O ódio de amar escrita por Jenny Lovegood


Capítulo 15
Uma chance, talvez


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu tô meio mal com o andamento dessa fic.. eu tô vendo que muitas pessoas estão visualizando os capítulos mas mal está tendo 2 reviews cada capítulo.. Poxa pessoal, como vocês querem que eu tenha incentivo para escrever mais?



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Depois de fugir de um Draco um tanto satisfeito deixado na sala, Luna entrou em seu quarto aos tropeços e viu Ginny se erguer da cama em questão de segundos. Sua expressão de curiosidade estava clara.

– O que aconteceu? - Indagou a ruiva, largando o livro que lia sobre o colchão.

– Estou a ponto de enlouquecer. É isso que aconteceu. - A loira jogou as costas contra a madeira dura da porta e fechou os olhos, suspirando alto.

– Você e o Draco se pegaram né? - Ginny foi retórica. Quase não acreditou quando viu um sorriso aparecer nos lábios de Luna. - Esse doninha tem tanto borogodó assim, é?

– Acha que eu devo parar de implicar com ele? - Luna abriu os olhos e, estupefata, encarou a amiga á sua frente.

– Eu não sei de nada, você não me conta! - Retrucou a ruivinha cruzando os braços.

– Desde que eu fui pra casa dele eu estou pra enlouquecer. - Começou Luna quase se embolando com as palavras. Levou as mãos aos cabelos e os envolveu com os dedos enquanto suspirava novamente. - Esse idiota, ele sempre foi um idiota. - Ginny rolou os olhos e tentou não rir. - Mas desde que a gente, quero dizer, ele me beijou na boate eu não tiro aquele insuportável da cabeça. Eu tento, mas, mas eu sempre tô pensando nele. E aí a gente veio pra cá e ele mostrou o lado de um Draco totalmente oposto, o lado que eu não odeio. Ele foi legal no mar comigo, e aí rolou beijo de novo e eu fiquei ainda mais confusa. Eu tentei me afastar, mas era tão chato. - Luna dizia tão rapidamente que Ginny quase não conseguia entender. Só via o desespero eminente que transparecia na voz da loira. - Quando ele me olha, nossa, aquele filho da puta quase me desmonta. E agora ele vem com o papo de quer algo comigo, eu realmente estou pra enlouquecer Ginny! - Luna se encostou na madeira da porta e escorregou, até encontrar o chão, escondendo imediatamente o rosto com as mãos. Ginny respirou fundo.

– Luna, você tá tão ferrada. - A ruivinha comentou e teve Luna bufando como resposta. - Você tá quase apaixonada por ele. Se é que já não tá.

– Não fala isso. - Pediu a loira em súplica, destampando o rosto e olhando a amiga.

– Você sabe que eu não tô mentindo. - Replicou a ruiva descruzando os braços e se sentando na beirada da cama.

– Me ajuda, eu não sei o que fazer. - Luna bufou novamente.

– Você acha que ele tá falando a verdade? - Indagou Ginny.

– Eu não sei mas.. o Draco que eu conheço, que todo mundo conhece.. ele não corre atrás de uma garota. - Explicou a loira racionalmente.

– Isso é verdade. - Ginny ficou pensativa. - Ele te disse mesmo que quer ter algo contigo?

– "Quero seu beijo, seu corpo, você.." - Repetiu a loira, relembrando. Ginny não evitou um sorriso maldoso.

– Sempre soube que vocês queriam se pegar. - A ruiva debochou.

– Cala a boca Ginny. - Luna retrucou evitando uma risada. - É sério, o que você acha?

– Olha, eu, você, todo mundo sabe que ele é um filho da puta que só usa e joga fora. Mas até eu percebo que ele tá atrás de você. Ficou com ciuminho quando eu falei do Neville, o que eu já esperava.. acho que ele tá mesmo na sua. - Comentou Ginny mexendo em uma de suas madeixas ruivas.

– Droga, o Nev! Ele vai vir pra cá e.. - Luna se levantou do chão em um salto.

– Relaxa, ele me mandou sms dizendo que não pode vir hoje. Tem um trabalho de faculdade pra fazer.. - Tranquilizou-a Ginny.

– Então.. - Luna começou.

– Você é durona Luna. Tenta dar uma chance pro Draco, pelo menos pra conhecer mais o lado dele que você não odeia. Você vai saber se ele só tá querendo usar e jogar fora ou se tá mesmo querendo algo contigo. - A ruiva a aconselhou. Por alguns segundos, Luna ficou apenas absorvendo aquelas palavras. Quando percebeu aqueles segundos se transformaram em minutos, balançou a cabeça, despertando-se.

– Vou tomar banho.

A loira mal terminou de falar e já se encontrava dentro do banheiro, deixando Ginny com um sorriso frouxo nos lábios. Sabia que, apoiando ou não, teria que ajudar a amiga naquele momento. Decidiu que tentaria conversar com Draco. Precisava ter certeza de que o loiro queria mesmo algo com Luna. E Ginny era das boas quando se tratava de sexto sentido.

Depois de sair do quarto, correu os olhos pelo corredor enquanto fechava a porta. Não viu ninguém, então seguiu procurando sinal de alguém no chalé. Olhou na cozinha, ninguém. Nos demais corredores, ninguém. Será que estava todo mundo dormindo ainda? Já era quase hora do almoço!

Bufou quando chegou na sala e novamente só encontrou silêncio pelo cômodo.

Se sentou no sofá mais próximo e escorou o cotuvelo no braço do móvel, apoiando o rosto delicado em sua mão. Dessa vez, suspirou. Até Luna estava apaixonada e ela não. Ás vezes tinha breves sensações de que ficaria para titia para sempre. Não por não ter pretendentes, mas por não gostar de nenhum deles. Essa era a ironia da vida de Ginny.

Só despertou-se dos pensamentos quando o segundo Malfoy da vida praticamente se jogou do seu lado no sofá. Ginny rangiu os dentes.

– Qual o seu problema garoto? - A ruiva o olhou com irritação. Aquele sorriso de deboche que Draco sempre tinha com Luna estava presente nos lábios de Harry.

– Acordou estressadinha hoje, é? - Debochou o moreno.

– Hoje não Potter, hoje não, tá legal? - Suplicou Ginny, zangada.

– Você fica incrivelmente sexy falando meu sobrenome desse jeito. - Harry provocou, mordendo o lábio inferior. Ginny acompanhou-o fazer, mas segundos depois rolou os olhos.

– Não dê uma de Draco comigo porquê não cola. - Retrucou a ruiva, e tanto ela quanto Harry tiveram a atenção desviada para a porta quando Draco entrou por ela.

– O quê que tem eu? - Indagou o loiro, sem o humor de sempre.

– Ah, você! - Ginny se levantou do sofá e Harry a observou atentamente com o olhar. - Precisamos conversar.

– Precisamos? - Draco debochou, arqueando as sobrancelhas.

– Precisamos. - Respondeu a ruivinha, prontamente. O loiro a lançou um olhar de "tá esperando o que pra começar?". Os olhos azuis de Ginny correram de Draco para Harry, e o fuzilou lentamente, deixando claro que o garoto já devia ter saído dalí.

– Eu não vou sair daqui. - Replicou o moreno cruzando os braços. A ruiva bufou e rolou os olhos, segurou Draco pelo braço e saiu puxando-o para fora do chalé.

Harry contraiu as sobrancelhas com a cena. É determinada, pensou e sorriu.

Quando a porta bateu, e o barulho das ondas pôde ser ouvido claramente, Ginny largou o braço de Draco e o encarou.

– Eu realmente não tô a fim de você começar a me chamar de playboy, riquinho, ignorante, estúpido, porque eu já sei que sou Ginny, sinceramente. - Draco falava sem entusiasmo. Ginny rolou os olhos mais uma vez. Aquela mania de Luna era realmente contagiante.

– Você sabe do que eu quero falar com você. - Replicou a ruiva, cruzando os braços. Seus fios vermelhos e lisos varriam suas costas a medida que o vento forte alcançava seu corpo. Os cabelos platinados de Draco também voavam.

– Ah, desculpe, minha bolinha de cristal tá quebrada. - Debochou o loiro.

– Deixa de ser gay porquê você sabe que eu tô falando da Luna. - Ginny foi direta.

– Olha, eu não tô a fim de falar daquela lunática. - Draco argumentou sem paciência.

– Qual é Draco, ela já me disse o que você disse a ela. - A ruiva replicou prontamente.

– Malditas amigas fofoqueiras. - O loiro trincou os dentes e Ginny conteu uma risada interna.

– A questão não é essa. Draco, você tá realmente sentindo algo pela Luna? - Indagou Ginny, agora serena e cuidadosa.

– Porque eu deveria te dizer alguma coisa? - Replicou o loiro com indiferença.

– Porque eu sou amiga dela. E eu só quero o bem da Luna. E se você iludir ela, você pode ter certeza que eu arranco fora as suas bolas. - Explicou Ginny serenamente, e por questão de segundos ela viu Draco arregalar os olhos. Riu pelo nariz.

– Olha, eu já disse tudo que eu tinha pra dizer a ela. A decisão tá com ela. - O loiro argumentou.

– Não, não disse não. Você tem que ser sincero mesmo Draco. A Luna nunca gostou de ninguém. E você tá meio que fazendo um sentimento despertar nela. Se você quer cultivar esse sentimento, seja mais sincero, seja homem de verdade. E não o moleque playboy que você sempre foi. Porque esse a Luna odeia. Mas aquele Draco que diz aquelas coisas com sinceridade, aquele eu tenho certeza que ela cultiva muito mais do que só afeto. - A ruiva completou e, sem esperar resposta ou ação, passou por um Draco extremamente pensativo e adentrou novamente o chalé.

– Draco.. - A porta mal terminou de fechar e se abriu de novo, despertando o loiro de seus pensamentos. Sua mãe apareceu, com uma bolsa e a chave do carro na mão.

– Não tinha te visto ainda. - Comentou Draco com pouco entusiasmo.

– É, eu estava descansando. - Cissa respondeu. - O que houve com Ginny?

– Não sei. Vai sair? - Indagou o loiro, contraindo as sobrancelhas.

– Vou. Vou fazer umas comprinhas na cidade vizinha. - Respondeu a mulher, sorrindo marotamente. - Olha, vai ter um luau nessa praia mais tarde.. - Cissa continuou e recebeu um olhar surpreso do filho no instante seguinte. - Você pode chamar alguém se quiser. Já avisei ao Harry.. acho que ele vai optar pela Ginny hein? - Narcisa deu uma piscadela e passou pelo filho, seguindo rumo para trás do chalé onde o carro da família estava guardado.

Draco sorriu instantaneamente e balançou levemente a cabeça. Quem diria Draco Malfoy a fim de ir á um luau com Luna Lovegood.

~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~

A tarde em Angra foi seguida por mais neblina, apesar da temperatura quente. Lúcio tinha inventado algo para fazer e deixara a casa a beira-mar apenas para os adolescentes.

– Vou convidar aquela ruivinha.. - Comentava Harry com animação. Estavam o moreno e o loiro sentados na varanda do chalé.

– Você já disse isso 4 vezes. - Reclamou Draco.

– E daí? Eu vou convidar mesmo. - O moreno retrucou com displicência.

– Duvido que ela vai aceitar. - Implicou Draco, sorrindo maldoso.

– Sozinha que ela não vai. - Harry contraiu as sobrancelhas.

– Acho que ela vai preferir não ir. - Draco continou implicando e recebeu um gesto obsceno de Harry em resposta.

– Vai se ferrar, Malfoy. - O moreno bagunçou os cabelos. - E você, já convidou a lunática?

– Isso não é da sua conta. - Argumentou Draco, fechando a cara.

– Somos amigos ou não? - Harry retrucou na defensiva.

– Você não apoia um grão de arroz que eu movo pra falar com a Luna. Com um amigo assim eu nem preciso de inimigo. - Respondeu o loiro com irritação.

– Eu só digo que ela é problema. Mas se você quer, vai lá, quem vai quebrar a cara é você mesmo. Aliás eu nem sei mais o que aconteceu com Draco Malfoy, o verdadeiro. - Argumentou o moreno em desaprovação.

– Ele foi pra puta que pariu se quer saber. - Draco levantou-se depois de cuspir as palavras e adentrou o chalé novamente, deixando Harry para trás.

– Ui, acordou estressadinho hoje...mané.- Debochou o moreno ao ver o loiro entrar e bater a porta com força.

* * *

– A Luna tá no quarto? - Draco indagou assim que avistou Ginny no corredor. A ruiva o olhou nos olhos, pensativa.

– Sim.. - Respondeu, monossilábica.

– Certo. - O loiro passou pela ruiva, que o acompanhou com o olhar, receosa.

– Olha, se for pra brigar.. a Luna não tá a fim. - Disse Ginny quando o viu próximo ao quarto onde a loira ficava.

– Eu não vou brigar. - Tranquilizou-a com o olhar. A ruiva assentiu, alguns segundos depois, e deu as costas para o corredor.

Draco bateu na porta de madeira duas vezes. Na primeira, jurou ter ouvido um "que foi Ginny" meio emburrado lá de dentro. Sorriu, de cara. Quando batia pela segunda vez, a massaneta girou e a visão da loira com os cachos molhados em forma de uma trança longa jogada por cima do ombro direito lhe veio aos olhos.

Luna pôde sentir o coração parar só por alguns segundos. Vestia apenas um short jeans curto e um sutiã azul escuro liso. Claro que o olhar de Draco Malfoy passou pelos seus seios fartos em alguns instantes. Quando o loiro voltou a olhá-la, respirou fundo.

– Quero conversar com você. - Ele disse e Luna piscou várias vezes. Assentiu depois de segundos e deu espaço para o loiro adentrar o cômodo. Quando fechou a porta, viu que já era alvo da atenção dele novamente.

– Você pode esperar só vestir uma blusa? - A loira perguntou sem jeito, mexendo na trança.

– Não precisa, eu vou ser rápido. - Argumentou o loiro em imediato. Luna assentiu novamente, inspirou e expirou lentamente.

– Então.. - Ela o incentivou. Sentia um estranho frio na barriga que geralmente só acontecia quando ela era criança e estava na fila da montanha russa em um parque de diversão. Ou, quando estava perto de Draco.

– É.. olha, vai ter.. vai ter um luau hoje á noite e, bom.. - O loiro começou, se atrapalhando, e se martelando internamente por nunca ter falhado em convidar uma mulher para sair.

– Um luau? - A voz de Luna foi sonhadora. Sempre teve vontade de ir á um luau.

– É. - Draco sorriu levemente quando percebeu a animação na voz doce da loira. - E eu queria convidar você pra ir comigo.

– Espera.. - Luna piscou novamente várias vezes e encontrou o olhar de Draco. - Você tá me convidando pra um luau? Você, em um luau?

– Eu sei que não é muito minha praia mas... - Draco sentiu um calafrio percorrer seu corpo. Pela primeira vez na vida tinha medo de receber um fora. - olha, pode por favor responder sim ou não, é que eu..

– Sim. - A loira respondeu sem deixá-lo terminar. O sorriso que brotou nos lábios de ambos foi inevitavelmente imediato.

– Sério? - Draco pareceu surpreso.

– Sério. Eu quero ir. Quero ir com você Draco. - Luna respondeu calmamente, apesar de internamente estar sentindo as pernas bambas.

– Então tudo bem. É, tá. - O loiro sorriu e caminhou para sair do quarto.

– Mas eu nem tenho roupas pra ir á um luau. - Continuou a loira quando o viu dar as costas. Draco novamente a olhou.

– Minha mãe saiu para comprar. Ela vai te deixar linda. Mais do que já é.- Draco explicou e pôde ver as bochechas de Luna se avermelharem.

Quando saiu do quarto e fechou a porta, se encostou na parede ao lado e respirou fundo. Nunca pensou que poderia sentir uma coisa daquelas. Era uma felicidade um tanto inexplicável. Era um baita de um sentimento que o loiro queria nunca deixar de sentir, e que ele sabia que estava mudando-o.

Luna praticamente se jogou na cama depois que o loiro saiu do quarto. Buscando problemas ou não, ela estava feliz. Acima de tudo. Teria uma chance de conhecer o Draco pelo qual ela sente frio na barriga só de ver. Teria a chance de ir á um luau. Estava definitivamente feliz. Tinha que contar a Ginny.

* * *

– Ginny. - A voz do "moreno mimado" adentrou os sentidos da ruiva quando ela rumava para a cozinha do chalé. Ginny respirou fundo, e lentamente, se virou para Harry, que sorria. Como sempre, aquele sorriso de playboy idiota.

– Que foi garoto? - A ruiva indagou sem paciência.

– Olha, eu quero ir com você ao luau que vai ter aqui essa noite. Você aceita? - Harry foi direto e confiante.

– Mas nem morta. - Respondeu a ruiva depois de uma risada irônica. Pega de surpresa com a história do luau ou não, com o Potter ela não pretendia ir.

– Ah qual é, gracinha. Você não tem outro par mesmo. - Replicou o moreno, se aproximando de Ginny.

– Pois então eu prefiro não ir, obrigada. - Retrucou a ruivinha, dando um passo pra trás.

– Olha, faz assim. Se você for comigo e gostar da minha compainha, tudo bem. Agora se não gostar, eu nunca mais perturbo você, pode ser? - Propôs o moreno olhando-a nos olhos. A ruiva pareceu pensativa. Mordeu o lábio inferior enquanto revia as possibilidades. Com certeza se ferraria se fosse com ele, porquê infeliz ou não, Harry Potter era atraente. Mas se não fosse, seria infernizada por mais um longo mês.

– Nunca mais? - Ela indagou.

– Nunquinha. - Respondeu o moreno, assentindo.

– Tá certo, Potter. Mas se você vier de abuso pra cima de mim, eu acabo com tua vidinha de rico playboy. - Ginny argumentou enquanto via Harry erguer as mãos para o alto, em rendição. A ruiva não conteve um sorriso e revirou os olhos, enquanto acompanhava os lábios do moreno sorrirem tanto quanto os dela.


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Notas finais do capítulo

Feliz páscoa pipou linda ♥

E lembre-se: A cada review que você NÃO deixa, um autor morre.