08.

A grande sala de jantar da Casa de Odin estava iluminado, normalmente, por tochas e lustres com velas acima da grande mesa. A comida estava servida e todos falavam ao mesmo tempo.

Um voz que se destacava era a de Frigga que contava detalhes dos preparativos para o casamento de Loki e Sif. Ela falava minúcias sobre o vestido e sobre como Sif chegaria para a celebração.

Loki estava perplexo sobre como sua mãe poderia ser uma talentosa atriz, já que, daqui a algumas horas ela pretendia tirar a vida de Jane, que estava –pela primeira vez- comendo no grande salão com a ajuda de Thor para pegar os talheres, mas ela parecia conformada com tudo. Loki sorrio, desajeitado pensando em como Thor não fazia a menor ideia do que estava para acontecer, tanto da parte de sua mãe e Jane, como da parte do próprio irmão.

–O que você acha? –Frigga entrelaçou as mãos e sorrio para o filho moreno.

–Me desculpe eu estava distraído. Qual é o tema do debate dessa noite? -Ele se endireitou na cadeira.

–Sua mãe falava sobre a lua de mel. –Sif falou em tom baixo no ouvido do, então, noivo.

–Lua de mel? Um assunto o qual eu estou muito interessado. Afinal, não é todo dia que ocorre uma lua de mel de gente tão bem apessoada como nós. –Ele riu com a língua entre os dentes.

–Não fale desse modo. –Odin tossiu. –Tenha respeito pela sua noiva.

–Eu tenho, querido Pai. Ela é tão fabulosa, não consigo imaginar alguém melhor do que ela para me conjugar. –Loki levou o garfo a boca e então ficou calado o resto da noite. Sif olhava para ele e sabia que aquela boca quieta escondia um cérebro que trabalhava na forma de salvar Jane. A sua única curiosidade era por que agora?

Após mais e mais conversas sobre o casamento, Thor levou Jane para o quarto e quase todos já tinham ido se recolher, restavam apenas Odin, Frigga, Sif e Loki na mesa.

–Então o jantar estava uma delícia mas eu preciso me repousar dado que preciso guardar meu vigor apenas para minha futura esposa. –Loki se levantou em um rompante. – Seja dito de passagem que Sif irá dormir no meu quarto essa noite. –Ele sorrio e a olhou com o canto do olho. Sif parecia tranquila, não apresentava o rosto gozador de sempre.

–Isso me alegra bastante. –Frigga acendeu o rosto.

Sif assentiu o rosto e então pegou a mão de Loki que pareceu indiferente ao toque. O casal seguiu para o dormitório dele. O vestido de Sif era de uma cor pérola e arrastava no chão enquanto eles andavam cada vez mais imediata pelos corredores. Apesar da encenação das mãos dadas, Loki não havia soltado a mão da morena e nem pouco comentou sobre. Parecia ser algo muito autêntico para ele, já ela, estava cada vez mais vacilante.

Ao passar pela porta do quarto, ele a fechou ligeiramente e soltou a mão da moça.

–Você viu que jantar patético. Estou, outra vez, convencido que essa família não tem redenção para ninguém. Frigga parecia a mesma de sempre, enquanto Jane estava moribunda como se esperava. Estou ficando sem paciência com Thor todo débil com aquela fêmea.

Sif riu alto. –Você acabou de chamá-la de fêmea? –Ela se sentou na poltrona e tirou as botas de cano longo que se escondiam debaixo do vestido. –Você é que vive a vida de maneira patética.

–Perdão, mas pode repetir? Acho fiquei mouco de uma hora para a outra. –Ele falou entre dentes.

–Você é patético e pueril. Por que não salvou a vida dela quando teve a chance? Por que esperou todo esse circo para então dar o ar da graça? Por que não a deixa morrer? –Ela se levantou e foi falando ainda mais alto. –Eu preciso de algumas respostas aqui.

Os dois estavam frente a frente, cara a cara e nenhum parecia singelo perante a situação em que se encontravam. Loki estava com um semblante duro, inquebrável e ela íntegra, como sempre.

–Eu sugiro que você fale baixo, caso não tenha percebido não está em qualquer bordel de Asgard. Aqui há preceitos. –Ele falou baixo. Uma arma a favor de Loki era que ele sempre parecia tranquilo ante conflitos, ele falava baixo. Tão baixo e malévolo equivalente a uma faca.

–Quem é você pra falar de preceitos? –Ela cuspiu no tapete e então o empurrou com as duas mãos no ombro dele.

–Ora Lady Sif não me faça perder a compostura. Nós temos um pacto, não se lembra? –Ele falou endireitando sua camisa preta e indo parar perto dos pés da cama. –Por que todo esse ataque? Será que não estou disciplinando você da maneira certa? –Ele franziu a testa. –Isso deveras me preocupa.

–Eu percebi que você é pior do que eu imaginava, hoje no jantar. Tudo aquilo acontecendo diante dos seus olhos, a sua mãe fingindo que estava tudo bem e aquela mulher a beira da morte tentando, pela ultima vez, jantar como uma pessoa normal.

–Você se compadeceu com ela? Não me diga. –Ele voltou a falar frente a morena que tinha o olhar caótico.

–Loki me deixe em paz. Por que você nunca soube me deixar em paz? –Ela levantou o olhar para ele.

–Provavelmente porque gosto do seu jeito. –Ele juntou as duas mãos frente ao peito e apoiou a cabeça na ponta dos dedos. –Você não vê?

–Eu fico cega quando se trata de você. –Sif levou as mãos à cintura e tentou mostrar que havia recuperado a antiga pose.

–Então não se importaria se eu fizesse isso com você. –Ao terminar a frase, Loki de impulso a puxou pela cintura e a beijou fortemente, sem nenhum tempo para tomar fôlego. Ela se sentia cansada de tentar evitar aproximação com ele e simplesmente se entregou de arroubo.