Abrindo os Olhos de Mário Calderón escrita por Wanda Filocreao


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal, estou postando mais um capitulo da fanfic. Espero que gostem e se possível comente.



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Fernanda também fica surpresa ao perceber a presença, sempre tão marcante de Tito, logo atrás de si.

O perfume cítrico que ele usava habitualmente entra como um relâmpago em suas narinas e lhe causa imediatamente um ligeiro mal estar.

Constrangida retira rapidamente sua mão que está entre as de Mario Calderón.

Ao fazer esse brusco movimento, sente com tristeza, bem lá no fundo de seu coração, que o encanto daquele momento havia se esvaído para sempre no ar, como uma fumaça ao soprar do vento.

Tito conhecendo bem Nanda, como conhecia já há vários anos, logo percebe a reação da sua ex- noiva e sorri com satisfação.

Ficou feliz ao notar que sua presença havia provocado um certo embaraço no casal.

“Se não me engano, parece que aqui está rolando um clima entre esses dois... - reflete o rapaz - E eu não estou gostando nem um pouco disso!” – conclui o pensamento com certa raiva.

Mas procurando esconder seus verdadeiros sentimentos, coloca em seus lábios um sorriso cínico e cumprimenta o casal como se aquela situação não o tivesse afetado em nada:

–Olá Fernanda! Olá Mario! Tudo bem com vocês? – fala procurando impor sua presença - É uma surpresa encontrá-los aqui, numa festa infantil.

Mario é o primeiro a responder ao cumprimento se recuperando da desagradável surpresa, mas sente em seu íntimo uma raiva imensa daquele sujeito.

–Olá Tito! Tudo bem e com você? – fala tentando ser o mais educado possível.

A sua vontade era gritar com aquele intruso. O rapaz o havia interrompido em seu momento especial com Nanda. Um momento que talvez demorasse a acontecer novamente ou talvez nem acontecesse mais.

Fernanda por sua vez não consegue esconder o constrangimento, seu rosto delicado fica logo vermelho como um pimentão. Sente-se muito desconfortável, como se fosse pega em uma falta muito grave.

E é com voz insegura que responde ao cumprimento do rapaz:

–O-O-Olá Tito! Comigo vai indo tudo bem e com você? – e sem esperar a resposta acrescenta- Nós viemos trazer os meus irmãos para a festa do Dinho, filho do amigo do seu Mario- explica-lhe.

E procurando se recompor do susto que a presença de Tito lhe provocara, Nanda lhe pergunta curiosa:

–E você o que está fazendo aqui?

Tito fica satisfeito com a pergunta da jovem e achando que há um interesse por parte dela, abre um lindo e atraente sorriso, se sentindo importante, como se fosse realmente “o rei da cocada preta” fica todo empinado e lhe responde com a voz mais aveludada que consegue retirar do fundo do baú:

–Bem em primeiro lugar eu vou muito bem. – começa o rapaz mantendo o sorriso “colgate”de sempre - Se é o que queriam saber. Em segundo lugar estou aqui porque o meu sobrinho, Artur, é amigo de escola do aniversariante e eu fui incumbido de vir buscá-lo. A Júlia, minha irmã. Você se lembra dela? – Tito para de falar de repente e se volta para a jovem ao fazer a pergunta.

A jovem apenas balança a cabeça sem proferir nenhuma palavra, curiosa em ouvir a sua explicação.

Tito se dá por satisfeito e continua:

–Então como eu lhes estava contando, a Júlia e seu marido, o meu cunhado Roberto, tinham um compromisso urgente e não puderam vir buscar o Artur e apelaram para mim. “O titio querido”. – acrescenta Tito todo cheio de si.

Ao finalizar a sua explicação Tito olha para Mario em tom desafiador, com o intuito de provocá-lo. Querendo dizer que ele também tinha todo direito de estar ali.

Mario olha para o rapaz entendendo aquele olhar e sente ímpetos de socá-lo ali mesmo no meio da festa. Mas se contém, pois para sua sorte, ou sorte de Tito, vem chegando nesse exato momento dona Edite, seu Alfredo e os gêmeos.

Os garotos se surpreendem ao ver o ex- futuro cunhado e correm para abraçá-lo e já vão falando inocentemente:

– Olá Tito! Que legal ver você por aqui!- fala Felipe cumprimentando o ex- futuro cunhado.

–Você conhece o Dinho também? – logo Fabio emenda uma pergunta.

–Olá garotos! Tudo bem com vocês? – pergunta Tito, retribuindo os cumprimentos dos ex- futuros cunhadinhos. – Eu ainda não conheço o Dinho. Vim apenas para buscar o Artur, o meu sobrinho. Vocês o viram por aí? – pergunta-lhes o rapaz.

–Ele é um menino com os olhos iguaizinhos aos seus? – pergunta-lhe o esperto Felipe.

Tito sorri satisfeito, pois tinha muito orgulho do sobrinho, ainda mais pelo garoto ser muito parecido com ele.

–É sim meninos. O Artur também tem os olhos verdes como os meus. – responde o jovem orgulhoso - Até há pessoas que pensam que ele é o meu filho, devido a tal semelhança. - completa todo envaidecido, olhando descaradamente para Nanda.

Mario não gosta nada, nada deste olhar que ele lança para ela.

– Eu não te falei? – diz Fabio ao irmão – Eu não te falei que aquele menino parecia o Tito em tamanho mais pequeno!

–Menor! Se diz menor Fabio. – Felipe o corrige prontamente.

Todos riem do comentário de Fabio e do jeito que Felipe o corrige. E aquele mal estar parece que foi dissipado, pelos menos por um momento.

Só dona Edite é que não consegue rir, a boa senhora está contrariada.

Encontrar o Tito ali a deixou doida da vida.

Custou a crer quando o viu ali em pé, atrás da cadeira onde Nanda estava sentada.

Apertou bem os olhos para ter certeza do que estava vendo, gostaria que fosse uma miragem mas infelizmente era ele mesmo ali, em carne e osso.

E o pior de tudo interrompendo a conversa tão importante entre o seu Mario e a sua Nanda!

Parece que tudo fora por água abaixo!

E a boa senhora havia se empenhado tanto!

Dera um jeitinho todo especial para que Nanda e Mario pudessem ficar pelo menos um momento a sós!

Chegou até a convencer ao seu marido que a acompanhasse na hora de chamar os garotos para cantar os parabéns.

Sua intuição lhe dizia que era naquele dia que algo diferente e especial iria acontecer entre os dois pombinhos.

Dona Edite sentia em seu bondoso coração que o seu Mario se declararia a sua Nanda.

Ela pressentiu isso quando percebeu os olhares carinhosos que ele dispensava a sua menina. Principalmente depois da apresentação no telão.

Pareceu a ela que o seu Mario Calderón tinha ficado muito tocado com toda aquela homenagem e olhava insistentemente para Nanda com olhos de alguém muito apaixonado.

Dona Edite até se demorara um pouco a mais depois que ela e seu Alfredo haviam conseguido a muito custo tirar os garotos dos brinquedos da festa.

Foi uma luta, pois os meninos queriam ficar grudados nos brinquedos o tempo todo.

No fundo ela entendia, pois para eles era novidade.

E que novidade! Poderem brincar assim leves e soltos e num grande espaço e ainda com amiguinhos! Era o céu!

Dona Edite no fundo entendia e também estava feliz por eles estarem felizes.Os seus meninos!

Para ganhar mais tempo ela insistiu que os gêmeos deveriam ir ao banheiro e além de lavarem as mãos, lavarem também os rostinhos suados de tanto brincarem e ainda deu uma boa ajeitada em seus cabelinhos estilo tigela.

Com isso a boa senhora tinha uma boa desculpa para dar mais tempo para os dois pombinhos finalmente se entenderem.

Mas qual não foi a sua surpresa, quando estavam caminhando em direção a mesa e se deparar com aquela visão!

A visão daquele “manequim ambulante, bem ali no meio do salão, na festa do filho do amigo do seu Mario!

Foi um duro golpe!

Ela quase teve um treco, tamanha a desagradável surpresa que tivera.

“Meu Deus só faltava isso para atrapalhar a vida do seu Mario e da Nanda!”- seguia pensando a boa senhora enquanto se dirigia à mesa onde eles se encontravam.

Dona Edite não conseguia esconder a irritação que a presença daquele rapaz lhe provocava e sem se conter lhe pergunta de supetão logo que chega a mesa:

– O que faz aqui? Por acaso conhece os donos da casa?

Todos ficam surpresos com a atitude dela e a olham assustados.

Nunca tinham visto a boa senhora perder as estribeiras, como se diz comumente.

Ela era sempre simpática e carinhosa com todos.

Era difícil vê-la perdendo a paciência, na verdade.

Mas naquele momento isso aconteceu.

E ela tinha boas razões para isso.

Seu amor incondicional por Nanda a fazia agir daquela maneira.

Se possível até viraria uma leoa para proteger a sua menina. Ainda mais de pessoas petulantes e sem caráter como o Tito.

Ela sabia muito bem o quanto Nanda sofrera por causa daquele rapaz.

Ele era lindo na verdade, mas tinha a alma suja como o pior dos esgotos.

Isso ela pode comprovar, vendo como ele fora desumano, como tivera a coragem de abandonar a sua Nanda, praticamente às portas do casamento e na hora que ela mais precisava de um companheiro amigo e leal.

Deu para conhecê-lo direitinho!

Na cabeça de dona Edite, ele deveria estar a léguas de distância da sua menina.

Seu Alfredo, preocupado com sua esposa, segura em sua mão, como que para lhe transmitir calma e apoio.

Tito percebe a má vontade da boa senhora com ele, mas não quis deixar transparecer a sua irritação e como é de seu feitio tenta reverter a situação e ainda fazendo pose de bom moço lhe responde com a voz mais aveludada possível, mostrando o cavalheiro que queria que todos pensassem que ele era:

–Olá dona Edite! Como vai? Tudo bem com a senhora? Como eu estava explicando vim aqui só para pegar o meu sobrinho, o Artur.

Dona Edite olha para ele com cara de poucos amigos.

Tito fica sem graça e disfarçando desvia o olhar e pergunta aos gêmeos:

–Meninos, vocês me levariam até onde está o Artur?

Felipe e Fabio concordam na hora, para eles seriam muito bom voltarem de novo aos brinquedos.

–Claro Tito! – reponde logo Felipe não vendo a hora de entrar de novo no Balão pula-pula .

–Vamos lá! – acrescenta Fabio já fazendo menção de correr até a piscina de bolinhas.

–Esperem aí garotos! – fala Nanda, já sabendo da intenção dos irmãos – Vocês podem ir acompanhar o Tito só para indicar onde o Artur está, mas não para ficarem lá brincando. Vocês já brincaram bastante e agora é hora de cantar parabéns para o Dinho. Está entendido?

Felipe e Fabio ficam "tristinhos" na mesma hora. A ordem da irmã foi como um balde de água fria em suas cabecinhas.

Queriam tanto voltar lá pra brincar! Afinal era muito melhor estar lá brincando livres, leves e soltos do que ficar ali ouvindo a conversa dos adultos.

–Eu também vou junto! – fala seu Alfredo- Para garantir que só vão chamar o sobrinho do Tito.- completa a frase.

Os gêmeos dão um longo suspiro. Mas fazer o que no íntimo eles sabiam que os adultos tinham razão. Aliás eles sempre tinham razão!

Em seguida partem os quatro para o quintal da casa de Geraldo, onde estão os brinquedos da festa, mas apenas em busca de Artur, como foi bem entendido.

Assim que eles se afastam chega Simone e vai logo lhes avisando:

–Mario, Nanda, dona Edite venham se aproximem da mesa, vamos cantar os parabéns! – e olhando em volta pergunta preocupada:

–Onde estão os garotos e o seu Alfredo?

–Eles foram buscar um amiguinho, mas já voltam. -responde-lhe Nanda.

–Então venham vocês. Depois eles virão. – fala Simone dando-lhes um lindo sorriso e logo a seguir saindo apressada para chamar os outros convidados em suas mesas.

Dona Edite segura no braço de Nanda e a conduz até a enorme mesa do bolo, onde já estão em volta várias crianças e alguns adultos.

Mario segue logo atrás delas.

Está cabisbaixo, tão triste e decepcionado! Custara tanto a perceber os seus verdadeiros sentimentos em relação a jovem, que não via a hora de contar-lhe, e de abrir o seu coração.

E aquele sujeito estraga tudo!

Mas enfim! Teria que esperar a hora certa!

Logo chegam os garotos, seu Alfredo e Tito acompanhado do sobrinho Artur.

“E não é que Fabio tinha razão! – pensa Mario olhando o garoto - O Artur é a cara do Tito! Tem os mesmos olhos verdes que parecem hipnotizar as pessoas.” - Mario continua observando o garoto que juntamente com os gêmeos começam a cantar parabéns, com muita alegria.

Assim que Dinho sopra as velinhas, Simone chama todas as crianças para ficarem embaixo de uma enorme bexiga vermelha.

Com um galho ela fura a bexiga, e logo caem balas, pirulitos e vários bonequinhos dos super- heróis em miniaturas.

Os meninos ficam eufóricos e correm de um canto ao outro pegando tudo o que podem carregar: os doces e os bonequinhos.

Foi uma algazarra geral!

Por todo lado se ouviam os gritinhos de alegria dos pequenos!

Felipe e Fabio ficam muito felizes. Conseguiram pegar além de muitos doces, quatro super- heróis diferentes.

Já se imaginavam brincando e bolando diversas aventuras com eles.

Artur,o sobrinho de Tito, conseguiu pegar além de várias guloseimas, três bonequinhos e estava também todo feliz.

Os três mostravam uns para os outros os tesouros pegos. Era só alegria para aquelas crianças!

Dona Edite e seu Alfredo ficaram muito satisfeitos ao vê-los assim tão entusiasmados e felizes.

Nanda por sua vez se preocupava, pois em meio a tanto barulho, ficara receosa que seus irmãos pudessem se machucar.

Mas graças a Deus ninguém se machucou!

Pelo contrário esta brincadeira foi um enorme sucesso na festa e todos os presentes comentaram como foi uma boa ideia colocar aqueles presentes na bexiga para que as crianças pudessem se divertir catando-as.

Mario nem repara na correria dos meninos, só tem olhos para Fernanda. Tem plena convicção que está a cada instante mais apaixonado.

Tito só fica observando os dois friamente com seus lindos olhos verdes esmeralda.

Ao final da festa, depois de comerem o bolo de aniversário e os docinhos dona Edite e seu Alfredo, que já estavam muito cansados, sugerem que estava na hora de todos irem embora.

Mario concorda prontamente e procura os donos da casa para todos se despedirem.

Logo veem Simone, Geraldo e Dinho cumprimentando e agradecendo a alguns convidados pela presença na festa.

Assim que eles se despedem destes amigos, Mario se aproxima de Geraldo e lhe diz, dando-lhe um forte abraço:

–Meu querido amigo, queria lhe agradecer por tudo, estava tudo ótimo. A acolhida que vocês deram aos meus amigos foi maravilhosa. Todos ficaram muito felizes.

–Que nada Mario! Eu é que fiquei muito feliz com a presença de todos vocês. Serão sempre muito bem vindos aqui. Não é mesmo Simone? – termina a frase se dirigindo a esposa.

Simone concorda e fica feliz com as palavras de Mario e lhe dá também um abraço carinhoso, sendo imitada pelo filho, que ficou muito alegre em ter conhecido os gêmeos.

–Seu Mario, o senhor pode trazê-los outro dia aqui para a gente brincar? – pergunta-lhe o garotinho.

Mario lhe sorri.

–Claro Dinho. Se a Nanda deixar eu os trarei com o máximo prazer. - fala olhando para a jovem que neste instante está abraçando Simone, mas está como sempre muito atenta a conversa.

–Tudo bem seu Mario, pode trazê-los aqui quando quiser, mas eu gostaria que o Dinho também viesse a nossa casa, assim como vocês Geraldo e Simone. Gostaria de retribuir o carinho que tiveram conosco. - fala a jovem com simpatia.

Geraldo e Simone prometem que em breve lhe farão uma visita.

Enquanto todos estão se despedindo, Geraldo puxa Mario num canto mais afastado e lhe pergunta curioso:

–E aí Mario como foi com a Fernanda? Conseguiu se acertar com ela meu caro?

Mario fala ao ouvido do deficiente:

–Geraldo eu nem te conto, meu amigo! Quando eu estava a ponto de me declarar para a Nanda, surge sem mais nem menos o ex-noivo dela para atrapalhar tudo!

–Não eu não acredito! O ex- dela aqui na minha casa? Quem é ele? - pergunta Geraldo incrédulo.

–Ele é o tio do Artur, um amiguinho de escola do seu filho. – lhe informa Mario.

–Bem que a Simone disse que tinha um jovem aqui muito bem apanhado e de olhos verdes penetrantes. – fala-lhe Geraldo - Sabe que até fiquei com uma pontinha de ciúmes quando ela me descreveu esta maravilha? – acrescenta com um sorriso.

–Mas logo fiquei tranquilo, pois ela me disse que ele era muito petulante e orgulhoso. Todo cheio de si. E não se misturou com ninguém aqui na festa. E a Simone não gosta nem um pouco de pessoas cheias de si. – explica-lhe Geraldo.

–Pois ela o descreveu como ele é realmente – fala Mario –Um sujeito orgulhoso e petulante e eu ainda acrescentaria mais, um intrometido! Pois este cara estragou o meu momento com a Nanda. Na hora em que ia abrir o meu coração, ele aparece como se caísse de paraquedas. - fala Mario muito chateado.

Geraldo logo percebe o jeito do amigo e lhe aconselha:

–Meu caro, não deixe que este tal de Tito estrague o seu dia, pois parece que é isso mesmo o que ele quer. Pelo que me contou dele, parece que ele veio com tudo para estragar o que está acontecendo entre você e a Nanda. Dê um jeitinho de ficar com ela a sós novamente e fale tudo o que você sente. Quando a gente quer muito uma coisa tem que fazer acontecer. - aconselha o amigo.

Mario reflete em tudo o que Geraldo lhe fala e concorda.

–Tem razão Geraldo. Eu vou fazer acontecer. – fala um pouco mais animado.

Depois que todos se despedem, Mario e os amigos seguem para o carro.

Quando Mario está abrindo a porta para que todos entrem e se acomodem, tem uma sensação desagradável ao ver Tito conversando com a Nanda.

Pelo que pode entender, ele queria levá-la para casa.

Mas para sua alegria vê Nanda recusando a carona e fica mais feliz ainda quando vê Tito contrariado entrando em seu veículo com o seu sobrinho Artur e saindo a toda, cantando os pneus.

Assim que ela se aproxima para entrar no veículo, Mario sente ímpetos de abraçá-la e beijá-la ali mesmo, sob a vista de todos. Mas sabendo como a jovem é toda retraída, se controla e apenas segura sua mão delicada quando ela entra no veículo.

Novamente aquela corrente elétrica se instala entre eles ao simples toque de suas mãos.

Assim que todos se instalam, Mario liga o motor do carro e partem em destino a zona norte.

Durante todo trajeto Mario tem em sua mente os seguintes pensamentos:

“Não pode passar de hoje! Geraldo tem toda a razão! Tenho que fazer acontecer, afinal foi preciso muita coragem para seguir o meu coração e não vou parar no meio do caminho.” –

Foi assim durante todo o caminho de volta.

Muitas vezes, quando se dava conta, Mario estava sorrindo ante os comentários de todos sobre a festa.

Dona Edite e seu Alfredo não paravam de comentar como havia gostado de tudo, principalmente dos anfitriões: Geraldo e Simone. A boa senhora até havia trocado algumas receitas e dicas culinárias com a esposa do Geraldo, que como todos puderam comprovar era uma ótima cozinheira.

Os gêmeos então falavam sem parar, um atropelando o outro.

Ficaram tão felizes em poderem brincar com o Dinho e com as outras crianças da festa!

E ainda mais não paravam de falar sobre a expectativa de um novo encontro com o Dinho! Para eles o dia foi maravilhoso!

Diversas vezes Mario se pegava observando Nanda pelo retrovisor.

A jovem parecia também muito feliz e satisfeita, ainda mais por ver a alegria dos irmãozinhos.

Mario cada vez a admirava mais. Nanda para ele era uma mulher muito especial. Sempre pensando no bem estar e segurança dos outros.

“Como era linda! Como é bom vê-la assim tranquila e feliz!” – pensava com carinho.

Assim que chegam na frente a casa de dona Edite, Mario estaciona e todos descem do carro.

Como que pressentindo algo no ar, dona Edite se despede de Mario e fala com Fernanda:

–Nanda, converse mais um pouquinho com o seu Mario, enquanto eu levo os garotos para sua casa e faço-os colocarem os pijamas e se prepararem para dormir. O que você acha?

Pegando todos de surpresa, os garotos e seu Alfredo iam logo se manifestar, mas a boa senhora dá uma piscadela para seu esposo e para os garotos e todos ficam imediatamente em silencio, entendendo que ela tinha algum plano em sua cabeça.

Nanda sente o seu coração bater mais forte e fica sem saber o que dizer e a amiga dá uma boa desculpa:

–Sabe Nanda, o seu Mario foi tão legal com a gente e ele me disse que gostaria de falar com você sobre o Geraldo e seus progressos com o cão guia. - termina dando uma adorável piscadela para ele também.

Mario tem vontade de abraçar a boa senhora. Fica admirado, ela parecia entender tudo o que estava em seu coração.

Dona Edite era uma mulher excepcional, que mais que tudo queria o bem de sua amiga, a quem gostava como uma filha.

E Mario fica muito agradecido, por ela acreditar que ele poderia fazer a sua menina feliz.

“Essa dona Edite! Se não existisse precisaria ser inventada!”- pensa feliz com a boa desculpa que ela arranjara.

Fernanda sem saber que era uma desculpa, parece sensibilizada com a preocupação de Mario.

–Tudo bem seu Mario, vamos conversar, mas só por uma meia hora, pois amanhã todos temos que acordar cedo. - lhe diz a jovem, sempre preocupada.

Dona Edite pergunta se querem entrar para conversarem tranquilos em sua casa, mas logo Nanda recusa, pois acredita que a conversa será curta.

Logo dona Edite e seu Alfredo se despedem de Mario e os gêmeos o abraçam com carinho, como sempre.

Assim que todos entram Fernanda e Mario ficam em pé no portão defronte a casa da jovem.

Para Mario aquele é um momento decisivo e pede mentalmente a Deus que lhe dê coragem e ao mesmo tempo que o revista de muita sinceridade, pois vai pela primeira vez abrir o seu coração a mulher que o tocou de uma maneira tão inesperada, a mulher que se tornou muito importante em sua vida.

Mario pega nas mãos da jovem, que fica tensa, em seu íntimo ela sabe que algo muito importante estava para acontecer, mas procura não ficar com falsas esperanças, pois tem medo de se decepcionar, por isso fica quietinha escutando o que aquele homem, que já tomava conta de seus mais secretos pensamentos, tinha a dizer.

Nanda apenas esperava, com os ouvidos e o coração atentos.

Mario e Nanda estão tão entretidos com a corrente elétrica que se instala entre eles, com a magia daquele momento, e com aquela emoção tão forte, que nem se dão conta que estão sendo observados de dentro de um carro, parado do outro lado da rua, o veículo está com os faróis apagados, com certeza para não chamar atenção e denunciar sua presença.

Não percebem que a pessoa que os observa, os observa com um olhar de raiva e ciúme.

Este olhar é mantido por dois incríveis olhos verdes esmeralda, que no momento nem piscam observando a cena a sua frente.


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Notas finais do capítulo

Aguardem os próximos capítulos.



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