O ódio de amar escrita por Jenny Lovegood


Capítulo 13
Lidando com a paixão


Notas iniciais do capítulo

Eu sei. Já faz um mês que não posto aqui. Mas gente, eu juro que tenho justificativas. Elas vão ser encontradas nas notas finais.

Agora aproveitem, vamos dar um rumo á Druna logo não é?



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Não precisava contar quantos desastres carnais teve aquela noite. Não gostava de lembrar. Apesar de lembrar de todos. Chamar o nome de Luna involuntariamente, ver o rosto dela em uma garota totalmente diferente. Estava ficando louco. Era isso. Era isso ou não queria imaginar o que fosse mais.

Draco não prestava atenção na estrada enquanto dirigia, o que já estava começando a preocupar Harry. Apesar de um pouco bêbado, o moreno tinha mais consciência no trânsito naquele momento do que o loiro, que nem bêbado estava e fazia zigue-zagues na pista constantemente.

– Draco, deixa eu dirigir. - Insistiu Harry mesmo já tendo recebido uns três "não" durante a volta para o chalé em Angra.

– Qual é Potter, já falei que não! - Draco se enfureceu e socou o volante, que rodou e fez o carro novamente dançar na pista. Harry se empuleirou o mais depressa que pôde sobre o volante e o controlou quando viu o loiro sem reação imediata. Mesmo sentindo o cotovelo do amigo machucar sua costela tentando empurrá-lo de volta para o banco do passageiro, Harry conseguiu fazer o carro ganhar direção novamente e segundos depois encostou o veículo no acostamento.

Olhou Draco que parecia irritado, e não se intimidou com o olhar do amigo.

– Que droga, Malfoy! - Harry cuspiu as palavras quando voltou a se sentar. - Tá tentando matar a gente?

– Ah, cala a boca. - Mandou Draco, rolando os olhos.

– O quê que tá acontecendo com você? - A voz de Harry soou quase incrédula. - Á uma semana não estava tão babaca assim.

– Babaca? - Draco trincou os dentes.

– Qual é, Draco! Você deu o fora em 6 garotas hoje! - Harry mostrou nos dedos. - E as outras três que pegou foi por muita insistência minha. Não transou por 15 minutos! Que porra hein! - O moreno parecia desapontado e irritado.

– Olha, hoje só não é um dos meus dias. - Argumentou o loiro.

– Aham. - Harry debochou. - Me fala o que tá acontecendo.

– Momento amiguinhas agora é? - Ironizou o loiro, tornando a rolar os olhos.

– Eu sei muito bem quem tem essa mania. - Harry semicerrou os olhos, desconfiado.

– Quê? - Draco desentendeu-se.

– Você tá brincando né Malfoy? - Debochou o moreno quando entendeu a situação.

– Do que diabos você tá falando? - Indagou Draco, perdido e sem paciência.

– Você não tá gostando da Lovegood, tá? - Harry foi direto. A primeira reação de Draco foi uma risada sarcástica. A segunda, uma expressão vazia. A terceira, um bufado. - Ah Draco, você tá brincando! - Harry retrucou, incrédulo.

– Eu não tô gostando dela. - O loiro finalmente conseguiu falar. - Claro que não tô.

– Com tantas garotas no mundo, você foi se apegar naquela problemática? - Disparou Harry, culpando-o.

– Eu não tô gostando da Luna, Potter. - Rebateu Draco, vendo Harry continuar sua lástima.

– Justo a garota que você odeia. Essa é boa. Dá até uma novela, sabia? - O moreno ironizou.

– PORRA POTTER, O QUE VOCÊ TEM CONTRA A LUNA? - Draco explodiu e viu Harry ficar extremamente sério. - Eu não tô gostando dela, mas e se tivesse? Isso não é problema teu!

– Você é um Malfoy! - O moreno simplesmente cuspiu as palavras depois de minutos de silêncio, com Draco quase bufando e encarando-o.

– Foda-se. Eu não me importo. - Draco deixou de olhar o moreno, estava internamente, fisicamente e psicologicamente irritado e confuso. Voltou a ligar o carro enquanto ainda podia perceber o olhar de Harry em si.

– Você se ferrou, Malfoy. - Harry falou entredentes.

– Eu já disse que não gosto dela. Eu odeio ela. - Retrucou Draco sem olhá-lo.

– Claro. - Harry riu pelo nariz, com sarcasmo. - Quando publicar seu livro de romance, autografa pra mim.

– Vai se ferrar. - Ordenou o loiro perdendo a paciência que já não tinha mais.

– Sai daí! - Harry empurrou as mãos de Draco quando viu que o mesmo iria dirigir. - Não vamos durar mais 5 minutos se você for dirigir. Eu dirigo agora.

Draco pensou em retrucar, afinal o carro era de seus pais, era seu, era o loiro que tinha autoridade sobre o veículo. Mas Potter tinha razão. Sua cabeça estava girando rápido demais pra conseguir prestar atenção em sinalizações ou nas faixas desenhadas pelo asfalto.

~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~

Na manhã seguinte apenas Ginny deu as caras pelo chalé. O tempo não parecia ter melhorado e as nuvens carregadas formavam a paisagem do lugar. Nem Narcisa nem Lúcio tinham se levantado, assim como Luna. A ruivinha preferiu deixar a amiga dormindo, sabia que sua cabeça estava confusa e Luna parecia estar machucada com os próprios sentimentos. A loira precisava de um descanço.

Também não viu sinal de Draco ou do amiguinho chato dele enquanto resolveu caminhar. Tinha aquele tempo livre. Vestida apenas com um short de laicra preto e com a parte de cima de um dos biquines que havia trago, Ginny fez uma trilha lenta pela praia extensa. Apesar de estar com cara de chuva, a temperatura parecia estar de uns 28 graus.

Não queria pensar muito, queria ficar livre naquela manhã. Livre de qualquer pensamento que a fizesse ficar preocupada. Com Luna por exemplo. Sabia que a amiga estava nutrindo um sentimento por Draco. E sabia que ela iria sofrer por isso. Amava Luna como uma irmã, não queria vê-la sofrer. Mas não tinha o que fazer. Conversar com Draco seria perda de tempo. Ele era um idiota de plantão. Só esperava que a Luna de sempre voltasse logo. Até das brigas dos dois Ginny tinha esperanças de voltar a ver constantemente. Um tanto masoquista, se querem saber.

Nem se deu conta do choque que teve quando sentiu seu corpo bater contra outro. Estava disperça e se perdeu completamente. Sentiu os braços serem segurados e piscou várias vezes para vislumbrar o garoto á sua frente. Quase rolou os olhos. Tinha certeza que era igual Draco Malfoy. Com certeza era quase um Draco da vida. Queria distância de Draco's da vida.

– Cuidado por onde anda. - O tom de Harry foi galanteador. Ginny semicerrou os olhos em desgosto.

– Sei andar sozinha, pode me soltar. - Pediu sem delongas, olhando agora para os braços que foram soltos segundos depois.

– Não é o que parece. Acabou de quase cair em cima de mim. - Retrucou Harry, bagunçando os cabelos que estavam molhados. Provavelmente estava na água, pensou Ginny, ao observar o ato com atenção. Desviu o olhar em imediato quando encontrou os olhos do garoto.

– Você não morreria se isso acontecesse. - Ginny replicou em ironia.

– Ah, com certeza eu morreria. - Harry correu os olhos indiscretamente pelo corpo de Ginny, a ruivinha percebendo atentamente o ato. Rolou os olhos em reprovação e empurrou o corpo de Harry para longe, tendo espaço agora para passar.

– Sai da minha frente. - Mandou Ginny quando passou por Harry com desdém.

– Foi um prazer falar com você também, grossa. - Debochou o moreno, vendo-a agora seguir a caminhada de costas para ele. Não pôde conter o olhar pelo corpo da ruiva novamente. Sorriu com malícia. Grossa ou não, era muito gostosa.

Luna andava um pouco sem rumo pelo corredor. Coçou os olhos para melhorar a visão, mas sabia que sempre acordava um caco. Podia dormir por 5 dias seguidos que ainda acordaria com sono. Esse era um dom de Luna.

A loira procurou Ginny pela casa, chamou o nome da ruiva algumas vezes, mas não obteve nenhuma resposta. Resolveu comer alguma coisa, afinal estava com fome, e mal tinha aproveitado o jantar da última noite.

Pensou em dar meia volta quando chegou á cozinha e viu a pessoa que menos desejava ver no mundo sentada de costas e comendo uma maça. Mas não podia. Era orgulhosa demais para isso. E afinal, aquele chalé era "público". Os incomodados que se retirassem. Era o que estava pensando em fazer enquanto enchia o peito de ar e soltava, pesadamente.

Deu de ombros e caminhou até a geladeira. Era só ignorar. O loiro levantou o olhar quando a viu passar e Luna pôde escutar um suspiro sair pelos lábios do garoto. Provavelmente estaria cansado da presença dela. Assim como ela estava cansada da dele.

Assim que abriu a porta da geladeira, retirou um pedaço de torta em uma bandeja de lá de dentro, fechou, respirou fundo e caminhou para sair da cozinha.

– Não precisa sair daqui só por minha causa. - A voz do loiro soou arrastada e seca. - Eu saio.

– Não. - A loira se virou quando ouviu o arrastar da cadeira e viu Draco de pé. - Não precisa sair não.

– Você não pode gostar de ficar perto de mim, lembra? - Impressionantemente o loiro se demonstrou magoado. As mãos de Luna tremeram. Estava tendo a visão de um Draco completamente difente de seus conceitos nos últimos dias. E isso estava fazendo sua cabeça girar. Já quase não sabia mais o que era odiar Draco.

– Draco.. - Luna suspirou quando viu-o passar por ela. Balançou negativamente a cabeça. Tudo estava errado, tudo.– Espera. - Pediu antes que Draco saísse da cozinha. Se virou e viu que o garoto tinha parado. - Fica aqui comigo. - O loiro se virou e a olhou, quase a ponto de não acreditar no pedido que tinha ouvido.

– Você tem que se decidir. - Draco arrancou um sorriso da loira. Involuntariamente ele se pegou sorrindo fraco também. Como um imã.

– Por essa manhã eu já me decidi. Vem, senta aqui. - A loira pediu, indo até a mesa, colocando a bandeja com torta sobre a madeira e se sentando em uma cadeira, arrastando outra para o garoto sentar. Draco negou com a cabeça e viu o sorriso de Luna murchar. A loira engoliu em seco. O silencio pairou ali por alguns instantes.

Por segundos, Luna se sentiu estúpida.

– Eu sei que você me odeia, mas.. é, não vai querer se sentar comigo. - Luna falou totalmente sem jeito, se levantando e colocando a cadeira de volta no lugar.

Quando se virou, prendeu a respiração vendo Draco frente a frente.

– Eu gosto de odiar você. - Draco falou baixinho. Luna suspirou quando sentiu a pele da mão do loiro lhe envolver a nuca.

– Draco.. - Arfou quando as respirações já pesadas se misturaram.

– Tem que se decidir, loirinha. - A voz de Draco era baixa e quase falha. Luna fechou os olhos enquanto sentia os dedos do loiro lhe acariciar a nuca. - Tem que se decidir.

– Eu não controlo. - Sussurrou Luna em resposta, quando os lábios de Draco levemente acariciaram seus próprios lábios. - Eu te odeio, mas..

– Quer tanto quanto eu, não é? - Completou o loiro, fechando os olhos em seguida. Percebeu o assentir de Luna por os lábios da loira voltarem a tocar os seus, consequentemente pela proximidade dos corpos e dos rostos. - Você não é como as outras, sabia? É especial. - O loiro sussurrava as palavras com uma cautela que Luna desconhecia. - Eu penso em você. Droga, eu penso em você. - Um sorriso se formou em ambos os lábios no instante seguinte.

– Droga Draco. - A loira arfou quando o braço livre do garoto a envolveu pela cintura. - Isso nunca devia ter acontecido. - Sussurrou, ainda de olhos fechados. Sentia a respiração de Draco, os lábios se roçavam sempre que pronunciavam palavras e os corpos agora estavam colados.

– Isso? - O loiro indagou, a voz baixa o suficiente para causar arrepios em Luna. - Isso o que loirinha?

– Essa vontade. - Luna respondeu no mesmo tom de voz. Draco estava - sabe-se lá como - conseguindo ter forças para controlar o desejo de tomá-la para si na cozinha mesmo, onde podia chegar qualquer um.

– Temos que fazer alguma coisa, não acha? - Replicou o loiro em um sussurro pausado.

– Já devíamos ter feito. - Retrucou a loira também em um sussurro, as palavras com um sentido diretamente duplo, que Draco pôde perceber muito bem. O loiro voltou a sorrir enquanto mordiscava o lábio inferior de Luna, que estava já estava sedento por os do garoto á minutos.

– Draco? - Foi de imediato que ambos abriram os olhos e os corpos se separaram, estupefatos com a presença de Narcisa na cozinha. A mulher estava visivelmente surpresa, a boca estava entreaberta e os olhos quase arregalados. - Luna?

O olhar que Draco e Luna trocaram, foi, pela primeira vez na vida, de uma cumplicidade criminal que fora descoberta.


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Notas finais do capítulo

Vamos ás justificativas:
Primeiro: estou atolada de trabalhos e deveres. Segundo: quase não tenho tempo para usar a internet nos dias de semana.

Sério gente. Mas eu não, NÃO N-Ã-O ene a o tiu, não abandonei a fic, de maneira nenhuma.

E vocês, ainda continuam por aqui?

Xoxo, Jen *-*