The Wizards Tale: Choosen escrita por Luna Sapphire Calhoun


Capítulo 3
Gelo


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é o primeiro compartilhado, alternando o ponto de vista entre Ralph e Vanellope. O capítulo ficou tão longo que terá que ser dividido em dois.



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(P.D.V. de Vanellope)

Eu tenho que admitir, eu realmente queria ir com Sonic e Selenia. Eles não eram apenas meus melhores amigos, eles eram meus únicos amigos.

Eu tinha crescido num orfanato e todos pareciam ter um problema comigo.

Bem, todos, exceto os dois, e dois de seus amigos, Felix e Tails. Até o meu rival, Turbo, não era tão ruim. Eu gostaria até mesmo da sua companhia. Mas não, eu tinha que ficar no orfanato, só porque eu tinha colado Nancy em uma cadeira.

Ok, aquilo era uma grande falha, mas apenas se eu tivesse realmente feito isso. Eu não sei como aconteceu. Eu só queria que ela parasse de me perturbar. Mas é claro que ninguém acreditou em mim. Coisas como essas acontecem a minha volta toda vez que eu fico com raiva ou com medo, e isso não é muito raro, só que eles nunca acreditam que eu não sei como isso acontece.

Então, eu estava no meu quarto, perdendo o que talvez seria a maior aventura que meus amigos e eu já tínhamos planejado.

Bem, mas tinha uma razão para eu e meus amigos termos essa ligação. Eu não sou a única estranha na gangue.

Eu já vira todos os meus amigos fazerem coisas estranhas e misteriosas, nas situações mais estranhas. Coisas que pareciam mágica para mim. Uma coisa estranha sobre isso era a maneira como Felix e Sonic agiam quando eu ia perguntar-lhes sobre isso. Sonic negaria tudo e até mesmo agiria um pouco rude e Felix ficaria imediatamente nervoso e tentaria mudar de assunto. E eu, claro, não iria insistir com eles. Eu tentei perguntar Selenia por outras maneiras de descobrir, mas então eu descobri que ela estava ajudando-os a esconder alguma coisa. Eu tinha quase desistido deles, mas novamente eles eram meus únicos amigos, mais, minha curiosidade tomou conta. Pensei que o antigo museu me daria a chave para resolver o mistério, mas aqui estou eu, presa no orfanato enquanto meus amigos estão tendo uma aventura sem mim.

Suspirei tristemente quando pensei nisso e esqueci do livro que estava lendo. Eu não era uma pessoa que gostava de sentar e ler, mas às vezes, quando eu estava profundamente entediada eu podia variar um pouco das minhas atividades de rotina, principalmente quando eu não podia sair.

Sentindo fome eu desci as escadas e atravessei o corredor para chegar à cozinha. Olhando em volta para me certificar de que ninguém estava por perto, eu abri a porta e caminhei até a geladeira.

Então ouvi uma voz totalmente desagradável atrás de mim.

"Então, aí está você! Saudades?" Josh brincou, bloqueando meu caminho para fora.

Josh era o pior menino de lá. Ele era o único adolescente no orfanato. Além dele, eu era a criança mais velha de lá, já com meus quase 11 anos de idade. Ele era uma ameaça à paz, um perigo para todos.

"Olá, bicho-papão!" Eu o provoquei. Eu o detestava, mas não queria dizer que tinha medo dele.

"Você estava se escondendo de mim?" Ele perguntou.

"Por que eu deveria?"

"Porque Nancy me contou o que você fez, e você sabe o que acontece quando alguém mexe com os meus amigos."

"Você não tem amigos." Eu protestei.

"Nem você. Mas diferente de você, todo mundo não me odeia." Ele atirou de volta.

Eu não sabia o que dizer a ele depois disso. Ele estava certo. Mas eu não precisei pensar qualquer coisa, quando de repente ouvimos uma voz inesperada.

"Ei, deixe a garota em paz!"

Atrás de Josh estava outro mais ou menos de sua altura, mas mais forte do que ele, na verdade, mais forte do que qualquer um que eu conhecia.

"Você não tem nada a ver com isso!" Josh protestou, voltando-se para ele.

"Sim, eu tenho, quando um garoto como você está ameaçando uma menininha. Porque não tentar enfrentar alguém do seu tamanho pra variar?"

O menino tinha um olhar ameaçador, que me fez sorrir quando eu vi Josh dar um passo atrás assustado, antes de recuperar sua pose.

"Olha cara, você deve ser novo aqui, então eu vou deixar passar dessa vez. Mas não acho que você vai me encarar desse jeito novamente." E com isso ele saiu.

(P.D.V. de Ralph)

"Ha, ha. Você realmente o assustou !" A menina diante de mim riu, se aproximando. "Você não é daqui, não é?"

"Acabei de chegar." Eu murmurei, olhando para baixo. Eu não queria falar sobre a morte dos meus pais.

"Qual o seu nome?" Ela deveria ter percebido, porque rapidamente mudou de assunto.

"Ralph."

"Você parece um cara legal, Ralph. Meu nome é Vanellope, mas os amigos me chamam de Vanilla. Prazer em conhecê-lo!"

"Prazer em conhecê-la também." Eu apertei a mão dela com cuidado. Eu já tivera más experiências com a minha força e ela parecia tão frágil.

"Então, Ralph, quantos anos você tem?"

"Onze, faz duas semanas. E você?"

"Quase onze. Meu aniversário é em dois meses. Mas você parece tão velho!" Ela exclamou. "Eu diria que treze ou catorze anos."

"E você não parece ter mais de sete." Retruquei.

"Então nós dois enganamos pela aparência. Legal!" Ela exclamou alegremente.

Não apenas ela parecia uma criança de sete, talvez nove anos, mas ela também agia como uma. Eu não pude deixar de rir, mas meu sorriso não durou muito tempo.

Ela percebeu, mas por alguma estranha razão aquilo a fez sorrir.

"Vamos Ralph, eu sei como te animar." Disse. "Me encontre lá fora em dez minutos."

E com isso ela também saiu correndo, me deixando sozinho. O que ela ia fazer?

Mesmo assim saí e esperei. El não demorou muito para aparecer.

"Ei, Ralph! Aqui em cima!" Ela estava e uma das janelas do primeiro andar. "Me pega!" Gritou, e antes que eu pudesse reagir ela se jogou da janela. Consegui pegá-la a tempo, a menina só podia ser maluca. "Bela pegada." Vanellope riu.

Eu a coloquei no chão.

"Você é maluca?! Sabe o que teria acontecido se eu não tivesse te alcançado à tempo?"

"Não é tão alto. Eu teria, no máximo, quebrado a perna. Não seria a primeira vez."

não consegui pensar no que responder, então apenas a segui enquanto ela caminhava.

"Então... Você não é da cidade, é?" Ela perguntou.

"Não."

"Então por que te trouxeram pra cá?"

Dei de ombros. Eu já tinha feito aquela pergunta aos que me trouxeram pra cá... Não adiantou muito.

"Tem medo de alguma coisa?"

Que tipo de pergunta era aquela?

"Medo de que?"

"Sei lá. Escuro, cobras... bruxas?" Vanellope deu de ombros.

"Quem tem medo de bruxas? Elas não existem." Respondi.

"Quem te disse que não?"

"Todo mundo diz. Meu vizinho, Patrick, dizia que uma bruxa vivia numa casa abandonada da cidade e que ela comia crianças, então fomos até lá, mas nunca encontramos nenhuma bruxa."

"Pois eu sei onde encontrar uma." Ela respondeu com convicção. "Se não acredita é só me seguir!"

Dei de ombros e simplesmente fui atrás dela. O que eu tinha a perder?

(P.D.V de Vanellope)

Eu sabia que tinha sido proibida de chegar perto daquele lugar novamente, mas eu e meus amigos tínhamos combinado algo e eu tinha que cumprir.

Então pensei: Por que eu não podia fugir do orfanato para ir com meus amigos ao museu, mas podia fugir para levar um recém chegado à cabana da bruxa?

Mas a verdade é que eu não tinha resposta para àquela pergunta, a ideia simplesmente viera à minha mente e eu a pusera em prática. Agora era tarde para desistir, já estávamos próximos a saída da cidade e não tão longe de nosso objetivo. Eu não ia deixar que toda aquela caminhava fossa à toa.

Uma pequena mata ladeava um dos lados da estrada, a plantação de ma das fazendas ali perto ladeava o outro, era na mata que eu me concentrava.

Logo chegamos a uma trilha, larga o suficiente para a passagem de um carro, entramos por ali. Uma boa caminhada depois chegamos ao jardim de uma casa.

"Viu. Aqui estamos." Eu disse a Ralph, com um sorriso triunfante.

"É só uma casa." Ele respondeu. "Bem rica, aparentemente. Nem sequer parece a casa de uma bruxa."

"Pode não parecer, mas quem mais moraria no meio da mata?"

"Muitas pessoas moram em áreas mais afastadas da cidade, não quer dizer que sejam bruxas."

"Talvez não, mas olhe ali." Eu apontei, tentando convencê-lo.

Parecia um pequeno playground para crianças e até aí tudo normal, mas essa não era minha prova, a prova era as marcas de gelo por toda parte.

"Gelo? Em pleno verão?! Impossível!" Ele murmurou.

"Ela deve ter estado aqui não faz muito tempo, o gelo demora um pouco mais para derreter do que o normal."

"Já viu quem fez isso?" Ele sussurrou, era óbvio que estava com medo de que tivesse alguém na casa e que nos ouvissem.

"Não." Sussurrei de volta. "Eu e meus amigos já viemos aqui algumas vezes, mas nunca vimos ninguém. Escutamos vozes, às vezes. Mais de uma pessoa mora lá, ou talvez a bruxa rapte pessoas, mas não me lembro de ninguém ter desaparecido da cidade."

"Pra que acha que é o playground?"

"Sei lá." Dei de ombros. "Acho que uma das bruxas ainda é pequena. Deve ser ela quem deixa as marcas de gelo nos brinquedos."

"Ou pode ser que ela roube crianças, e as transforme em estátuas de gelo." Ralph contestou, nervoso.

"Bruxas que roubam crianças só existem nas histórias, Ralph." Respondi segura.

"Então... Por que foi que me trouxe aqui mesmo?"

"É uma prova. Começou mais como uma aposta, mas acabou se tornando mais como um teste. Você tem que ir até lá e trazer alguma coisa."

"Você quer dizer roubar?" Ele olhou para mim, nada satisfeito.

"Não exatamente. Pode ser qualquer coisa sem importância, mas que prove que você esteve aqui. Uma pedrinha do lago, uma flor, folhas de árvores, aqui tem muita coisa incomum que ninguém poderia dizer que você pegou em outro lugar, e que certamente ninguém vai dar pela falta."

(P.D.V. de Ralph)

Eu não acreditava na obsessão que Vanellope tinha por aquela história de bruxas. Mas o que mais eu podia dizer? Tinha gelo no jardim em pleno verão.

Avencei com cuidado pelo jardim e o playground, aparentemente vazios no momento, mas me perguntei se bruxas podiam ficar invisíveis.

Era provável que não. Se Vanellope afirmava já ter vindo ali várias vezes com os amigos... Se é que ela não estava mentindo, pra mim ela tinha cara de ser uma grande marota.

Estava quase no pequeno lago nos fundos da casa quando ouvi passos. Não vinham de dentro da casa, mas da floresta. Então ouvi vozes vindas de dentro da casa, mas não pude entender o que diziam, corri de volta para junto de Vanellope e nos escondemos, bem à tempo de vermos um grupo de três pessoas, todos vestidos de preto, sair da floresta em direção à casa.

Da casa saiu um homem, parecia jovem, mas seus cabelos eram brancos como neve. De onde estávamos, Vanellope e eu não podíamos ouvir o que diziam, mas vimos quando o homem de cabelos brancos fez um gesto rápido na direção das figuras de capuz, congelando tudo em seu caminho, mas os três puxaram um tipo de varinha de madeira de dentro das vestes, criando uma barreira de fogo que os protegeu.

Não é que Vanellope estava certa?! Magia existia e agora estávamos diante de uma batalha entre feiticeiros. Isso iria ser perigoso, mas certamente emocionante!

O homem também puxou sua varinha, feitiços voavam por toda à parte, olhei para Vanellope, num pedido silencioso para sairmos dali antes de sermos atingidos. Tudo o que ela disse foi:

"Como eu queria ter um celular ou câmera comigo agora..."

Não acreditei no que estava ouvindo. Mas eu podia enetender. Ela provavelmente ueria uma prova para os amigos, que provavelmente não acreditavam nela. Então, sem dizer nada, entreguei me celular a ela.

Vanellope sorriu e murmurou um silencioso obrigada.

Mas eu estava mais preocupado com outra coisa. Não podia deixar de pensar que havia alguém mais na casa. Eram três atacando e só um protegendo. Algum feitiço poderia se perder e explodir tudo ou algo assim. Bruxos ou não, eu não podia deixar aquilo acontecer.

(P.D.V de Vanellope)

Eu simplesmente não pude acreditar quando Ralph deixou o esconderijo e correu para a casa. Depois ele dizia que eu é que era a maluca. O que ele ia fazer?

Nem bem ele fez isso, uma mulher deixou a casa, juntando-se a batalha, aproveitei pra correr atrás de meu novo amigo.

"Espera, Ralph, o que vai fazer?" Perguntei num sussurro.

Ele não respondeu, apenas andou até uma porta e tentou abri-la, sem sucesso.

"Está trancada." El murmurou.

"Deixa comigo." Respondi segura.

Tirei um dos grampos do meu cabelo e com habilidade destranquei a porta. Graças à Sonic que me ensinara aquilo.

Assim que entramos vi o motivo de estarmos ali. Não tinha ideia como Ralph soubera, mas havia uma garota lá. Ela olhou para nós, assustada.

"Quem são vocês?" Ela perguntou.

"Eu sou Vanellope e esse é meu amigo Ralph. Não tenha medo, não vamos machucar você." Eu assegurei.

"O que estão fazendo aqui? Onde estão meus tios?"

"Seus tios estão com problemas no momento, viemos tirar você daqui, levá-la para algum lugar seguro." Ralph disse.

Eu tinha certeza que ela não ia vir, estava assustada, mas então ouvimos barulho de vidro se quebrando e ela correu para onde estávamos.

"Onde está a minha irmã?" Ela perguntou.

"Vá com a Vannie, eu vou buscá-la." Ralph respondeu.

Nós duas assentimos, entreguei meu grampo a Ralph, tomei-a pela mão e nós corremos para fora.

(P.D.V de Ralph)

Assim que Vanellope e a garota saíram eu deixei o quarto e tentei abrir a porta ao lado. Trancada também. Destranquei-a, como vira Vanellope fazendo, a porta não abriu.

Talvez eu estivesse fazendo aquilo errado. Talvez fosse melhor buscar Vanellope, mas desisti assim que ouvi o som de vidro quebrando, acompanhado de um grito assustado, e vinha de dentro do quarto.

Não pensei duas vezes, reuni toda a minha força e joguei-me de encontro à porta, como eu já vira ser feito nos filmes. Na segunda tentativa a porta cedeu, então descobri o que me impedia de abri-la, o quarto estava todo coberto de gelo.

Em um canto, encolhida, estava outra menia, que diferente da irmã, que tinha cabelos loiros, essa tinha cabelos brancos como os do tio, provavelmente era coisa de família.

"Vem comigo, sua irmã está esperando." Chamei. Tenho que admitir que eu não tinha tanto jeito com as pessoas quanto Vanellope.

Ela assentiu e me seguiu para fora. Vanellope estava esperando com a outra menina no mesmo esconderijo que estivemos usando antes do resgate.

"Quem são aquelas pessoas?" A loira perguntou, preocupada.

"Nossos tios vão ficar bem?" A outra perguntou.

"Não sei." Vanellope e eu respondemos juntos.

"Eu sei que, nós não vamos ficar bem se não sairmos daqui logo." Vanellope acrescentou. "Vocês duas moram aqui, sabem pra onde podemos ir?"

"Claro!" Exclamou a dos cabelos brancos. "Venham com a gente!"

Elas nos guiaram até uma passagem, escondida pelas plantas, ao pé de uma grande árvore.

"Nosso tio construiu isso depois que nossos pais morreram e eles vieram morar aqui." A loira contou, enquanto sua irmã criava um escorregador de gelo para descer.

"Quem vai primeiro?" Ela perguntou.

"Eu vou!" Vanellope ofereceu-se animada.

(P.D.V. de Vanellope)

O escorregador foi dar em uma pequena sala, muito bonita para uma sala subterrânea, tinha as paredes e o teto brancos e o chão coberto por um tapete vermelho, felpudo.

"Então, gostou?" Eu ouvi a loira perguntar, chegando atrás de mim.

"Que lugar é esse?"

"Um pequeno esconderijo. Não é a primeira vez que pessoas más vem pra cá." A irmã dela contou. "Eles sempre perguntam por algum tipo de joia, mas não sabemos que joias são essas."

"Podemos ficar tranquilos aqui. Quando aquelas pessoas forem embora nossos tios vem nos buscar."

'Então... Ainda não sabemos seus nomes." Ralph comentou.

"Desculpa." A loira riu. " Eu sou a Tink e esta é minha irmã Peri. O que vocês dois vieram fazer tão longe da cidade?"

"Só estávamos explorando." Eu respondi. Não vi necessidade de contar a elas a história sobre a bruxa. "Essa coisa de gelo que você faz... O que é?" Perguntei a Peri.

"Não sei direito. Conta a lenda, que eras atrás um dos ancestrais de nossa família foi abençoado por um mago poderoso, e que desde aquele dia, um de nossa família recebe esse dom especial."

Eu estava impressionada.

"Então você é mesmo uma bruxa?" Ralph perguntou.

"Na verdade, nós somos." Tink respondeu. "Todos na nossa família são. É claro que não devíamos contar isso a vocês, mas não dá pra esconder mais nada depois de tudo o que vocês viram."

"Só vamos torcer para nosso tio não querer apagar a memória de vocês." Comentou Peri, largando-se em um velho sofá.

"Não seja má, Peri!" Tink protestou. "E não assuste nossos novos amigos! Sabe que a tia Clarion não vai deixar."

Mas eu não estava prestando atenção a isso. Uma forte onda de dor de cabeça me tirou do ar. Em meio a isso, eu vi um baú, preso em um bloco de gelo, enterrado em baixo da terra, em uma sala parecida com a que estávamos.

Quando a dor aliviou, voltei-me para a gêmeas.

"Tem alguma outra sala aqui?" Perguntei.

"Uma pequena, protegida. Por que?" Perguntou Tink.

"Tem alguma coisa enterrada lá. Não me perguntem como eu sei."

"Oba, caça ao tesouro!" As duas exclamaram, correndo para uma porta que eu não tinha visto, ao fundo.

Tink afastou o tapete e nós quatro começamos a retirar algumas tábuas que cobriam o chão. Então surgiu nosso primeiro problema, como íamos cavar?

Foi Ralph quem teve a ideia de usar uma das tábuas para cavar. Nos oferecemos para ajudar mas ele insistiu em fazer o trabalho todo sozinho.

Em algum tempo ele encontrou, exatamente como eu tinha visto. Ele olhou desconfiado para mim, mas não disse nada. Então surgiu nosso segundo problema, como tirar o baú do gelo? Peri só sabia como congelar coisas e não derretê-las. Ralph me chamou para ajudá-lo a tirar o bloco do buraco, corri até la, mas mesmo juntos não conseguimos, então Peri veio nos ajudar, os três juntos conseguimos erguer o bloco, assim que o colocamos no chão, como se fosse mágica o bloco começou a derreter.

Mas aquele não era mesmo nosso dia de sorte. O baú estava trancado. Tentei o mesmo método que usara nas portas, não funcionou. Dessa vez foi Peri quem salvou a situação. Usando o grampo como base, ela criou uma chave de gelo, que serviu perfeitamente na fechadura.

Esperávamos encontrar um tesouro lá, mas tudo o que encontramos foram livros, papeis e dois medalhões em uma caixa. Um deles tinha a forma de uma pata de urso, mas a cor vermelha, meio laranjada, fazia-o parecer que estava pegando fogo. O outro era um círculo azulado com reflexos que pareciam uma rajada de vento, e transparente, quase invisível no centro, uma ampulheta.

Entreguei o primeiro a Ralph enquanto examinava o segundo, as gêmeas olhavam as joias boquiabertas. Eu não sabia o que aquilo era, mas sentia uma força sobrenatural emanado dali e correndo pelo meu corpo. E, de certa forma, eu sabia que aquilo era o que as pessoas encapuzadas queriam.


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