Pov’s Violetta

–Di..ego? –Eu indaguei antes mesmo que Leon pudesse dizer alguma coisa. Ele parecia estar dificuldade em pensar se tentava conversar com Diego ou se partia para a briga, claro que eu preferia a minha opção.

–O próprio! –Respondeu ele com convicção.

–O que faz aqui? –Leon finalmente proferiu algo.

–Você sabe muito bem. Sempre soube. –Diego disse e abriu um sorriso sarcástico, Leon apenas me empurrou, mas um pouquinho para trás, mas continuou segurando em minha mão.

–Do que ele está falando? -Perguntei em um sussurro, infelizmente Diego ouviu.

–Vai me dizer que não contou para sua namorada? –Diego perguntou. –Se quiser eu explico. Há tempo que Leon tem recebido alguns “avisos” meus.

–Que tipo de avisos? –Perguntei já com a cara fechada, tanto pela presença de Diego, como pelo fato do Leon ter me escondido isso.

–Isso não importa. –Disse Leon rapidamente, Diego riu.

–Realmente não se importa, Leoncito? Eu temeria se fosse você.

–Não tenho medo de você Diego, eu tenho pena. –Leon disse.

–Eu não preciso que tenham pena de mim! –Diego gritou, acho que a rua inteira acordou.

–Então mude! Eu olho para você e vejo um ex-jogador de futebol americano talentoso que se deixou levar pela loucura da vingança, é isso que eu vejo! –Leon gritou, foi algo duro, mas sincero.

–Você não me conhece, ninguém me conhece. –Diego disse. –Se eu faço o que faço, e eu tenho meus motivos.

–Vingança é motivo? –Leon indagou.

A essa altura da conversa eu estava completamente perdida, eu sabia que algo no passado afetou os dois, mas eu não sabia a causa disso tudo.

–Você sabe que merece tudo o que aconteceu e que está para acontecer com você. –Gritou Diego novamente.

–Pela milésima vez, eu não fiz nada! –Gritou Leon. Foi aí que ouvimos o barulho se uma sirene policial.

–Até logo Leoncito e namoradinha. Não quero ser preso, para o seu próprio bem, não me entreguem, okay? –Diego disse e disparou, alguns segundos depois nem podíamos vê-lo.

Acho que ficamos em choque por um tempo. Admito. Eu estava com medo, mas também estava brava com Leon. Ele vinha recebendo ameaças do Diego, e por puro orgulho não me disse nada, ele não percebia que podia contar comigo?

–Está tudo bem? –Perguntou um policial enquanto saia da viatura, eu nem havia percebido que ele já tinha chegado.

–Sim. –Respondeu Leon.

–Eu recebi reclamações que estava havendo uma gritaria por aqui, sabem de alguma coisa? –Perguntou ele desconfiado.

–Sim. –Leon respondeu e eu gelei. –Tinha um cara meio bêbado, ele passou aqui e deu em cima da minha namorada, mas nada demais, ele já foi embora. Não há nada com que se preocupar.

Leon falou aquilo com tanta calma que me surpreendeu, como era possível? O policial nos olhou desconfiado, depois de trocar mais algumas palavrinhas com Leon ele finalmente pareceu convencido e se foi.

–Vamos entrar. Você precisa descansar. –Leon disse, aquilo soou mais como uma ordem do que como um conselho.

[...]

–Quer um chocolate quente? –Leon perguntou na sua décima tentativa de falar comigo. Eu pela décima vez ignorei.

–Meu amor? –Ele novamente me chamou, e depois bufou impaciente.

–Não tente ignorar o que acabou de acontecer. –Eu finalmente proferi algo, e Leon esboçou um pequeno sorriso nos lábios.

–Prefiro ignorar, é melhor assim. –Leon disse e sentou ao meu lado. Estávamos na sala da casa dele assistindo um filme aleatório.

–Não é assim que se resolvem os problemas. E o maior dele é: Por que não me contou a verdade sobre o Diego?

–Eu não menti. –Respondeu Leon e eu fechei a cara. –Eu só não te contei o que estava acontecendo.

–Se eu te perguntasse, você diria a verdade? –Perguntei enquanto bebia um gole do chocolate quente dele.

–Provavelmente não. –Ele respondeu e eu resmunguei baixinho. –Não queria te preocupar, porque achei que as ameaças não eram eminentes. Mas vejo que o Diego está mais fora de si do que o normal.

–Não importa. Você deveria ter me contado. –Eu respondi sem olhá-lo.

–Me desculpe. Mas eu já disse que não queria te preocupar. –Leon respondeu se aproximando.

–Estamos juntos ou não? Somos um casal ou não? Você confia em mim ou...Pera essa última eu já sei a resposta. –Eu disse ironicamente.

–Vilu. –Leon resmungou impaciente.

–Pare de tentar fingir que esse lance do Diego não é nada. Você sabe o que ele é capaz de fazer. –Eu disse.

–Ele é um covarde. –Leon disse.

–Não, não é. E quer saber eu tenho medo do que ele pode fazer, não se esqueça que ele me sequestrou dá última vez. –Eu disse dura.

–Não vou deixar ele te fazer mal. –Leon respondeu.

–Dá última vez isso não deu certo, eu fui sequestrada mesmo assim. –Eu disse e depois percebi a burrada que disse. –Me desculpa...eu.

–Tudo bem, eu sei que não sou capaz de te proteger, mas juro que tento. –Leon respondeu, senti a magoa em sua voz.

–Leon eu...-Fui novamente interrompida.

–Tudo bem. –Ele repetiu calmamente.

–Não Leon. De verdade, você me protege, se for você contra o Diego tenho certeza que você me protege, o problema é se o Diego tiver cúmplices. –Respondi.

–Eu sei. Mas é a mim que ele quer, se for para escolher...eu quero que me prometa uma coisa. –Leon disse.

–O quê?

–Se for para escolher, eu quero poupar a sua vida. Se o Diego estiver tão louvo quanto eu imagino, eu quero que você viva. Então se você tiver que me deixar para trás, para assim ficar viva, irá fazer isso? Promete? –Leon perguntou e segurou em minha mão.

–Não! –Respondi. –Se for o caso, eu não quero ter que ficar viva se você tiver que morrer. –Eu disse desesperada.

–Por favor? –Leon perguntou.

–Não. –Eu disse e ele suspirou frustrado.

–Se a escolha for minha, pode ter certeza que eu vou morrer para você focar viva. E acredite, há 80% de chances de essa escolha ser minha.

–Não, Leon. Ninguém vai morrer, O Diego não é tão ruim assim. –Eu disse e acariciei seu rosto.

–Eu também achava, mas com a nossa conversa as coisas ficaram mais claras. E eu acho que ele é louco e vingativo o suficiente para me matar. –Leon disse.

–Isso não vai acontecer, okay? Vamos acabar com isso. –Eu disse a ele, enquanto ainda acariciava seu rosto.

–Assim espero Vilu, assim eu espero. –Ele disse e soltou uma risadinha. Eu me acolhi em seu peito e tentei assistir o filme, só tentei, porque só ideia de perdê-lo me fazia mal.

–Vamos dormir? –Perguntou Leon em um sussurro.

–Estou sem sono. –Eu disse e seguida bocejei, o que fez ele soltar um riso.

–Ah claro. –Ele disse ironicamente, ele me pegou no colo, o que fez com que eu me enrolasse mais ainda em seu peito, e me levou ao seu antigo quarto.

–Percebeu que estranho? Eu sou um Mexicano que cresceu na Argentina e mora nos Estados Unidos. –Leon disse, como eu estava morrendo de sono apenas concordei.

Eu apenas senti os braços de Leon me soltarem, e logo pousei sobre o delicioso lençol da casa dos Vargas. Leon me cobriu e eu peguei no sono tão rapidamente que sequer notei quando Leon se deitou comigo.

[...]

Acordei parecendo um zumbi, devo ter dormido feito uma pedra, pois estava muito cansada, a cama estava vazia ao meu lado, mas eu sabia que Leon havia dormido comigo, pois eu senti seus braços me rodeando no meio da noite.

–Escapou de mim Vargas. –Eu disse baixinho para mim mesma, deslizei os dedos pelo lençol quente ao meu lado, isso significava que Leon não havia saído há muito tempo. Me deparei com uma mini carta na cabeceira da cama, meio sonolenta eu a li.

Querida Castillo (Te chamei pelo sobrenome para você ver como irrita) Bom dia! Queria dizer que você fica linda, mesmo quando dorme toda desengonçada. Você dormiu rápido demais, e nem pudemos “comemorar” ao nosso estilo, mas tudo bem.

Como você parecia que não dormia há dias, eu deixei você dormindo, e fui correr, não fique brava, eu preciso manter minha forma.

Com muito amor, e com muita fome (Porque quando escrevi esse bilhete eu não tinha tomado café da manhã), beijos Leon. Um lindo, maravilhoso, perfeito, e humilde mexicano.