Querido Cúpido escrita por Sáskya


Capítulo 17
Capítulo: 16 - Admita


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE! EU VOLTEI, DEPOIS DE DOIS MESES, EEH! Descuuuuuuuuuuuuuulpem-me pela demora, sério, mas foi um sacrificio para esse capítulo sair. Tive que fazê-lo aos poucos, em meio ao tempo que eu tinha e a inspiração também né.
Enfim, o que importa é que eu trouxe e que está legal, haha.
Boa Leitura!



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Bella

Quando eu era pequena e ficava triste ou chateada, tinha a mania de correr para o quintal e deitar-me sobre a grama para observar o céu. Não me importava muito se era uma manhã, uma tarde ou uma noite, porque tudo que eu queria era me perder naquela imensidão que estava acima de nós todos os dias. De alguma forma, o céu me fazia relaxar e esquecer daquilo que me magoou ou chateou. Era um santo remédio.

E, bom, cá estava eu, deitada no gramado do quintal da minha casa observando o céu. Mesmo com dezoito anos estampados na cara existiam alguns atos que não mudavam nunca.

Era um belo final de tarde, o crepúsculo sempre foi minha parte favorita do dia. Eu amava observar a coloração variada que o céu assumia e o sol se pondo entre as nuvens. Era um show tão lindo! Não compreendo as pessoas que acham o cenário triste.

Soltei um suspiro ao lembrar-me do motivo de ter recorrido ao meu refúgio. Ver o Dereck hoje não foi fácil. Eu tentei o máximo manter uma expressão neutra em meu rosto, mas quando cheguei a casa, eu não consegui mais refrear a tristeza que tomava conta de mim por dentro. Larguei a mochila no meu quarto e corri para cá, tentando me livrar do sentimento ruim que me dominava.

Hoje foi como uma volta ao meu passado, onde eu ainda tinha a convicção que finalmente tinha encontrado meu príncipe encantado depois de todos os desencantados que passaram por minha vida. O final triste é descobrir que ele tinha sido apenas mais um desencantado, por mais bonito que fosse (e que, malditamente, ainda é).

— O que está fazendo aqui fora largada, Bells? – escutei a voz divertida de Emmett questionar.

Revirei os olhos.

— Estou testando a primeira lei de Newton, Emmett. – olhei para ele com um sorriso de lado.

Emm revirou os olhos.

— Muito engraçado, senhorita Swan, – ele se aproximou de mim, sentando-se ao meu lado. – Mas não fuja do assunto mocinha. Porque está aqui sozinha? Nessie está cantando feito uma louca em seu quarto e Jasper está com a bunda colada em uma almofada enquanto joga no play.

— Eu só queria um pouco de ar puro. – suspirei, desviando o olhar do dele.

— Como foi lá? Digo, Nessie me contou que ocorreu tudo bem, segundo você e Edward, mas eu quero ouvir da sua boca. Aquele filho de uma margarida não se atreveu a encostar-se em você não, né?

Soltei uma pequena risada pelo termo utilizado por Emmett para se referir ao Dericu, como diria Nessie.

— Não, ele não é nem louco. E foi tudo ok, Emm.

— Você tá legal? – ele perguntou em um tom mais baixo, um tanto temeroso.

— Porque não estaria Big Bear? – sorri fracamente para ele.

— Porque quando uma menininha de cabelos castanhos vem se deitar na grama para observar o céu, provavelmente ela não está bem.

Suspirei. Isso é que dá quando seus amigos te conhecem bem até demais.

— Acho que fiquei apenas mexida com essa história toda. – suspirei. – Deita aqui comigo? Quero carinho de amigo. – fiz um biquinho.

Emmett revirou os olhos, mas tinha um sorrisinho em seu rosto. Ele se deitou na grama ao meu lado, e eu aproveitei para aconchegar-me em seu peito. Logo a mão de Emmett descia livremente pelo meu cabelo.

— E então, como é ter Edward Cullen como o seu namorado? Espero que não tenha rolado muitos amassos. – comentou com uma voz maliciosa.

Escorei-me em meu cotovelo e olhei bravamente para a sua cara de safada. Dei-lhe uma tapa. Ele gemeu.

— Poxa, Bells. Eu venho te dá carinho e você me trata com agressividade? – fez um bico manhoso.

Eu lhe dei a língua e voltei a minha posição de antes.

— Você sabe que entre mim e Edward nunca vai acontecer nada, Emm. Nós meio que não nascemos um para o outro. – dei de ombros, tentando ignorar a cena do beijo entre mim e Edward que surgiu em minha mente.

Nem me venha com histórias lembranças cérebro!

— Bells, você não vai querer namorar nunca mais? – Emmett questionou em um tom sério.

Suspirei.

— Talvez um dia sim, Emm. Eu só não quero relacionamentos agora, entende? – ele murmurou um ‘’uhum’’.

Nós caímos no silêncio. Apenas se escutavam o farfalhar do vento nas copas das árvores e o som quase silencioso de nossas respirações.

De repente, Emmett se levantada rapidamente, quase fazendo com que eu caísse com a cara no chão. Olhei-o irritada, porém seu olhar parar mim era como se ele tivesse tido a melhor ideia de todos os tempos.

— Está um clima de tristeza muito grande, então, pensei em fazermos a nossa tradicional noite da pipoca! – exclamou contente.

Animei-me também, afinal, acho que tudo que eu precisava agora era de uma noite com bastante pipoca e amigos.

— Excelente ideia, Emm!

Emmett puxou a minha mão e começou a me arrastar para dentro consigo.

— Vamos falar com o Jazz, a Nessie, ligar para o Jacob e chamar os Cullens. – listou.

Ao escutar o sobrenome Cullen no meio, estanquei imediatamente.

— Sério que você quer chamar o Edward? – o olhei ceticamente.

Emm revirou os olhos.

— Edward é gente boa e nosso amigo agora, Bells. – bufei, cruzando os braços. Um sorrisinho malicioso surgiu em seu rosto. – Pensei que as namoradas gostassem dos namorados por perto.

Dei o dedo do meio a Emmett, causando-lhe uma estrondosa gargalhada.

[...]

— ISSO É MARAVILHOSO! – Nessie gritou, pulando em cima de Emm logo após ele contar sobre a nossa pequena reunião. – Porque não pensei nisso antes? – olhou para cima, parecendo refletir.

— Porque o cérebro desse grupo sou eu, gata. – Emmett piscou galante.

Nessie o olhou com cara de tédio.

— Aqui o telefone. – Jasper voltou ao seu quarto com o celular de Nessie em mãos. Ela rapidamente o pegou e discou o número de Jake, deixando em viva-voz.

Se você ligou para me xingar, tenta outra hora, porque agora tô ocupado. — falou sonolento.

Nessie revirou os olhos.

— Você estava dormindo?

Sim e você acabou de atrapalhar o melhor sonho da minha vida. — suspirou frustrado.

— Aposto que estava relacionado com você fodendo alguma vadia. – resmungou em sussurro, mas foi audível para todos nós escutarmos.

Jazz, Emm e eu caímos na gargalhada e Jake nos acompanhou.

Você é uma bela vidente, ruivinha, mas fala ai o que tá pegando. — pediu, após controlar sua risada.

Nessie fez som de quem ia vomitar.

— Essa conversa está me dando náuseas, então é melhor ir ao ponto. Hoje vai rolar uma noite da pipoca e...

Chego ai em vinte minutos.— Jacob a interrompeu, afobado. – Adoro noite da pipoca.— e com essa, ele desligou o celular.

Nessie ficou por alguns segundos olhando para o aparelho em suas mãos, completamente abismada.

— Ogro. – resmungou, causando mais uma onda de risadas. – Ah, calem a boca e vamos chamar os Cullen! – soltei um gemido inconformado.

[...]

— Olá, garotos. O que posso fazer por vocês? – Carlisle Cullen, com toda sua simpatia, questionou ao abrir a porta e nos encontrar sorridentes, na tentativa de passar uma boa impressão (palavras de Nessie).

— Nós queremos falar com Alice e o Edward, eles estão? – perguntou minha prima.

— Claro. Entrem, eles estão lá em cima. – o loiro abriu mais a porta, dando-nos acesso a sua casa.

Ainda com os sorrisos em nossos rostos, nós entramos na casa. Meus olhos automaticamente esquadrinharam toda a sala de estar, conhecendo o ambiente ao qual nunca tinha vindo antes. O lugar era extremamente claro, com os móveis variando entre branco e marfim. As paredes também continha essa variação e tinham muitos quadros pendurados nas paredes.

Um enorme sofá branco estava disposição e ele parecia ser daquele tipo que te convidava a deitar nele e dormir por algumas horas de tão macio. O carpete era marfim, circundando toda a sala. Janelas enormes estavam dispostas entre as paredes, dando mais claridade ao local amplo.

Tinha uma lareira no canto, com alguns porta-retratos espalhados por cima dela. Tive uma louca vontade de espiar, mas Nessie puxou-me pelo braço para o andar de cima, notando que eu era a única que tinha ficado estancada. Isso tudo porque ela e os outros já tinham vindo aqui antes e eu não.

— O quarto de Edward é este. – apontou para uma porta branca (igual a todas que habitavam o corredor). – O chamem que eu vou atrás de Alice, ok? – nós assentimos e Nessie foi para um quarto no final do corredor.

— Bate ai na porta, Bells, afinal o namorado é teu. – meu irmão tirou onda com a minha cara e riu junto com o nosso amigo.

Fiz uma cara de brava. Estou vendo que meu namoro com o Edward vai ser o novo motivo de diversão para esses idiotas.

No momento que iria abrir a boca para esculhambá-los, eis que a porta a nossa frente é aberta, revelando Edward. Ele trajava apenas uma calça moletom, que pendiam em seus quadris, com os seus cabelos completamente bagunçados e um olhar confuso em seu rosto.

Eu parei com a boca aberta, meus olhos se demorando um pouco em seu peitoral definido de forma contida e totalmente atraente. Porra, eu pensei em atraente mesmo? Merda!

Saí do meu estado letárgico quando escutei duas gargalhadas altas.

— Caramba! Não acredito que Bella acabou de dá uma secada em Edward na maior cara de pau. Tem certeza que vocês não são compatíveis, faniquita? – Emmett sugeriu, ainda risonho.

Senti a ponta das minhas orelhas esquentarem e desejei matar meu amigo inconveniente lenta e dolorosamente.

— Eu não sequei ninguém! – menti, na cara dura. Nem morta que eu admitiria algo desse tipo!

— Eita, eu mal saio e já rola secada? Calma aí, amizades. – Nessie chegou próximo a nós, juntamente com Alice.

Jasper parou rapidamente de rir, assim que seus olhos caíram em cima de Alice. Jazz arregalou seus olhos levemente, fitando a baixinha da cabeça aos pés. Também a olhei, a procura do que tanto chamou a atenção do meu irmão, até notar o porquê. Alice trajava apenas um vestido acima dos joelhos e de alcinha, dando uma bela visão de suas pernas.

— Oh, é isso mesmo que estou vendo, senhoras e senhores? Os irmãos Swan estão querendo pegar os irmãos Cullen? – Emmett fingiu uma voz de locutor e riu da sua idiotice juntamente com Nessie.

Edward fez uma cara de perdido e Alice ficou vermelha. Já eu daria uma tapa em Emmett, se algo totalmente novo não tivesse me chamado atenção. Jasper, Jasper Swan, estava totalmente corado, algo que não era nem um pouco comum para o cara de pau do meu irmão.

— Você está mesmo corando? – perguntei, abismada. Todos os olhares se concentraram em cima dele. – Oh, que fofo! – completei totalmente debochada.

— Super fofo! – entoou Emmett com um tom jocoso.

Nessie e eu rimos.

Jazz nos fuzilou com os olhos. Uh, toma essa! Quem manda tirar onda com a minha cara?

— Eu odeio vocês. – bufou.

— Uh, será que posso saber o que está acontecendo aqui? – perguntou Edward, quebrando o nosso pequeno diálogo.

— Nós viemos convidar vocês para a nossa noite da pipoca! – Nessie falou animadamente, pulando e batendo palmas.

Edward franziu o cenho.

— Noite da pipoca?

— Sim. Nós temos esse pequeno ‘’ritual’’ – fez aspas com as mãos. – Desde quando nos conhecemos. É tipo uma noite do pijama, só que personalizada do nosso jeito, ou seja, só comeremos pipoca e tomaremos refrigerante entre filmes, conversas e jogos. – explicou.

— Por isso que é ‘’noite da pipoca’’. – Emmett piscou, se achando esperto.

— Sério Emmett? Pensei que tivesse ficado óbvio. – Nessie comentou sarcasticamente.

Emmett lhe deu a língua.

— E então? Estão dentro? – Jazz questionou, parecendo um pouco ansioso.

Edward e Alice se entreolharam. Deus faça com que eles digam não! Implorei mentalmente.

— Claro. – Edward deu de ombros.

Obrigada!

[...]

— Seu quarto é muito bonito, Bella. – Alice elogiou enquanto olhava ao redor.

Sorri amarelo. De acordo com as regras, essa noite da pipoca seria realizada no meu quarto, já que as duas últimas tinham sido uma no quarto do Jazz e outra no quarto de Nessie. Confesso que não fiquei muito satisfeita com aquele arranjo (e acho que está bem óbvio o porquê), mas Nessie é totalmente imune aos meus choramingos, o que é uma droga.

— Tem uma cama muito confortável também. – Edward comentou, esparramado tranquilamente em minha cama.

Olhei irritada para ele, fazendo-o com que ele desse um maldito sorriso torto com traços de malicia. Cretininho!

— Edward! – Alice o repreendeu.

— Ih, relaxa Alice, vocês já são da gangue. – falou Jazz, passando um braço sobre os ombros da baixinha. – E, a propósito, Edward vai manter-se distante dessa cama, né? Afinal, eu não quero safadezas debaixo do meu teto. – lançou um olhar de alerta para o Cullen.

Chocada, joguei uma almofada no idiota do Jasper. Emmett, Nessie e até mesmo Alice riram ‘’disfarçadamente’’.

— Cala a boca, seu inútil! – gritei para o meu irmão. – E você – apontei para Edward. – Vaza. – apontei para o chão.

Ele franziu os lábios em uma tentativa óbvia de esconder a risada, mas saiu da minha cama.

— Quanta agressividade, faniquita. – o idiota do Jacob chegou com o braço envolto nos ombros da minha mãe, enquanto a mesma possuía o seu ao redor da cintura de Jake.

— Trate bem os convidados Bella. – mamãe me lançou um olhar cortante, daqueles que só as mães sabem fazer quando você faz algo errado. – E então, queridos, estão prontos para jantar? – seus olhos automaticamente ficaram doces enquanto disparavam de Alice para Edward.

Bufei. Agora eles serão os novos queridinhos dela.

— Claro, dona Renné. – Edward concordou com uma voz charmosa.

Mamãe riu. Eu tive vontade de vomitar.

— Oh, querido, chame-me apenas de Renné. Nada de dona ou senhora por aqui. Vale o mesmo para você, Alice. – mamãe sorriu para ela, que assentiu e sorriu de volta.

Nós todos fomos para a sala de jantar onde as comidas já estavam expostas para serem colocadas. Papai já estava por lá, colocando o seu jantar, e sorriu ao nos ver.

Em meio a barulho de conversas e gemidos de prazer vindo dos idiotas de Emmett e Jacob, nós estávamos fazendo nossa refeição de forma tranquila.

— E então, crianças, já organizaram tudo? – papai questionou.

— Ah, sim. Os colchões já foram colocados e organizados. Só falta a pipoca, refri e escolher os filmes. – Nessie respondeu.

— Bom, não vão dormir muito tarde, amanhã tem aula. – alertou-nos seriamente.

— Pode deixar chefe. – Jacob bateu continência. Papai revirou os olhos.

Assim que terminamos o jantar, mamãe me designou para lavar a louça da noite, pois Grace já tinha terminado seu expediente. Ela e papai subiram para resolver coisas do trabalho de ambos e o restante foi começar a festa no meu quarto.

Coloquei a louça na lava louça e, enquanto esperava terminar a lavagem, escorei-me no balcão de mármore negro da cozinha para observar a noite que reluzia do lado de fora. A lua hoje era crescente e estava escondida em poucas camadas de nuvens, presenteando-me com uma bela imagem. A noite era sempre tão quieta e aconchegante que ás vezes dava vontade de viver nela para sempre.

Assim que a lavagem estava completa e a louça devidamente seca, guardei cada um em seus respectivos cantos e me arrastei pelas escadas. Quando alcancei o topo, escutei vozes alteradas que saíam diretamente da porta entre aberta do meu quarto.

Com o cenho franzido, aproximei-me lentamente. Abri um pouco mais da porta, encontrando uma cena quase familiar a minha frente. Nessie, Jasper, Jacob e Emmett estavam discutindo enquanto seguravam várias capas de dvd’s em suas mãos, tendo como platéia uma Alice e um Edward que corriam seus olhos de um para o outro enquanto discutiam.

— Eu não vou assistir essa merda, Emmett! Esse filme não é de Deus. – Nessie rugiu.

— Oh, vamos lá, ruiva. Nós já passamos por isso uma vez. – Emmett contra-atacou, sacudindo o DVD que continha o nome ‘’O exorcista’’ em sua mão direita.

— Justamente por isso que não vamos assistir essa bosta. – Nessie tentou tirar o DVD da mão de Emmett, porém ele era maior do que ela e estendeu o braço para o alto para ela não pegar.

Nessie começou a pular na tentativa de resgatar o DVD e quando suas mãos conseguiram passar de leve no mesmo, eis que Emmett joga para Jacob e o jogo começa. Ela ficou como uma doida entre ambos, tentando pegar o DVD quando lançado no ar. Ela gritava irada e eles riam.

Eu revirei os olhos e joguei-me na minha cama, cansada daquela história. Alice e Edward continuaram estavam sobre os colchões, apenas observando o espetáculo.

Outra vez, Nessie passou perto de pegar, agora da mão de Jacob. Alarmado, o moreno jogou para Jazz, que assim que viu o olhar assassino da ruiva, jogou o DVD pela janela. Durou apenas um segundo o olhar que ocorreu entre os quatro, antes de descerem desesperadamente para pegar o filme.

Alice, Edward e eu também nos entreolhamos e corremos para janela a fim de saber no que aquela história daria. Cinco segundos depois de nossas cabeças aparecerem na janela, eles apareceram no gramado com grunhidos altos e disputas de quem iria pegar primeiro.

Jasper foi o primeiro a se render, jogando-se no gramado, com a aparência cansada. Mas é um morto mesmo.

Já Nessie, Emmett e Jake se jogaram no gramado em cima do filme em uma disputa acirrada, cada um puxando de um lado. Isso durou alguns minutos até que Emmett conseguiu tomar o DVD e com um sorriso sádico nos lábios, saiu correndo enquanto olhava para trás e gargalhava da cara abismada de Nessie.

Lógico que minha prima não ia deixar barato, e assim que se levantou para ir atrás do filme, eis que um ‘’bum’’ alto é escutado. Como Emmett estava correndo com os olhos no sentido oposto, ele não percebeu que estava indo em direção a piscina, acabando por cair dentro da mesma.

Nessie explodiu em uma risada alta, colocando as mãos sobre a barriga. Ela não foi à única, nós que ficamos no quarto rimos também, assim como Jazz e Jake, principalmente quando Emm submergiu com uma cara assustada.

— Você parece um pinto molhado, cara. – minha prima zombou entre risadas.

Emmett passou alguns segundos olhando para minha prima, com uma expressão nada agradável, até que seus lábios em linha firme se transformaram em um sorriso maldoso. Uh, Nessie está tão ferrada.

Aproveitando do estado de risadagem de Renesmee, Emmett correu até ela, jogando-a sobre os ombros. Quando ela tomou consciência da ação do amigo, começou a espernear e soltar gritos.

— EMMETT VOCÊ NÃO SE... – foi tarde demais. O grito de Renesmee foi silenciado com ambos caindo dentro da piscina.

Segundos depois eles submergiram e Nessie começou a estapear um Emmett risonho.

— É FESTAAAAA! – Jazz gritou agitado, saltando do chão.

Jacob assobiou, concordando. Eles rapidamente tiraram a camisa e o calçado, ficando apenas de bermuda, e correram em direção à piscina. A água protestou ativamente quando os corpos de ambos entraram em contado com a mesma, fazendo com que um tanto saísse pelas bordas.

— Vamos? – perguntei aos irmãos Cullen. – Um pouco de banho de piscina a noite é sempre bom. – pisquei um olho.

Eles se entreolharam por um instante, antes de dá de ombros. Nós três corremos em direção aos outros, com algumas risadas pelo caminho. Assim que chegamos à área da piscina, abandonamos nossos calçados – e Edward abandonou sua camisa também, para o meu total desespero – e saltamos na água morna. Eu estava com uma roupa leve, então não me preocupei em tirar nenhuma parte.

Emmett, Jake e Jazz estavam perturbando Nessie, mas assim que nos viram chegar, vieram nos perturbar também. Aos poucos, a raiva da minha prima foi se dissipando e nós podemos curtir a piscina enquanto tentávamos pegar carona nas costas um do outro e jogar água na cara um do outro também, ao som de gritos e risadas.

E então, perdida entre fugir de Emmett e Jake para eles não se atirarem em cima de mim, e desviar o olhar toda vez que meus olhos insistiam em vagar para o peitoral de Edward, eu esqueci-me de qualquer fato que me motivou a ficar triste hoje.

Talvez, no fim das contas, Emmett tivesse razão.

[...]

Depois de muita folia na piscina e Renné vindo nos expulsar porque estávamos fazendo muito barulho, cada um esperou sua vez para o banho. Quer dizer, na casa tinha quatro banheiros disponíveis, então poderemos dizer que foi relativamente rápido.

Eu estava no quarto, apenas de pijama como todos, acompanhada apenas de Alice e Jasper que conversavam sobre algo, enquanto colocava o filme no dvd e esperava o restante voltar. Nessie ainda estava se arrumando em seu quarto (não me perguntem por que) e os meninos foram ajudar mamãe com as pipocas e o refrigerante.

— Cheguei! – Nessie exclamou, entrando no meu quarto com os seus cachos perfeitamente penteados e apenas com um blusão.

Arqueei uma sobrancelha.

— Nessie, onde diabos está sua roupa de baixo? – questionei.

Ela bufou, revirando os olhos e se jogando em cima do colchão, fazendo com que a blusa subisse um pouco.

— Eu gosto de dormir com elas, Bella, e você sabe disso. – olhou para mim como se aquilo fosse óbvio.

— Acho que eu tenho que lembrá-la que temos visitas em nossa casa, Nessie. – falei entre dentes.

— Ai Bella relaxa. Eu não vou roubar seu namorado. – olhou zombeteira para mim. – Mesmo com esse pijama de panda, aposto que os olhos dele ainda serão inteiramente seus.

Irritada, joguei um dos travesseiros no rosto dela, fazendo com que a pequena vaca risse. Maldita!

— É preta e estilo shortinho. – Jazz falou de repente.

Olhei para ele confusa. Nessie também lançou o mesmo olhar para o meu irmão.

— O quê? – ela indagou.

— Sua calcinha, querida prima. Acho que devo alertá-la para não fazer movimentos bruscos para não mostrar Nessinha. – riu.

Nessie o olhou de boca aberta e jogou nele o travesseiro que antes tinha sido lançado nela.

— Não bote malditos apelidos em minhas partes de menina! – ela exclamou com o seu rosto corado de raiva.

Eu ri enquanto Alice mantinha seus olhos bem abertos. Talvez ela estivesse um pouco chocada com a profundidade do amor – e intimidade – entre ambos.

— Partes de menina? Vocês não colocaram nem um filme pornô não, né, seus tarados. Momma Renné está aqui. – anunciou Emm, entrando com um balde de pipoca.

Logo atrás, mamãe e Jake traziam mais dois baldes, enquanto Edward carregava o refrigerante de 3L e os copos.

— Oh, querido, eu sou uma mãe moderna, portanto, sem problemas. – Renné comentou com um sorriso amplo.

Meus olhos e o de Jazz viraram luas.

— MÃE! – proferimos juntos. Eu podia muito bem sentir meu rosto esquentando agora.

Mamãe e os outros fizeram apenas rir, inclusive Alice.

— Oh, meus amores, eu estava brincado. Apesar de realmente ser uma mãe moderna. – ela deu de ombros, se juntando a nós no colchão.

Mamãe sempre se juntava a nós nas noites da pipoca por pelo menos uma hora. Ela sempre se deitava exatamente no meio de todos e contava algumas histórias de sua adolescência. Nós nunca nos importamos, pois gostávamos de ouvir as histórias que ela tinha para contar. Papai, por ser mais na dele, preferia ficar lendo algum livro no quarto ou em seu escritório.

Ajustamo-nos com os dois colchões de casal unidos no chão do meu quarto – ainda bem que o lugar era consideravelmente grande – e eu desliguei as luzes para finalmente assistirmos o filme de comédia que estava em espera.

Assim que o filme terminou, mamãe pulou do seu lugar e praticamente correu até o interruptor, acendendo-o. O excesso de claridade repentina fez com que todos gemessem ao mesmo tempo, nossas pupilas se contraindo.

— Mãe. – Jazz resmungou.

— Oh, cachos de ouro, eu acabei de pensar em minha história para noite de hoje, então, deixe-me colocar para fora. – Jazz apenas revirou, jogando-se em seu travesseiro. – Enfim, eu estive pensando, já que estamos no quarto de Bella, eu poderia muito bem mostrar seu álbum de fotos e contar alguma história da infância. – declarou alegremente.

Meus olhos se arregalaram e a resposta foi imediata.

— NÃO! – gritei, mas meu desespero foi abafado pelo sonoro ‘’sim’’ dado por todos os outros.

Malditos traidores!

Renné riu levemente.

— Eu sabia que vocês iriam concordar. – deu de ombros, ignorando totalmente meu grito mudo em meio à multidão.

— Mãe. – choraminguei na tentativa vã de fazê-la mudar de ideia.

— Deixe de choramingo, Isabella. São apenas fotos. – falou como se aquilo não fosse nada de mais, porém, era tudo demais. Acho que não existe uma pessoa sã no mundo que tenha um amor por suas fotos antigas – e constrangedores em sua maioria.

Renné sentou-se em um dos colchões no chão e rapidamente foi cercada pelos pilantras. Eu gemi, distanciando-me deles.

— Oh, aqui é a primeira foto de Bella. – ela apontou contente, provavelmente mostrando a foto que meu pai tirou assim que vim ao mundo. – Aqui temos Bella deitando pela primeira vez em seu berço, o primeiro banho em casa, em sua soneca da tarde... – ela ia passando as páginas enquanto explicava cada uma. — Aqui temos Bella em seus primeiros passos, inclusive consegui um pequeno vídeo que ainda tenho em VHS. Ah, essa daqui foi quando ela fez uma festa na cozinha junto com Nessie e Jazz... – permiti-me sorrir um pouco, já que em minha opinião, aquela era a melhor do álbum. Nessie, Jazz e eu estávamos completamente lambuzados de manteiga, chocolate em pó e farinha.

Os seis ao redor de Renné pareciam bastante focados nas fotos, mesmo que quatro deles já as tenham visto.

— Bella não era uma gracinha, Edward? – mamãe arrulhou, olhando para o Cullen que parecia está se divertindo muito com a situação. Seus olhos brilharam em puro divertimento para mim antes que ele respondesse a minha mãe.

— Sim, Renné. Bella definitivamente é uma gracinha – não me passou despercebido que ele utilizou o verbo no presente. Se eu pudesse dá o dedo a Edward neste momento, eu o daria.

Mamãe sorriu felizmente para ele, mas logo voltou seus olhos para o álbum em seu colo.

— Oh... Aqui temos Bella aos treze anos no seu primeiro Valentine’s Day no colégio...

— Ok mãe. – aproximei-me dela para pegar o álbum de suas mãos, antes que a situação começasse a ficar realmente constrangedora. Minhas fotos a partir dos 13 anos não eram as melhores. – Acho que chega de me constranger por hoje.

Saí do quarto a passos duros, deixando os sons das risadas para trás. Abri a porta do escritório do Charlie com mais força que o normal e não me surpreendi nem um pouco ao encontrar meu pai sentado confortavelmente em sua poltrona verde (e cafona, segundo minha mãe), com seus óculos de leitura no rosto e um livro em suas mãos.

— Aconteceu alguma coisa, Bella? – Charlie indagou-me em sua calma de sempre.

— Apenas mamãe fazendo-me pagar alguns micos. – respondi azeda, guardando o livro em minha mão em uma das gavetas da estante.

Charlie riu abertamente, abandonando seus óculos em cima da mesa.

— Tenha um pouco de paciência com sua mãe, querida. Sabe que ela carrega um espírito muito alegre consigo e muitas vezes a forma que ela encontra de expeli-lo é agindo assim. – deu uma resposta típica de Charlie Swan, O psicólogo.

Eu apenas assenti para o meu pai e saí do escritório, voltando para o meu quarto. Assim que entrei no cômodo, ainda podia sentir a névoa divertida que os envolveu enquanto olhavam minhas fotografias.

Querendo tirar o foco das atenções de mim, joguei-me em cima de Nessie, olhando docemente para minha mãe.

— Porque só minhas fotos são mostradas? E a do Jazz e da Nessie? Lembro-me muito bem de uma foto que Jazz está totalmente maquiado. — lembrei zombeteiramente. Digamos que teve um halloween que Nessie e eu maquiamos o Jazz. Queríamos transformá-lo na princesa Cinderela, porém, infelizmente, minha mãe veio ao seu clamor.

Não gostando nadinha da minha sugestão, meu irmão lança-me um olhar do mal que eu ignorei com um sorriso de escárnio.

— Oh, mas eu vou mostrar as fotos antigas da Nessie e do Jazz, só que na próxima Noite da Pipoca. – Renné afirmou veemente.

Sorri vitoriosamente enquanto observava Jazz e Nessie gemerem em insatisfação com a notícia.

— A senhora precisa fazer isso mesmo, tia. Eu não me lembro de ter visto nenhuma foto do Jazz maquiado. – Emmett comentou, olhando maldosamente para o meu irmão.

— É, tia Renné. Eu também não lembro. – Jake colocou lenha na fogueira.

— Amigos da onça. – Jasper bufou.

— Então eu me certificarei de colocá-la no álbum. – garantiu, levantando-se. – Estou indo dormir, meus amores. Tenham uma boa noite e vão dormir logo. – alertou, beijando a testa de cada um e nos deixando a sós no quarto.

— E aí? O que faremos agora? – perguntou Jasper, tomando um gole do seu grande copo de coca-cola.

— Assistir outro filme. – saltei do meu lugar, indo até a minha estante para procurar alguma DVD por lá.

— Será que podemos assistir a algum filme de terror? – Emmett questiona docemente, seus cílios piscando de forma frenética.

— Deixa de ser gay, Emmett. – Jacob fala, dando um soco no braço do grandão.

Emmett o olha ameaçadoramente e os dois começam uma pequena lutinha por cima dos colchões. Revirei os olhos e voltei minha concentração para os dvd’s. Fui passando os dedos entre os títulos, até a voz de Alice se fez presente e meu dedo acabou parando em um titulo, o qual eu não me preocupei em ler de imediato.

— Como surgiu o TN? – ela perguntou timidamente, mexendo na barra de sua camisa enquanto olhava de mim, para Nessie e logo após para Jasper. Seu irmão, sentado ao seu lado, nos olhava de forma curiosa.

— Ah, nós sempre gostamos dessas coisas de apresentações, sabe? De ler sobre as coisas e informar as pessoas sobre elas. Lembro que quando éramos crianças, nos juntávamos na casa da árvore de Jake para trocar informações. – Jasper soltou um suspiro saudoso com suas palavras.

— Mas a ideia pro TN só veio surgir alguns anos depois, nas férias de verão que antecederam o começo do nosso segundo ano do ensino médio. – refleti com minha mente vagando para longe. – Foi um verão intenso.

Nessie revirou os olhos, provavelmente imaginando o lugar em que meus olhos e pensamentos haviam se perdido.

— Nós conseguimos crescer e conquistamos a população do PHS. – Nessie sorriu de lado. – Então nós também fomos à luta de um espaço no colégio, que tinha um jornal já no ar, o PHS News. Foi tão fácil desbancá-los na votação que o Green impôs, já que a escola só poderia bancar um jornal, que me senti tirando o doce da boca de uma criança. – Nessie enrolou um cacho do seu cabelo, parecendo satisfeita consigo mesma.

— E o QC? – dessa vez quem questionou foi Edward.

Jacob soltou risada, desprendendo-se totalmente de sua briga infantil com Emmett, ambos parecendo interessados na história agora.

— O QC foi uma ideia maluca que surgiu, – escutei Nessie rosnar baixinho com a fala de Jake. – Mas que foi muito boa. Isso atraiu mais popularidade para o nosso jornal.

— E a raiva ainda maior do grupo rival. – Emmett completou.

— Eles são um bando de perdedores, isso sim. – Nessie bufou.

— Uh, quem é o cúpido? É um de vocês, sim? – Alice perguntou. Seus grandes olhos verdes estavam arregalados em ânsia.

Nessie, Jake, Emm, Jazz e eu nos entreolhamos e acabamos rindo da pergunta. Eu voltei meus olhos para o DVD que o meu dedo tinha parado, com medo de que eu deixasse transparecer algo por acidente. O título ao qual meu dedo tinha parado era ‘’Procurando Nemo’’.

— Oh, minha doce Alice, isso é algo que está fora dos nossos limites de informação. O nosso querido cúpido tem que ser mantido em segredo de todos, senão, perde a graça. – Nessie piscou para ela.

Alice fez um biquinho, mas acabou assentindo. Olhei para ver a reação do Cullen e o peguei olhando para algum ponto distinto do meu quarto, apesar de não parecer realmente vê-lo. Considerei que ele estava perdido em seus pensamentos, provavelmente maquinando sobre quem era o cúpido.

— Que tal assistirmos Procurando Nemo? – sugeri, tentando mudar o rumo dos assuntos e dos pensamentos.

Funcionou. Rapidamente Jazz, Nessie e Alice comemoraram minha escolha, porém Jake, Emmett e Edward fizeram caretas.

— Quantos anos você tem? – perguntou Jake lentamente.

— Até dia 12 de setembro tenho 18. E você? – respondi inocentemente, ganhando algumas risadas e um bufo por parte de Jake.

Apesar de algumas lamurias vinda dos meninos, acabamos a noite enrolados nos cobertores sobre os colchões assistindo Nemo. Nessie, apesar de ser toda durona, chorou em algumas partes do filme; como no inicio quando Nemo se perde e quando ele e seu pai se encontram.

Assim que os créditos começaram a rolar, eu olhei para os lados, notando que só tinham apenas Nessie, Edward e eu de acordados. Os outros pareciam estar em um sono profundo.

Sentei-me no pequeno espaço que me fora concedido, notando que seria impossível dormir sete pessoas confortavelmente ali. Ao menos, duas tinham que ir para cama e com certeza eu era uma delas.

Nessie levantou-se do colchão em que estava para acender as luzes e retirar o DVD. Edward aproveitou o momento para ir ao banheiro.

— Bella, você vai dormir na cama? – sussurrou.

— Não tem espaço para mim aqui. – dei de ombros.

— Uh, então fica você e Edward na cama, pois vou preencher a última vaga nos colchões. – piscou maliciosamente para mim.

Meus olhos se arregalaram e o oxigênio fugiu dos meus pulmões por alguns segundos.

— Que? Porque você não vai dormir comigo? – sussurrei furiosamente.

Ela olhou com tédio para mim.

— Você sabe que odeio a sua cama. – ela falou como se isso fosse óbvio. – Seu colchão é cheio de molas e você sabe que eu prefiro algo que deixe a minha coluna bem.

— Mas... – minha fala foi cortada no momento em que Edward saiu do banheiro e se aproximou de nós.

— Mas nada. – ela cortou-me severamente, um sorriso se abrindo logo depois quando ela pousou seus olhos em Edward. – Bonitão, hoje você vai dormir na cama com a Bella. Aproveite que o Jazz já está dormindo. – piscou um olho.

Edward arqueou as sobrancelhas, sendo pego de surpreso. Seus olhos passaram de Nessie para mim.

— Está tudo bem para você? – perguntou. Ele realmente parecia preocupado de como aquilo soaria para mim

— É claro que está bem para ela. Não é, Bells? – olhou para mim, incentivando com os olhos para dizer sim.

Sem ter para onde correr, eu acabei assentindo com a cabeça. Edward deu um sorriso torto enquanto Nessie possuía um malicioso em seus lábios.

— Começaram a namorar hoje e já vão dormir juntos, hmmm, super rápido, hein? Adorei. – falou empolgadamente, rindo logo em seguida.

Eu fuzilei minha prima. A maldita tinha que tirar alguma porra de brincadeira. Edward, por sua vez, corou com as palavras da maluca.

— Oh, meu Deus, cale a sua estúpida boca, Renesmee. – grasnei, pegando meu travesseiro e cobertor do colchão.

— Ai, não está mais aqui quem falou. – levantou as mãos para cima, rendendo-se.

Depois dessa, Nessie voltou a apagar as luzes e voltou para o seu lugar no colchão, que agora percebi que era estranhamente ao lado de Jacob.

Sem querer esperar mais, ou fazer ceninha de quem vai se deitar primeiro, Edward e eu nos jogamos simultaneamente na cama, fazendo com que suas molas balançassem e o nosso corpo também. Soltamos uma profunda respiração enquanto encarávamos o teto. Ninguém ousou se mexer pelos próximos minutos. Eu estava completamente imóvel e com meus olhos fixados no teto escuro, tentando não pensar o quão estranho aquela situação toda estava sendo. Hoje realmente foi um grande dia.

— Será que podemos nos mexer agora? Creio que não conseguirei dormir desta forma. – Edward sussurrou levemente.

— Oh, claro. Não vamos fazer disso mais estranho, certo? – olhei para ele, esperando por sua concordância.

— Claro.

Nós nos movemos na cama, de forma que ficássemos confortáveis sem ter que tocar um no outro. Naquele momento eu agradeci por minha cama ser suficientemente espaçosa.

Eu estava virada para lado da janela, de costas para Edward, então pude observar a luz da lua infiltrar-se fracamente pelas cortinas finas e fechadas do meu quarto até que o sono decidisse me levar. E, graças a Deus, não demorou muito tempo.

[...]

Despertei-me com a minha bexiga implorando para ser esvaziada. Ainda um pouco zonza do sono, olhei para o relógio digital ao meu lado notando que ainda eram seis e meia da manhã. Ótimo, ainda tenho alguma horinha de sono.

Levantei cambaleante para o banheiro a fim de satisfazer minhas necessidades. Assim que urinei, lavei minhas mãos e com a mesma forma trôpega que fui ao banheiro, eu voltei para a cama, jogando-me literalmente sobre ela. Somente quando caí em meu colchão macio e suas molas reverberaram sobre minhas costas, que eu me lembrei que não estava sozinha na cama.

Lentamente, virei meu rosto em direção ao corpo que estava ao meu lado. Graças ao bom Deus que ele ainda permanecia em seu estado adormecido.

Soltei uma pequena risada segundos depois, estudando melhor a forma a qual o Cullen dormia. Ele estava de bruços, o cobertor apenas cobrindo as suas pernas, deixando exposta toda extensão de suas costas largas e com algumas pintinhas. Seus cabelos acobreados estavam totalmente bagunçados em sua cabeça – muito mais que o normal – e sua boca estava entreaberta enquanto ele ressonava de leve.

Ok, eu confesso que a cena era fofa também. Ele parecia quase angelical daquela forma. Bem que poderia permanecer naquele estado para sempre né? Balancei minha cabeça, dissipando esses pensamentos, pois sabia que era realmente impossível aquilo acontecer.

Meus olhos ainda vagaram por Edward por mais alguns segundos, até que eu me vi com a mão enfiada em seus cabelos acobreados, tentando sentir se eles eram tão macios quanto aparentavam e, holy shit, era bem mais do que eu poderia imaginar. Posso até está exagerando um pouco, mas parecia que era seda em minha mão.

Passei algum tempo de qualidade tentando tirar os fios que caiam sobre sua testa, mas desisti ao ver que eles sempre iriam voltar para o lugar. Tirei minha mão de seu cabelo e virei para o lado cuidadosamente, afinal, eu não poderia abusar da sorte.

— Hmm... Estava tão bom. Porque não continua? – a voz do Cullen soprou em meus ouvidos e foi aí que eu congelei da cabeça aos pés.

Oh, senhoras e senhores, desde quando eu poderia abusar de algo que não tinha?

Fiquei calada na minha, quem sabe a falta de resposta o faria pensar que estava sonhando e voltava a dormir né? Afinal, ninguém precisa saber que eu estava com a minha mão onde não devia.

— Vamos lá, Isabella. Eu sei que você está acordada. – a voz de Edward, enrouquecida pelo sono, atormentou-me outra vez.

Continuei caladinha na minha e se brincar, nem respirar direito eu estava respirando.

Um suspiro profundo foi dado e um braço se enlaçou em minha cintura, puxando-me para um corpo quente. Assim que nossos corpos se encostaram, eu mordi meu lábio, refreando a merda de suspiro que queria sair dos meus lábios. Eu permaneci completamente imóvel, até que a respiração de Edward bateu em meu pescoço, causando-me um arrepio e fazendo-me estremecer.

Ele soltou uma pequena risada, próxima demais do meu ouvido para o meu próprio bem, e eu acabei gemendo com o ato.

— Eu sabia. – murmurou ainda mais próximo de meu ouvido e deixou um beijo por trás, fazendo-me arrepiar outra vez. – Responda-me, Bella: Porque você parou?

— Eu não sei do que você está falando. – menti na cara de pau.

Tentei me desvencilhar dos braços dele, mas o cretino foi mais rápido e deu um jeito de ficar por cima de mim sobre a cama. No momento que eu subi meus olhos para os seus, o ar fugiu dos meus pulmões ao notar o brilho vivido dos olhos verdes.

— Agora – murmurou ele, seu rosto a centímetros do meu, não deixando espaço para fugas. – Admita para mim que você estava acariciando meus cabelos.

— Não posso admitir algo que não fiz. Você deveria está sonhando. Uh, sonhando comigo, Edward? – levantei uma sobrancelha, tentando reverter o jogo, apesar de Edward ainda possuir uma grande vantagem ao estar em cima de mim.

— Sempre, querida. – ele sorriu torto.

Revirei os olhos para o seu sarcasmo, mas Edward ainda não tinha acabado seu jogo. Ele aproximou-se ainda mais do meu rosto, tocando com a ponta do seu nariz toda extensão de minha bochecha até chegar a minha orelha.

— Admita Bella. – pediu com a voz sussurrante.

Engoli em seco, tentando achar uma válvula de escape em minha cabeça. Que merda ele estava fazendo comigo?

— Porque você quer que eu admita? – minha voz saiu mais baixa que o normal.

Ele desceu seus lábios para o meu pescoço, beijando lentamente a região. Eu fechei os olhos com força, enquanto mordia meu lábio inferior para conter qualquer coisa errada que pudesse sair da minha boca. Seus lábios rastejaram de volta para a minha bochecha, parando muito perto da minha boca.

— Porque é sempre bom ver você admitindo as coisas. – beijou o canto da minha boca.

Engoli em seco. Aquilo não estava tomando um rumo muito saudável.

— Se eu admitir, você me deixa em paz? – ele apenas assentiu com a cabeça. – Então... Hmm... Ok... Eu meio que mexi em seus cabelos. Pronto falei. Agora pode sair.

Ele riu outra vez, o ar expelido de sua boca fazendo cócegas em minha pele. Edward mordeu minha bochecha de leve.

— Agora que eu consegui o que queria, posso dormir em paz. – sorriu, voltando para o seu lugar na cama.

— Idiota. – grunhi, tentando fazer com que minha respiração voltasse ao normal e consequentemente fazendo meu coração se acalmar.

Sua risada fez com que o colchão vibrasse.

Depois dessa, eu virei para o meu canto. Tentei dormir mais um pouco, porém as imagens de Edward em cima de mim no seu jogo de persuasão me atormentaram até o despertador alertar que estava na hora de começar um novo dia.

Maldito Cullen!


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Notas finais do capítulo

Gente, as coisas vão começar a pegar, muitas coisas vão acontecer nos próximos capítulos, confesso a vocês que são os que eu estou mais ansiosa para escrever. Bom, voltando para o de hoje, o que acharam? Um clima muito bom, com noite da pipoca e um pouco de feels em Beward *-*. O próximo beijo entre eles está bem próximo de acontecer, adianto logo a vocês :).
Por hoje é só amores, não me abandonem please. Beijos e até a próxima!