Dentro de um filme escrita por G N Ferreira


Capítulo 9
Doom


Notas iniciais do capítulo

*Doom = sentença, condenação, um destino inevitável.

ALERTA SPOILER! Contém muitas cenas de "Thor: o mundo sombrio".

Espero que gostem.



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Comecei a andar de um lado para outro na cela, desesperada. Eu sabia que essa confusão toda custaria a vida de Frigga. Eu tinha que fazer algo para evitar. Loki deve ter notado minha ansiedade, pois olhou para mim e gritou:

– O que está acontecendo?

Não tive tempo de responder. O monstrengo do elfo negro havia chegado à minha cela. Por instinto eu me afastei da cerca, então inexplicavelmente ele destruiu a cerca de minha cela. Ele se virou e foi em direção a cela de Loki. Eles ficaram se encarando e então ele se virou para ir para as escadas. Loki falou para ele pegar as escadas da esquerda. Loki me olhou e eu balancei a cabeça negativamente. Murmurei “Você não devia ter dito isso...”.

Soou o alarme, o caos era geral. Guardas chegaram aos montes e começaram a lutar contra os fugitivos. Aproximei-me da beirada da cerca que o elfo tinha destruído, fiquei ponderando como iria passar entre aquela confusão para chegar às escadas ou ir procurar alguém que pudesse avisar Odin ou Thor a tempo.

– Então vai tentar fugir sua traidora? - vociferou para mim. Loki estivera me observando o tempo todo.

– Eu não sou você! - respondi com raiva.

– Está perdendo seu tempo, você jamais conseguirá fugir de daqui ou de Argard. Não sem ajuda.. - disse com ironia.

Bufei de raiva, eu não tinha tempo para ficar discutindo com ele. Tentei me lembrar do filme. Lembrei que Thor iria até a prisão lutar com os prisioneiros, mas não sabia por qual entrada ele viria. Tomei coragem e pulei no meio do campo de batalha. Sai me esquivando em meio aquela confusão. Espadas e lanças passavam rentes a mim. Quando estava prestes a alcançar a escada mais próxima um guarda agarrou meu braço.

– Preciso falar com Thor! - implorei.

Puxei meu braço de volta e tentei desviar dele. Ele, por sua vez, apontou sua lança para mim. Levantei os braços. Um dos prisioneiros o acertou pelas costas, em seguida veio em minha direção. Peguei a lança do guarda e apontei para ele. Com um único golpe de espada ele arrancou a lança das minhas mãos fazendo-a deslizar pelo chão. Em seguida deu outro golpe. Atirei-me para o lado, mas a espada pegou de raspão em meu braço esquerdo fazendo um corte profundo. Neste momento apareceu outro guarda e o atacou.

Levantei-me, coloquei a outra mão no braço e voltei a correr. Nessa hora ouvi a voz de Thor em outro corredor. Segui a direção que acreditava ter vindo o som, mas aquele lugar era um labirinto. Meu braço ainda sangrava e na correria caí várias vezes pelo caminho. Senti tudo tremer. Percebi que já estava muito atrasada. Cheguei a um corredor onde os prisioneiros já estavam caídos no chão, talvez Thor já tivesse passado por ali. Corri em direção às escadas e avistei Thor e Fandral à minha frente.

– Thor! - gritei - Thor, temos que achar Frigga, ela corre perigo! - supliquei correndo em direção a ele.

Thor parecia ponderar sobre o que eu havia dito.

– Eu não estava tentando fugir, estava tentando te encontrar. São os elfos negros! Eles vieram a Asgard atrás de Jane, atrás do Aether que ela carrega! - falei de supetão, quase sem fôlego, na esperança de que ele acreditasse no que eu dizia. Trancada naquela prisão, somente se eu realmente soubesse o que ia acontecer, saberia que Jane estava em Asgard.

– Você vem comigo! - disse pegando meu braço e me puxando.

Saímos em direção ao quarto de Frigga. Ao chegarmos lá, a cena que vi foi chocante. Vi Frigga sendo apunhalada pelas costas pelo elfo-monstro. Gritei, mas meu grito foi abafado pelo som do raio que Thor lançou no rosto de Malekith. Em seguida vi Thor correr e atirar o Mjölnir duas vezes em direção ao monstro e Malekith enquanto fugiam. Jane saiu de seu esconderijo e Odin entrou. Odin se aproximou de Frigga e segurou seu rosto em silêncio. Frigga estava morta. Eu havia falhado novamente. Por mais que eu tentasse, algumas coisas pareciam pertencer a um destino imutável, no qual eu apenas conseguia mudar os meios, mas nunca o fim.

Conduziram-me a um local onde cuidaram de meu braço ferido e de outros arranhões. A morte de Frigga me doía muito, embora eu não entendesse o porquê. Enquanto cuidavam de mim, permaneci em silêncio. Fiquei refazendo meus passos, imaginando o que poderia ter feito para chegar a tempo, não conseguia deixar de me sentir culpada. Por que não tinha pensando que poderia estar em outro filme? Por que não fiquei atenta a todos os prisioneiros que chegavam na prisão? Talvez se tivesse dormido menos, se eu soubesse quantos dias levariam desde a nossa chegada até o ataque. Por que não fui ao cinema assistir o filme mais vezes? Fiquei me torturando.

Por fim, no meio da noite, os guardas voltaram e conduziram-me de volta à prisão. Loki estava sentado lendo.

– Eu avisei que perdia seu tempo tentando escapar. Pelo jeito isso quase lhe custou um braço. - disse Loki olhando para mim e para meu braço enfaixado.

– Loki... Eu sinto muito.. Eu juro que tentei evitar.. - falei com a voz chorosa.

Loki me olhou com curiosidade, parecia não entender sobre o que eu estava falando. Pensei que a essa hora ele já sabia sobre Frigga e que já estaria usando suas ilusões para ocultar a sua dor. Eu estava enganada. Eu tinha feito besteira novamente.

– O que houve? O que você lamenta? - perguntou ansioso para mim.

– Thor? Odin? - continuou perguntando. Não havia sarcasmo ou ironia em sua voz. Nem tão pouco havia um sorriso de vitória em seu rosto. Talvez eu estivesse certa, talvez ele se importasse com Thor e Odin.

– Você previu algo! Por isso saiu daqui da prisão! Vamos! Diga-me! - gritou comigo.

– Loki... Durante o ataque, sua mãe... - fiz uma pausa procurando coragem para dizer – Sua mãe faleceu... - eu disse finalmente deixando as lágrimas rolarem por meu rosto. Falei cada palavra sentindo uma pontada no peito.

A expressão de Loki mudou de dúvida para sombrio. Ele deu as costas para mim e alguns móveis da cela voaram e se despedaçaram contra a cerca e paredes. Eu me virei e fiquei de costas para a cela de Loki. Ouvi mais barulhos de coisas se quebrando. Eu já não conseguia conter o choro. Sentei no chão e escondi meu rosto em minhas mãos aos soluços. Ouvi Loki gritar em sua cela. Agora eu entendia porque a morte de Frigga me afetara tanto. Eu não suportava vê-lo sofrer. O que estava acontecendo comigo?


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Notas finais do capítulo

* NOTA: Eu utilizei a escrita "Aether" pois é como é escrito originalmente em inglês. Em português achei pelo menos duas formas diferentes de escrita "Éther" e "Éter", com receio de escrever besteira, resolvi utilizar a original.

Não me batam!! >—< Mas eu não podia evitar que as coisas acontecessem desse jeito. Prometo que nos próximos capítulos eu explico meus motivos.
Deixem suas críticas e opiniões nos comentários. E o que acham que vai acontecer com Aredhel?