Se alguém os vir diga que eu autorizei vocês a entrarem e mandem falar comigo. Sejam rápidos.

– Valeu, Alberto.

Ele abriu os portões e eu entrei com o carro, mas tomei o cuidado de desviar do caminho que levava até a entrada principal. Fui pelo que eu lembrava que dava na piscina e que ficava no lado esquerdo da casa.

Estacionei ali perto, porém não muito à vista da casa. Tentamos não fazer muito barulho, mas não havia ninguém por perto.

Quando entramos na casa ouvimos uma música vinda da biblioteca que estava com a porta fechada. Bati uma vez na porta e tentei abri-la, mas estava trancada. Achei estranho, pois apesar de Tania ter dito que o pai de Luke havia o trancado em casa, pensei que era algo como um castigo e não exatamente uma prisão...

Mas é claro que uma porta trancada não era nenhum obstáculo para nós. Em minutos ela estava destrancada e quando a abrimos nos deparamos com uma cena interessante. Confesso que se não estivesse tão focado no que eu havia ido fazer ali, teria até achado hilário.

Luke estava esparramado no chão, embaixo da janela, suado, vermelho e aos seus pés estavam os restos do que parecia que fora uma poltrona. O cara estava horrível e aparentemente tentara quebrar a vidraça da janela (que pelo que eu saiba é blindada, daquelas que não se partiria nem se um trator avançasse nela) com a pobre poltrona e mais alguns livros que se espalhavam no chão ao seu redor.

Quando nos viu entrar pela porta, pulou como um doido em nossa direção e começou a falar:

– A culpa é minha, a culpa é minha...

Tivemos que sacudir o cara pra ele voltar a si e já estava pensando em lhe dar uns tapas quando ele tentou passar por nós e ir em direção à saída.

– Peralá! – Falei empurrando o cara pra trás. – Você não vai a lugar nenhum e é melhor começar a falar onde Pedro e Sara estão agora, pois estamos sem tempo pra rodeios.

– E porque vocês acham que estou preso aqui? Eu estava indo atrás deles quando meu pai me impediu, por isso estou aqui.

– Sei, estava indo ajudar o Daniel a acabar com eles? – Perguntei.

Ele riu nervoso.

– Acha que meu pai teria me trancado aqui se fosse isso o que eu queria fazer?

– Não leve a mal Luke, mas você não faz exatamente o tipo herói. – Disse Jacson.

– Isso não importa, precisamos saber para onde o Daniel os levou, você sabe, não é? Estava indo atrás deles.

– É, eu sei, mas não vou dizer, vão ter que me tirar daqui e me levar com vocês.

– Sabe que podemos arrancar isso de você se quisermos, Luke... – disse Bruno.

– Podemos, mas não temos tempo pra isso e precisamos ir agora. – disse e depois me virei pra Luke – Se você tentar alguma gracinha, eu juro que te mato!

– Eu quero salvar a Sara, mesmo que eu tenha que morrer por isso.

Eu acharia que o cara estava mentindo se não o visse tão desesperado.

O problema é que eu não havia contado que Luke viria com a gente e Alberto ficaria encrencado.

Só que, poxa, o cara na certa perderia o emprego quando descobrissem que ele havia deixado a gente entrar e contrabandear Luke para fora.

Então resolvi que era melhor deixar o cara desacordado quando saíssemos, assim, pensariam que nós arrombamos o portão, se ele mesmo não desse com a língua nos dentes, é claro.

E depois de dar uma coronhada no cara (cuidei pra não bater muito forte), arrombamos literalmente o portão.

E é óbvio que os outros seguranças viram e decidiram nos perseguir.

Agora estávamos sendo perseguidos porque havíamos sequestrado Luke... Que ironia do destino! Só que ele não era exatamente um refém, já que estava lá por livre e espontânea vontade.

– Merda! Vai ter que despistá-los Emerson, não vamos poder fazer nada desse jeito.

– Eu sei Jacs, deixa comigo! Tem uma estrada vicinal logo adiante cheia de bifurcações e vai ser fácil confundi-los.

De repente ouvi um estrondo e o carro inteiro se sacudiu.

– Estão vindo pra cima da gente! – gritou Luke – Querem nos cercar.

Eu pisei fundo no acelerador, o ponteiro do velocímetro chegando perto dos 200 km.

Agora estávamos na rodovia e estávamos chegando perto da saída para a estrada que eu sabia que deixaria os caras comendo poeira.

Levamos uma hora para despistá-los e quando finalmente voltamos à rodovia, já era meio da tarde.

– Então, onde eles estão? – Perguntou Jacson.

– Sigam em frente, tem um posto de gasolina a uns 50 km e uma saída logo depois. É esta que precisamos pegar.

– Onde ela vai dar? – Bruno quis saber.

– Em uma fazenda.

– Tem certeza de que eles estão lá? – perguntei.

– Sim, estava lá quando eles levaram o Daniel.

“Two is better than one” começou a tocar e Jacson deu um pulo no banco enquanto tirava o telefone da bolsa.

– Taylor Swift? – Luke perguntou sarcástico – Sério?

Jacson ignorou o comentário sobre a música que Mandy havia colocado no seu aparelho e atendeu o telefone.

Ele ficou mudo algum tempo enquanto provavelmente ela o enchia de perguntas.

– Não... não, ainda não encontramos eles.

– Explique a ela onde é o lugar para onde estamos indo – pedi – ela precisa saber para contar à Interpol.

– A Interpol? Eles estão aqui? – Luke perguntou surpreso.

– É bom saber de algo que vocês não sabem, só para variar. – ouvi Bruno resmungar.

Jacson explicou à Mandy onde era o lugar para o qual estávamos indo e pediu a ela para dar um tempo antes de chamar a polícia, precisávamos garantir que dessa vez Daniel não conseguiria fugir.

Chegamos ao posto que Luke havia indicado e entramos na estrada.

– Qual a distância? – perguntei.

– Uns 10 km. Qual é o plano?

– Não temos plano.

– Então vamos todos morrer.


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