Safe & Sound II: A Sociedade Secreta escrita por Gistar


Capítulo 22
Explicações


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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“Situações são críticas

Você tem que olhar primeiro antes de ir

Se você não estava muito certo,

então agora você sabe

As situações são críticas.”

Sara

Acordei cedo no dia seguinte e me surpreendi ao encontrar a cama de Jana vazia. Pelo visto ela dormira fora.

Coloquei uma calça jeans, moletom e tênis. Peguei o casaco de Luke e o coloquei em uma sacola, mas guardei a chave no bolso.

Saí para a manhã gelada e caminhei rapidamente. Os alojamentos do campus eram diversificados. Você podia escolher se queria ficar em quartos duplos, triplos ou individuais, assim como em nenhum deles e simplesmente morar fora. O alojamento de Luke pelo que eu ouvira falar era individual.

Não era muito longe do meu, eram umas cinco quadras de distância e ficava próximo da Tumba da Skull & Bones.

Parei quando entrei no prédio para verificar o número, pois diferentemente do meu, este tinha elevadores e ao que parecia, todos os quartos ali eram individuais.

A placa sobre os elevadores mostrava os números e ao lado estava escrito o nome do dono. Caraca! Então todo mundo do campus sabe qual é o quarto do Luke?

Eu me lembro que Pedro havia mencionado a possibilidade de ficarmos nesses apartamentos quando estávamos organizando nossa vinda pra Yale, mas eu fui taxativa quando disse que queria me misturar com os outros calouros pra não chamar tanta atenção.

Entrei no elevador e apertei o botão da cobertura. Pelo que eu havia percebido na plaquinha, ele era o único ocupante da cobertura do prédio, o que me fez questionar qual era o tamanho do apartamento dele, uma vez que o prédio era quase do tamanho do meu e havia uns vinte quartos no meu andar.

O elevador abriu e eu saí.

Eu estava em um longo corredor onde havia apenas duas portas. Me dirigi para a da direita que seria a do Luke, mas parei na frente da porta. - Tomara que eu não me arrependa de ter vindo! – pensei e toquei a campainha.

Esperei algum tempo e não havia nem sinal de presença no interior. Toquei a campainha novamente, mas continuava sem respostas. Será que ele havia dormido fora porque não tinha outra chave? Não, não pode ser, todos nós temos chaves reservas.

Instintivamente levei a mão na maçaneta e girei o trinco, para meu espanto a porta abriu.

– Luke? – chamei pela fresta que eu havia aberto, mas não houve resposta.

Eu abri mais a porta e enfiei metade do corpo pra dentro. Me deparei com uma bela sala de estar. Eu me enganara! Aquilo não era um quarto, era praticamente uma suíte.

O lugar parecia vazio e eu não entendia como ele podia ter saído e deixado a porta destrancada.

Eu o chamei mais uma vez e depois de constatar que realmente não havia ninguém lá, decidi entrar e deixar o casaco no sofá.

Então eu fechei a porta e larguei a sacola. Vi que havia um bloco de notas e uma caneta na mesinha de canto onde ficava o telefone e resolvi deixar um bilhete agradecendo pelo casaco.

Quando me aproximei da mesinha, meus olhos caíram na estante ao lado onde havia uma foto num porta-retrato.

Eu cheguei mais perto pra confirmar o que eu estava realmente vendo. Era uma foto de Luke e Pedro juntos, estavam bem vestidos e Pedro parecia bem novo. Os dois estavam sorrindo como se estivessem se divertindo.

Eu desviei o olhar da foto e analisei a moldura que era muito bonita. Eu peguei-a na mão e senti que era um pouco pesada, devia ser cara.

Mas eu ainda não entendia como Luke tinha a cara de pau de manter uma foto daquelas depois de tudo que havia feito...

– É da festa de formatura dele!

Eu dei um pulo de susto e quase deixei cair o quadro. Luke estava parado na porta da sala que dava para um corredor e tinha apenas uma toalha enrolada na cintura. Seu cabelo estava molhado, ao que parecia ele havia acabado de sair do banho.

Eu rapidamente desviei o olhar e coloquei a foto de volta na estante.

– Desculpe, eu achei que não havia ninguém.

– Então resolveu invadir e bisbilhotar minhas coisas?

Eu o olhei e ele parecia tentar fingir que estava bravo, mas estava sorrindo.

– Eu não estava bisbilhotando! Entrei porque a porta estava aberta e ia deixar um bilhete com o casaco. Mas eu vi a foto e fiquei curiosa...

Eu estava vermelha de vergonha e tagarelava rápido.

– Tudo bem, Sara, eu só estava brincando. – disse interrompendo minha enxurrada de desculpas. – eu deixei a porta aberta porque sabia que você vinha e não ouvi você chamar porque estava com o chuveiro ligado.

– Não tem medo de ser roubado?

– Não. Há câmeras por todo o prédio e eu duvido que alguém tente invadir o meu apartamento. Não alguém em sã consciência.

Eu sabia do que ele estava falando. Realmente ninguém seria louco de fazer aquilo, pois apesar de ninguém ter certeza todos desconfiavam que ele era membro da Skull & Bones e ninguém era louco de se meter com a Sociedade.

– Por que ainda tem a foto? – perguntei tentando desviar o assunto da minha invasão.

Ele se aproximou da estante e pegou a foto.

– Foram bons tempos aqueles. Essa foi a última vez que o vi antes de deixarmos de nos falar. Na formatura dele, ele tinha catorze e eu dezesseis.

– Acho absurdo da sua parte ainda guardar a foto depois de tudo o que fez com a gente.

Ele devolveu a foto para a estante e me olhou sério.

– Ainda não entendeu?

Eu fiquei encarando-o, tentando passar a impressão de que era óbvio que ele não fazia nenhum sentido. Ele continuou:

– Não é nada pessoal, nunca foi. Negócios são negócios, apesar de ter feito o que fiz, continuo tendo Pedro como um amigo...

– Amigo? O que você fez com ele não se faz nem com um inimigo, Luke!

– Ás vezes somos obrigados a fazer coisas que não gostamos pelo bem de outros e acabamos magoando pessoas queridas. Algumas coisas fogem do nosso controle! Sabe do que estou falando?

Eu gelei. Perguntei-me se ele havia descoberto o que eu estava pretendendo fazer, pois eu entendi o que ele queria dizer. Eu estava prestes a fazer algo que não queria pra tirar Pedro e os meus amigos de uma enrascada, mas se as coisas fugissem do meu controle, muita gente inclusive eu sairia machucada.

Será que ele sabia de algo?

Percebi que eu continuava muda encarando-o e desviei o olhar para o apartamento, tentando fingir que aquilo não era comigo.

– Você tem um belo apartamento! Parece bem espaçoso. – Comentei enquanto analisava o lugar.

– Quer ver o resto? – ele convidou.

– Obrigada, mas eu já estava de saída quando você chegou. Quem sabe outra hora.

– Sara.

Ele me chamou e me segurou na hora que eu fui contorná-lo para chegar até a porta.

Novamente congelei de medo! Será que estava escrito “CULPADA” na minha testa?

– O quê? – perguntei tremendo.

– Porque está com medo de mim? – ele realmente parecia confuso.

– Eu não estou com medo de você! – respondi e engoli em seco.

Então ele fez algo realmente inesperado. Me abraçou.

– Eu lamento que tenha sido assim, mas não quero que tenha medo de mim. – ele falou enquanto esfregava minhas costas e eu continuava rígida com a surpresa da ação. – Eu jamais te machucaria...

Aquilo despertou meu ódio. Como assim jamais me machucaria? Ele riu na minha cara quando disse que me entregaria para o Daniel se eu não falasse com Steven!

Eu ainda estava paralisada quando ele fez outra coisa inesperada: me beijou.

Filho da mãe!

Eu juntei todas as minhas forças e o afastei.

– Não minta pra mim, Luke! Lembro muito bem de quando você riu na minha cara e me ameaçou...

– Eu já disse que tinha que fazer aquilo, mas eu sabia que você iria colaborar e não seria preciso chegar a extremos.

– E se eu não colaborasse?

Ele continuou me encarando como se eu tivesse formulado alguma hipótese absurda.

– Eu não sei... – respondeu.

– Pois eu sei Luke. Tenho certeza de que você me entregaria para o Daniel e ainda iria querer assistir minha tortura.

– Eu não sou um monstro como Daniel! Nós somos diferentes!

– Eu não vejo nenhuma diferença!

– Ele te odeia e eu não!

– Pode ser, mas o fato de você não odiar uma pessoa não significa que se importa com ela!

– Eu me importo com você...

– E o que quer então além de destruir o meu namoro? E não venha com aquele papo de que quer ser meu amigo porque eu não vou cair nessa de novo! Eu te dou abertura e você me agarra na primeira chance que tem.

– Eu sinto muito, acabei me deixando levar e...

– Tchau e obrigada pelo casaco! – falei e corri até a porta antes que ele tentasse me impedir de novo.

Aquilo não estava dando certo. Sempre que eu tentava me aproximar dele acabávamos brigando, esse plano nunca funcionaria. Agora eu via que fora realmente um absurdo aceitar aquela loucura.

O que eu estava pensando? Eu não conseguia me controlar perto dele! Quase entregara tudo na primeira chance, eu realmente nunca fora muito boa em mentir. Até hoje me pergunto como consegui enfrentar o Daniel aquela vez, deve ter sido a adrenalina...

Eu vinha pensando e me xingando mentalmente durante todo o caminho e não percebi que já estava no meu prédio até uma voz conhecida me chamar.

– Sara?

Jana estava parada perto da entrada do prédio de mãos com Eric, aparentemente também haviam acabado de chegar.

– Oi.

– Onde estava tão cedo?

Droga! Por que ela tinha que fazer tantas perguntas?

– Estava caminhando um pouco.

– De jeans? – dessa vez fora Eric quem perguntara e ele parecia desconfiado.

– É, eu estava com pressa e foi a única coisa que achei...

– Estava com pressa pra fazer caminhada? – interrompeu Jana.

Qual era a dela? Deu pra dar uma de detetive agora?

– Sim. – respondi tentando não corar ou me entregaria no ato – Queria fazer isso antes que começasse o movimento no campus.

– Não devia ter saído sozinha, Pedro não iria gostar disso. – disse Eric.

Pedro havia pedido várias vezes pra nenhum de nós sair sozinho à noite, mas já estava claro né?

– Eu estou inteira, não estou? E já era dia quando eu saí! – respondi já irritada com tantas perguntas e entrei logo no prédio.

Só o que me faltava agora, Jana me encheria de perguntas quando subisse e espero que Eric não comente nada na frente do Pedro.

Essa é uma maneira péssima de começar o dia. Pensei seriamente em voltar pra cama e cabular a aula, mas levantaria mais suspeitas ainda.

Levei as mãos para a cintura da calça e percebi o volume ali no bolso.

Esquecera de devolver a chave.

Peguei-a irritada e sentindo um ímpeto de jogá-la fora, mas seria muito arriscado. Acabei colocando-a na bolsa que parecia o lugar mais seguro até resolver o que fazer com ela. Não estava disposta a voltar ao apartamento do Luke tão cedo.


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Notas finais do capítulo

Estou muito triste porque não recebi nenhum comentário no último capítulo. Se a história está ruim me digam por favor e eu tentaria ver o que posso fazer, ok?



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