Safe & Sound II: A Sociedade Secreta escrita por Gistar


Capítulo 19
Oásis




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“E quando seus temores se acalmarem

E as sombras ainda permanecerem

Eu sei que você poderá me amar

Quando não sobrar ninguém para culpar...”

Sara

– Tomou um caldo, hein? – ouvi Jana dizer quando me viu entrar totalmente encharcada.

Larguei a bolsa com os livros num canto do quarto e fui tomar um banho quente.

A tempestade ainda estava forte lá fora quando saí do banho.

– Ainda bem que não precisamos sair do prédio para jantar. Mas vai ser ruim se a chuva continuar amanhã, Eric e eu estávamos planejando sair à noite. Detesto sair com chuva!

Jana continuou a falar sem parar enquanto eu me vestia e secava o cabelo. Quando estava pronta, descemos para jantar.

– Conseguiu os livros? – perguntou enquanto estávamos na fila para pegar a comida.

– Sim, ela me emprestou alguns.

Quando sentamos na nossa mesa vi que Pedro, Emerson e Jacson ainda não haviam chegado.

– Onde eles estão?

– Estão treinando para o jogo da próxima semana. – Respondeu Mandy.

– Mas o céu está caindo lá fora! – Jess disse preocupada e olhando pela janela o tempo horrível que fazia.

– Aquele técnico não dá importância pra isso, ele tira o couro dos jogadores! – Reclamou Rosane. - Olhem eles lá!

Nós olhamos para a porta onde eles estavam entrando e indo pegar sua comida.

– A cara deles realmente não é das melhores! – Ouvi Bruno dizer enquanto eu observava Pedro.

Ele parecia estar exausto, aquela rotina de faculdade, futebol e sociedade estava acabando com a disposição e a saúde dele. Eu já havia sugerido que ele deixasse o futebol e se dedicasse somente à Faculdade de Medicina, mas ele insistia em continuar jogando. Ele disse que fizera isso a sua vida toda e que se havia algo que o fazia se sentir livre e esquecer os problemas era o futebol.

Depois disso, eu desisti de convencê-lo a parar de jogar, mas me partia o coração vê-lo daquele jeito.

– Oi amor! – Ele disse quando chegou à mesa e me deu um beijo. Fazia algum tempo que não tínhamos um momento só nosso. Aquela rotina dele e todos os problemas com a sociedade estavam abalando nossa relação, mas nós não podíamos deixar que isso acontecesse.

– Vai fazer alguma coisa no fim de semana?

– Não. – Respondi animada. – Isso é um convite pra sair?

– Era, mas você não me deixou fazê-lo. – Ele disse sorrindo.

– Desculpe. É que eu já estava pensando em fazer isso, mas você tem andado tão cansado ultimamente que eu não tive coragem de te convidar antes.

– O nosso técnico vai nos liberar no fim de semana, vamos ter todo o final de semana de folga. Estava pensando em irmos pra casa amanhã e ficar lá até domingo, só nós dois. O que você acha?

Ele estava me convidando pra ir à casa dele?

Eu já havia ido lá várias vezes, mas nunca havia dormido lá. E agora ele queria passar todo o fim de semana lá comigo, sozinhos!

– Eu acho que vai ser ótimo! – falei e o abracei, dando um beijo.

Finalmente uma notícia boa naquela semana trágica.

A minha ansiedade para que o fim de semana chegasse logo era evidente e Jana me repreendera várias vezes durante a aula porque eu não parava de falar naquilo.

Quando Pedro foi até o meu quarto pra pegar minhas malas eu já estava pronta. Nós iríamos no carro que ele havia mandado buscar em casa, ele fazia questão de dirigir.

A casa era um pouco mais longe do campus que a de Steven, cerca de quatro horas de viagem. Apenas um carro nos escoltaria até a casa dele.

– Eu queria te pedir uma coisa. – Ele disse depois de já fazer algum tempo que estávamos na estrada.

– O quê?

– Eu queria que esse fim de semana fosse só nosso, então vamos deixar pra trás os nossos problemas por enquanto. Só vamos falar sobre nós e mais nada. Você consegue fazer isso?

– Claro.

Eu ainda tinha que falar com Pedro sobre Luke e planejar como eu faria para me aproximar dele sem levantar suspeitas, mas isso iria ter que esperar. No momento nada era mais importante do que Pedro e eu.

Era difícil ignorar tudo o que estávamos passando e falar do futuro sem mencionar a sociedade, mas eu teria que dar um jeito e contornar isso. Aliás, eu não conseguia imaginar um futuro em que ele não estivesse comigo, com ou sem sociedade, nós pertencíamos um ao outro. E se tudo desse certo e eu tentava desesperadamente acreditar que daria, nós seríamos livres pra nos amarmos e sermos felizes.

O pai dele pouco ficava em casa, estava sempre viajando a negócios. Pedro me conduziu até o quarto dele para deixarmos as malas.

– Eu vou cuidar do nosso jantar. Fique à vontade. – Disse e me deu um beijo antes de sair.

Eu abri minha mala e olhei as roupas que Mandy havia insistido em me ajudar a escolher. Peguei uma lingerie azul (que era a cor preferida de Pedro) da Victoria’s Secret e um vestido também azul. Eu queria que aquela noite fosse perfeita, queria agradá-lo e mostrar que eu ainda o amava e que não havia nada no mundo que fosse capaz de nos separar.

Depois de tomar um banho e me vestir, arrumei o cabelo e coloquei uma maquiagem leve. Eu sabia que não íamos sair hoje, mas eu queria me arrumar para ele.

Ouvi uma batida na porta.

– Amor, o jantar está pronto.

– Já estou descendo! – Respondi enquanto calçava os sapatos.

Depois de verificar minha aparência mais uma vez no espelho, eu desci.

Pedro estava me esperando no fim da escada. Eu não sei como ou onde, mas ele também havia trocado de roupa. Usava uma calça jeans com uma camisa pólo azul e sapatos pretos. Perdi o fôlego ao vê-lo me esperando ali. Ele pegou minha mão e a beijou num gesto de cavalheirismo.

– Feche os olhos! – pediu.

Eu não fiz perguntas, eu confiava nele a ponto de lhe entregar a minha vida. Fechei os olhos enquanto ele passava meu braço pelo dele e me conduzia para algum lugar...

Depois de algum tempo, comecei a sentir cheiro de rosas, então ele disse:

– Pode abrir.

Eu abri os olhos e arfei com o que vi.

Parecia que eu estava sonhando. Ele havia me conduzido até um jardim onde havia rosas de todas as cores e por todo o lado. No centro onde estávamos, ele havia colocado uma mesa para dois. A noite contribuía, pois o céu estava limpo e estrelado. A brisa era fresca e agradável, nem quente, nem fria.

– Gostou? – Ele perguntou enquanto me abraçava.

– É lindo! – Falei enquanto lágrimas rolavam dos meus olhos e pela primeira vez em muito tempo, eram de felicidade.

Apesar de ter estado na casa dele algumas vezes, eu não conhecia aquele lugar.

– Minha mãe as plantou – explicou – eu pedi para o jardineiro que as conservasse, como uma lembrança dela.

Ele havia perdido a mãe aos dez anos, de leucemia.

Ele foi até um aparelho de som que ele havia instalado ali perto e colocou uma música.

– Mas hoje é um dia para falarmos de nós dois. – Ele foi até mim e me estendeu a mão para que dançássemos a música.

Eu aconcheguei meus braços ao redor do seu pescoço e ele me abraçou pela cintura, colando nossos corpos.

Eu encostei o rosto em seu peito e o senti encostar os lábios em meu cabelo.

– Adoro seu cheiro, se o mundo acabasse hoje, eu morreria feliz, só por ter tido o privilégio de ter você em meus braços. Eu queria poder prender você pra sempre neles.

– Eu também Pedro. A única prisão na qual eu gostaria de estar para sempre é nos seus braços.

– É bom ouvir isso, eu tenho uma coisa pra te dar.

Ele tirou uma das mãos da minha cintura para pegar algo no bolso e me estendeu uma caixinha.

– Abra! – pediu.

Eu abri a caixa e vi duas alianças prateadas.

– Não é um pedido de casamento, é mais como uma aliança de compromisso. Eu quero que todos saibam que você é minha. – Falou enquanto pegava a aliança menor.

Então eu percebi que o nome dele estava gravado nela.

– Posso? – perguntou enquanto pegava minha mão direita.

Eu assenti e ele deslizou a aliança pelo meu dedo. Depois peguei a outra que tinha o meu nome e coloquei no dedo dele.

– É linda! – Falei admirando a aliança em meu dedo.

– Você que é linda, amor. Eu te amo!

– Eu também te amo! - respondi.

Nós nos beijamos e eu me sentia tão feliz que tinha vontade de gritar pra todo mundo ouvir que eu amava Pedro e era correspondida.

Nós estávamos em nossa bolha de felicidade e mais uma vez o meu mundo era somente ele e eu. Ele era meu oásis em meio à dor e ao caos, ele era meu porto seguro e eu iria me empenhar ao máximo para não perde-lo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? É eu sei que se torcer sai um copo de água e açúcar kkkkk



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