Abrindo os Olhos de Mário Calderón escrita por Wanda Filocreao


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal, estou postando mais um capítulo da fanfic, espero que gostem e se possível comentem.



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Assim que estaciona seu veículo na garagem da Ecomoda, Armando olha para Betty e nota que algumas lágrimas escorrem pelo seu rosto. O empresário sorri com ternura, tinha certeza que ela com seu coração bondoso entenderia e acreditaria na mudança de Mario Calderón.

Assim como ele próprio.

Rapidamente procura no bolso de seu paletó um lenço, assim que o encontra o estende a sua amada.

Betty o pega timidamente.

–Obrigada dout... quer dizer obrigada Armando. – agradece enxugando as lágrimas que teimam em continuar escorrendo de seus olhos.

Assim que Armando começara a relatar a Betty tudo o que ocorrera na noite anterior, sobre seu encontro com o Mario Calderón, Betty no primeiro momento fora categórica, dizendo-lhe que não queria saber mais nada sobre aquele sujeito.

Armando entendia o quanto ela estava magoada e ressentida com o Mario. Também, depois de tudo o que ele aprontara! Betty tinha verdadeira ojeriza por seu ex e agora novamente amigo Calderón.

Mas com muito jeito, carinho e paciência Armando foi relatando-lhe tudo o que ocorrera na noite anterior.

Betty o escutara com muita atenção.

Falara do seu encontro desastroso com o Mario, a conversa dos dois, a confissão impressionante que saíra bem lá do fundo do seu coração.

Betty ficou muito surpresa, assim como ele.

Logo se encantou pelos gêmeos e pela irmã cega, a Nanda, o grande amor de Mario.

Armando estava certo, o imenso coração de Betty, que o havia perdoado inúmeras vezes, perdoaria também o seu amigo.

Armando tira as mãos do volante e envolve a sua amada num abraço carinhoso e protetor.

–Betty, meu amor, agora você percebe o que aconteceu com ele? O que o amor fez com o tratante do nosso Calderón?

A presidenta da Ecomoda, balança a cabeça afirmativamente, enxuga as lágrimas em seu lenço e se aconchegando nos braços fortes do seu amado e querido Armando Mendoza, não consegue falar, está tão emocionada e pensativa.

–Meu amor, se acalme. – fala Armando consolando-a. - Nós teremos muito tempo para falar sobre isto e com mais ponderação.

Tinha certeza que Betty entenderia tudo e aceitaria o fato que ele tinha voltado a ser amigo de Mario Calderón.

–Meu amor – diz Betty de repente- Nós podemos ajudar a Nanda? Que tal patrocinarmos o seu grupo de balé?

Armando se surpreende e mais uma vez fica orgulhoso de sua amada, que tinha um grande coração, não só havia perdoado o Calderón como se preocupava com o bem estar de Fernanda.

“Como é que eu não havia pensado nisso? Betty com seu tato empresarial, com sua inteligência sem igual pensou, pensou em ajudar a pobre moça. Fico muito orgulhoso dela! Ela é mesmo a presidente ideal para a Ecomoda!” – reflete todo feliz e cheio de orgulho da sua Betty.

–Claro meu amor! – responde-lhe beijando-lhe as mãos com carinho - Nós faremos isso! Na primeira oportunidade que tiver vou falar com o Calderón. Tenho certeza que ele vai ficar muito satisfeito com a sua ideia.

–Estou ansiosa para conhecer a Nanda, deve ser mesmo uma mulher especial e os gêmeos então? Devem ser umas gracinhas! – diz a presidenta toda satisfeita.

–Logo iremos conhecê-los meu amor, eu prometo. – fala ele com carinho.

Armando lhe dá um beijo apaixonado. Era muito grato a Deus por tê-la colocado em seu caminho e em sua vida. Estava muito feliz com sua Betty, como jamais fora em sua vida toda!

Descem do carro e de mãos dadas se dirigem a recepção.

Wilson está lá a postos e assim que os vê cumprimenta-os sorridente, abrindo a porta da empresa:

–Bom dia doutor Armando! Bom dia doutora Beatriz!

–Bom dia Wilson! –falam os dois ao mesmo tempo.

–Tudo em ordem por aqui? – pergunta-lhe Armando.

–Tudo em ordem. – responde o vigia – Tem uma visita esperando por vocês na recepção.

Armando e Betty estranham.

Tão cedo! Quem seria?

Assim que entram na recepção já notam um movimento diferente.

As meninas do quartel estão todas ali reunidas, rindo e falando alto, como nos velhos tempos.

Pareciam muito felizes e à vontade.

Nem foi preciso dar uma olhada geral para perceber o motivo de tal alvoroço. Era a presença daquele estranho, alto e elegante, parecendo um manequim, que tomava conta de todo o ambiente.

Era ele o motivo de tanto rebu e era ele também o centro das atenções das meninas do quartel!

“Essas meninas! Não mudam mesmo! Basta chegar um homem bonito e atraente para que fiquem assim tão alvoroçadas!”- pensa Betty sorrindo e observando suas amigas.

Mas de repente, seu sorriso morre nos lábios ao observar Mariana, que atrás do balcão da recepção está séria e calada, diferente das demais garotas do quartel, que exalam alegria e entusiasmo.

Aquilo deixa Betty intrigada e agora olhando com mais atenção repara que o estranho segura a mão da recepcionista e a beija, como se fosse um cavalheiro às antigas, mas Mariana permanece rígida, parecendo não gostar nada, nada daquela demonstração de carinho.

Armando repara também naquele tipo estranho nas dependências de sua empresa e parecendo não gostar muito solta um pigarro, para chamar a atenção dele, que tão entretido em galantear a recepcionista, nem havia se dado conta da entrada deles na recepção.

Ao escutar o som do pigarro de Armando, Tito se assusta e volta-se imediatamente e tanto Betty quanto Armando ficam impressionados ao se depararem com aqueles dois olhos verdes esmeralda fixando-os.

Eram lindos! Uma cor maravilhosa, que parecia ofuscar, a tudo e a todos, ninguém duvidava disso, mas a eles pareceu que aquele olhar tinha um quê de desafio, de petulância, que não os agradou nem um pouco.

–Bom dia Betty! Bom dia doutor Armando! – fala Inesita – notando que eles se olham mutuamente, sem nada falar.

–Este aqui é o Tito! – fala Aurea Maria, querendo introduzir Betty e Armando na clima de entrosamento.

Tito com relutância solta a mão de Mariana e se dirige aos dois se apresentando:

–Bom dia! Timóteo Rodriguez de Castilho a seu dispor.

Armando muito ciumento e possessivo como sempre logo se antecipa à Betty e meio a contragosto estende a mão e cumprimenta o tal sujeito.

–Bom dia! Armando Mendoza. – e ainda acrescenta colocando as mãos no ombro de Betty – E essa é a Beatriz Pinzón, a presidente da empresa e minha noiva. - esta ultima frase ele fala pausadamente, para que não impere nenhuma dúvida.

Após apertar a mão de Armando, Tito também aperta a mão de Betty e percebe que está diante de uma mulher muito bonita e elegante, mas não podia esquecer que ela tinha dono, como frisou bem seu noivo que lhe pareceu bastante claro ao fazer a apresentação, lhe dando a entender que era o dono incondicional da bela presidente da Ecomoda.

“Esse tal de Armando Mendoza parece não confiar em si próprio! Olha como segura nos ombros de sua noiva! Parece que quer guardá-la só para si!”- reflete sorrindo desafiadoramente e olhando para a jovem presidente.

“Ela é realmente muito bonita! Elegante e com um ar inteligente! Mas infelizmente, ou melhor felizmente para esse tal de Armando, eu sou mais a Mariana. Não sei porque mas essa mulher mexeu comigo!” – pensa dirigindo os olhos novamente para ela.

Mariana está tão absorta em seus pensamentos que não quer tomar partido de nada do que ocorre na recepção, só quer ficar quietinha no seu canto, atrás do balcão, só que não consegue se desviar dos olhos verdes esmeralda, que agora a fitam insistentemente. Sente de imediato um arrepio na espinha. Definitivamente aquele não era o seu dia! Nunca vira um homem tão estranho como aquele! Não se sentia a vontade na sua presença.

Tudo nele a deixava desconfortável. O olhar que ele lhe dava, o toque dele em sua pele, o seu sorriso, bonito, na verdade, com aqueles dentes brancos como marfim, mas que pareciam desafiadores.

Ele parecia querer subjugá-la, dominá-la.

–E então em que posso ajudá-lo ?– Armando repete a pergunta impaciente, querendo se livrar daquela figura o mais rápido possível.

Tito se vira rapidamente e olha para Armando como se não entendesse.

Mas logo se recupera e diz com um sorriso "colgate":

–Me desculpa, Armando, mas é que estava vendo como é linda a sua empresa. - fala dando uma leve piscadinha para a recepcionista, que fica sem saber o que fazer.

Betty e as meninas do quartel conversam num canto, mas percebem o interesse visível de Tito pela Mariana.

–Bem, Armando eu gostaria de conhecer a fundo a sua empresa, pois ouvi maravilhas sobre ela, de como ela está sendo bem administrada, e dos lucros que obteve nos últimos meses, porque pretendo investir um grande capital aqui.

Armando fica surpreso, um capital seria muito bom para a Ecomoda, ajudaria a deslanchar ainda mais os negócios. Resolve então conversar mais reservadamente com o visitante, por enquanto não quer que Betty participe de qualquer transação com ele, pois ainda desconfia desse tal de Timóteo Rodriguez de Castilho.

–Betty, meu amor – fala se dirigindo a sua noiva-

Vou levar o senhor Timóteo....

–Tito, por favor, pode me chamar de Tito – fala o jovem interrompendo-o.

Armando olha para o tal sujeito não gostando de ser interrompido.

“Não gosto nada deste sujeito! Mas enfim negócios são negócios!” reflete com seus botões e respirando fundo balança a cabeça afirmativamente para Tito e continua:

–Bem como eu ia lhe dizendo, Betty meu amor, vou levar o Tito para a minha sala para podermos falar de negócios, depois irei com ele a sua sala para resolvermos. Tudo bem?

Betty imediatamente concorda, para ela era um alívio que Armando conversasse primeiro com esse tal de Tito, pois, não sabia porque, mas também tinha lá suas desconfianças a respeito dele.

–Tudo bem meu amor. – fala sorrindo para Armando – Te espero logo mais na sala da presidência.

Assim que Armando e Tito sobem no elevador, as meninas do quartel ainda eufóricas se dirigem à Mariana:

–Sua sortuda! Parece que o Tito gostou de você! – fala Bertha, toda sorridente.

–É mesmo! – concorda Sofia – E olha que ele é muito bonito e simpático!

–E parece ter muito dinheiro- completa Áurea Maria – Um gatinho e cheio da grana!

– E ele é bem alto! Parece um deus grego! Se fosse eu já teria me atirado nos braços dele. – suspira Sandra.

–Sandra por favor, que modo são esses. - repreende Inesita - Ele me pareceu uma boa pessoa. – reforça os elogios com moderação, como sempre.

Betty sorri com carinho. Gosta de suas amigas. Elas são sempre alegres e entusiasmadas. Ainda mais quando aparece um homem bonito na empresa. Aí é assunto para o dia todo!

Só Mariana é que não participa desta alegria. Continua calada e de cabeça baixa, como se estivesse sozinha com seus pensamentos.

Betty se preocupa com a amiga.

–O que foi Mariana? Por que está assim tão quieta? Você não gostou do Tito? –pergunta-lhe Betty.

Mariana dá um triste suspiro, gostaria de estar errada, mas sua intuição dificilmente falhava.

–Betty, por favor, - fala inesperadamente - poderíamos fazer uma reunião de emergência do quartel? Mas tem que ser agora. – completa com voz enigmática.

Betty e todas as garotas se viram para ela surpresas.

O que será que Mariana tinha a lhes dizer? O que a preocupava tanto? Seria sobre o belo e elegante cavalheiro de incríveis olhos verde esmeralda o motivo de tal reação da recepcionista?

Todas ficaram com uma pulga atrás da orelha. E olham ansiosas para a presidenta da empresa.

Betty olha para o seu relógio de pulso e confere que ainda teria alguns minutos antes de uma importante reunião com um dos bancos que a empresa tinha conta.

–Tudo bem Mariana. Vamos agora para a sala de reuniões da presidência. – diz Betty e olhando para as demais acrescenta - Venham vocês também meninas, mas procurem não fazer muito barulho, com conversas e risadas altas, pois não se esqueçam que o Armando está atendendo ao Tito em sua sala.

Todas entram no elevador e não se aguentando de curiosidade.

O que teria Mariana de tão importante para lhes falar?

Respeitavam muito a recepcionista, pois sabiam que tinha muita intuição e sensibilidade.

Lembravam-se claramente que Mariana havia lido as cartas para a Betty logo que ela entrara na empresa e que havia acertado em tudo.

O que será que viu de tão importante? O que a deixou tão calada e indiferente aos galanteios daquele príncipe de olhos verde esmeralda? O príncipe dos sonhos de muitas mulheres, ou pelo menos o príncipe dos sonhos das meninas do quartel. Um príncipe que as havia conquistado com seus modos finos e elegantes.


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Notas finais do capítulo

Aguardem os próximos capítulos.



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