Vários dias se passaram. O Natal já se aproximava. A árvore já tinha sido comprada por Lúcio e montada por Luna, Draco, Harry, Ginny e Narcisa em um dos fins de semana. Fora uma confusão para os gostos baterem e escolherem os enfeites certos para o principal símbolo natalino. Mas no fim, ficou linda. Grande, verdinha natural e enfeitada.

Era dia 23 de dezembro, numa sexta feira. Narcisa já se ansiava com os preparativos para a véspera de Natal. Já havia comprado patenotes, peru para assar e ingredientes para preparar um bom pavê. Só não queria que viessem com a piadianha típica "é pavê ou pa comer?"

O relacionamento entre Draco e Luna estava cada vez mais surpreendente. As brigas tinham diminuído, eles viviam mais tendo momentos fofos juntos do que nunca e os Malfoys já questionavam á Ginny e Harry se os dois estavam namorando. Luna e Draco tentavam ao máximo esconder as coisas dos pais do garoto, afinal eles não estavam namorando. Estavam em um tipo de fase que ambos nunca imaginaram viver. Mas estavam gostando. Estavam se gostando.

Ginny e Harry também tinham começado a se dar bem verdadeiramente. Rolava implâncias da parte dele e xingamentos da parte dela, mas a amizade estava crescendo. Uma coisa que nunca poderiam imaginar. O moreno nunca tivera amigas e a ruiva nunca teria escolhido um amigo daqueles. O mundo dá voltas.

Naquela noite de sexta feira, os 4 adolescentes resolveram passear longe dalí, ir de volta á cidade. Lúcio os deu carona até a cidade grande e avisou que quando quisessem que os buscasse, era só ligar. Não arriscaria deixar seu carro com quatro jovens á flor da pele. Dessa vez não. Ginny e Harry resolveram ir ao Shopping Leblon assistir á estreia de A culpa é das estrelas. É claro que só foram ver esse filme depois de uma vitória astuta de Ginny no par ou ímpar. Luna e Draco não optaram pelo mesmo, queriam pelo menos fazer algo que não desse sono. Resolveram sair do shopping e andar sem rumo pela cidade.

Caminhavam lado a lado. As avenidas movimentadas não atrapalhavam a paz que estavam sentindo. Luna vestia uma saia azul jeans medindo na metade da coxa, uma blusinha branca de cetim e uma sapatilha bege desenhada. Seus cabelos estavam soltos e seus cachos mal formados davam um charme á garota e seus braços ganhavam umas pulseiras coloridas que não combinavam muito bem, mas essa era Luna. Draco estava com uma calça preta jeans, uma blusa xadrez colada de manga longa, mangas essas que estavam dobradas até a metade dos braços, e calçava um all star preto. Seu cabelo loiro platinado se destacava.

– Aqui é tão bonito. - Comentou Luna observando a cidade com os olhos brilhando. A loira poderia ser marrenta e durona com Draco, mas no fundo se mostrava uma garota doce e maravilhada com as bondades do mundo. Esse sempre fora o "eu" de Luna.

– Acho você mais bonita. - O loiro comentou com um sorriso sorrateio. Luna riu pelo nariz e o empurrou levemente na calçada.

– Seu idiota. Parece um apaixonadinho. - Debochou ela, olhando-o de relance. Por um momento viu Draco entreabrir os lábios e ficar sem resposta. Voltou a olhar pra frente enquanto caminhava.

– Eu poderia estar. - Luna sentiu um pequeno choque surpresa quando ouviu aquilo. Teve a leve impressão de que seu coração bateu mais rápido.

– Se você não me odiasse. - Ela retrucou, vendo-o a olhar agora nos olhos. Carros e motos passavam a toda velocidade pela avenida e o vento bagunçava o cabelo dos dois.

– Se eu não te odiasse. - Ele concordou, mais para si mesmo. Seria verdade? Ele ainda odiaria Luna, depois de tudo que estavam vivendo?

– Isso é um pouco louco, não acha? - Indagou Luna pensativa. Se esquivou de um homem que parecia bêbado e quase esbarrou-a.

– O quê? Nós dois, aqui no Rio, andando juntos e conversando civilizadamente? - Ele supôs em um sorriso. Sorriso dos que Luna gostava. A loira sorriu junto.

– Também. - Ela concordou. - Mas, a gente. Sei lá. Isso saiu completamente do controle. - A loira confessou quando chegaram á uma praça e se sentaram em um banco que ficava de frente ás ruas e avenidas. Draco se sentou ao lado de Luna e ambos se olharam.

– Eu concordo. - O loiro se ajeitou no banco de modo com que ficasse de frente pra loira. Ela fez o mesmo. Olhares se cruzaram, azul oceânico com azul acizentado. Era uma mistura mágica. - Principalmente o fato que eu não consigo parar de pensar em você.

A loira acidentamente ficou corada e baixou momentaneamente o olhar, enquanto abria um sorriso. Não podia imaginar Draco Malfoy falando aquelas coisas. Ele já era o Malfoy. Era lindo e desejável. Sendo fofo e safado ao mesmo tempo então era perdição. Draco sorriu junto.

– Que foi? - Ele perguntou entre uma risada. - Porque ficou com vergonha?
– Você. - A loira também riu e voltou a olhá-lo. - Não combina com você falar essas coisas.

– Ah, quer que eu pare? Certo Lovegood, vamos chamar os outros pra ir embora, vamos. - O loiro imitou uma voz brava e fez Luna rir ainda mais.

– Deixa de ser idiota. - Luna levou a mão á uma madeixa loira platinada dos cabelos dele que caiam sobre a testa do garoto e a jogou para o lado delicadamente. - Gosto quando fica assim. Diferente daquele babaca irritante.

– Mas confessa que você também gosta daquele babaca irritante. - Gabou-se o loiro cheio de si. Luna revirou os olhos.

– Você está me pedindo pra mentir. - Ela alertou.

– Não tô não. - Draco contrapôs enquanto ria levemente. O silêncio pairou entre eles e se ouvia apenas o barulho dos carros e das folhas das árvores que contemplavam a praça. O loiro, lentamente, pousou a mão na nuca de Luna e a trouxe para si. Fecharam os olhos no mesmo instante e colaram as testas. - Você mexe comigo. - Confessou o loiro em um sussurro.

– Você também mexe comigo. - A loira também confessou no mesmo tom de voz, sentindo a respiração acelerar apenas com o efeito daquelas palavras.

– Sabia que eu odeio e adoro você? - Indagou o loiro pausadamente e baixinho. Luna sorriu e fez um pequeno gesto negando com a cabeça, ainda de olhos fechados, ainda com a testa colada na dele. - Vem cá.

Segundos depois o loiro tomou os lábios de Luna, sem pressa, com paixão. Começaram apenas trocando carícias, mordidas, leves chupões. Quando desejaram por igual, as línguas invadiram as bocas e se encontraram, causando sensações maravilhosas já conhecidas pelos dois. O corpo de Luna estremecia e o de Draco arrepiava com aquele contato. O beijo lento ganhava intensidade a segundo. A loira levou as mãos para o pescoço do loiro e buscou apoio alí para intensificar o contato ainda mais. A velociodade do beijo aumentava na medida em que as línguas se buscavam cada vez mais. Quando precisaram de ar, se contemplaram com selinhos molhados.

– Promete que seu ego não vai crescer? - Ela pediu com o que estava prestes a dizer. Eles se olhavam e estavam tão próximos que as respirações se fundiam.

– Prometo. - Draco respondeu com um sorriso maroto. Luna quase revirou os olhos.

– Eu gosto do seu beijo. - Ela confessou, ainda com as mãos no pescoço dele, arranhando lentamente aquela região.

– É mesmo? - Draco mordeu o lábio inferior observando-a acenar em um sorriso. - Vem cá, vou fazer você adorar. - E novamente o loiro a tomou para si em um novo beijo, dessa vez intenso, profundo e apaixonado.

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– Gostou do filme? - A ruivinha indagou secando os olhos ao sair da sala de cinema ao lado de Harry. Mesmo tentando evitar, Ginny não conteu as lágrimas durante a sessão.

– Só da presença do meu lado. - Retrucou Harry, malandro. Ginny riu pelo nariz e o deu um tapa no braço.

– Idiota. - Ralhou em brincadeira. - Vamos ao banheiro comigo?

– Mereço um oscar essa noite. Te aturei chorando o filme todo e ainda te dei lencinho. Agora vou ao banheiro com você. - Debochou o moreno seguindo-a pelos corredores do shopping lotado.

– Se quiser pode ficar então Potter. - Ela ralhou, fingindo estar brava.

– Eu tava brincando ruivinha.– Ginny se surpreendeu pelo apelido por perceber que não havia implicância daquela vez.

– Ah, calado Potter. - Disse revirando os olhos e rindo quando chegava em frente ao banheiro feminino. Harry cruzou os braços.

– Posso entrar contigo também se quiser. - Ele maliciou e a ruiva riu, junto dele.

– Já volto. - Ela avisou, e ainda não sabia porque estava dando satisfações. Talvez porque estava no shopping com Harry Potter, talvez porque tivesse acabado de ver um filme com Harry Potter e gostado da presença dele cada segundo naquela noite. Talvez porque estivesse sorrindo naquele momento pra Harry Potter pela milésima vez no dia. Quando se virou para entrar, o moreno a chamou.

– Ei Ginny. - A voz de Harry entrou calmamente nos ouvidos da ruiva, que o olhou e assentiu. - Gostei dessa noite.

– Eu também. - A ruiva suspirou e abriu um sorriso. Baixou o olhar por segundos e suspirou. Quando o olhou de novo, Harry parecia estar sem entender, mas se tranquilizou quando viu que Ginny sorria. Foi em questão de segundos que o corpo da garota se aproximou do corpo do garoto e os rostos ficaram tão próximos que os lábios se tocaram. Ginny não fez questão de ser rápida, descolou os lábios dos dele lentamente. Percebeu que Harry fechara os olhos. - Eu não demoro. - E em um sussurro feliz, a ruiva adentrou o banheiro feminino. Harry abriu os olhos e ficou um tanto bobo esperando pela garota.

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A noite de véspera de Natal havia chegado. Já passavam das 23 horas. Narcisa havia arrumado uma bela mesa com a ceia fora do chalé para poderem curtir a noite com a vista maravilhosa da praia. As ondas estavam baixas e o tempo estava apenas um pouco frio, mas era uma sensação térmica boa.

A comida já era servida, além dos pratos principais, tinha torta e frutas. Luna se sentava ao lado de Draco, Ginny ao lado de Harry e Narcisa ao lado de Lúcio. Estava um clima bom entre eles, conversa animada, papo divertido e paz. Eles estavam tendo uma noite de família feliz e Narcisa estava agradecendo por isso. Nada de brigas naquele momento.

– Olha, são onze e quarenta. - Avisava Lúcio ao olhar o relógio de pulso. O homem sorriu com animação. Era a época do ano que mais gostava, o fim de ano.
– Jajá podemos comemorar o Natal! - Narcisa sorriu entusiasmada.

– Mas a comida vem antes hein! - Draco falou mastigando um pedaço de torta. Luna riu por ver o garoto falar de boca cheia. Ultimamente estava reparando em cada detalhe no loiro e já não conseguia mais ver defeitos. Aquilo era uma maldição, mas naquela noite, uma maldição boa.

– Draco, modos! - Narcisa repreendeu-o, sem ficar brava. - Sabe que o espírito de Natal não é só comer. É o nascimento do nosso senhor!

– Eu sei. - Apesar do loiro não seguir muito religião, Draco respeitava pois sabia que a maioria dos que estavam na mesa eram fiéis. Assim como Luna, católica desde pequena, batizada, crismada e feito primeira comunhão.

– Então. Estão gostando da comida? - Indagou a mais velha, sorridente.

– Hm, uma delícia tia. - Fora Luna quem falara de boca cheia dessa vez. Eles riram e a loira acompanhou, ao terminar de mastigar. Ela olhou Draco de relance e percebeu os olhos do loiro se fitarem nos seus lábios. - Que f..

– Tá sujo aqui. - O loiro levou o dedo cautelosamente ao lábio inferior da garota e limpou. Narcisa e Lúcio se entreolharam e o senhor Malfoy parecia sorrir. Luna seria um bom partido, mas era estranho porque os dois nunca se deram bem.

– Obrigada. - A loira disse, estremecida e corada. Olhou para frente e viu que Ginny e Harry disfarçavam o sorriso.

E assim seguiu a noite. Não demorou muito para o relógio bater ás 00 horas e eles começarem a comemorar o Natal. Comeram até encher, conversaram muito e realmente gostaram daquele momento em família. Narcisa e Lúcio se empolgaram com os champanhes e até resolveram tirar um mergulho. Ginny e Harry conversavam com Luna e Draco enquanto eles caminhavam pela praia.

– Até que esse natal tá divertido. - Comentou Ginny, seus cabelos vermelhos voavam junto com o vestido rosa rendado que usava.

– É verdade. Pra mim que achava que ia ser um inferno. - Luna riu pelo nariz com o próprio comentário. Draco sorriu marotamente, vez ou outra observava os fios cacheados de Luna dançarem pelas costas da garota. Ela também usava um vestido, era amarelo, da mesma cor de seus cabelos, e no modelo godê. Seus pés estavam descalços pela areia.

– Por minha causa né. - Implicou Draco, olhando-a de relance.

– É, por sua causa. - Luna sorriu. - Mas eu tô gostando. De verdade.

– Do natal ou do Draco? - Harry se intrometeu e riu enquanto recebia um beliscão de Ginny. Luna e Draco deram de ombros enquanto também riam.

– Porque não cuida da sua vida, Harry? - É, a loira também já chamava o moreno pelo primeiro nome. Eles estavam se tornando amigos.

– É, porque não cuida da Ginny, Harry? - O loiro implicou e Ginny revirou os olhos, escondendo um sorriso sem jeito.

– Cala a boca Malfoy. - Ginny mandou.

– Ei, essa fala é da Luna. - O loiro a defendeu e tanto Ginny quanto Harry arquearam as sobrancelhas.

– Cala a boca Malfoy. - Fora Luna quem falou entre um sorriso, para não perder o costume. O corpo da loira foi imediatamente envolvido de lado e virado, ambos ficando frente a frente e colando um no outro.

– Vem cá calar. - E atacou os lábios da loira, deixando uma Ginny sem jeito ao lado de Harry, que coçava a cabeça.

– É.. vamo andar? - Convidou o moreno tão sem jeito quanto. Ginny assentiu enquanto ria e ruivo e moreno deixaram o "casal" para trás enquanto praticamente se engoliam.

As mãos de Luna estavam entre a cabeleira platinada do loiro, puxando os fios como só ela sabia fazer. Draco a envolvia pela cintura da maneira que só ele sabia, era uma pegada de nome. As línguas se encontravam com paixão e os corpos se roçavam levemente, mas ao ponto de os fazerem arfar entre o beijo. Luna se desvencilhou dos lábios dele e o olhou nos olhos enquanto puxava sensualmente o cabelo do loiro.

– Você não devia fazer isso. - Ele alertou enquanto sorria com malícia.

– É mesmo? - Luna provocou, puxando novamente.

– Luna, não provoca. - Draco avisou, mordendo os lábios. Luna sorriu vitoriosa. Adorava o deixar assim. O loiro a colou ainda mais em seu corpo, fazendo-a arfar novamente.

– Quer saber? Eu sei que vou me arrepender de dizer isso, mas eu tô adorando esse natal. - Luna sussurrou em um tom de voz sincero. Poderia estar louca, mas viu um brilho diferente nos olhos de Draco. Era um brilho de felicidade.

– Eu também. E eu tô adorando mais por estar assim com você. - Ele confessou olhando-a nos olhos. Estando louco ou não, Draco sentia vontade de dizer o que sentia para Luna.

– Draco.. e se chegarmos a.. a brigar..sabe, eu não quero que a gente volte a se tratar como antes. - Ela disse serenamente, encarando os olhos azuis do garoto.

– Ei.. - Draco subiu uma das mãos e alisou carinhosamente a bochecha da loira. - Não pensa nisso agora. Se brigarmos a gente dá um jeito. O nosso ódio nos trouxe aqui. Acho que ele faz muito pela gente, não é? - O loiro sorriu automaticamente quando a loira sorriu também.

– Feliz Natal, Draco. - A loira sussurrou, selando os lábios lentamente.

– Feliz Natal, Luna. - O loiro sussurrou de volta enquanto voltava a se deliciar com o beijo dela.