Safe & Sound II: A Sociedade Secreta escrita por Gistar


Capítulo 28
Telefonema


Notas iniciais do capítulo

Voltei! Desculpem a demora pra postar, tive que viajar e não consegui postar antes. Espero que me perdoem!



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“Tem sido chuvoso desde que você me deixou

Agora estou me afogando no dilúvio

Você sabe que sempre fui um lutador

Mas sem você, eu desisto.”

Sara narrando

Entregar o Daniel? Ele estava falando sério?

Ele não precisava fazer nada disso, eu só queria saber onde o crápula estava para dizer à polícia, nunca pedi que ele fosse atrás dele.

E agora o que faço? Procuro os outros e conto o que Luke vai fazer ou vou correndo contar à Edna que houve mudança de planos?

Não. É melhor eu procurar o Pedro, assim ele fica sabendo de tudo e a gente se acerta.

Saí do alojamento e fui correndo até meu prédio. Fiquei surpresa ao bater na porta do quarto dele e ser atendida pela Mandy.

– O que...

– Sara! – ela gritou e me abraçou enquanto me puxava pra dentro. - Pedro não estava com você? – perguntou olhando de novo pra rua, talvez esperando que ele se materializasse.

– Não eu não o vi depois da nossa discussão. – respondi quando ela me puxou pra dentro e só então eu vi que ainda estavam todos lá.

– Isso é ruim! – disse Emerson.

– Muito ruim. – concordou Jacson.

– Onde você estava que não respondeu aos nossos telefonemas. Nós procuramos vocês por todo o campus... – reclamou Rosane.

– Em todos os bares e até nos hospitais e nas delegacias. – completou Emerson.

– Eu disse pra Mandy que iria tirar satisfação com o Luke. – expliquei.

– E depois? Você por acaso passou a noite com ele? – Jess perguntou desconfiada.

– Mais ou menos.

– Sara, você e Luke... – Mandy apavorada começou a dizer, mas eu a interrompi antes que terminasse a frase.

– Não, não, não é o que vocês estão pensando. Querem por favor me deixar explicar o que aconteceu?

Depois de verificar que eles não iriam mais fazer perguntas eu comecei a contar tudo desde o encontro com Edna, o jantar e as discussões com Luke até aquela manhã em que Luke saíra dizendo que iria entregar o Daniel.

– Então foi isso? – Ângela me perguntou e parecia furiosa.

– Você ficou louca? – perguntou Rosane.

– O que você estava pensando? – Mandy.

– Esconder isso da gente todo esse tempo? – Jessica.

– Carregar todo esse peso sozinha... – Eric.

– Arriscar tudo pra dar uma de detetive! – Bruno.

– E se a Ordem descobrisse tudo? – Jacson.

– Sarinha pirou na batatinha. – Emerson.

Eles me olhavam como se tivessem sido insultados da pior maneira possível.

– Desculpa gente, eu só queria ajudar, eu fiz isso por vocês. Edna disse que era para protegê-los e seria melhor se vocês não soubessem de nada...

– Como pode fazer isso com a gente? Depois de tudo o que passamos juntos? – Mandy perguntou parecendo muito magoada.

– Somos como uma família, você é como uma irmã para nós, não podia ter escondido tudo isso da gente! – repreendeu Emerson.

– É claro que vocês são como minha família e foi por isso que eu fiz isso. Pra protegê-los, proteger minha família.

– Mas você se esqueceu do mais importante. – Jacson disse sério.

– O quê? – perguntei confusa.

Rosane respondeu como se fosse óbvio.

– Você quis proteger sua família, mas não deixou que ela protegesse você.

Ela estava certa, eu havia aguentado tudo aquilo sozinha, mas não me importava de ter feito aquilo. Eles tinham razão em dizer que eu devia ter contado tudo.

– Agora precisamos achar o Pedro, tenho que contar tudo a ele.

– Nós o procuramos por toda a parte e não o encontramos. – Mandy disse novamente.

– Não entendo, onde ele pode ter ido? – perguntei preocupada.

– Você disse que Luke foi atrás do Daniel? – perguntou Emerson.

– Sim e ele parecia bem apressado.

O vi trocar um olhar nervoso com Jacson. Parecia que as conclusões a que tinham chegado não eram nada boas.

– O que foi? – Rose perguntou desconfiada.

– É, conhecemos esse olhar de vocês. – concordou Mandy. - O que estão pensando?

– Apenas juntando os pauzinhos. – confessou Emerson.

– Sara, você disse que a ideia das fotos foi da Tania? – perguntou Jacson.

– Sim, foi o que Luke disse e eu achei bem a cara dela. Ele também disse que ela provavelmente havia recebido ajuda da Ordem.

– Da Ordem! – Bruno repetiu, parecendo chegar agora no mesmo raciocínio que os outros. Eu também podia sentir que estava quase chegando lá.

– Peraí! – gritou Ângela. - Vocês acham que a Ordem tem alguma coisa a ver com as fotos e o sumiço do Pedro?

Claro, era exatamente nisso que eles estavam pensando. Ao perceber que tudo fazia sentido senti minhas pernas fraquejarem e quase desabei.

– Sara, calma, ainda não temos certeza de nada. – Mandy dizia enquanto me arrastava para uma das almofadas.

– Faz sentido, está tudo muito claro, eles pegaram o Pedro! – falei começando a sentir falta de ar.

– Vamos ver: pelo que Sara contou, Luke pareceu tão surpreso quanto ela com as fotos e se ele não deu permissão para a Tania acessar a câmera do prédio dele e conseguir as fotos, outra pessoa deu. – explicou Emerson.

– Alguém que poderia passar por cima das Ordens do Luke. – concordou Jacson.

Eu não precisei pensar muito pra chegar à resposta. Mas eu não conseguia entender porque o pai dele estaria interessado em terminar meu namoro com Pedro.

– Porque o pai dele faria isso? – Rosane perguntou.

– Acho que vamos ter que fazer uma visitinha à Tania! – disse Emerson.

– Vamos então. – Jacson disse já se prontificando para sair.

Vi que os outros já estavam se levantando também. Apenas Mandy ficou ao meu lado sem fazer menção de que iria arredar o pé dali.

– Não, não podemos sair todo mundo, vai chamar muita atenção! – falou Jacson.

– É – concordou Emerson – vamos somente Jacson, Eric, Bruno e eu. Os outros ficam aqui e não façam nada até voltarmos.

Todos concordaram e voltaram para os seus lugares, mas Rosane parecia determinada a ir com o grupo.

– Rose!

– Eu vou junto, Tania é minha colega de quarto, ninguém vai desconfiar de mim. Já quatro marmanjos e todos com namorada entrando num dormitório feminino...

– Ok Rose, tem razão.

– É claro que tenho!

Depois que decidiram tudo, eles saíram.

Eu ainda não havia me acalmado. Nada me tirava da cabeça que a Ordem havia sequestrado Pedro.

– Mandy, faz tempo que ele sumiu, imagina o que estão fazendo ou fizeram com ele durante todo esse tempo...

– Vai ficar tudo bem, de repente ele está em algum outro lugar e estamos nos precipitando. – falou tentando me acalmar.

Mas não importa o que eles dissessem, eu estava com um pressentimento ruim, uma agonia que não me deixava nunca.

Já havia passado meia hora quando meu telefone tocou.

Eu o tirei da bolsa e meu coração deu um salto quando vi o número de Pedro no identificador de chamadas.

– Pedro! – falei assim que atendi ao telefone.

– Sara. – ouvi-o dizer do outro lado da linha.

Senti um alívio imediato ao ouvir a voz dele e saber que estava vivo.

– Onde você está? Estamos todos preocupados com você, temos novidades e...

– Eu estou bem, por favor, não venha...

– Samers!

A voz havia mudado de repente e eu reconheci a voz de Daniel.

Mandy e os outros perceberam a mudança no meu rosto e ficaram me olhando apavorados.

– Daniel. – falei como se respondesse suas perguntas mudas.

Mandy mudou de postura imediatamente e estendeu a mão para que eu lhe entregasse o telefone.

Eu saí do alcance dela, corri até o banheiro e tranquei a porta para que ninguém me interrompesse.

– Seu desgraçado, se você fizer alguma coisa ao Pedro eu juro que te mato!

Ele riu da minha ameaça.

– Lembra da minha última ligação, Sara? Lembra do que eu disse que faria ao seu namoradinho?

Eu respirei fundo, aquela não era hora de perder o controle.

– Sara, abre essa porta agora! – Mandy gritou do lado de fora.

– O que você quer, Daniel? – perguntei.

– Sabe o que eu quero, o que eu sempre quis: vingança, mas deixemos essa conversa para depois. Agora, se você quiser ver seu namoradinho mais uma vez antes de eu acabar com ele é melhor correr até o mausoléu. Um carro estará esperando lá na frente e você deve entrar nele que trará você direto para mim. Mas saiba que estará sendo vigiada e se não for sozinha eles irão embora e você nunca mais verá seu namoradinho. Entendeu?

– Entendi. – respondi.

– Então até daqui a pouco. – ele disse e desligou.

– Sara, se você não abrir a porta agora nós vamos arrombá-la! – Jess avisou.

Eu sabia o que tinha que fazer. Sabia que se eu saísse daquele banheiro pela porta, eles não me deixariam ir.

A porta tremeu com um estrondo e eu constatei que eles haviam achado algo para usar nela. Eu não tinha muito tempo e só havia uma saída além da porta.

Eu sabia que estava no quarto andar, mas que também havia uma viga embaixo da janela do banheiro com largura suficiente para que eu pudesse apoiar os pés e andar até o quarto ao lado que pertencia à Jess e Mandy. Elas guardavam uma chave extra na gaveta da cômoda e eu poderia sair dali. Mas eu tinha que ser rápida.

Para minha sorte a janela era baixa e com o tamanho suficiente para que eu pudesse alcançá-la e pular sem problemas. Assim que meus pés tocaram a viga me arrastei o mais rápido que pude até a janela do quarto das meninas que para minha sorte estava aberta.

Depois de pulá-la, rapidamente peguei a chave e abri a porta. Não me dei ao trabalho de fechá-la, isso não importava. Desci voando às escadas sem olhar para trás e esbarrei em alguns estudantes.

Eu tinha que correr muito para que eles não me alcançassem e depois de alguns escorregões consegui chegar à rua da tumba e avistei o carro que Daniel falara.

Eu parei na frente da porta do carona e antes que erguesse a mão para abri-la alguém a abriu e me puxou para dentro. Só tive tempo de perceber que estavam pondo um saco na minha cabeça e senti uma picada no meu braço. Depois disso não vi mais nada.


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