São 6:30hs da manhã e estou parada na frente do prédio. Por estar no período de férias das escolas fez com que o trânsito diminuísse bem, fazendo com que eu chegasse ainda mais cedo.

A semana passou rápido já é sexta-feira, os outros dias foram normais, eu e Vincent nos afastamos muito pelo fato de que a Paula estava todo tempo perto dele por causa da questão do evento para as empresas parceiras que vai ter no fim do mês um dia antes da festa junina que a empresa vai promover para os funcionários das Relações Bence que falando nisso é neste final de semana, desta vez até fui convidada. Mais esse nosso afastamento é ótimo, parece ótimo pelo menos. Parando com meu desvaneio entro na empresa.

_Bom dia, Mike! Como você esta nesta bela manhã de sexta? _Digo entregando-lhe o meu cartão de identificação.

Na sexta sempre estou de bom humor pelo fato de ser fim de semana amanha e de ser um final de semana muito especial que acontece sempre no último sábado do mês pra mim pelo menos.

_Bom dia Mel, eu estou bem! E você como esta? _Ele me diz mais algo me diz que não está nada bem ele tentou disfarçar mais ele não conseguiu, eu sempre fui boa em perceber essas coisas e não consigo ver alguém que eu goste sofrer.

_Eu estou bem Mike, mais percebo que você não esta nada bem, hoje vou almoçar com você e irá me contar tudo que sentir vontade de dizer, sou sua amiga apesar de tudo e espero que confie em mim como sempre confiei em você e se puder vou te ajudar a superar esse problema da melhor forma possível. _Digo olhando pra ele enquanto me entrega o cartão.

_Obrigada Mel, mais não precisa. Estou bem! _Ele fala tentando me tranquilizar.

_Nada disso, eu venho aqui na hora do almoço. _Digo me encaminhando para o elevador e dando tchauzinho pra ele antes que ele me convença ao contrário.

As pessoas vão saindo do elevador quando vai parando em cada andar, já estou sozinha no elevador fico me olhando no espelho como sempre. Estou com uma regata que modela minha cintura, uma saia rosa que vai até um pouco acima do joelho, para acompanhar um blazer branco, sapato alto da cor rosa e uma bolsa cor pele e para completar o look pulseira e colar.

As portas se abrem e estou no 15º andar e então Vincent entra, nesses três dias que se passou essa é a primeira vez que ficamos completamente sozinhos, é o que parece mais na verdade não estamos porque tem câmera em alguns elevadores principalmente neste.

_Bom dia. Mel! _Ele diz pegando minha mão e depositando um beijo.

_Bom dia Sr. Bence, tudo bem com o sr? _Digo tentando ser gentil, ele já desistiu de me pedir que o chama-se de Vincent eu não consigo até que tentei muito, sempre consigo uma vez mais as próximas vezes já coloco Sr.

_ Estou ótimo Mel, estava reparando que essa é a primeira vez nestes dias que nós estamos completamente sozinhos. Na verdade se não fosse às câmeras que tem principalmente neste elevador estaríamos à sós. _Ele diz olhando pra mim.

Começo a rir, baixo mais incontrolável tipo porque eu pensei e ele disse a mesma coisa. Até pareço uma idiota.

_O que foi Mel, quero rir da piada. _Fala com um olhar malicioso.

Olho pra cima e vejo que estamos no 26ºandar então prolongo minha risada pra não dar tempo de ter outro papo.

_Não é nada só lembrei-me de uma coisa. _Digo sem conseguir parar de rir. _Desculpa. _Falei meio que gaguejando por causa do riso.

Ele começa a rir e sei que é da minha cara, mais não ligo.

_Depois você vai ter que me falar o motivo da risada. _Diz e já chegamos no 28º andar.

_Pode deixar. _Digo e já estou vermelha, pois ri demais, espero que ele se esqueça disso, saio do elevador e vou ao banheiro ver se a maquiagem borrou e depois vou para minha mesa trabalhar.

Faço a mesma coisa de sempre, atendo telefone, faço a tradução de projetos de inglês pra português ou português pra inglês e assim por diante., marco alguns compromissos de Vincent e desmarco outros, aqui sou mais secretária do que assistente pelo menos o que vale é o que está na minha carteira de trabalho. Enquanto isso Paula passou a manhã inteira no escritório. Esta na hora do almoço e tenho que avisar ao Vincent que vou sair e que já volto para ir encontrar o Mike.

Bato na porta dele.

_Com Licença Sr. Bence, eu já vou indo, o sr. Precisa de mais alguma coisa? _Digo após abrir a porta.

_Não preciso de nada Mel, pode ir. _Ele diz olhando na minha direção.

_Tudo bem então, com licença. _Digo e fecho a porta, pego a minha bolsa que estava na cadeira e desço pra me encontrar com Mike.

_Você realmente veio minha cara. _Fala Mike, ele sempre me tratou com carinho e eu a ele, por isso nos demos muito bem durante todo esse tempo.

_Sim não te disse que viria, estou te esperando. Vou te levar em um lugar muito legal pra gente conversar e vai ser por minha conta dessa vez. _Digo com firmeza, a gente sempre reparte mais sei que deve ser questão de dinheiro o problema dele, acho que é isso, pois ele sempre fica assim lembro de uma vez que ele ficou devendo ao banco pois não pagou as parcelas da faculdade da filha eu ajudei ele a negociar o valor e paguei uma parte, ele sempre quer me devolver mais nunca aceito fiz de coração pois ele segurou o meu choro toda vez que fui humilhada aqui e foi um dos primeiros a me apoiar na minha nova vida me ajudando a ser forte e a superar os meus medos pra sempre olhar pra frente. Admiro muito ele. Não só por isso mais na questão de ajudar as pessoas sem querer nada em troca e sempre sabe o que dizer nas horas de aflição.

_A senhorita não existe mesmo. Não vou discutir com você hoje. _Ele diz e fico observando ele se arrumar pra gente sair, ele tem uns 45 anos por aí, cabelo já com alguns fios brancos, mais ou menos 1,70 m , sua pele branca mais da pra perceber a idade por trabalhar desde os 14 anos de idade uma vida sofrida mais como ele diz “Digna” adoro esse jeito humilde dele.

É só atravessar, andar um pouco e então chegamos ao restaurante, é um lugar bem confortável o cheiro da comida é formidável me faz lembrar-me da minha avó já falecida ela cozinhava muito bem, gostava muito de ir a casa dela na época. Escolhemos a mesa e sentamos um de frente ao outro.

_Mike o que houve, pode se abrir. _Digo e nessa chega o garçom.

Fazemos nossos pedidos e então o garçom se retira.

_Bom Mel não sei por onde começar. Nem sei se consigo falar isso é muito delicado. _Ele diz passando a mão pelo cabelo e me dou conta que deve ser algo muito ruim nunca o vi assim.

Seguro em sua mão é um gesto pra que ele se sinta seguro e confiante comigo.

_A minha sobrinha Letícia só tem 14 anos, eu nem acredito nisso Mel. _Ele para por um segundo então continua. _Nós descobrimos que ela está com Leucemia. _Fala disparando de uma vez, eu seguro com mais força a sua mão e olho em sua direção.

_Eu poderia te dizer calma, tranquilidade, tenha fé e etc., mais você já ouviu isso de muita gente como seu irmão não é? Vou fazer diferente mostrar que a vida mesmo sendo difícil daqui pra frente, pode ser feliz ou melhor do que parece vou ajudar você e sua família a passar por cada dia não sei como mais vou tentar do fundo do meu coração Mike e espero que acredite nisso e tudo aquilo que as outras pessoas disseram a você eu reafirmo em dobro e tenha fé meu amigo. _Falo tentando conter as lágrimas.

_Obrigada Mel, sei que posso contar com sua amizade, sabe de uma coisa nunca pensei que encontraria uma pessoa tão nova e amiga assim te considero como uma filha se me permite dizer, te admiro como pessoa. Agradeço por tudo. _Ele diz e vejo que está emocionado.

Chega nosso pedido, e solto sua mão, o garçom nós serve e sai.

_Pode sim me chamar assim, pois te considero como um pai que me protege dessas cobras da empresa, mesmo tendo um pai maravilhoso. _Digo, e começo a comer, eu e Mike pedimos um prato com um nome pra lá de complicado mesmo tendo dinheiro nunca fui de frescura o pessoal até ri de mim por isso, sei me comportar bem mais os nomes do prato é estranho no restaurante sempre peço o mesmo que meu pai por ter notado isso ele sempre pede algo que não seja alérgica, esse é um segredo nosso. Acompanhando um copo gelado de suco de uva o meu preferido inclusive, então nos servimos.

Não sabia o que dizer a ele, acho um momento muito delicado, então resolvo falar da minha mudança e de que ele tem que me visitar ele foi algumas vezes no meu antigo endereço e meu pai gostou muito dele se tornaram amigos algo que aproximaram eles dois foi porque os dois torcem pelo mesmo time, a loucura foi grande quando meu pai descobriu, fanático como é pelo Palmeiras já era de se esperar, converso também sobre a faculdade e pergunto como esta a família e qual foi o diagnóstico da doença.

Pelo que entendi a doença está no começo o médico deu muitas esperanças aos pais da Letícia, mais ele não consegue me explicar melhor à situação e resolvi não falar mais sobre esse assunto.

_ A Letícia e família moram com você? _Pergunto enquanto ainda como.

_Sim, meu irmão mora no mesmo quintal com a esposa e a filha. _Diz olhando pra mim desconfiado.

_ Mike eu tive uma ideia, eu irei a um lugar amanhã de manhã e gostaria que você e sua família me acompanhassem, não posso dizer onde é mais se sinta honrado por que eu nunca levei ninguém lá apesar que já tentei. Acho que vai ajudar sua família e principalmente a Letícia. O que você acha? E antes de responder não aceito um não. _Digo disparado e entusiasmada nem sei se ele entendeu.

_Claro Mel eu confio em você e não tinha nada mesmo marcado pra amanhã de manhã. Que horas é essa surpresa? _Ele diz com um sorrisinho.

_Então eu vou pegar você, sua esposa e a Letícia, outro dia a gente leva o José e a Mônica. Vou buzinar na frente da sua casa às 6:00hs. _Digo olhando em sua direção.

_Tão cedo. _Ele diz fazendo cara de desaprovação.

_Sim mais garanto que vocês vão gostar. _Digo tentando passar tranquilidade.

_Esta bom então. _Ele responde.

Peço a conta, Mike resolve ir antes de mim já que vou passar na drogaria antes de ir para o serviço acho que ele vai cochilar por meia hora, nosso almoço foi rápido demais.

Pago a conta e deixo uma gorjeta para o garçom que nos atendeu, quando levanto pra sair vejo o Vincent sentado com a Paula não havia notado sua presença isso porque ele está meio longe de mim umas oito mesas por aí ou mais até. Finjo que não vi, mais será que ele me viu, espero que ele não faça nenhuma pergunta, pois não posso dizer nada sobre Mike é algo muito pessoal, terei omitir informações.

Vou a Drogaria e compro absorventes e na lojinha de produtos naturais comprar folha de maracujá pra ajudar na ansiedade, pra que não esqueça do que tenho que fazer o bloco de notas sempre esta presente no meu dia a dia. Volto pra empresa e falta 5 minutos pras 13:00hs cheguei a tempo. Chego e ainda o Vincent não chegou, sento na minha mesa e começo a fazer umas pesquisas. Toda última sexta do mês é dia dos projetos segundo Luti, ele ouvi os melhores projetos, uma vez um dos meus projetos foi aceito também foi a única vez que mandei pro controle que separa, depois que me humilharam, quer dizer a Paula me humilhou sem ninguém saber. Já disse sou uma pessoa fraca certas coisas me atingem mais do que parece sei disfarçar muito bem. Com a volta do Vincent não tem como eu participar da reunião.

Começo a arrumar uns erros de ortografia do Vincent parece que amanhã à noite tem um jantar beneficente de uma ong que os Bence’s ajuda e esse é o seu discurso e que será a mesma festa da empresa e seus companheiros. Vai ter muitas pessoas importantes do grupo associado à empresa onde o assunto será negócios, imagino a Paula ao lado do Vincent, ela não entende nada disso, não fala muito bem o inglês só o português e algumas vezes muito mal e nem é uma pessoa que ajuda e sim que só sabe pisar nos outros daria tudo pra ver isso. O pessoal convidado sempre conta as histórias depois, cada uma que da vontade de rir na cara dela, mas não sou forte o suficiente pra isso, quem sabe um dia.

_Boa Tarde Mel! _Diz Vincent ao entrar de mãos dada com a Paula.

_Boa Tarde Sr. Bence e Senhorita Silva. _Digo me levantando da cadeira em sinal de respeito.

Depois de corrigir o discurso, vou à contabilidade pegar os balanços da empresa analiso-os, envio para o Vincent o balanço e a analise, verifico a agenda organizo uns papéis. Sim eu praticamente faço o trabalho dele e ele assina. Já esta na hora de ir pra casa, são 16:00hs em ponto desligo meu computador termino de guardar uns documentos em ordem e vou na sala do Vincent. Nem tinha percebido que a Paula já havia ido embora.

Bato na porta. _Com licença! _Digo abrindo a porta.

_Pode entrar Mel. _Diz deixando os papéis que estava olhando na mesa.

_Eu já estou indo o senhor gostaria de mais alguma coisa? _Digo olhando em sua direção.

_Se não fosse pedir demais gostaria sim Mel, pega suas coisas de trabalho, por favor! _Ele diz com naturalidade.

_Sim é pedir demais. _Penso no meu subconsciente.

_Claro, Já volto. _Digo dando meia volta, quando ele diz material de trabalho já sei o que é, meu estojo, caderno de anotações e o laptop.

Entro de novo, sento na frente dele. Antes que eu fale ele começa.

_Desculpa te prender até mais tarde, mais preciso da sua ajuda. _Diz-me olhando nos meus olhos.

_No que eu poder ajudar estarei à disposição. _Tento passar a profissional, mais estou cansada demais esse salto me mata.

_É esse contrato quero fechar ele hoje e preciso de sua opinião já que você está estudando e tenho ouvido muito elogios da sua parte, Luti me disse que você o ajudava nessas coisas. _Ele me diz sem tirar os olhos de mim. Eu ajudava o Luti até antes dele viajar, esse sempre foi o nosso segredo e com isso eu ganhava hora estra, me ajudava financeiramente já que queria crescer com as minhas próprias pernas sem ter o meu pai por toda vida mesmo que aquilo tudo vai ficar pra mim e minha irmão um dia.

_Isso é verdade mais não era em muita coisa o maior trabalho era dele. _Digo desviando o olhar dele.

_Não foi isso que o Luti me disse, mais tudo bem. O que eu quero de você é simples só lê e me diz com o que concorda ou discorda o que tem que mudar, sua opinião é importante, enquanto isso vou buscar um café pra nós. _Ele fala passando os papéis pra mim.

Ele nem espera minha resposta sobre o café e saí, mais sem problema. Ele volta depois de alguns minutos e trás um monte de guloseimas e café, coloca em cima da mesa e se senta no seu lugar, eu já li o projeto, mais eu mudaria muita coisa nisso aqui vou dar as minhas ideias mesmo que ele não aceite.

_Mel eu trouxe isso aqui, pois não sabia do que você gosta. _Ele diz e me da uma sensação de que ele queria saber do que eu gosto.

_Tudo bem, obrigada. _Digo, mesmo não podendo comer eu não poderia dizer outra coisa.

_Fica à vontade. _Diz sentando em sua poltrona

_Ok, eu tive umas ideias para melhorar. _Digo tentando esquecer de tanta comida boa e de que faz 6 meses que eu não como e nem posso pensar em comer essas besteiras.

_Pode falar Mel. _Ele diz e se levanta sentando-se ao meu lado.

Falo toda minha critica positiva e negativa sobre tudo e o que deveria mudar em minha opinião. Pelo incrível que pareça ele concordou com minha tese e isso fez com que o processo fosse mais rápido. Organizo as mudanças feitas no documento sentada no computador dele, ele fez questão que sentasse na sua cadeira enquanto ele comia.

_Você não vai comer nada do que eu trouxe? _ Fala colocando a mão em cima da minha fazendo com que eu parasse de digitar e olhasse pra ele.

_Me desculpe, mais é que eu só estou comendo o que é saudável para mim. _Digo e então ele tira a mão de cima da minha.

_Não acha que você precisa de uma folga nesta dieta? _ Ele me pergunta enquanto se levanta e para na frente bandeja de guloseimas e começa a fazer uma torrada com geleia de morango e vem na minha direção. Congelei.

_Experimenta. _Vincent fala enquanto vem em minha direção.

Empurro a cadeira pra trás com a ajuda das rodinhas, ele espanta com a minha atitude.

_Eu sou diabética e tenho problemas de insônia o açúcar é o maior fator. _Digo tentando me desculpar, controlar ansiedade e de repente me lembro de cada momento nesses 6 meses de tortura psicológica, coloco minhas mãos no rosto para tentar afastar as memórias ruins e é em vão as lágrimas descem.

_Não chora Mel. _Vincent diz tentando tirar as minhas mãos do meu rosto em vão.

Não consigo parar, sempre achei que um dia as lembranças tomariam conta de mim como agora, Vincent me abraça eu tento sair dos braços dele e ele não me deixa sair. Finalmente tiro a mão do rosto.

_Estou bem melhor, obrigada! _Afirmo limpando as lágrimas silenciosas que caem sobre o meu rosto.

_Tem certeza. Conta pra mim o que passou na sua cabeça. _Ele Diz e pede ao mesmo tempo enquanto seca as lágrimas do meu rosto com a mão.

_Há uns 7 meses fui em uma endocrinologista e ela me pediu alguns exames, que eu fiz no dia seguinte, acho que foi duas semanas antes de você viajar se não me engano, fui ver o resultado e eu sou diabética meu mundo iria mudar a partir daquele momento, fazendo academia de segunda á segunda, comida saudáveis. Já faz seis meses que não como doce, foi um tormento psicológico onde tive que ter força é que nem um viciado cada dia se torna uma vitória e eu tento conquistar no fim. _Digo pausadamente pra que ele entenda e retorno a digitar com ele ainda abaixado ao lado da poltrona onde estou sentada, então se levanta.

_Pronto terminei, agora é só você ler, imprimir e assinar. _Digo mudando de assunto, aliviada por poder ir embora e levanto de sua cadeira.

_Mel, não sei nem o que te falar. _Ele me diz surpreso com o que eu disse anteriormente.

_Não se preocupe eu vou ficar bem, só desabafei. Sinto muito se eu te aluguei com a minha história chata. _Digo indo em direção á porta.

_Espera Mel. _Fala correndo em minha direção para me alcançar pelo incrível que pareça a sala dele é enorme.

_Obrigada Mel, vou ler sim apesar de confiar em você. Só espera um pouco. _Ele diz olhando para mim. Faço um sinal de sim com a cabeça, pois se tiver que alterar tenho que estar aqui. Pego minhas coisas na minha mesa e espero sentada. Ele leu aprovou, imprimi e ele assinou. Quando ele ia jogando fora um monte de comida.

_Espera Vincent, você vai jogar isso fora? _Pergunto.

_Sim. _Ele fala com a maior certeza.

_É que eu penso nas pessoas que não tem o que comer. _Digo fazendo cara de preocupada.

_É verdade Mel, o que você sugere que façamos com isso tudo? _Ele diz olhando pra mim como se por um segundo ele pensasse nas pessoas com fome.

_Tem o senhor Ângelus, um morador de rua sempre que o vejo eu o ajudo, pois passo bem perto dele, ele fica aqui perto se você me permitir levo pra ele já que vou passar lá quando for pegar o ônibus pra casa. _Digo com calma e paciente. Eu ando de transporte público, por nunca sair nas fotos da família nunca tive problema, até prefiro economizo algum dinheiro, ver gente, ser normal, sem muitas atenções é bom pra mim no fim, ver aquelas pessoas que como eu trabalhou o dia inteiro e só espera chegar em casa e dormir é reconfortante não sei direito por que.

_Você está certa, como você é diferente da Paula, Mel. _Ele dá uma pausa olhando pra mim._Quer saber de uma coisa, eu vou com você, adoraria conhecer o senhor Ângelus e aproveito e te levo pra casa já que é o meu caminho. _Termina a frase me surpreendendo.

_Eu adoraria te levar até o senhor Ângelus mais não precisa se preocupar comigo meu pai me busca quando estou chegando, na verdade esse é o tempo que temos juntos. _Digo querendo que ele mude de ideia sobre me levar pra casa, mais é verdade eu e meu pai nos vemos pouco por causa que preferi outra empresa nós sempre brigamos por causa disso ás vezes.

_Nada disso Mel você vai comigo, caramba qualquer outra pessoa aceitaria minha carona sabia? _Diz pegando as guloseimas e colocando em uma sacola e vindo em minha direção pra que possamos sair da sala.

_Espero que você não se esqueça de que eu não sou qualquer pessoa! _Digo fazendo cara de que fiquei chateada enquanto a gente ia em direção ao elevador, já não tinha quase ninguém na repartição. Riamos com essa minha atitude.

_Com certeza você não é qualquer uma. _Ele diz, se posicionando ao meu lado e passando seu braço envolto da minha cintura me fazendo tremer com seu toque, acho que por isso ele rapidamente retira e então chegamos ao elevador. Dentro do elevador o nossos olhos se encontram no espelho, graças a Deus estou protegida pela câmera, se não eu não sei o que aconteceria.

_Não aconteceria nada. _Fala a minha imaginação. Ele finalmente quebra o silêncio.

_Mel porque você nunca andou de helicóptero? _Ele me pergunta quebrando o silêncio

_Na verdade meu pai tem um até, mais nunca andei e antes que você pergunte, tenho muita coisa pra fazer em São Paulo, minhas férias não bate com a do trabalho, nem sei se daria motivos convincentes mais é que já me acostumei dessa maneira e outra adoro ser voluntária em dias de folga em uma Ong que conheço a anos. Quem sabe um dia! _ Afimo e já estávamos no 8º andar.

_Nada convincente Mel, precisa de um tempo pra você! _Ele diz virando em minha direção eu observo ele pelo espelho a minha frente sem que me mexa.

_O que posso dizer, sou assim!. _Digo calmamente ainda olhando para o espelho.

_Você é estranha! Afirma ele ficando de frente para o espelho.

_Eu estranha? _Pergunto espantada enquanto me viro em minha direção por um segundo percebo que ele só disse isso pra que me virasse e olhasse pra ele porque ao fim do meu movimento ele estava na minha direção nem vi quando ele se virou novamente.

_Na verdade, você é única. _Diz dando um paço em minha direção, dou mais um pra trás e finalmente chegamos no primeiro andar ele se afastas e as portas se abrem, parece que nada aconteceu. Agradeço a Deus por isso!

Com tudo isso chegamos ao lado de fora do prédio e ele começou a caminhar ao meu lado pra que eu o guiasse até o senhor Ângelus conversamos sobre o projeto por sorte esse foi o assunto e resolvo falar um pouco sobre o Ângelus.

_Eu já tentei tirá-lo da rua mais ele diz que gosta, não sei do que, mais respeito sua escolha e mesmo assim ajudo no que eu posso, estou procurando o filho dele, o senhor Ângelus diz que só o filho pode tirar ele da rua, mais até hoje não tive notícias. _Digo tentando resumir tudo.

_Ninguém pode entender a cabeça das pessoas, mais pelo que percebi ele quer a família dele. _Fala e não parece mais ser o meu chefe.

Já o vejo de onde estamos.

_Foi o que entendi por isso que estou atrás do filho dele. _Digo logo em seguida.

Chegamos ao local que sempre encontro o senhor Ângelus.

_Boa noite, senhor Ângelus! Quero que você conheça o Vincent. _Digo sentando ao lado dele. Sim o cheiro é forte mais isso não me impede e outra é uma forma de tentar fazer com que o Vincent desista da ideia de me levar em casa me vendo desse jeito.

_É um prazer te conhecer senhor Ângelus a Mel falou muito bem do sr. por sinal. _Vincent diz estendendo a mão, e logo depois se senta do lado do Ângelus me surpreendi com essa atitude.

_Também é um prazer meu garoto. _Diz o senhor Ângelus ao cumprimentar Vincent. Com a voz rouca.

_O Vincent trouxe essas guloseimas pro senhor. _Digo e meu celular começa a tocar, do um sinal de que vou atender me levanto e fico observando os dois um pouco de longe, parece que estão se dando bem e gosto disso. Volto e tenho uma noticia ótima._Acho que o Vincent me deu sorte. _Sorrio com o meu pensamento.

_Senhor Ângelus tenho uma ótima noticia, encontraram seu filho e ele está vindo pra cá te buscar. Vou ficar aqui até ele chegar! _Digo abraçando ele e muito emocionada, mais também querendo que o Vincent desista de me levar para casa._Vincent se você quiser pode ir, pois eu não posso deixar o sr. Ângelus sozinho neste momento. _Digo ainda abraçada ao senhor Ângelus.

_Eu também quero ficar, posso senhor Ângelus? Ele diz olhando pra mim. _Eu já vi que não fujo dele.

_Pode sim, não poderia querer outra coisa a não ser ter minha melhor amiga e seu namorado que pelo jeito é uma ótima pessoa, juntos de mim nesse momento. _Ângelus diz com dificuldade, mais conclui sei pensamento. _ Alias Mel ele é seu namorado né? _Pergunta.

_Não senhor Ângelus ele só é meu chefe na verdade. _Digo meio que confusa

_Vocês formariam um belo casal, os filhos seriam lindos. _Ele diz querendo o meu bem. Filhos só daqui uns anos e outra eu e Vincent só em sonho e um bem sonhado.

_Imagina Sr. Ângelus, eu e o Sr. Vincent sem possibilidades, pois além de ser meu chefe eu o considero como amigo. _Falo de forma concretizada._ Vamos mudar de assunto e falar do senhor. _Digo mais esta parecendo que não quero falar desse assunto e essa é a verdade, não quero mesmo.

Vincent não disse nada durante o período da pergunta de Ângelus, até que me aliviou. Falamos de seu filho e o que ele esperava daqui pra frente. Seu filho Matheus chegou foi uma cena linda sem palavras muito beijo e abraços eu fiquei perto de Vincent e ele me abraçou quando viu que eu estava chorando de emoção, sou uma manteiga derretida.

_Não chora Mel. _Diz Vincent e me abraça.

_Desculpa é que sou uma verdadeira manteiga derretida. _Digo tentando limpar as lágrimas que não param de cair.

_Não peça desculpas é que não gosto de ver você chorar, isso me sufoca é como se quisesse te proteger. _Diz ainda me abraçando e com sua cabeça apoiada na minha. Neste momento eu envolvo meus braços nele e encosto minha cabeça em seu peito.

Passa alguns minutos. O senhor Ângelus se afastou de seu filho e veio em minha direção. Vincent me largou devagar.

O senhor Ângelus pegou a minha mão e disse: _ Mel esses 1 ano e meio que te conheço mudou minha vida, e vi sua vida mudar também, vi a antiga e a atual Melissa Miller, você mudou sua imagem mais não mudou sua essência. Eu quero lhe agradecer por confiar neste velho mendigo, por não ter medo de mim como muitos têm e você cuidou de mim mesmo quando bêbado, você é muito especial. _Ele diz enquanto me abraça e logo se afasta ainda segurando minhas mãos e olha na direção do Vincent. _Cuida bem dessa garotinha Senhor Vincent, ela é muito especial pra mim e pra muitos outros. _Termina, e olho em sua direção e vejo as lágrimas dele caindo.

_Cuido dela sim, pode deixar senhor Ângelus. A Mel é especial pra mim também. _Diz Vincent tocando no ombro de Ângelus.

Não vou pensar nisso agora de ser importante para Vincent, pois não é momento adequado.

_Vou sentir muita falta do senhor, mais estou feliz, pois agora o senhor terá uma vida mais digna e feliz ao lado de seu filho espero que Deus lhe de tudo de maravilhoso daqui por diante. Eu nunca vou me esquecer do senhor e espero que nunca se esqueça de mim. _Digo limpando as lágrimas que caem do rosto de Ângelus com a mão.

_Nunca poderei te esquecer, você mora aqui no meu coração. Fala pegando minha mão direita depositando em cima do seu coração do lado esquerdo do peito e dando-me depois o último abraço sei disso, pois é mais forte que o anterior.

Ele me larga e vai até seu filho que acena com a cabeça pra gente, como se tivesse me agradecido por tudo e eu retribuo, fico parada olhando o carro indo embora. Resolvo finalmente falar.

_Ângelus se despediu de mim e se foi acho que nunca mais vou ver ele, às vezes sentava aqui e ficava conversando, rindo, planejando, nunca pensava no pior só em coisas boas. Deus me deu a oportunidade de estar conhecendo pessoas incríveis. _Digo mais uma vez Vincent me abraça por trás desta vez e ficamos ali por uns dois minutos, com os braços envolta do meu corpo, depois vem pro meu lado e ele me encaminha até seu carro em silêncio, abre a porta pra mim e me acomodo enquanto ele vai para o banco do motorista, só ouço a porta dele bater e percebo que ele não faz nada.

_Mel você me deu um dos melhores momentos da minha vida, ver eles se encontrarem isso porque só fui com a intenção de levar as guloseimas e ir embora. Você é.., não tenho como defini-la só acho que tem um coração bom. _Ele diz virado na minha direção, limpo minhas lágrimas silenciosas e olho na sua direção.

_Não sou só eu que tenho um coração bom, você também, quando se sentou ao lado dele me surpreendeu, fiquei observando vocês dois conversando e vi que estava à vontade isso me mostrou o verdadeiro Vincent. _Digo tentando transmitir o que sentia.

_Você despertou em mim esperança, por um momento o Vincent egoísta não existiu. _Ele me diz com um sorriso, tento retribuir e então ele me abraça, por alguns minutos ainda estou emocionada com o acontecido mais ao mesmo tempo feliz pelo Ângelus espero um dia vê-lo. Coloco o sinto e ele também, dá partida no carro e então seguimos em direção a minha casa.

_Mel você gosta muito dele né? _Pergunta Vincent tirando-me do meu choro silencioso.

_E como, no dia em que conheci ele era tarde e frio eu estava saindo aqui da empresa e fazia pouco tempo que eu tinha começado a trabalhar e dois homens estavam me seguindo, então o senhor Ângelus apareceu e me salvou. _Digo entre os soluços e me lembrando do acontecido.

_Nossa que história. _Ele diz olhando pra frente.

_Os caras pegaram tudo o que eu tinha e começaram a me bater num beco. Ângelus apareceu e deu um susto neles, não me lembro de como foi, pois eu estava desmaiada, acordei com ele limpando o ferimento na minha cabeça. Até parecia cena de filme. _Continuo dizendo.

_Se eu tivesse visto eles estariam mortos agora. _Fala em tom bravo.

Ata ele teria passado direto, por ele eu teria morrido naquele beco, fala isso agora. _Penso por um instante.

_Não se preocupa com eles, pois agora estão presos, e como tenho conhecidos dentro da policia eles irão ficar por muito tempo por lá. _Digo limpando as últimas lágrimas e me sentindo muito melhor.

Ficamos em silêncio por um tempo. Nesse tempo ele sai do estacionamento e já estamos no caminho da minha casa.

_Ele não me julgou por ser gorda e feia, e na verdade sempre me dizia que eu era linda e quando emagreci ele dizia que eu estava feia, riamos muito disso. _ Digo quebrando o silêncio e continuo. _Ele sempre me fazia se sentir melhor, como o Luke, a Suzan, as vezes o Luti o Mike e minha família.

_Entendo sua amizade com eles, e sei que fui um desses que te humilhou na empresa, nunca vou me perdoar por isso, pois falando com Luti ele me disse que você tem problema com o fato de baixa estima, inclusive nessa semana descobri muitas coisas sobre você Mel. _Fala com tom de arrependimento mais acho que não é verdadeiro, ele ainda quer me usar só que ele se esquece que eu sei tudo o que ele faz para conquistar uma mulher, elogiar e prometer coisas que nunca irá cumprir, proteção, carinho, elogios e arrependimento é parte do seu teatro.

_Não se preocupa com isso eu já estou tratando disso, espero que não faça com outra pessoa e se arrependa isso sim me fará feliz se aprender com seus próprios erros. _Digo já não sai nenhuma lágrima.

_Eu vou cuidar de você, e não é só porque o senhor Ângelus me pediu mais sim porque eu quero. _Ele diz tirando uma mão do volante e passa nos meus cabelos descendo para o meu rosto.

_Não precisa já tenho pessoas que cuida muito bem de mim. _Digo tirando sua mão do meu rosto.

_Não me impeça. _Diz ele ríspido.

_Quer saber não vou discutir com você. _Digo cruzando os braços, quem ele acha que é pra querer cuidar de mim ele foi quem mais me humilhou e só de saber que ele esta me tratando bem porque eu estou magra me faz ficar mais enfurecida ainda com ele, nunca irá mudar isso.

_Estamos conversados então. _Ele diz e para por um momento. _Não fique brava comigo, não sei porque Mel, mais senti falta de você quando viajei para os EUA, lembrava do seu jeito educado e sempre atenciosa, ninguém nunca me tratou assim, meu pai só gosta do meu irmão e minha mãe também. Agora você, mesmo eu te jogando pra baixo sempre me ouvia quando precisava e me salvava das furadas quando te ligava. _Diz pausadamente acho que demorou longos minutos pra falar tudo.

_Vincent posso ser sincera. _Digo.

_ Sim, por favor, diga! _Responde.

_Você e a Paula foram às pessoas que mais me humilharam na empresa eu nem poderia fazer uma lista de tudo que me fez, foi um ano de muita luta. Mesmo com tudo isso que fazia ao meu respeito eu não odiava você do fundo do meu coração e eu não consigo dizer não as pessoas então te ouvia e também precisava do emprego na época e seu irmão me ajudava a superar quando me encontrava chorando ou triste eu não consigo mudar a página tão rápido. _Digo calmamente. Ele fez uma cara de espanto quando eu citei o nome da Paula.

_Paula te humilhou? _Pergunta ele me parecendo surpreso. Chegamos à minha casa e ele para do outro lado da rua, até que chegamos rápido mais boa parte do caminho o silêncio foi o maior triunfo. _ Você não vai sair daqui até me explicar tudo Melissa. _Ele diz desligando o carro e virando em minha direção.

Como se fosse adiantar alguma coisa agora, isso é que da ser cantada pelo chefe, ai ele joga o jogo do interesse mais eu não caio nessa não.

_Eu preciso ir Vincent amanhã eu acordo cedo, por favor, segunda a gente conversa. _Eu digo exasperada com a situação porque fui falar o nome da vaca da Paula.

_Por favor, me responda Mel e te deixo ir. _Ele me diz e pega a minha mão.

_Ta bom se isso vai fazer você deixar eu ir. _Digo pegando ar e me recostando no banco._ Ela fingia na sua frente que gostava de mim ou quer dizer que não tinha nada contra mim me tratando bem, por trás ela era malvada até me derrubou café onde tenho a marca até hoje nas costas quase a processei mais Luti conversou comigo e com ela e como sempre ela negou mais estava gravado graças à câmera que tem no escritório e o Luti obteve as filmagens. Como ela que faz as festas da empresa eu nunca fui convidada por isso eu não vou nessas festas fui convidada nessa de agora acho que por um milagre, ela me pedia pra ajudar a pegar você com outras mulheres mais eu dizia não, pra certas coisas eu digo não, entre outras coisas. _Digo sem respirar com os olhos fechados, nem sei se ele entendeu e depois abro novamente meus olhos não queria ver a sua reação.

_Desde que eu vi como ela te tratou na segunda eu percebi que vocês não são melhores amigas mais te agredi fisicamente, porque não me contou, e o Luti por que não deixou que você processa-se ela, era seu direito. Deixa eu ver a marca do café. _Ele diz enfurecido.

Como? Ele acha que vai tocar em mim! Nunca.

_Me desculpe Vince mais isso é passado não se preocupa passou, só quero pensar no agora se quiser saber de mais alguma coisa fala com seu irmão ele viu muitas cenas desagradáveis entre eu e a Paula. Agora se me permite. Boa noite. _Digo abrindo a porta e saindo em disparada a entrada da minha casa.

Ouço o barulho do carro saindo, acho que ele está bravo, fiquei preocupada dele saindo correndo desse jeito.

_Boa Noite, Stewart. _Digo passando em disparada, nem escuto sua resposta, percebo que todos já estão dormindo e já são 22:30 hs da noite, nem vou comer, depois de tudo que aconteceu nas últimas horas e a cena mais linda perdi a fome, então faço o meu ritual de sempre, tomar banho, passar hidratante e vestir a camisola. Então pego meu celular da bolsa e vejo se recebi alguma mensagem enquanto tomava banho, tem uma do Vincent.

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Mel me desculpa com a minha reação, hoje no carro não sei o que houve comigo. Deveria ter deixado você sair quando pediu.

Recebida: 23:14:00 hs

25/06/2010

De:Vincent Bence

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Respiro fundo e escrevo uma nova mensagem.

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Não se preocupa, percebi que você esta mudando em relação a mim deve ser a nossa amizade que está crescendo neste tempo que ficamos longe pra agora. Não se esqueça de que tudo que aconteceu é passado e isso não vai mudar, mais o presente é o agora. ’

Só fiquei preocupada com você. Você está bem?

Enviada:23:20:45 hs

25/06/2010

Mensagem Entregue:Vincent Bence

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Termino de me arrumar e chega à resposta de Vincent.

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Não sei o que ti falar sobre o que estou sentindo Mel estou confuso em relação a isso, não sei se é só amizade. Eu estou melhor estou conversando com Luti sobre você como sempre ele esta me contando tudo que sabe sobre as humilhações que você sofreu. Sei disso e vou tentar esquecer e mudar por você. Estou bem à gente se vê na segunda!
Boa noite, bjs!

Recebida: 28:24:39hs

25/06/2010

De:Vincent Bence

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Ele está confuso com o que senti por mim? Não sabe se é só amizade? Será que é uma encenação pra que eu fique com dó dele? Pode ser, espero que não seja o que eu estou pensando, isso me deixaria muito magoada no fim das contas. Respondo momentaneamente

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Como as pessoas dizem pra mim “Não pense demais”, faça isso por mim pela nossa amizade, não se engane com outro sentimento porque somos apenas amigos, chefe, empregada e nada mais. Não enche muito o saco do seu irmão com isso, tente esquecer como eu tento. Espero que realmente esteja bem e não beba!
Boa noite, bjs! Até segunda.

Enviada: 23:32:13 hs

25/06/2010

Mensagem Entregue: Vincent Bence

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Ele tem costume de beber lembro-me de vê-lo beber muito principalmente antes de sair com a Paula mais nunca soube o porque disso. Um homem tão bonito não precisaria de um vicio tão feio. Logo em seguida escrevo uma mensagem para Luti.

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Boa noite, Luti. Faça-me um favor não diga mais nada com o Vincent eu não estou entendo esse jeito dele de se importar comigo mais isso não importa só fiquei preocupada. Qualquer coisa me liga.
Bjs

Enviada:23:34:55 hs

25/06/2010

Mensagem Entregue: Luti Bence
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Hoje teve tantas revelações que nem sei em que me concentrar primeiro, pela primeira vez vi Vincent tão de bem com a vida, diferente, mais humano, como só via em Luti. Saber que ele gosta de mim, fiquei um pouco esperançosa, mesmo sabendo que isso é porque eu estou mudada, não mais aquela menina desajeitada e tímida de um ano e meio atrás que entrou na sala dele e sim agora bonita e ainda tímida. Desde o começo senti uma quedinha por ele com o tempo fui me acostumando com a ideia de que era impossível de que ficássemos justos algum dia, sendo ele tão diferente de mim.

Deito na minha cama, me cubro para que o frio se afaste do meu corpo aquecendo minha pele e mente para mais uma noite curta da minha vida. Então meu celular vibra.

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Não pede para o Luti parar de falar sobre você, adoro falar sobre você minha doce e única Mel!

Recebida:23:45:43 hs

25/06/2010

De: Luti Bence

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Tá me parecendo que Vincent está bêbado, pegou até o celular do Luti e já começou de novo com esse negócio de doce e única Mel, espero que não aconteça nada de mal por estar bêbado, me preocupo com ele demais, não sei se é amor já duvido muito está mais para carinho a meu ver, sei que ele sente que o pai o trata diferente em relação ao Luti. Quer saber que ele saiba do passado isso não vai mudar nada. Respondo sua mensagem já com raiva por não estar dormindo.

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Pode falar de mim a vontade, o problema que tudo isso é passado e como muitos dizem “Quem vive de passado é museu” mais já que você quer, vai em frente.
Você exagerou na bebida?

Enviada: 23:47:08 hs

25/06/2010

Mensagem Entregue: Vincent Bence

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Fico esperando sua resposta mesmo sabendo que tenho que acordar cedo para encontrar com o Mike. Mais uma vez meu celular vibra.

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Só um pouco, mas não se preocupe Mel estou bem e em casa, você parece zangada!... Boa Noite e sonhe comigo!

Beijos até mais...

Recebida: 23:53:47 hs

25/06/2010

De: Vincent Bence

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_Ele esta bêbado. Pensoalto, dou uma risada de canto de boca só de pensar. Ele está em casa menos mal.

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Estou furiosa odeio que as pessoas falem de mim pode ser bom ou ruim me incomoda. Tudo bem, mais me prometa que não vai beber mais! Eu nunca me lembro dos meus sonhos então não posso dar certeza.

Enviada: 23:56:53 hs

25/06/2010

Mensagem Entregue: Vincent Bence

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Mais uma vez espero olhando para o teto. E então mais uma vez ouço o vibra do celular.

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Então você odeia néh? Mais mesmo assim Prometo senhorita Miller não beber mais hoje. Desse sonho vai se lembrar!

Enviada: 23:58:33 hs

25/10/2010

De: Vincent Bence

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Respondo rapidamente para poder dormir.

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Boa Noite então.

Beijos

Enviada: 00:03:24 hs

25/10/2010

Mensagem Entregue: Vincent Bence

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Uma parte do meu corpo pede sono, mais o que tenho que fazer na minha vida é muita coisa e vinte quatro horas é pouco para o meu dia, ajudar as pessoas é uma parte da minha vida que considero ser a mais importante do que eu mesma, me sinto muito bem ajudando e acabo esquecendo de mim mesma. Adormeço com o pensamento de que amanhã vai ser um dia difícil e emocionante para mim e o Mike. Espero que não aconteça mais nada de diferente.

***

Acordo na base do susto em plena madrugada com o meu telefone gritando aos sete ventos.

_Luti, o que houve cm o Vincent?. _Falo com a voz de quem acabou de acordar com um susto.

_Mel o Vincent sumiu. _Diz ele com uma voz aflita.

_Como pode ser, você estava com ele à uma hora, bebendo. _ Digo levantando-me da cama e indo para sacada.

_Fui ao banheiro e quando voltei, ele não estava mais e o carro havia sumido. _Fala Luti como se esperasse algo de grave.

_ MINHA DOCE E ÚNICA MEL. _Uma voz que vem de baixo e reconheço-a é do Vincent, olho para baixo e o Stewart está espulsando ele. Volto ao telefone.

_Luti o Vincent esta aqui e esta prestes a ser expulso, daqui apouco te ligo. _Digo e desligo sem ao menos ouvir a resposta.

_Stewart larga ele, é meu chefe o Sr. Vincent estou descendo ai. _Grito da sacada, já dentro do quarto coloco meu celular no bolso do meu robe. Desço as escadas correndo por sorte ninguém da minha casa acordou nem mesmo a Bia. Passo pela sala direto para o jardim e vejo Vincent sentado, Stewart esta tentando ajudá-lo mais ele não deixa.

_Vincent o que você esta fazendo? _Pergunto á ele enquanto me agacho ficando de joelho em sua frente segurando sua cabeça em minhas mãos fazendo com que olhe pra mim. Espero por uns segundos e ele não me responde acho que deve ser pelo segurança.

_Stewart você pode deixar isso entre nós amanhã eu conto pro meu pai, e se não fosse pedir de mais me deixe á sós com ele. _Digo virando na direção do Stewart.

_Sim senhorita, qualquer coisa é só me chamar. _Ele fala e se vira pra voltar ao seu posto.

_Obrigada Stewart. _Digo e ele acena.

_Me responda o que você está fazendo? _Pergunto com raiva por vê-lo assim.

_Quando disse que só poderíamos ser amigos, chefe e empregada eu acabei descumprido a minha promessa de não beber. _Fala todo enrolado mais consegui entender.

_Por que será que eu disse isso, você é noivo, vai se casar em dois meses, eu nunca serei a outra de ninguém mesmo que a pessoa que eu ame seja de outra, não vale apena sofrer assim. _Digo enquanto volta para a posição de joelhos e segurando sua cabeça em minhas mãos. _E você me prometeu depois, da mensagem. _Digo colocando as minhas mãos em cima das mãos dele que estão em cima da coxa dele.

_Eu te amo Mel mesmo antes de ir para os EUA, não consegui dormir com outra mulher nos últimos dias, falei o seu nome quando estava beijando a Paula só não me separei porque nossas famílias são amigas e a pressão sobre mim esta gigante. _Fala sem piscar os olhos e nem eu pisco os meus.

_O problema é que se eu não tivesse “diferente” nunca teríamos esta conversa, isso me assombra. _Digo e ameaça cair às lágrimas. _ Você entende que dizer que me ama não basta e outra esta mais bêbado mesmo depois de prometer pra mim que não beberia mais eu não confio em você. _Digo e desta vez me levanto e sento do lado dele virando seu rosto em minha direção mais não consigo olhar em seus olhos. Coloco as mãos dele no meu rosto e seguro sentido o cheiro depois solto. _Você dá em cima de qualquer mulher magra, eu sei como você reage, viu mais uma oportunidade quando me viu na segunda, lançou pra mim todas as suas cantadas baratas. _Digo agora olhando para o céu contemplando as estrelas.

"_Cresça Vincent o mundo não gira em torno de você, eu sei que você pegou todas as mulheres que você queria mais eu lhe dizia que um dia isso viria contra você, eu nunca ficaria com você por causa das suas traições, você é nojento, tenho dó da Paula por que ninguém merece isso. Eu te amo, um amor platônico e espero que continue assim porque você nunca irá mudar nem mesmo por mim. _Penso antes de dizer qualquer coisa, mais não tenho coragem de jogar isso na cara de um bêbado."

_Venha. _ Digo me levantando e estendendo a mão pra ele. Tenho que ajudá-lo se não amanhã ele não irá acorda e nem vai estar bem para o evento mesmo que seja á noite, ele pega a minha mão e escora no meu ombro, levo ele até o quarto de hospedes ao lado do meu quarto no terceiro andar lado sul.

_Fique aqui vou buscar um café forte e algo pra vestir depois de um banho gelado. _Digo deixando ele lá sentado na cama é provável que ele durma mais terei que acordá-lo.

Entro e fecho a porta atrás de mim se ele fizer barulho ninguém houve, pois os quartos aqui em cima é a prova de som, isso porque antes de comprarmos aqui era uma gigante sala de musica, o ex dono da casa dava aula e como preciso de um lugar silencioso que o barulho de fora não me atrapalhasse fiz um quarto aqui e outro de hospedes. Vou na cozinha pegar o café, subo até o quarto da minha irmã no segundo andar e pego um robe do noivo dela para Vincent, volto para o quarto e ele está dormindo na cama.

_Vincent acorda, por favor! _Digo, coloco a xícara na cômoda e o Robe junto e subo na cama para sacudi-lo e ele nem se mexe, fico com uma perna de cada lado e tenho uma ideia, peguei o celular no meu bolso e o fone na cômoda, escolhi uma música, coloquei os fones no ouvido dele, aumentei ao máximo o volume e apertei o play.

Vincent acordou no susto, e acabou me apertando demais pela cintura me virando e ficando em cima de mim.

_Droga porque eu fui acordá-lo. _Penso ante de qualquer coisa. _Porque não tirei a camisola e coloquei uma calça? _Continuo a pensar, pelo fato dele passar a mão na minha coxa. Não havia imaginado minha primeira vez assim e nem será.

_EU NÃO QUERO VINCENT, ME LARGA. _Grito tão alto que a dor de cabeça dele se antecipou pra esse exato momento, salva pela ressaca, ele me solta.

_Eu não fiz nada com você a força? _Pergunta enquanto me olha espantado, mais ele continua com a mão parada na minha coxa.

_Até agora nada e espero que continue assim! _Afirmo enquanto com a minha mão retiro a mão dele de cima da minha coxa.

_Beba o café que eu trouxe. _Digo me levantando e pegando a xícara na cômoda e entregando pra ele. Vincent se senta na cama.

_Obrigada Mel por cuidar de mim, mesmo de.... _Interrompo-o antes que termine.

_Sou sua amiga e amigos ajudam, cuida, aconselha e até puxa a orelha mais o puxão espera até amanhecer. _Falo parada em pé na frente dele e depois me viro até o banheiro.

_Vincent terminou o café? Você precisa tomar um banho. _Grito do banheiro.

_Só se for com você. _Fala como bêbado e tenho certeza que ele esta com malicia. Saio na porta coloco uma mão encostada lá no alto da porta e a outra coloco na cintura cena típica de um filme e sigo em sua direção.

_Nem que uma vaca falasse. _Digo quando chego perto dele, estendo minha mão, ele faz biquinho quase me faz ri. Levo-o até o banheiro, está cambaleando um pouco.

_Vou ficar no quarto, se precisar de mim é só chamar, pode usar a banheira. _Digo mostrando-a. _O shampoo e o condicionador estão aqui junto com sabonetes e uns óleos de banho, pode escolher qualquer um. _ Falo abrindo a porta do armário.

_Vou buscar a tolha no meu quarto e volto. _Digo virando-me e saindo, pego a toalha e volto pro quarto. _Posso entrar? _Pergunto querendo ouvir que ele está na banheira cheia de espuma.

_Pode Mel eu estou na banheira cheia de espuma. _Ele diz e sei que deve estar rindo de mim, novamente ele fala o que eu penso.

_Aqui esta a sua toalha. _Entro no quarto com uma mão no rosto e a outra segurando a toalha coloco em cima da pia a toalha e me viro pra sair, senti que ele me observou o tempo todo me senti uma idiota mais orgulhosa de mim mesma por não ter olhado.

_Espera Mel. _Diz Vincent, eu me viro já com as duas mãos no rosto. _Pode tirar as mãos do seu rosto, confie em mim uma vez pelo menos. _Sinto que posso confiar nele sem ver sua expressão, abaixo a minha mão devagar e ele está realmente coberto pela espuma. _Fica comigo aqui, eu posso passar mal e eu posso não conseguir gritar por você, prometo que vou te respeitar. _Fala e indica a cadeira a sua frente pra eu sentar.

_Depois é melhor você dormir, depois do café você vai pra casa. _Falo e até eu notei que estou um pouco brava.

_Tudo bem mãe. _Ele diz em tom de gozação.

_Você acha isso engraçado, seu irmão estava te procurando se ele não tivesse me ligado teria sido expulso desta casa a ponta pés, por que quem te salvaria? Eu estava dormindo. Nem sei como vou explicar pro meu pai você aqui. Você não entende quantas pessoas hoje teve que mudar suas vidas por você. _Digo olhando na direção dele e algumas vezes desviava não conseguia olhar em sua direção por muito tempo e continuo. _E não diga que sinta, pois esta bêbado, só quero ver amanhã... _Dou uma pausa. _ Não sou sua mãe e não devo falar nada, você é maior de idade, só lhe peço uma coisa... _Vincent me interrompe.

_O que você quiser! _ Diz com entusiasmo.

_Ligue pra mim quando pensar em beber novamente, às vezes conversar já é suficiente, pelo menos até a próxima vontade e quero que você enfrente o vicio de cara e quero ajudar você. _Digo e levanto. Vejo que ele já terminou. _ Vai dormir, daqui a pouco vou sair e vou deixar avisado com o meu pai, não se preocupe ele é legal. _ Falo enquanto me retiro.

Sento na cama dele e ligo para o Luti antes que eu esqueça.

_Oi Luti, eu cuidei do Vincent e ele vai dormir no quarto de hospedes, amanha eu peço pra alguém levar ele. _Digo baixinho e tranquila como se o pior já tivesse acontecido.

_Tudo bem Mel, obrigada por isso. _Fala Luti mais baixo que eu quase não escuto.

Vincent senta ao meu lado.

_Boa noite! _Digo finalizando a conversa nem sei se ele respondeu desliguei antes.

_Eu prometo que ligo Mel. _Fala baixinho, enquanto segura a minha mão.

_Não é isso, nem tenho direito de exigir nada de você, é que me lembrei do meu tio e o calor do momento fez com que eu fosse a responsável que sempre fui e que às vezes é demais pra eu ser essa adulta. _Falo olhando pro nada.

_Quer falar do seu tio. _Afirma com sinceridade.

_Posso? _Pergunto para realmente ver que tem certeza de sua escolha.

_Claro Mel. _Fala passando a outra mão nos fios longo do meu cabelo.

_Desde que ele morreu nunca mais falamos dele aqui em casa, minha mãe não suporta, ele me levava para dirigir, me ensinou a tocar piano, a ser voluntaria, amar ao próximo, saber dividir, ensinou tudo que cada pessoa deveria saber. Um homem alegre, que perdeu a esposa para o câncer e a filha pras drogas. Lembro-me como se fosse ontem à festa de natal ele bebeu tudo que havia, nunca tinha visto ele assim mais todos dizem que ele já estava bebendo há um tempo e ninguém teve coragem de ajudar, o que ele me ensinou não valeu de nada. Ele saiu pela porta e nunca mais voltou e dois dias depois o telefone toca e é do ML dizendo que ele havia morrido em acidente de carro à dois dias e que havia matado mais três pessoas e uma delas era uma mulher, mais tarde descobrimos que era a filha dele e os drogados amigos dela. Ele morreu como assassino, isso doeu muito pra mim, dia 25 fez 6 meses da sua morte, foi ontem por isso descontei em você. Desculpa! _Digo pausadamente deve ter demorado uns dez minutos dizer em meio as lágrimas silenciosas, então continuei. _Ele deixou um terreno bem grande onde ele estava criando o projeto que eu fiz no ensino médio, “Eternos doutores da Alegria”, já estava quase pronto, já estava tudo pago. Por ele eu coloquei esse projeto pra decolar, amanhã eu vou lá levar o Mike. _Digo finalizando o meu pensamento.

_Nossa. _ Começa e então não diz mais nada e só um abraço que ele resolve da já me conforta.

_Eu fiz o projeto pensando na esposa dele em primeiro lugar, tínhamos dinheiro mais não foi o suficiente pra que ficasse viva, havia chegado sua hora. Ele era o tio ainda vivo, minha família esta ficando pequena, agora só tem o pessoal daqui de casa mais a Sandra vai casar nem sei como vai ser. _Falo gaguejando querendo chorar mais alto.

_Mel vou ir com você e com o Mike. _Fala se afastando de mim.

_Acho melhor vo.... _Vincent me interrompe.

_Eu não to pedindo e sim afirmando. _Fala se arrumando na cama pra dormir, parece tão frio agora.

_Tudo bem Vincent, daqui apouco-te acordo, qualquer coisa estou aqui do lado e já avisei pro seu irmão onde você esta. _Digo indo para a porta, desligo a luz e fecho a porta, vou para o meu quarto aproveitar os últimos minutos de um sono que me restam.

Não consigo dormi fico pensando nos últimos minutos, meu cérebro não desliga por nenhum momento, fico olhando pra cima e imagino um céu estrelado, o mesmo céu que eu observava com o meu tio Ricardo ele sempre me confortava, um dos poucos que me aceitava gorda e que era meu amigo, o tempo passa devagar junto às lembranças. Levanto e vou em direção ao quarto ao lado abro a porta pra não fazer barulho e ele está se mexendo muito e suando, de repente ele acorda e se senta na cama dou meia volta mais antes.

_Mel. _Fala Vincent passando a mão nos olhos.

_Vim ver se estava bem, quando chego aqui você estava se contorcendo e soando muito. _Digo chegando mais perto dele.

_Não conseguia dormir e quando consegui tive um pesadelo. _Diz batendo a mão na lateral dele em cima da cama para que eu sente ao lado dele.

_Eu também não consegui dormir, tente dormir agora já que o pesadelo já passou. _Digo ignorando o pedido dele.

_Deita aqui comigo, não vou fazer nada que você queira. _ Vincent diz com um sorriso no rosto.

_Não vou deitar ai já tenho a minha cama. _Respondo na lata.

_Vem testar essa comigo. _Fala e agora esta um pouco sério.

_Para com isso se não vai dormir na casa do cachorro, não vejo problema em pegar a casa da cadela da vizinha emprestada pra você. _ Falo e agora eu estou rindo do que eu disse.

_Passou no teste senhorita. _ Vincent está com um sorriso lindo enquanto fala nada exagerado só com os lábios.

_Que teste? _Pergunto curiosa.

_Uma vez meu pai me disse que a mulher que não aceita dormir com um cara, ou seja, até inocente em alguns casos como no banheiro, você com a mão no rosto eu quis rir muito. Lembrei-me do que meu pai disse. _Falou pousadamente enquanto eu sentava na cadeira da penteadeira e então continuou. _ Gosto de conversar com você, de estar com você, você é diferente das outras e não estou dizendo do exterior e sim daqui e daqui. _Disse colocando a mão na cabeça e depois em cima do coração._ Linda por dentro e por fora. Estava sonhando com você, você morria porque eu vacilava com você não quero que se machuque por confiar em mim. _Termina colocando as mãos na cabeça e balançando em negatividade, ando em sua direção subo na cama e sento na sua frente, seguro suas mãos e tiro-as de seu rosto.

_Você não vai me machucar. _Falo passando as minhas mãos em sua face, ele fecha os olhos para sentir o meu toque.

_Nunca fiquei tão perto de uma mulher assim na cama sem tocá-la. _Diz com os olhos penetrados em mim sem me tocar. _Eu quero você, mais não assim errado, te... _O interrompo.

_Shishishi... _Coloco um dedo em seu lábio pra que não diga mais nada não aguento mais ouvir isso dele.

Sento do lado dele e peço pra que ele se deite e coloque a cabeça no meu colo, começo a fazer um cafuné, Vincent adormece e eu adormeço junto, acho que nem da uma hora o celular desperta.

_Bom dia princesa adormecida. _ Fala Vincent se espreguiçando no meu colo.

_Bom dia dorminhoco. _ Digo com sono olho pra fora e ainda esta escuro.

Vincent se levanta e tenta me dar um selinho eu desvio dele, saio da cama e vou para o meu quarto sem olhar pra trás, tranco minha porta e vou me arrumar.