Safe & Sound II: A Sociedade Secreta escrita por Gistar


Capítulo 14
Reféns


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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“Alguém me disse

Que o amor nos salvaria

Mas como?

Olhe o que o amor nos trouxe

Um mundo cheio de mortes

E sangue jorrando

Este mundo nunca existiu.”

– Pedro, há quanto tempo... – Definitivamente era a voz dele – Vejo que conheceu meus irmãozinhos.

Pedro estava em silêncio, nem ele nem ninguém mais falava.

– Eles querem saber o quanto você está disposto a cumprir suas ameaças. – Luke falou.

– Ah, eu estou ansioso pra terminar a minha conversa com a Srta. Samers. - Começou, despertando em mim novamente meus pesadelos. - É claro que a mãe dela viria depois dela, assim que eu terminasse com a filha na frente dela, fazendo-a sofrer bastante e implorar para morrer também. Depois que eu terminasse com as duas eu cuidaria do namoradinho que me impediu de concluir meus planos, esse eu vou torturar até implorar que eu o mate. Por último, eu faria uma visitinha à vadia da loira que me impediu de acabar com o Pedro e daria a ela todo o prazer que o grandão aí não é capaz de dar...

Eu ainda estava paralisada com as ameaças de Daniel quando houve um estrondo e a ligação ficou muda. Emerson havia atirado o telefone no chão com tanta força que o fizera em cacos.

– Desgraçado! Eu vou caçar esse infeliz até o fim do mundo, nem que seja a última coisa que eu faça na vida!

– Não tente, Emerson, você morreria antes de tocá-lo. Acho que foi o bastante. – Disse Luke, voltando a olhar para mim. – Então, vai falar com Steven?

– Vou! – respondi decidida, pois eu não queria que mais ninguém morresse por causa dos erros dele, que acabara caindo no meu conceito.

– Sara, você não...

– Eu vou fazer isso, Pedro! Essa história já foi longe demais. Eu quero acabar logo com isso antes que mais alguém saia ferido.

– Muito bem! – Luke me elogiou sorrindo - Acho que você pode ir ver Steven esse fim de semana e terminar logo com isso. Diga a ele que tem exatamente uma semana pra fazer isso.

– Eu vou. – prometi.

– Então acho que a reunião acabou. – Disse e se levantou.

Ele e os outros seniores saíram ficando apenas a nossa turma de convocados. Tânia e os outros dois caras também saíram, mas Jana e Alex ficaram conosco. Alex estava abraçando Jess e Jana nos observava assustada.

– Eu me sinto num filme de terror! – Falou quando percebeu que eu a olhava. – Se eu soubesse que entrar pra essa sociedade significaria isso...

– Ninguém sabia, Jana, nós todos somos vítimas. – Falou Alex.

– Steven sabia! – falei – E mesmo assim, não nos avisou...

– Eu sinto muito! – Pedro disse enquanto me abraçava. – E a culpa é minha, eu insisti tanto que você aceitasse entrar pra essa sociedade, devia tê-la ouvido e te deixado ir quando você queria.

– Não se culpe, Pedro! Mesmo se não entrássemos, eles arrumariam outro jeito de nos pegar. – Mandy falou e deu um suspiro alto.

– Vamos sair daqui! – pediu Pedro e todos nós levantamos.

Eu não havia percebido que era tão tarde até sairmos para a noite.

Andávamos em silêncio, Pedro sempre me abraçando. Passamos pelos alunos do campus, alguns provavelmente indo jantar, outros para a biblioteca ou apenas passeando e aproveitando a noite estrelada e quente demais para o outono. Todos alheios ao nosso grupo, ao desespero e à dor que eu sentia crescendo novamente dentro de mim.

Era estranho e ao mesmo tempo irônico o fato de que uma vez fomos reféns presos dentro de um prédio de tijolos, o que era apenas uma barreira física para a nossa liberdade. Uma barreira que podíamos ver, tocar e sonhar com vários modos de atravessá-la para chegarmos ao outro lado.

Agora, não eram tijolos que nos tiravam a liberdade, não era nada concreto que pudéssemos ver, tocar ou pular. Era algo invisível e por isso intransponível e talvez inatingível, pois quem nos prendia não era um grupo com pouco mais de uma dúzia de terroristas; eram pessoas sem rostos. Era uma prisão sem medidas, sem forma definida, pois não sabíamos até onde ela se estendia, mas sabíamos que se espalhava por todo o país, por todos os lugares.

Nós sabíamos que eles estavam em toda a parte e isso era o que nos impedia de correr e pedir ajuda para a polícia, pois eles eram a polícia. Esse fato tornava a nossa liberdade impossível!

Paramos indecisos na entrada do nosso alojamento. Eu apertei Pedro ao meu lado, não queria me separar dele, não agora que eu precisava dele para me manter inteira.

– Fica comigo! – Pedi.

– Sempre. – Ele respondeu e se virou para Jana – Você se importa...

– Não, claro que não. – ela respondeu imediatamente.

– Obrigada. – agradeci enquanto subíamos as escadas.

Não dissemos nada. Chegamos no quarto, ele me puxou para a cama e me aninhou em seus braços e eu recomecei a chorar novamente enquanto ele me consolava. Adormeci depois de algum tempo, exausta demais pra dizer ou fazer algo e um pouco reconfortada porque Pedro estava mais uma vez comigo, mais uma vez me segurando para que eu não caísse no buraco negro que se abriu diante de mim.

Acordei com as batidas na porta. Batidas não, pancadas!

Pedro levantou-se rápido e abriu a porta. Imediatamente uma multidão invadiu o quarto.

– Precisamos conversar. – Emerson falou enquanto marchava para dentro do quarto rebocando Rosane. Depois entraram Mandy, Jacson, Angie, Bruno, Eric, Jess e para meu espanto, Alex e Jana.

Eu sentei na cama para dar espaço para sentarem-se e vi que era só sete da manhã. E pelas olheiras da maioria, quase ninguém havia dormido.

Pedro olhou para o grupo atônito.

– Precisamos de um plano! – Respondeu Mandy que estava sentada ao meu lado.

– Com certeza precisamos, alguém tem um? – Pedro perguntou enquanto olhava todos os rostos, um a um.

Mas ninguém disse nada.

– Ótimo! – gemi.

– Não se preocupe Sara, a gente vai sair dessa! – Ângela disse – Vamos dar um jeito.

– Só tem um jeito Angie! – falei – Eu vou falar com Steven e terminar logo com isso, então estaremos livres... ou quase...

– Ótimo, vamos ter mais um bandido solto! – Reclamou Jacson.

– Eu acho que ela está certa. – Pedro disse – Não podemos fazer nada quanto ao Leonardo, não podemos nem ir até a polícia.

– Então vamos fazer o que eles querem! – Rose disse, sua voz rouca denunciava que estivera chorando – Vamos falar com Steven e permitir a liberdade desse bandido, deixando-os pensar que estamos conformados. Enquanto isso, daremos um jeito de sair dessa sociedade sem que ninguém seja prejudicado...

– E quanto eles menos esperarem, vamos pegá-los! – Emerson terminou e deu um olhar cúmplice à Rosane.

– Como vamos fazer isso? – perguntou Bruno – Eles são muito espertos e nunca foram pegos pelos vários crimes que eles cometeram nem pelas guerras que eles provocaram...

– Eles devem ter um ponto fraco, Bruno! – Jacson argumentou – Todo mundo tem e se eles tiverem, nós vamos descobrir e usá-lo a nosso favor.

– Vocês podem contar comigo! – Alex disse – Não quero mais ficar nessa sociedade de criminosos, não vou compactuar com isso, nem permitir que a Jana faça parte disso.

– Obrigada, Alex - Pedro agradeceu - a ajuda de vocês será bem-vinda, mas só se precisarmos, pois não sabemos o que teremos que fazer e não queremos que corram riscos por nossa causa.

Alex olhou para Jess que estava com a cabeça encostada em seu ombro e disse determinado.

– Não importa! O que tiver que fazer eu vou fazer, eu assumo todos os riscos, quero ajudá-los.

Ele não precisou dizer mais nada, todos entenderam que ele estava envolvido demais com Jess para ficar de fora só assistindo aos nossos esforços de salvar a nós mesmos.

– Tudo bem! Assim que resolvermos o que vamos fazer, veremos.

– Então eu vou ligar para Steven hoje e avisá-lo que iremos visitá-lo no fim de semana. – Falei olhando para Pedro.

– Infelizmente não vou poder ir junto! Teremos jogo no sábado.

Meu rosto desmoronou.

– Eu vou com você! – Avisou Mandy e imediatamente todas as meninas se ofereceram pra me acompanhar também.

– Obrigada gente! – Agradeci.

– Precisamos nos vestir, temos aula daqui a uma hora! – Avisou Angie enquanto se levantava.

– Eu acho que não vou hoje! – falei olhando para a cama que nunca pareceu tão convidativa.

– Sara, - Jana disse pegando minhas mãos – não se entregue ao desespero, isso só vai piorar as coisas, você tem que mostrar a eles o quanto é durona...

– Ela tem razão! – Pedro concordou – Precisamos mostrar que está tudo bem e que estamos confiantes, não podemos demonstrar fraqueza, não vamos dar este gosto a eles.

Eu suspirei alto, mas eles tinham razão. Não era hora de mostrar fraqueza, me trancar num quarto não iria mudar nada nem mandar aquilo embora.

– Ok. – respondi.

– Te espero no café. - Ele disse me dando um beijo e depois saiu com os outros.

Tomei um banho e desci com Jana para o refeitório. Não tinha fome, mas Pedro me fez engolir uma tigela de cereais.

A aula passou devagar, eu tentava prestar atenção, mas minha mente estava em Steven e no que eu teria que fazer.

Eu liguei para ele depois da aula, avisando que precisava ter uma conversa importante com ele e que as meninas iriam comigo. Ele ficou preocupado, mas não fez nenhuma pergunta.


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Notas finais do capítulo

Estão gostando da história? Cadê meus leitores da primeira temporada? Digam o que estão achando da história para eu saber, não deixem de comentar. Bjs