Wake me Up escrita por Carol Munaro


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Nem demorei, né? Boa leitura!



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Estava no intervalo comendo a torta que o Ethan trouxe pra mim.

– Tá bom? - Ele perguntou. Sorri.

– Tá muito bom!

– Eu que fiz. - Olhei pra cara dele.

– Mentiroso. - Ele riu, encostando o rosto na curva do meu pescoço. Alguns olharem se voltaram pra gente. Fingi que não reparei. Sorri, mesmo sabendo que não daria pra ele ver.

Do outro lado do refeitório, vi Brian e Amy dando um selinho. Senti uma pontada no estômago. Engoli em seco e continuei comendo. Ethan deixou um selinho no meu pescoço e pegou a minha mão. Comecei a achar o pote com a torta interessante demais pra eu não olhar pra frente e ver aquela cena de novo.

– Perdeu a fome? - Ele perguntou.

– Vou deixar pra mais tarde.

– O que aconteceu? - Olhei pra ele, que levou a mão até os meus cabelos. - Não mente pra mim. - Ele disse fazendo carinho.

– As coisas só mudaram. Mas não é nada de importante.

– Eu sei que é, Anne. - Ethan beijou minha bochecha. - Eu quero te ver bem. Eu preciso te ver bem.

– Eu vou ficar. - Ele se inclinou, como se pedisse permissão pra me beijar. Completei o caminho, colando meus lábios nos dele.

(…)

Primeiro dia de trabalho. Cheguei, cumprimentei todo mundo e a senhora Moore começou a me explicar várias coisas sobre a loja. Onde ficava o estoque, qual era o esquema de reposição de peças, que trocavam a caixa a cada mês… Tudo o que eu precisava saber. O que eu não esperava era que a Amy apareceria ali no meu primeiro dia de trabalho. E eu teria que atende-la.

– Oi, Amy. - Falei e ela me olhou de cima a baixo.

– Sério isso? - Minhas mãos começaram a suar.

– Se precisar de ajuda, só pedir.

– Quanto precisa, Anne?

– Desculpe?

– A gorjeta. - Ela disse em tom de deboche. Olhei pra minha, agora, chefe. Ela estava atrás do balcão do caixa. E eu sabia que escutava tudo. Ela continuou me observando. Me avaliando.

– Não preciso disso. Grata. - Amy não falou nada. Só continuou vendo as roupas. E eu parada esperando ela pedir ajuda. Até que uma blusa é arremessada na minha cara.

– Eu quero também uma preta dessa. E você sabe meu tamanho. Quero mais duas calças daquela ali mais clara. - Ela apontou. - E o vestido vermelho. Pega o preto também. - Ela foi indo pro provador. Fiz o que ela “pediu”. Quando cheguei ao provador, entreguei as roupas e fiquei esperando ela provar. Até que a porta abre e ela está com o vestido vermelho e segurava o preto. - Acha que o Brian vai gostar mais de qual?

– Amy, eu não to acreditando nisso. - Ri irônica.

– Por que não? Vocês ainda estão juntos? Óbvio que não. Vi você e aquele ridículo se agarrando hoje. - “Se agarrando”. Um beijo. E não foi nem cinco segundos. - Sua chefe tá olhando pra cá. Pelo visto sou sua primeira cliente. Ela não vai ficar feliz se eu sair sem levar nadar.

– O preto.

– Obrigada. - Amy sorriu e fechou a porta do provador na minha cara. Uma outra vendedora, que atendia uma cliente que estava no provador ao lado, me olhou, e depois olhou por cima do meu ombro. Ela não falou nada.

Amy demorou pra cacete. Quando saiu, ela sorria.

– Você tem razão. Ele vai amar o preto. Acho que vai ficar estranho se eu colocar uma lingerie preta também. Então, pega pra mim aquele sutiã vermelho. - Quando me virei, rolei os olhos. Minha vontade é de bater a cabeça dela no chão até essa vaca não acordar mais. Mas fiz o que ela falou. Quando trouxe o sutiã, ela pegou e ficou olhando pra mim, como se fosse superior. E se falarmos de dinheiro, ela realmente é. Mas isso não quer dizer que ela pode me tratar como lixo.

– Acabou? - Perguntei.

– Calma, fofa. - Ela falou. Sonsa. - Ainda faltam os sapatos. Mas antes, segura isso aqui. O vestido e o sutiã. Ah! E essa calça também. O resto… - Ela jogou em cima do balcão. A outra vendedora começou a dobrar. Algumas pessoas, clientes, olhavam pra nós duas. E eu já achava que não dava pra piorar. Até que resolvem me visitar no meu primeiro dia de trabalho. Brendon e Ethan entram pela porta. Ethan até tenta ir embora ao ver a Amy ali, mas ela já tinha o visto. - Me mostra os melhores sapatos que você tiver. Alias, os mais caros. - Deixei as roupas em cima do sofá, ao lado dela, e fui pegar os malditos sapatos.

– Ela é uma vadia. Piranha. Sempre odiei essa menina. - A tal vendedora disse enquanto eu procurava os sapatos. - Conhece aquela vaca da onde?

– Do colégio. - Respondi. - Éramos amigas na minha época das vacas gordas.

– Hm… Lembro que ela só era educada quando vinha aqui com você. - Não falei nada. - Boa sorte com a piranha. - Ri baixo.

– Obrigada.

– Alias, sou Katy.

– Anne. - Ela sorriu e eu voltei pra loja com as caixas de sapato.

– O que aconteceu com o seu gosto? Sumiu com o teu dinheiro? - Eu mal tinha aberto as caixas ainda.

– Escuta aqui, você acha que é quem pra falar assim com a Anne? - Brendon falou. Ele estava puto. Olhei pro Ethan. Ele me olhou de volta. E eu entendi porque ele não tinha falado nada ainda. Ele sabia muito bem que eu poderia me foder por causa disso.

Ele falou alguma coisa baixa só pro Brendon ouvir. Amy deu risada.

– Vou ser boazinha e levar aquele mais alto. Só pra você ganhar a comissão, Anne.

– Obrigada. - Falei irônica e ela sorriu da maneira mais amigável possível, mas eu sabia que era fingimento. Amy se dirigiu ao caixa e eu coloquei tudo o que ela ia levar numa sacola.

– Obrigada, fofinha. - Ela falou pra mim enquanto saía da loja.

– Vá pro inferno, vadia! - Amy deu um risinho ainda de costas pra mim.

– Bom… A gente tinha vindo te desejar boa sorte, mas acho que não deu muito certo. - Ethan falou e torceu o nariz. Dei de ombros.

– Tá tudo bem. - Respondi.

– Arrebenta a cara dela amanhã. - Brendon disse, me fazendo rir.

– Pegou folga hoje? - Perguntei pro Ethan.

– Troquei meu horário de descanso. Acho que é melhor a gente ir embora porque sua chefe tá olhando pra cá. - Brendon me deu um beijo na bochecha. Ethan me deu um selinho rápido. Nos despedimos e eles foram embora. Olhei pra minha chefe de novo. Ela sorriu e veio até mim.

– Uma dica, menina: nunca deixe alguém rebaixar você. Não importa onde você esteja ou o que esteja fazendo. - Ela me disse e eu assenti.

(…)

Parei em frente de casa. Alguns empregados olharam pra mim e pro Brendon descarregando meu carro com as malas. Um deles abriu a porta de casa e se ofereceu pra ajudar.

– Mas o que é isso? - Minha mãe falou com a voz irritada.

– E você achou mesmo que eu ia continuar morando de favor na casa dos outros depois de assinar aquele documento? - Ela ficou olhando pra mim. Subimos as escadas até o meu quarto. Levamos tudo pra lá. Brendon me ajudou a arrumar tudo de volta.

– Anne, eu to preocupado. - Ele disse.

– Com o que?

– Você e ela. Aqui. Sozinhas. Vai ser um inferno! Pior do que a outra vez.

– Tem uma coisa que pode fazer a diferença. Não sou mais aquela menina que tem medo de tudo, Brendon.

– Qualquer coisa você sabe que pode voltar pra lá.

– Pode ficar tranquilo. Não vou precisar voltar. - Ele assentiu, me deu um beijo na testa e saiu do quarto, indo embora. Espero que aquela mulher tenha se tocado que nunca mais vai voltar a ser o que era antes. Não vou abaixar a cabeça pra ela. Nunca mais.


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Notas finais do capítulo

Eu to achando que a fic tá muito chatinha pq a Anne tá sendo uma coitada. E acho que vcs também pq o número de comentários diminuiu. Vou tentar mudar isso. Espero que tenham gostado do capítulo! Xoxo