Avatar: A Lenda de Zara - Livro 2: Terra escrita por Evangeline


Capítulo 3
Cap 2: Desconfiança




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O homem se aproximou de Airon e Zara lentamente, para então puxar um pouco dos cabelos que cobriam o rosto da menina. Zara olhou para o homem com os olhos molhados e o rosto sujo.

– Kayun? - Perguntou o homem arqueando as sobrancelhas, surpreso. Zara retribuiu o olhar surpreso. Tinha certeza de nunca ter visto este homem na sua vida.

– Zara. - Corrigiu a menina. Os guardas do portão sussurravam entre si perguntando-se: "Não era Yuki?".

O homem mais velho abriu um sorriso e se ajoelhou diante da menina, ignorando o fato de ela estar no colo de Airon.

– Zara... - Ele sussurrou. Tinha os olhos cobertos de lágrimas. Ficou olhando para a menina, olhos nos olhos. Ele tinha olhos claros, um tom meio esverdeado, realmente bonito. Airon olhava para os dois, cada vez mais confuso, assim como Gumo, da cadeira ao lado.

De repente o homem levantou-se.

– Voltem ao serviço, eu cuido das crianças. - Disse com a voz autoritária.

– Mas, Senhor... - Ia retrucar um dos guardas.

– Nada de mais. - Falou o homem fitando odito guarda com um olhar mortal.

Os homem prestaram-lhe continência para então se retirarem da sala. - Eu sou o Tenente Higarashi. - Disse informando-lhes apenas seu sobrenome.

Por algum motivo, Zara não suspeitava das atitudes do homem.

– O que fazem aqui? Deveriam estar no Polo Norte! - Disse mais sério, encarando os três. Mesmo fazendo pose de militar frio, parecia uma manteiga derretida quando olhava para a menina.

Airon e Gumo, assustados pelo homem saber do onde vinham, ou pelo menos de onde Gumo vinha, se entreolharam.

– Olha aqui, cara, você não... - Começou Airon mal humorado, mas logo sua boca foi silenciada pela mão de Zara. Ela se levantou e ficou de pé diante do homem, precisando olhar para cima para ver seu rosto. A cabeça da menina mal chegava ao peito do Tenente Higarashi.

Ao ver a menina de perto, não pôde conter um sorriso parcial.

Ela começou a observar as características físicas do homem. Não tinha as feições muito duras, eram leves e curvadas, quase femininas. Não mantinha barba e tinha cabelos curtos e castanhos, presos em um rabo de cavalo curto e alto. Os olhos claros não condiziam com o Reino da Terra, pelo menos não pelo que Gumo sempre a contou sobre o povo da terra.

Cabelos e olhos castanhos escuros, e pele um pouco bronzeada, geralmente.

Havia dito o amigo.

– Zara, para quê saíram do Polo Norte? – Perguntou o homem depois de uma longa pausa. A menina não pronunciava uma palavra sequer. – Zara? – Chamou novamente, achando que a menina não havia ouvido.

– Ela tá pensando. – Sussurrou Gumo.

Zara mantinha os olhos arregalados olhando para o homem, assim como a postura ereta. O Tenente já não fazia ideia do que dizer.

– Ela sempre faz isso? – perguntou o homem olhando para Gumo. O menino deu de ombros e Airon começou a rir.

– Seria demais se ela...

– Hey! – Interrompeu Gumo antes que Airon pudesse falar. Só assim o dobrador de fogo percebeu a besteira que ia dizer. Seria demais se ela entrasse em estado Avatar e destruísse tudo aqui. Diria.

Engoliu em seco pensando em como a menina o torturaria se dissesse aquilo, e soltou um riso abafado e sem graça só de imaginar.

– Vocês querem ou não ir para um lugar mais limpo? – Perguntou o homem. Os meninos olharam curiosos para Tenente. – Tomar um banho, trocar de roupa, comer. – Exemplificou. A última palavra soou como a chave de um cofre na cabeça dos dois meninos.

Só de imagina uma migalha de pão na boca, Gumo já estava salivando.

Airon se levantou e pôs a mão sob o ombro de a jovem Avatar.

– Zara. – Sussurrou ao ouvido dela. – Depois você nos conta o que foi isso. – Disse referindo-se a estranha reação dela quanto ao Tenente, e vice-versa. – Mas agora, estamos todos famintos. Você precisa comer. – Disse o menino.

Zara pareceu sair de tal estado de transe, e olhou apara seu amigo. O Tenente Higarashi aproveitou que a menina voltara ao estado relativamente normal e os guiou até a porta de saída da guarita.

Chamando uma carruagem, levou as crianças para dentro da região do segundo muro, o interno. Ninguém nunca chegou a invadir o muro interno, e o Rei era proibido de sair dos limites de tal muro. Era uma fortaleza dentro da fortaleza de Ba Sing Se.

Dentro do muro interno viviam os militares, políticos, a família real e outras figuras importantes.

Quando chegaram as destino, viram que se tratava de uma casa. Não tinha jardim, ou qualquer enfeite, mas era uma casa grande e organizada.

É isso que dá não ter mulher em casa. Pensou Gumo.

O dobrador de água observava o local inocentemente, maravilhado com Ba Sing Se. Já Airon preocupava-se cada vez mais. Por que um Tenente os levaria para dentro de sua própria casa?

Para o alívio do garoto, quando entraram na casa ele se certificou de que havia candeeiros para todos os lados, para iluminar a casa durante a noite. Poderia lutar ali mesmo estando sem suas espadas.

O homem indicou-lhes dois banheiros e se ausentou durante alguns minutos para buscar roupas para os três.

Aproveitando o momento sem o homem, AIron e Gumo reuniram-se com Zara.

– Então, o que foi aquilo? – Perguntou Airon claramente incomodado.

– É. – Concordou Gumo. – Se eu soubesse que conhecia ele, era só ter mandado chamar, não precisávamos ficar acampando fora dos muros. – Falou um tanto irritado.

– Ainda não tenho certeza. – Disse a menina recebendo olhares indiscretos e desconfiados dos dois amigos. – Enquanto eu não tiver certeza, não falo. Eu já menti para vocês? – Perguntou a menina um tanto irritada.

Logo o homem retornou, com três pacotes de pano e uma caixa simples de madeira. Provavelmente era a comida.

O Tenente entregou as respectivas roupas para cada um. Gumo e Zara tomaram banho primeiro e vestiram, seguidos por Airon. Para poderem caminhar pelo Reino da Terra sem suspeitas, resolveram mudar algo em suas características físicas comuns. Zara fez uma trança lateral nos longos fios negros, Airon deixou que seus cabelos ficassem soltos, e Gumo resolveu apenas aparar os lados da cabeça, deixando apenas o cabelo um pouco maior no alto da mesma.

Comeram mergulhados num silencio tenso, com trocas de olhares entre o trio, nunca olhando para o Tenente. Este as vezes suspirava, sempre com os olhos fixos em Zara.

Quando a comida acabou, todos puseram-se de pé, e Zara mais uma vez foi para a frente do homem. Desta vez, ambos estavam limpos e bem vestidos, foi quando Gumo e Airon começaram a olhar de Zara para o Tenente e do Tenente para Zara.

Desta vez o homem não fugiu do olhar da menina, e se ajoelhou diante dela, olhando-a nos olhos.

– Tenente de Transações Estrangeiras Hian Higarashi. - Disse a menina sem uma ponta de dúvida. O homem abriu um sorriso orgulhoso.


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