Wake me Up escrita por Carol Munaro


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

OOOI! Boa leitura!



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– Vocês se conhecem faz quanto tempo? - Mathew, o primo mala do Ethan, perguntou.

– Há muito tempo. Mas estamos juntos faz pouco tempo mais de três meses. - Ele respondeu por mim. O guri me analisou. Quase me escondi atrás do Ethan.

– Vocês não parecem namorados. - Revirei os olhos.

– E por que não?

– Vocês não estão de mãos dadas.

– Não sabia que isso era obrigatório. - Respondi. Ethan trombou o ombro em mim, sem querer. Olhei pra trás. Um menininho tinha subido na parte de trás do sofá e pendurou-se nas suas costas. Ethan sorriu.

– Então resolveu acordar. - Ele começou a fazer cosicas no menininho, que ria.

– Quem é ela? - O pequeno perguntou um pouco baixo, mas consegui ouvir.

– Minha namorada. - Ethan respondeu no mesmo tom.

– Vocês se beijam? - Ri. O menininho ficou com as bochechas vermelhas.

– Qual seu nome? - Perguntei e ele escondeu o rosto no pescoço do Ethan.

– Fala seu nome pra Anne.

– Jake. - Ele disse baixinho.

– E quantos anos você tem? - Ele me mostrou um quatro com a mão. Peguei na mãozinha dele delicadamente.

– Tudo isso?! Mas já tá grande! - Ethan riu baixo e Jake perdeu a vergonha. Ele saiu do colo do irmão e parou na minha frente.

– Sou grande que nem meu pai. - Ele falou fazendo graça. Sorri.

– O jantar tá na mesa. - A avó dele disse e nos levantamos.

Correu tudo bem. Todos foram extremamente educados e simpáticos comigo. Até que o pai do Ethan solta essa:

– Anne, poderíamos fazer um almoço de domingo pra conhecer seus pais. - Ethan olhou pra mim.

– Meus pais não são muito simpáticos. Quer dizer, meu pai pode até ser. Mas minha mãe… - Respondi me sentindo nada confortável.

– Não acho uma boa ideia. - Ethan se pronunciou. Eles olharam pra mim e pude ver claramente o ponto de interrogação na cara de cada um, mas não falei mais nada. Eles certamente sabem todo o tipo de coisa que acontece no mundo, mas não vivem isso. Provavelmente nunca viveram.

Nunca senti vergonha da onde eu vim. E senti isso pela primeira vez na vida. Na verdade, hoje foi um dia repleto de “primeiras vezes”. Apesar do pouco tempo, ganhei minha primeira promoção. Pela primeira vez em anos que minha mãe não encheu o saco hoje. E pela primeira vez eu vi o que realmente é uma família. Porque, vamos combinar, eu nunca tinha presenciado isso. Acho que eu nem sabia o que realmente era isso.

– Desculpa pelo meu pai. - Ethan pediu depois que todos saímos da mesa e estávamos indo pra sala.

– Tudo bem. Ele não sabia.

– Minha madrasta pediu uma ajuda. Já volto.

– Tá. - Ele me deu um selinho e eu retomei meu caminho pra sala.

– Dá pra ver que a sua realidade é completamente distinta dessa. - Mathew falou.

– E daí?

– Meninas como você não olham pra meninos como o Ethan.

– Você não me conhece. E para de pegar no pé dele.

– Você é linda. - Revirei os olhos.

– Vou considerar isso como um elogio. - Ele riu baixo.

– Qual seu interesse com o meu primo? Irritar os pais pra chamar atenção?

– Cala a boca! - Deixei-o falando sozinho e fui pra sala. - Ele é bem melhor do que você, pelo o que eu pude observar. - Falei quando ele sentou-se ao meu lado.

– Duvido.

– Egocêntrico.

– Pelo menos eu tenho razão.

– Ridículo. - Ele sorriu achando graça do meu desprezo.

– Vejo que estão se dando bem. - O vô do Ethan falou e eu dei um sorriso.

– É. Estamos sim. - Acho que não ficaria muito legal se eu falasse: “seu neto é um filho da puta que quer furar o olho do primo”.

Agora começou o momento “curiosidades”. Eles realmente queriam me conhecer. O nervoso que eu estava antes já passou faz tempo. Me sentia parte da família já. Isso porque eu os conheci hoje.

– É você que mora na casa perto da colina, então? - A madrasta dele me perguntou.

– Moro lá sim. - Dei um sorriso tímido.

– E onde vocês se conheceram? - A avó dele perguntou.

– Na escola. Mas estudávamos juntos faz muito tempo, vó. - Ethan respondeu.

E assim foi o restante da noite. Claro que eles também me contaram coisas sobre eles e sobre a infância do Ethan.

– Até que você era uma criança fofa. - Falei pra ele.

– Claro que eu era. E continuo lindo. - Olhei pra ele.

– Metido.

No final da noite, Jake dormia no meu colo, a avó do Ethan estava quase me mimando e o pai dele já me adorava. Uns fofos.

– Ele gostou mesmo de você. - Ethan falou sobre o irmão.

– Ele sempre dorme assim?

– Dormir muito? Agora sim. Ele acorda cedo pra ir pra escolinha. Minha irmã acostumou já. Mas ele começou esse ano. - Olhei pro pequeno.

– Ele vai ser parecido com você. - Ele sorriu.

– Espero que isso seja bom.

– Claro que é.

– Quer ir agora?

– Você quem sabe. - Ele pegou o Jake do meu colo.

– Vou colocá-lo na cama. Já desço. - Quando Ethan voltou, nos despedimos de todo mundo e fomos embora.

– Eu passo na sua casa amanhã? - Perguntei.

– Pode ser. Anne, eu vou ligar pra saber se você acordou no horário. - Revirei os olhos.

– Para de neura. É claro que eu vou acordar.

– Não to levando fé.

– Que exagero! - Um tempo depois, parei na frente da casa dele. Nos despedimos e eu fui pra casa.

(…)

Acordei com o meu celular tocando. Enterrei a cara no travesseiro. Aí me lembrei do Ethan.

– Oi! - Falei quando atendi.

– Acordou agora?

– Não. To arrumando umas coisas pra levar. - Falei ainda deitada na cama.

– E que voz é essa de quem acabou de acordar?

– Tá normal.

– Sei… Levanta logo da cama e toma banho. Te dou quarenta minutos pra chegar aqui em casa. Até daqui a pouco. - Ele desligou! Quase chorei por abandonar meu travesseiro. Mesmo assim, levantei-me e fui até o banheiro. Tomei o banho mais rápido da minha vida, coloquei a primeira roupa que pareceu apropriada pra ocasião, enfiei tudo que eu iria usar e mais um pouco dentro de uma mochila, e desci. Ainda bem que a Brianna sabia que eu iria sair e preparou algo pra eu levar. Engoli o café da manhã e peguei um pedaço de bolo pra comer enquanto arrumava algumas coisas pra levar.

No fim, acabei chegando a tempo na casa do Ethan.

– Pelo menos você é pontual.

– Cala a boca. Eu to morrendo de fome por sua culpa! - Ele entrou no carro rindo.

– Trouxe várias coisas pra você comer. Não precisa fazer drama. - Revirei os olhos.

– Eu não sei como é o caminho até lá.

– Eu te guio. Sem problemas.

– Não. Dirige, por favor? - Ele concordou. Terminou de colocar as coisas dele no carro e partimos.

– Eu gosto dessa. - Ele havia ligado o rádio. Tocava Don’t Judge Me do Chris Brown.

– É uma das que eu mais gosto.

– Eu também. Sabe o que eu fiz ontem depois que você foi dormir? - Ele me olhou de relance. - Fiquei lendo. Terminei já.

– Qual dessa vez?

– “Longe Demais”. A principal é um pouco retardada, mas até que é legalzinho. - Ele riu.

– Por que a menina é retardada?

– É que ela se revolta com as pessoas mais próximas sendo que ninguém teve culpa pelo o que ela passou. Tipo… Eu mudei com a minha mãe. Com o Brian… Mas eu não mudei com você ou com o Brendon. Compreende?

– Sim. Não teria motivo pra isso.

– Exatamente!

– E por qual motivo ela mudou?

– Não conto spoiler.

– Qual é, Anne! Eu não vou ler.

– Procura no Google, então. E o policial é bonitão. - Ethan revirou os olhos.

– Eu não precisava saber disso.

– Faz parte da história oras.

– Eu não queria saber esse spoiler.

– Não foi um spoiler.

– Hm…

– Liga não. Você é mais. - Falei sorrindo e ele riu.

(…)

– Eu não lembrava que aqui era tão grande. - Falei saindo do carro.

– E vazio. - Ele falou sorrindo malicioso.

– Mas nem pensar! - Falei e ri.

– Eu sei que não. Mas só eu posso te ver de biquíni agora.

– Realmente é um privilégio. Odeio ficar só assim.

– Porém, sou eu, né?

– E daí? - Tirei a blusa e entrei na água.

– E a parte de baixo? - Ri.

– Para de graça. Entra logo. - E assim ele fez.

– A gente poderia ficar aqui o dia todo. - Ele falou me puxando pela cintura e me dando um selinho.

– Poderíamos mesmo. - Estremeci com a combinação do vento e da água fria.

– Tá com muito frio? - Ele perguntou me abraçando mais.

– Não muito. Tá bom assim. - Ethan sorriu e eu fiquei olhando pra ele. Observava seu sorriso perfeito e os lábios mais beijáveis que eu já vi. Observava os contornos perfeitos de seu nariz e olhos, até algumas pintinhas que ele tinha no rosto. Deus! Ele é um anjo! Ele me observava também. Eu daria tudo pra saber o que se passava em sua mente.

Sorri e aconcheguei minha cabeça no seu peito, sentindo o cheiro dele misturado com o das árvores e da água, tendo a certeza que nunca senti cheiro mais perfeito que essa combinação. Principalmente, e só, por causa de o cheiro dele estar se sobressaindo aos outros.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! E acho que já tá entrando na reta final .-. Beijos!



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