Querido Cúpido escrita por Sáskya


Capítulo 7
Capítulo: 6 - Tiffany x Renesmee


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOI coisas lindas da minha vida! Milhões de desculpas pela extensa demora, mas tanta coisa aconteceu comigo nesses últimos meses que a inspiração foi para as colinas. Fiquei atolada de coisas da escola, meu notebook quebrou (e ainda não foi consertado, estou no da sala), a inspiração não veio, como já falei anteriormente, teve copa, enfim, um caos só. Quem tá no grupo do fb sabe.
Enfim, bora parar de falar e ler?



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Edward

Acredito que todo mundo já fez um mau julgamento de algo – ou alguém – na vida.

Bom, eu fiz um.

Quando meus pais surgiram com a ideia de ir morar no Arizona, eu rejeitei, afinal, minha vida estava em Nova York. E na minha compreensão de mundo, mudar de cidade era terrível. Não que eu já tenha me mudado alguma vez, mas a gente imagina. 

Primeiro, viria à mudança de casa. Ter que empacotar e desempacotar coisas era uma atividade entediante e cansativa. E olha que eu não gosto de uma vida sedentária. Em segundo, viria à mudança de colégio. Apesar de ser bastante popular no colégio que eu estudava em NY, ir para outro era totalmente diferente. Seriam outras pessoas, outros professores, outro ambiente, outra realidade. Você não conheceria ninguém e ficaria se sentindo um peixe fora d’água. Por último, viria à questão do se ‘’adaptar’’. Esse ponto era o que eu achava mais difícil.

Bati o pé algumas vezes, tentando evitar todas as coisas postas anteriormente, mas desisti de ser do contra, quando vi a cara de desolação da minha irmã e sacar o quão egoísta estava sendo com a situação.

Então, nós nos mudamos, aconteceu tudo que eu tinha imaginado, porém confesso que não foi tão ruim. O pessoal foi bastante receptivo comigo e com minha irmã. Alice ficava falando que era porque ‘’as garotas estão todas de olho gordo em você’’, mas eu não me importei com isso. Agora vejo que existe gente legal em cidade nova também.

Lógico que existiam as metidas, as falsas e as loucas também. Inclusive, conheci algumas bastante loucas, entre elas, uma garota de rebeldes cabelos castanhos — que viviam sob um boné – e ferozes olhos achocolatados. Ela implicou comigo desde a nossa primeira conversa. Isso podia até ser um motivo para querer sumir dessa cidade, mas o efeito foi ao contrário. Confesso que senti raiva quando ela me deu um belo presente de boas vindas (leia-se portada na cara) e até pensei em confrontá-la depois das aulas, mas ao escutá-la me difamando para a simpática ruiva (que descobri mais tarde ser sua prima), mudei de estratégia. Bom, não é querendo me gabar não, entretanto, o troco que eu lhe dei em seu próprio rádio jornal foi bastante satisfatório.

Admito que é interessante implicar com ela também. Seu rosto ficava corado, as narinas inflavam e os olhos ficavam um pouco semicerrados. Apesar de todas as implicâncias, eu não odiava Isabella. Inclusive, a morena lembrava uma pessoa que faz muita falta pra mim. Suspirei, sendo tomando por lembranças saudosas.

— Edward, está pronto? – Alice questionou, entrando em meu quarto.

Hoje era segunda feira, mais um dia na Phoenix High School. Levantei-me da cama, olhando para a minha irmã que tinha apenas metade do corpo para dentro do quarto.

— Bom dia, Alice – ironizei para provocá-la.

A baixinha revirou os olhos e entrou de vez no meu quarto, indo sentar-se na cama. Pelas suas vestes, ela já estava pronta.

— Bom dia, Dr. Ironia – devolveu com uma sobrancelha arqueada.

Imitei seu gesto anterior e fui atrás de uma roupa no meu closet. Já tinha tomado banho, mas como ainda estava muito cedo, acabei vestindo apenas a calça do pijama novamente e atirando-me na cama, perdendo-me em pensamentos.

— Vai descendo que eu já vou.

Segundos depois, escutei a porta sendo fechada com delicadeza. Devidamente vestido, fui tomar café da manhã juntamente com a minha família.

Esme estava muito ansiosa, pois seria hoje que ela assinaria o contrato com a Style Magazine.

— Vai dá tudo certo, querida – assegurou-lhe papai, dando-lhe um beijo na testa.

— É, mamãe. A senhora é ótima no que faz – falou Alice docemente.

Apenas toquei na mão de Esme, mandando-lhe um sorriso encorajador. Ela sorriu para nós.

— Obrigada. Não sei o que seria de mim sem vocês.

Após o café, papai foi o primeiro a sair de casa para ir para o trabalho. Logo foi a vez de Alice, Esme e eu irmos para os nossos afazeres. Mamãe se despediu de nós, entrando em seu carro. Ela passou buzinando em frente à casa dos Swans. Olhei para lá reparando que os três Swans mais jovens discutiam alguma coisa e gesticulavam para um Audi preto, estacionado no meio fio. Eles acenaram quando Esme passou.

— O que está acontecendo com eles? – perguntou Alice, olhando para a mesma cena que eu, de cenho franzido.

— Não sei. Vamos lá ver? – sugeri e ela assentiu.

Atravessamos a rua e as vozes ficaram mais claras.

— Definitivamente, você enlouqueceu Jasper! Nem morta eu vou nesse carro com você dirigindo! – falava Isabella com a voz irritada.

— Qual é o problema? Papai disse que eu podia dirigir o carro também! – grunhi Jasper.

— O PROBLEMA? QUER MESMO SABER O PROBLEMA SUA ANTA ACÉFALA? O PROBLEMA É QUE VOCÊ NÃO SABE DIRIGIR! ESQUECEU-SE DA ÚLTIMA VEZ QUE BATEU EM UM POSTE? E, PARA SER MAIS CRUEL AINDA, DAS CINCO VEZES QUE FOI REPROVADO NO TESTE PARA TIRAR A HABILITAÇÃO? – gritou Bella, completamente vermelha. Fazia uma combinação interessante com a calça que usava.

Jasper rosnou.

— Bella tem razão, Jazz. Aquieta o fogo do rabo que a motorista é ela – falou Nessie tediosamente.

Bella olhou para o irmão como quem diz ‘’toma’’ e ele bufou.

— Bom dia – me pronunciei, fazendo com que, finalmente, eles percebessem que estávamos ali.

Nessie sorriu.

— Oh, bom dia. Não vimos vocês aí, desculpa – falou e nos deu um abraço.

— Deu para perceber – murmurou Alice e apenas eu fui capaz de escutar.

— Eaê – Jasper falou, trocando um aperto de mãos comigo e Alice – Tudo belê? Recuperados da festa de sábado?

— Totalmente – sorri.

— E você, Alice? – indagou Isabella, se aproximando de nós com os braços cruzados.

Minha irmã arqueou as sobrancelhas, levemente surpresa.

— Hmm... Claro. Emmett sabe fazer uma festa – sorriu amarelo.

Bella a olhou analiticamente por alguns segundos até seu olhar voltar-se para Nessie e Jasper.

— Vamos? – chamou.

— Querem uma carona? – ofereceu Renesmee simpaticamente.

— Hm... Não confio muito na Swan ao volante – resolvi implicar um pouquinho com a Srta. Não Me Toque.

— Haha, muito engraçado, Cullen – falou sem nenhum vestígio de humor na voz – Se você se acha tão bom motorista, quero ver ganhar de mim em uma corrida.

— Isso é uma proposta? – arqueei uma sobrancelha, colando meu sorriso torto no rosto.

Um estranho brilho passou pelo seu olhar e ela sorriu.

— Oh, sim, isso é uma proposta, ou, melhor dizendo, uma aposta. Quem chegar primeiro no colégio ganha cem paus e ainda o mérito de melhor motorista. Topa? – estendeu a mão.

Lógico que eu não perderia a oportunidade de baixar a bola de Isabella, então, apertei sua mão, selando nosso acordo. Nessie e Jasper trocaram sorrisinhos empolgados.

Rapidamente, tirei meu volvo da garagem e com Alice ao meu lado, olhando-me um pouco temerosa, parei ao lado da Swan na rua.

— Pronta para comer poeira?

Ela riu sarcasticamente.

— O único que vai comer poeira é você – com essa fala, ela pisou no acelerador, dando início a nossa brincadeira.

[...]

— Isso não valeu! – exclamei enraivecido, batendo a porta do meu carro.

Bella saiu do dela dando risada. Jasper e Nessie vinham logo atrás, contendo o riso.

— Por favor, Cullen, não tenho culpa se você não conhece os atalhos – falou debochadamente.

— Mas isso é trapaça!

— Nada disso. A aposta não incluía nada de ‘’não é permitido atalhos’’. Para de ser bundão e me passa o dinheiro – disse toda prepotente, estendendo a mão para mim.

Bufei, mas paguei a ela. Maldita Isabella! Agora que ela não me esquece mesmo.

— Bella também faz essas sacanagens com o Emm, então, fica tranquilo, cara – Jasper falou de forma que apenas eu escutasse.

— E aí gente boa, o que tá pegando? – Emmett chegou perguntando com um imenso sorriso no rosto. Jacob estava logo atrás dele.

— O que tá pegando é que o Cullen bonzão perdeu para bonitona aqui – vangloriou-se Bella, apontando para si mesma.

Revirei os olhos. Emmett soltou uma risada espalhafatosa.

— Relaxa, cara. Ela faz isso direto comigo – deu duas tapinhas em meu ombro.

— E lá vem o casal fofura – Nessie avisou com um sorrisinho.

Segundos depois, um casal de loiros – que reconheci serem os que dançaram na festa – passou próximo a nós, rindo do comentário de Nessie. Eles pararam para falar com Emmett e ela. E antes de irem para a rodinha dos populares, acenaram para nós.

Assim que eles se afastaram, Emmett revirou os olhos.

— Essa Renesmee... Tem um amor por eles desde que começaram a namorar. Vamos ver até quando vai durar – riu, saindo de perto de nós e indo falar com o time o qual participava.

Nessie lhe deu a língua, quando Emmett não pode mais ver. Rimos da infantilidade.

— Vou entrando com as meninas. Vejo vocês depois – a ruivinha pegou na mão de Bella e Alice, as arrastando para dentro do colégio.

Bella

Revirei os olhos enquanto Nessie se olhava no espelho do banheiro. Alice apenas a observava, calada.

— Sério que você me puxou aqui só para isso? Preferia ficar lá fora observando o casal magia— debochei.

Ela lançou-me um olhar fulminante.

— Nem começa com os teus pitis sobre romances, Isabella.

Coloquei a língua para fora.

— Desculpa se eu não vivo no mundo da fantasia, iludindo-me achando que um príncipe encantado virá de cavalo branco e me tornar sua princesa – falei irônica e ela bufou — Desacreditei em contos de fadas faz tempo, fofa.

Nessie deu um suspiro cansado e sentou-se ao meu lado no largo banco do banheiro.

— Eu não sou estúpida o suficiente para acreditar em contos de fadas, mas acredito que existem sim amores verdadeiros. E sonho um dia encontrar o meu, pois eu sei que ele está em algum lugar. Pode até me chamar de sonhadora, mas é o que eu acredito – falou com uma cara de sonhadora.

Revirei os olhos.

— E você devia acreditar. Tipo, não é porque alguns romances não deram certo que outros não vão dar também, entende? – continuou e olhou para Alice – Não é Alice?

A baixinha arregalou os olhos. Abriu a boca algumas vezes, mas não soube o que responder. Soltei uma risadinha.

— Cala boca, ruiva. Vamos logo para a aula antes que eu vomite com tanta besteira – levantei-me do banco, escutando o bufo alto de Renesmee seguido por um: ‘’insensível’’.

[...]

As aulas praticamente passaram se arrastando, principalmente porque tive duas seguidas de inglês. Era altamente cansativo. Quando tocou para o almoço, eu quase dei graças a Deus ajoelhada no chão. Almocei maravilhosamente bem, enquanto conversava bobagens com os meus amigos, ou então, apenas escutava as discussões bobas deles.

Quando tocou para as últimas aulas, eu me atrasei um pouco, porque novamente tinha sido arrastada por Renesmee para ir ao banheiro. Ela começou a tagarelar sobre o Alec, falando que ele estava sendo um fofo e a tinha chamado para sair. Ela estava com bom pressentimento de que ele seria o amor de sua vida. Fingi que estava dando atenção, mas na verdade eu queria sair era correndo dali. Quando Nessie começava a falar sobre o seu ‘’bambino italiano’’ era um Deus nos acuda.

Finalmente, cheguei à sala de aula – antes do professor, olha que lindo – e o meu não tão querido colega de bancada já estava lá, de conversa mole com o trio de oxigenadas. Revirei os olhos e andei tediosamente até a bancada. Joguei minha mochila sobre ela com uma força desnecessária, mas, para a minha eterna alegria, isso não chamou a atenção do grupinho, que ria de alguma leseira. Escorei minha testa na mesa, rezando para as horas passarem rápido e eu poder ir para casa.

— Ei, Bella, o professor já está na sala – o irritante me cutucou com uma caneta.

Lancei um olhar mortal para o rapaz de cabelos acobreados e olhei para o professor que explicava a atividade de hoje.

— Nas últimas páginas do livro tem uma tabela com vários tipos de micro-organismos do zooplâncton e do fitoplâncton. Cada dupla terá a função de identificar cinco deles no microscópio. Vou distribuir as amostras a vocês e ambos da dupla vão escrever no caderno. Vou querer uma pesquisa individual sobre isso depois – fiz um muxoxo.

O professor rabiscou algumas coisas no quadro, o qual eu anotei, antes de entregar as três amostras a cada dupla e um par de luvas para cada integrante.

— Primeiro as damas – o Cullen empurrou o microscópio para mim, enquanto pegava com uma pinça – já de luvas, assim como eu – o bicho dentro de um pote com água.

Semicerrei os olhos, esperando que ele colocasse a amostra. Girei o revolver até alinhar a objetiva de menor aumento com a ocular. Ajustei um pouco o macrômero até que consegui enxergar alguma coisa. Olhei para a tabela no livro ao meu lado e notei que o micro-organismo era um heliozoário.

— Heliozoário – defini.

O Cullen me olhou meio na dúvida.

— Posso ver?

Olhei um pouco ofendida para ele.

— Está me achando burra?

Ele revirou os olhos.

— Por Deus, Isabella, eu só quero ver também. Posso? – arqueou uma sobrancelha.

Bufei, arrastando o microscópio para ele em cima da bancada. Ele analisou por algum tempo e sorriu.

— Heliozoário – repetiu minha resposta.

Revirei os olhos.

— Como eu disse – debochei.

Ele sorriu torto e assim continuamos a fazer nossa atividade. Tudo estava indo bem, até o Cullen encucar falando que o micro-organismo identificado era um Colpidium, quando na verdade era um Paramecium.

— Está precisando de óculos, Isabella? Está na cara que isso é um Colpidium! – exclamou.

— Não me chama de Isabella e isso não é um Colpidium, seu Cullen burro. Para que quer uma cabeça grande se ela não pensa? – coloquei as mãos na cintura, olhando-o debochadamente.

Ele lançou um olhar raivoso para mim e aos poucos um sorrisinho debochado apareceu em seu rosto.

— Se é tão confiante de si, Isabella— rosnei quando ele enfatizou o meu nome de propósito – Vamos uma aposta. Se isso for um Paramecium, eu faço o que você quiser – já ia abrir um sorriso contente, quando ele levantou um dedo – Mas, se for um Colpidium, você vai ter que fazer o que eu quero.

Fechei a cara. Eu não queria entrar na aposta, mas também não queria dá o braço a torcer.

— Ok – estirei a mão e rapidamente o Cullen a pegou com o sorriso de otário na cara.

Vai sorrindo, vai. Quero ver tu sorrindo assim quando eu ganhar essa bagaça.

— Sr. Banner, pode vim aqui, por favor? – chamou o Cullen educadamente.

— Algum problema, Sr. Cullen? – o professor veio todo complacente e cheio de sorrisos.

Reprimi a vontade de revirar os olhos. Falso.

— Gostaria que nos tirasse uma dúvida, se esse micro-organismo é um Paramecium ou um Colpidium — sorriu, mostrando todos os 32 dentes perfeitamente alinhados e brancos.

O professor tomou o microscópio para si e deu uma olhada rápida, balançando a cabeça repetidamente. Parecia uma lagartixa.

— Quem falou que é um Colpidium, a resposta está correta.

Minha boca foi ao chão e o Cullen reprimiu uma risada.

— Obrigada, Sr. Banner – o professor sorriu para o Cullen.

Assim que ele nos deu as costas, Edward caiu em uma gargalhada profunda. Tão profunda que ele teve que se sentar e enxugar a porcaria das lágrimas.

CRETINO! BANDIDO! ORDINÁRIO!

Xinguei em pensamento. Eu estava explodindo de raiva, podia sentir todo sangue se concentrar em meu rosto. Cerrei os punhos, louca para acertá-los no Cullen.

— Parece que a senhorita-sabe-tudo se enganou hm? – né que o babaca ainda tirou onda com minha cara?

Aí foi demais. Parti para agressão. Estapeei suas costas com gosto enquanto ele tentava se esquivar ainda rindo.

— Você é um cretino da pior espécie, Cullen! Argh! – grunhi.

Ele riu mais ainda enquanto eu lhe estapeava, até que ele cansou da brincadeirinha e segurou meus pulsos com força – não a ponto de machucar, mas com força. Sua respiração estava desregulada por causa do acesso de risos e seus olhos pararam nos meus. O verde transmitia um brilho nada inocente.

— Sabe qual é a melhor parte disso? – perguntou, segundos depois.

— Qual? – minha voz não foi mais que um sussurro, fato que estranhei.

Ele se aproximou lentamente de mim, até sua boca ficar bastante próxima a minha orelha. Meus olhos piscaram rapidamente, surpresa com a proximidade.

— Eu ganhei a aposta. Você vai ter que fazer o que eu quiser, Isabella — ele sussurrou meu nome tão lenta e sedutoramente que os pelinhos da minha nuca se arrepiaram.

Vai de ré satanás!

Afastei-me abruptamente dele, temendo que alguém estivesse vendo aquela ceninha. Graças ao bom Deus, parece que todos estavam entretidos demais em suas atividades para notar qualquer coisa.

— E posso saber o que o senhorito vai querer? – coloquei as mãos na cintura.

Ele deu o sorrisinho torto filho da mãe dele.

— Vou pensar. Preciso analisar todas as minhas opções, sabe – deu de ombros.

Grunhi. Depois aparece espancado por aí e ninguém sabe o porquê.

[...]

Estava assistindo a minha última aula do dia quando o meu celular vibra no bolso traseiro da minha calça. Assustada, peguei o aparelho discretamente, afinal, não queria meu lindo celularzinho confiscado.

Era um SMS de Emmett. Estranho. Abri a mensagem e arregalei os olhos com o que eu vi.

De: Emmett

Para: Bells

{Bella, CORRE PARA QUADRA, POIS O CACETE TÁ ROLANDO SOLTO COM A NESSIE E A TIFFANY}

Mordi os lábios, pensando em uma desculpa para sair da sala. Levantei a mão. O professor de história olhou para mim de olhos semicerrados.

— Sim, senhorita Swan?

— Será que eu posso sair, tipo, estou com alguns problemas – sorri amarelo.

O professor chato me olhou desconfiado.

— Que tipo de problemas? – questionou.

— Intestinais? – saiu mais que uma pergunta. Fechei um olho.

Alguns risinhos foram dados, mas eu não me importei. Só queria sair daquela sala.

— Pode ir, senhorita – o professor autorizou, ainda com uma pontada de desconfiança na voz.

Peguei minhas coisas e quase sai voando da sala de aula. E lá vamos nós para mais uma loucura da ruivinha.

Nessie

A última aula do dia seria de Educação Física. Pelo menos para mim e Alice. Estávamos no vestiário e eu terminava de prender meu cabelo em um rabo de cavalo. Alice esperava-me, já pronta, sentada no banco.

— Prontinho! Já podemos ir dá uma voltinha na quadra – pisquei o olho para ela que retribuiu com um sorriso tímido.

A professora ainda não havia chegado, então, na quadra estavam apenas os alunos separados em grupos fazendo alongamento e conversando. Entre eles, se destacava um com muitas cabeleiras loiras. As líderes de torcida. Acho que loira verdadeira ali só tinha Rosalie. Muitas deles pintavam para seguir a vadia líder, vulgo, Tiffany Campbell. Falando nela, a loira estava toda sorrisinhos, se exibindo para as amiguinhas.

— Sabe qual é a única coisa ruim dessa aula? – perguntei para Alice que alongava os braços, ao meu lado.

Ela fez que não com a cabeça. Sorri zombeteira.

— É que cobras são permitidas nela – apontei com a cabeça para o grupinho.

Alice riu, balançando a cabeça.

— Você não joga no time de basquete? – ela indagou, mudando de assunto.

— Sim. Por quê? – comecei minha série de alongamentos também.

— Pensei que quem estivesse em times não precisava de educação física – respondeu, dando de ombros.

— Aqui todo mundo tem que fazer, independente se joga ou se torce – revirei os olhos.

Alice soltou uma pequena risadinha, sentando-se no chão. Ela esticou bem as pernas e levou os braços até que se encostassem aos pés, com uma extrema facilidade. Observei-a, um pouco abobada.

— Que bacana! Eu sempre quis fazer isso, mas não tenho essa desenvoltura toda, sempre acabo contraindo as pernas. O que é engraçado, afinal, eu sou jogadora de basquete e faço belos saltos, mas minhas pernas são maiores que os braços, dificultando minha vida e aí... To falando demais – dei uma risadinha tímida, olhando Alice me fitar de olhos arregalados.

Ela riu levemente.

— Sem problemas. Quando me empolgava pra valer, também tagarelava que nem uma louca.

— Sério? É até difícil de imaginar.

Ela deu um sorriso amarelo e mirou a frente, com um olhar distante. Ia perguntar o que se passava, porém, eis que surge Erin, nossa professora de educação de física. Estava com sua costumeira postura séria e focada, o que era até engraçado, pois Erin era uma pessoa bacana. Um dos poucos professores que eu realmente gostava. Ela era uma morena alta, cabelos longos e lisos, um corpo de dá inveja – e que chamava a atenção de muitos safadinhos aqui da PHS, porém, ela era muito bem casada e eles tiveram que tirar o cavalinho da chuva.

Ela apitou e nos chamou com a mão. Nós formamos um círculo em volta dela.

— Boa tarde a todos! – nos cumprimentou e logo foi passando as coordenadas do que faríamos hoje.

Iriamos dá três voltas pela quadra interna – local onde estávamos — e logo após formar dupla para jogar badminton. Coisa simples e prática. Comecei a correr ladeada de Alice, pensando que deveria ter trazido uns fones de ouvido. Acho que Erin não se importaria. Distrai-me com os meus pensamentos que nem notei que alguém se aproximava maldosamente de mim. Só acordei para o mundo quando senti o impacto de meu corpo contra o chão.

Olhei para cima, perplexa, até que encontrei o sorriso maldoso da vadia da Campbell.

— Você é tão boa dançarina, não é, Nessie, mas parece que não tem um equilíbrio muito bom – debochou.

Kate e Jéssica – que estavam ao lado dela – riram.

Semicerrei os olhos, levantando-me do chão. Senti vários olhares sendo lançado a nós duas. Inclusive o de Alice, que estava temerosa ao meu lado.

Se ela queria brincar, vamos brincar.

— Realmente, eu sou uma boa dançarina, afinal, quem ganhou na festa sábado fui eu e não você – sorri sarcástica, cruzando os braços.

Ela bufou.

— Se acha a boazona só porque é amiguinha do capitão do time de futebol americano. Se enxerga, garota, que a rainha aqui sou eu. Nem cacife pra ser líder de torcida você teve – falou toda prepotente.

Gargalhei alto.

— Tiffany, você é tão patética e grotesca que eu tenho vontade de rir por milênios. Fecha essa tua boca de fossa e me esquece, vai. Garanto que você ganha mais – pisquei para ela e lhe dei as costas.

Estava pronta para começar a correr quando sinto um puxão no meu rabo de cavalo, o que quase me levou ao chão, se eu não tivesse um equilíbrio tão bom. Olhei para trás soltando fumaça pelo nariz. Tiffany me olhava em uma mistura de irritação e zombaria.

Não pensei duas vezes antes de voar naquela cabeleira, louca para arrancar os apliques da bandoleira. Ela gritou, puxando os meus cabelos também. E a briga começou.

As pessoas se reuniram envolta de nós e algumas até puxaram o coro de ‘’briga, briga’’. Dei um murro no estômago da vadia, fazendo com que ela soltasse meus cabelos e caísse de joelhos no chão. Aproveitei a oportunidade, para derrubá-la no chão e estapear sua cara até ela pedir arrego.

As amiguinhas dela gritavam, apavoradas e sem saber o que fazer.

— Nessie, para com isso! – escutei Alice pedir aflita, enquanto eu estapeava Tiffany.

— O QUE ESTÁ ACONTECEN... – Erin chegou gritando. Levantei até a cabeça para ver, mas do nada, ela coloca a mão na boca e sai correndo.

Passaram-se alguns segundos de silêncio, até o coro de briga voltar, os gritos e a briga em questão também.

Porém, não durou muito. Braços fortes me envolveram quando estava prestes a dá um murro em Tiffany por ela ter arranhado meu rosto com aquelas unhas de patricinha mal comida. Olhei para trás só para me deparar com Emmett, vestido com o uniforme do time.

— Já tá praticando UFC, Nessie? – perguntou divertido.

Ao lado dele, estava Bella, com uma expressão que dizia ‘’de novo?’’ e Jacob rindo, provavelmente da briga.

Eu quase ri deles, se não fosse pela voz potente do diretor ter chegado primeiro.

— POSSO SABER QUE ALGAZARRA É ESSA?


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Notas finais do capítulo

Ponto de vista Edward como prometido ;). E essa briga da Tiffany e da Renesmee ainda vai dá o que falar. Bom, quero ler de vocês o que acharam. Não fiquei cem por cento satisfeita com o capítulo, mas acho que está legível.
Vou planejar o próximo capítulo bem direitinho - já tenho algumas ideias - e trago o mais rápido possível.
Beijos e até a próxima!