Tears of blood escrita por IS Maria


Capítulo 32
Broken for the last time




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/456869/chapter/32

Levantei com a luz do sol, eu não havia adormecido, não poderia, havia apagado por alguns momentos. Caminhei até o lago e tratei de lavar toda a terra e sangue que ainda restavam em minha pele e por fim, vesti o que havia encontrado na cabana onde eu costumava viver. Caminhando de volta, eu pude reconhecer o caminho que fazia, me recordando da noite em que havia sido transofrmada. Eu fugia desesperadamente de vampiros, lembro de tropeçar, e ao fim ser apanhada. Porém, diferente do que eu temia, eu não havia sido morta, provavelmente por não me reconhecerem.

Os Volturi não deixariam passar em branco o caso de uma filha da lua com um vampiro, mesmo eu jamais tendo me tornado um lobo, eu ainda possuía o sangue de um e isso era inaceitável, afinal para o mundo deles minha raça nem deveria mais existir. Graças a minha desastrosa habilidade de correr, eu havia me machucado diversas vezes enquanto corria, o sangue me cobria o rosto, eu me lembro do quanto o líquido incomodava meus olhos e foi graças uma forte pancada na cabeça, que perdi cada memória que eu já tivera. Tem muito que ainda não compreendo, como a maneira que Caius agiu pouco antes de eu ser transofrmada, como se preferisse me ver morta de alguma maneira a ser transformada, porém, ele sempre amou de uma maneira diferente de qualquer jeito. Não sabiam o vampiro com quem eu me envolvia, ao menos isso fora poupado e ele ainda vive, eu jamais me perdoaria se causasse o fim dele.

– Não foi muito inteligente - De todos, ele era o último que eu esperava encontrar.

– Anael - Disse, sem fazer muita questão de sua presença.

– Explique-me uma coisa... como irá controlar a fera dentro de si e os instintos de vampira ? Estou inrtigado... supondo que você vá sobreviver a esta transformação. - Disse cruzando os ombros e fechando meu caminho me impedindo de passar.

– Sabe ao menos do que fala ? - Cruzei os braços sem lhe dar muita atenção.

– O lobo é uma criatura viva... mas você está morta, o lobo precisa de alimentos, mas o corpo de um vampiro não digere nenhum tipo, o lobo não possuí veneno enquanto o veneno do vampiro... é letal - Disse, olhando atenciosamente. - Dado ao que vi na noite passada, a maneira como devorou a carne daquele animal... me estranha que ainda não tenha colocado tudo para fora... - Olhei para ele abrindo um pequeno sorriso cético e passei por ele dando de ombros.

Porém, suas palavras me caíram feito pedra. Ao mesmo momento, senti meu estômago se revirar, como se eu me partisse de dentro para fora . Tentei conter os espamos de dor, mas em seguida eu já estava ao chão, colocando tudo o que tinha comido para fora. Pude o ouvir suspirar e em seguida se abaixar ao meu lado e segurar meus cabelos enquanto eu colocava tudo para fora. Quando já não havia mais nada dentro de mim, me senti fraca e faminta, a cede tornou a queimar, com ainda mais intensidade e a tontura havia retornado... era como se eu estivesse viva e morta ao mesmo tempo, o que não era nada além de extremamente doloroso. Anael me puxou para seus braços e em seguida colocou uma bolsa de sangue em minha boca, pensei em hesitar mas a tomei em segundos, eu me sentia melhor, porém não satisfeita.

– Anjo... - Sussurrou. Aquela palavra me fizera sentir arrepios. - Precisamos cuidar disso.

– Desde quando se importa comigo ? A pouco em suas palavras não havia nada além de arrogância. - Disse enquanto me levantava.

– Claro, não posso ficar nada menos do que irritado com a sua burrice - Cruzou os braços, claramente irritado. - Tomou uma decisão imprudente, sem nem ao menos testar diferentes lados da história... não se toma um medicamento sem saber os efeitos colaterais. - Seus olhos queimavam e eu de fato me senti mais do que estúpida.

– Não é como se existam muitas coisas por ai sobre híbridos - Disse revirando os olhos.

– Não em registros, mas muitos saberiam ao menos raciocinar, duas criaturas, inimigos naturais ... e você as junta dentro de um só corpo.

– Digamos que eu fui... influenciada .

– Bem, de qualquer maneira... - Se aproximou tomando meu rosto em suas mãos. - Cuidarei de você - Deu-me um beijo na testa - Quando ele parar de entrar no caminho - Disse mudando o seu tom de voz. Virei-me e então me deparei com Caius, seus braços cruzados e sua cara amarrada indicavam o quanto ele não estava nenhum pouco feliz.

– Emma ... - Disse se aproximando, porém mantendo seus olhos ficos em Anael. Puxou-me pela cintura brutamente, eu já não mais suportava toda a marcação de território dos dois.

– Acredito que tenha problemas maiores, anjo - Disse abrindo um sorriso gentil para mim e nos deixando sozinhos. Eu sabia exatamente a que ele se referia, Caius tendia a ser muito menos compreensivo do que Anael.

– Do que ele se refere ? - Seus olhos já se inflamaram, esquentado todo.

– Eu... - O olhei nos olhos - Tive um ataque de cede e acabei me alimentando de animais... Azazel não achou muito civilizado . - Abri um sorriso. Ele sorriu de volta e me puxou para ainda mais perto.

– Contanto que isso não a machuque - Disse, pousando seu queixo no topo de minha cabeça. - Aro desconfia de nós dois, o que não é nenhum pouco bom. Talvez seja melhor sermos mais discretos. - Aquilo me fizera pensar. Eu sabia muito bem o que sentia por Caius, não duvidava nenhum pouco de meus sentimentos. Meu noivado com Anael era apenas uma farça o que me deixava livre para passar a eternidade ao lado do meu amado.

– Por que não ... ficamos juntos ?

– Como assim ? - Perguntou sorrindo - Já estamos... mais do que juntos - Beijou-me carinhosamente.

– Digo... juntos perante a sociedade vampirica - Comecei.

– Continue...

– Eu sei o quanto os Volturi são presos a formalidades, o quanto presam tradições e eu confesso que também é algo com que venho sonhando desde sempre...- Abri um sorriso digno de uma sonhadora.

– E o que seria senhorita ?

– Caius Volturi... Aceita se casar comigo ? - Por fora, meu sorriso era divertido e meus olhos brincalhões, porém por dentro, era como se eu fosse colocar tudo para fora novamente apenas de nervosismo. Sua expressão de surpresa não ajudava nenhum pouco, já que ele não dizia uma sequer palavra. Naquele momento eu havia deixo de lado tudo aquilo já vivido ao lado de qualquer outro, deixado de lado a maneira como Anael tende a me deixar balançada e deixado de lado a possibilidade de uma eternidade mais do que feliz ao lado de Daniel e uma família que sempre sonhei, era como se eu escolhesse passar o resto dos meus dias em Volterra junto a aquele antro de maldade, possívelmente vivendo exilada do mundo como as outras duas esposas, apenas para ter a possibilidade dele ser apenas meu... e ele não havia dito uma sequer palavra, então, se meu coração ainda batesse, agora ele teria definitivamente parado.

– Eu... - Olhou-me e começou depois de notar o quanto aquilo estava me matando, me corroendo - Não posso. - Eu juro que por um segundo sorri, pensando que tinha escutado outra coisa, porém, eu sabia muito bem... que não havia me enganado.

– O que... ? - Perguntei sentindo-me presa ao chão. - Não pode ? - Repeti suas palavras em um sussurro incrédulo.

– Casamento, é demais - Disse balançando a cabeça. - É muita coisa . - E naquele momento, preferi que ele tivesse permanecido calado.

– Demais... muita coisa ? - Eu não podia descrever... - Então, não é que não pode... você não quer... - Eu mal conseguia levantar a voz.

– Emma, acredita mesmo que precisa...

– O que nós temos é menos do que o suficiente para casamento ? - O cortei sentindo-me inflamar. - É Demais ? É MUITA COISA ? - O empurrei, ele cambaleou para trás. Virei as costas para ele - Você disse não - Sussurrei sem o olhar nos olhos e retornei para a cidade.

Tomei um banho ignorando tudo aquilo que sentia, já era o bastante ter que lidar com o incrível mal estar que sentia, eu não me permitiria ser abatida por mais uma das rejeições daquele homem, aquela seria a última. Eu jamais havia sido suficiente, enquanto humana ou seja lá o que eu costumava ser, não podíamos, eu era uma filha da lua, nos levaria a morta e enquanto vampira, é demais, é muita coisa para o que sentimos um pelo outro. Não havia dor pior do que descobrir que não se é o bastante para aquele que mais se deseja. Eu havia me apaixonado por ele no momento em que havia o visto, o meu primeiro vampiro, o vampiro que costumava mascarar a sua doce face com um ódio inimaginável, que se desmanchava quando estava perto de mim. Quando ele me toca, é como se nada mais existisse além de nós dois, depois que passei a o amar, é como se não fosse mais a gravidade que me prendesse ao universo e sim ele... porém, eu não era o suficiente.

É estranho sentir que fisicamente sou indestrutível, mas mentalmente não consigo ficar em pé. Eu sei que toda a dor que sinto não é física, porém mexe comigo de uma maneira ainda mais intensa. Vesti-me, me arrumei, mesmo sem saber como o olharia nos olhos sem desabar, não seria fácil, mas agora, eu apenas esperava que meu orgulho e teimosia não me abandonassem, pois não me restava nada além deles para me manter em pé. Se eu permanecesse no meu quarto, como era de minha vontade, Aro suspeitaria e isso não seria nenhum pouco bom, por isso, desci degrau por degrau, olhando para o chão para que não corresse o risco de ter que o olhar nos olhos.

" Filha..." Ouvi o sussurro de uma voz uma conhecida e em seguida um sopro leve me enchera de energia, aparentemente ela sabia o que eu sentia. Ela não havia aliviado minha dor, não poderia, mas mostrou-me que estava ao meu lado.

– Makena - Aro me cumprimentou quando entrei no salão.

– Aro - Curvei a cabeça em sinal de respeito. Esperei que dois vampiros da guarda passassem meu manto por meus braços e em seguida caminhei em direção a minha cadeira ao lado de Caius, eu não precisei o olhar para que sentisse uma profunda dor.

Nos foi trazido uma vampiro, um maníaco para ser mais clara. Demetri o controlou facilmente porém ele me parecia mais do que descontrolado. Estava ali por não conseguir conter sua sede por sangue e ser descuidadoso com suas vítimas o que vinha atraindo a atenção dos humanos, um crime grave que eu já sabia muito bem o final.

– Eu tenho sede... muita sede... - Dizia repetidamente como um verdadeiro louco.

– Makena - Aro olhou para mim, sabendo que eu poderia perfeitamente realizar aquilo. Levantei-me e caminhei em direção a ele, coloquei minhas duas mãos em seu pescoço e o olhei nos olhos. A vida humana daquele homem havia sido cercada de remédios e diversos tratamentos para seus problemas psicológicos, o transformar em vampiro havia sido um deslize de seu criador que não havia o matado e desde então, ele vem vivendo pelo sangue.

– Senhora, eu tenho sede... sangue quente... sangue bom... criancinhas, bebês, mulheres... todos gritam... todos gritam... é bom . - Ele repetia me olhando nos olhos, arrepiando-me. Eu ainda o tocava e o olhava nos olhos, podia sentir a sua tamanha sede e rapidamente minha garganta começou a queimar como nunca, era extremamente doloroso, porém eu nem sequer me mexia... o que era ainda mais torturante.

– Ah...- Suspirei de dor abrindo a boca, olhando para o teto por alguns segundos e em seguida passando a o olhar novamente.

– Olhos interessantes a senhora tem - Os fechei e em seguida, comecei a o queimar de dentro para fora como havia feito uma vez, ele gritou de dor e eu lhe arranquei a cabeça. Não aguentei e fui ao chão arfando de dor. " Olhos interessantes " ele havia dito, olhei para meu reflexo em uma das peças de prata do salão e havia notado... que um deles permanecia rubro, enquanto o outro brilhava em um intenso dourado. Os fechei por alguns segundos e em seguida o brilho foi sumindo até que ele se tornasse rubro novamente, levantei o olhar para a peça que continha meu reflexo e pude notar que não apenas eu havia visto, como Caius também.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tears of blood" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.