Bem Vindo à Time Watch! escrita por alerea


Capítulo 4
Loading... Arch 1, Chapter 4: O início


Notas iniciais do capítulo

AEEEEEEEEW Galera! o/
estou a uns 5 zilhões de eras sem postar. desculpem. é por isso que a Titia Misa sempre incentiva: cliquem em acompanhar, meus queridinhos. não que eu vá fazer isso sempre. vou ser mais pontual, prometo.
devido à pedidos (-q) dei uma olhada na fic e percebi que faltava pouco pra terminar (que feio, não?) mas sua tia favorita aqui gasta muito tempo vendo série e vegetando pra postar novos capítulos.
que essa história possa ir com tudo, eu amo muito ela, e espero que vocês também amem esse cap.

Bêxos!!



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−Bem, Jane, bem vinda ao maior laboratório de Astrofísica do Hemisfério Norte!

Johansson estava sorrindo, triunfante. Eu achava que seus dentes super brancos eram a coisa mais artificial e estranha do mundo.

Eu estava errada.

O laboratório não tinha cantos: suas paredes formavam um círculo gigante de 360 graus. Quanto mais avançávamos em direção ao centro da sala, mais eu me sentia perdida. Os aparelhos e máquinas tinham as formas mais loucas e inimagináveis. Homens de jaleco calibravam lasers feitos com partes de meteoritos; outros, uniam duas armações de metal apenas com um gesto, fazendo-as flutuar, e em seguida jogavam bolas de borracha, canetas e borrachas pela moldura flutuante. Os objetos apareciam do outro lado da sala.

Eu estava tonta com a quantidade de pessoas de branco e metal reluzente. Um calafrio percorreu meu estômago: eu iria fazer parte daquilo? Viktor parecia alheio a toda a bizarrice da sala. Bem, ele era rico. E tão estranho quanto eles.

Um dos homens de jaleco, de rosto puxado e pele dourada como um árabe começou a caminhar em nossa direção. Ele apertou a mão do senhor Johansson e sorriu para mim.

−Quero que conheça nosso líder de pesquisas, Dr. Clíos Hassad –apertamos as mãos. Pude ver que ele usava lápis nos olhos. Ele me saudou, simpático.

−Então, essa é a cobaia! −exclamou− Brincadeira, nós não vamos colocar você em nada perigoso. Já testamos essas máquinas umas mil vezes antes de liberar tudo.

Dr. Hassad nos guiou pelo laboratório, desviando de pessoas e carrinhos cheios de tralha.

−Qual seu nome, cobaia?

−Jane Adams.

−Bem, Jane Adams, essas bizarrices aqui vão virar rotina na sua vida por algumas semanas. Mas não se preocupe: pra cada máquina estranha... Tem um Ph.D. em Física Quântica e Espacial que faria de tudo pra mantê-la intacta.

−Espera um pouco. Manter quem: eu ou a máquina?

Hassad deu uma risada, descontraído.

−Bem, qual é a demanda? –ele se virou para Viktor− instruções básicas sobre a viagem? Explicações sobre o funcionamento da máquina?

−Ela quer entender como vamosfazer isso.

−Ah, claro. Procedimento de base− dito isso, virou para a esquerda− por aqui, senhores.

Fomos guiados até um conjunto de sofás brancos no canto da sala circular. Uma prateleira cheia de muffins nos aguardava. Hassad se esparramou em um dos sofás. Sentei educadamente no outro sofá e Viktor escolheu a única poltrona, parecendo irritado.

−Pegue um bolinho, cobaia! Quantos anos você tem?

−16. E não gosto de ser chamada de “cobaia”.

−Ah, eu odiava ser chamado de “nerd” na escola. Mas a gente se acostuma− ele apontou com o queixo para várias guaritas de vidro no topo da sala− aquela ali é Área de Monitoramento. A da base lunar é bem maior. Vou te contar um segredinho, Jane.

“O mundo é monitorado por nós”.

−Sabe como isso funciona? –falou, sorrindo− calma, não temos câmeras instaladas na sua casa. Mas temos em todos os bancos nacionais, escritórios do governo, bases nucleares...

−Dr. Clíos−interrompeu Viktor, fuzilando o cientista com os olhos.

−... err, isso serve para avaliarmos a situação geral do Mundo. Mas a graça é outra: fazemos isso com todas as épocas. Não é demais? Cada satélite, cada rede de telefone, cada pedacinho da internet de pelo menos cem anos atrás é cadastrado e monitorado pela TimeWatch. Acho que o nome já diz tudo.

−Isso significa− interviu Viktor− que usaremos esses meios para nos comunicarmos com você. Você será hospedada em um hotel nosso no passado, e te rastrearemos através do telefone do seu quarto, a escola onde será matriculada etc.

−Eu vou pra escola? – perguntei, pasma− mas, por quê?

−Apenas procedimento padrão. Não queremos que a vizinhança suspeite de uma menor abandonada, queremos? –disse, contraindo os lábios.

−Enquanto estiver lá, obviamente, vai seguir os procedimentos e coletar as informações que pedirmos. Depois que a primeira leva de homens chegar ao século XXI, você será liberada. E receberá o pagamento fixo, mais as comissões.

−Pela excelência do trabalho, é claro− completou Johansson.

−Ah.

−Olha só, nosso gênio das partículas, Dr. Steve Raymond! – Um homem de cabelos meio ruivos atravessava apressado uma das guaritas de vidro, lendo uma planilha− se você me acha desagradável, espere até conhecer esse cara. Mas isso é para amanhã, não se preocupe.

−Uma pergunta... Com quem eu devo interagir, durante a missão?

−Com nossos associados e orientadores −respondeu Viktor− eles te dirão tudo o que precisa saber. Alguns estão na base lunar. Agora venha, vamos fazer o exame.

***

Andamos até o meio exato do lugar, onde um grande cilindro transparente ia do teto até o chão.

Uma mulher morena e alta operava um painel holográfico, perto de uma maca.

−Por favor, sente-se− disse a mulher, me olhando por cima dos óculos de aro grosso.

Ela puxou alguns grampos prateados e os beliscou brutamente no meu ombro. Gemi em protesto, mas ela apenas deu as costas e voltou a configurar o painel, que se tornou verde.

−Os batimentos cardíacos estão um pouco acelerados. Pulso firme, mas a atividade cerebral está muito alterada.

−Deve estar tentando processar tudo o que vê aqui −disse o Dr. Hassad− lá nos Ganhos os aparelhos ainda são um pouco atrasados, certo?

−Na verdade, sou do Entulho− falei.

−Ah... Bem, pouco importa. Você vai se acostumar com esse lugar.

A azeda de óculos trouxe uma espécie de caixa metálica com dois furos, e uma tela transparente na parte de cima.

−Para começar, Jane, você deve saber que enquanto estiver no passado iremos te monitorar o tempo todo. Para isso, existe um chip que fica em cada um dos seus braços. Além de te rastrear via satélite, podemos acompanhar seus níveis corporais, como equilíbrio, funções cognitivas... Precisamos saber se seu corpo vai reagir bem à mudança espacial.

−Espera... Como assim? O que acontece quando eu viajo? – perguntei.

−O transporte tempo-espaço é como uma mudança de atmosfera− explicou ele – Existem uma série de fatores de abalam seu corpo. Temperatura, choque psicológico, enfim. Blá blá blá científico− sorriu.

−Não me importo se é difícil− retruquei.

A expressão alegre dele desapareceu um pouco. Ele se virou para a caixa, tentando colocá-la de frente para mim.

−Esses microchips também permitem a sua viagem. Importante: não danifique ou tente retirar os chips sozinha. Você pode acabar morta. Quando for hora de voltar, a Doutora Sheila vai mexer no painel ali e luzes vão se acender em seu braço. Depois que seu trabalho for cumprido, vamos tirar o chip e você pode voltar a viver normalmente.

Chips. Donde eu venho, nunca aprovariam chips.

Johansson interrompeu meus pensamentos, esticando a papelada junto com seus olhos azuis, em minha direção.

−Se quiser continuar, Jane, tem de assinar. É agora ou nunca.

O.k. Respire fundo...

Pensei em cada pessoa que já passou na minha vida.

Mamãe, Papai, Keila...

Como eu poderia dar orgulho pra eles? Como eu poderia melhorar a situação?

De que vale a minha vida, se eu não posso tomar minhas próprias decisões?

Peguei a caneta e assinei.

Enquanto nosso homem sueco parecia cem mil vezes mais tranquilo, a tal Sheila fez um gesto para que eu colocasse os braços na máquina. Me arrependi na hora.

Senti como se lâminas de fogo percorressem meu antebraço. Depois de quase gritar e ter certeza que não tinha sobrado mais nada dentro dele, ela puxou a caixa. Do punho até o cotovelo, uma linha perfeitamente transparente subia e descia, como um registro de batimentos cardíacos, começando por um ponto transparente perto das mãos.

−Prontinho. Você é toda nossa agora− piscou Hassad.

−E para comemorar seu sucesso, temos um pequeno presente −disse Viktor− ingressos para a melhor boate VIP da Utopia.

Meus olhos arregalaram. Só podia ser brincadeira.

−Tem vários outros recrutas que nem você por lá. De várias outras empresas. Pode relaxar e socializar um pouco. Amanhã de manhã, mãos a obra.

−Pode deixar− falei, engasgando com minhas palavras.


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Notas finais do capítulo

reviews, comentários, o que acharam dos personagens, etc etc etc :)