– Eu não acredito que você tá fazendo isso comigo, mãe! - Reclamava a garrota, a cara amarrada, braços cruzados, um bico grande, sentada na poltrona de traz da Mercedes-Benz S600.

– Eu já te expliquei Luninha, são negócios da mamãe e do papai! - Megan tornava a explicar, ou tentar.

– Mas justo nas férias de fim de ano mãe? - Luna bufou em desgosto. - Vou ter que passar minhas férias inteira com aquele otário do Draco? Eu podia muito bem ficar com Ginny..

– Ginny mora sozinha, eu não te deixaria com ela porque sei que vocês duas são uma bagunça.. e sim, vai ficar com Draco. Quase um primo seu. Tentem não se matar dessa vez, por favor. - Pediu a mulher olhando rapidamente para trás, vendo o estado irritado da filha. Voltou a prestar atenção no transito, que se acabara, pois ela estacionava em frente á uma casa luxuosa e nada discreta. A mulher loira que aparentava ter 20 e poucos anos saiu do carro, indo até o porta malas e retirando as duas malas pesadas que Luna fizera desgostosamente antes de sair.

Luna permaneceu emburrada dentro do carro apenas fitando a casa de três andares.

– Luna! - Megan deu batidinhas no vidro do carro. - Vamos filha, não tenho o dia todo.

– Eu tenho outra opção? - Indagou Luna destravando a porta do carro e bufando. A mãe lhe lançou um olhar sério.

– Não. - Respondeu a mulher. Luna saiu por completo do carro e Megan o travou. A loira de 18 anos trajava um vestido branco, rendado e discreto, calçava uma sapatilha da mesma cor combinando, e os cabelos estavam soltos,com seus cachos sedosos e charmosamente mal feitos.

– Não é possível, dois meses com aquela doninha com anemia. - A loira retrucou, respirando fundo.

– Não é o fim do mundo, para de ser dramática. - Falou Megan entregando-a uma das malas. As duas arrastaram as malas até chegar ao interfone, e quem atendeu foi o diabo em pessoa, pelo menos para Luna.

– Oi. - Respondeu a voz entendiante de sempre.

– Doninha. - Luna ironizou e pode ouvir do interfone, Draco bufar.

– Você. - O loiro respondeu com sarcasmo.

– E eu. - Megan disse animada. Draco nunca tivera problemas com a mãe de Luna, ao contrário, achava ela uma gata. O problema era com a revoltadinha insuportável.

– Oi Megan. - Cumprimentou-a, agora educadamente. Megan sorriu incentivante para Luna, que rolou os olhos.

– Vai deixar a gente torrar aqui fora? - Luna perguntou sem paciência, a boca próxima ao interfone.

– Sua mãe não, você não seria má ideia. - Ironizou Draco, destravando o portão segundos depois. Luna bufou, já era uma tortura aturar Narcisa ir passear na casa dela com Draco, ainda mais ter que vir pra casa do próprio diabo e passar as férias inteira.

– Vai pro inferno. - A loira respondeu, revidando.

– Você já tá chegando nele amorzinho. - O loiro foi sarcástico e Luna quase levantou o dedo do meio, por já ser hábito, mas lembrou que ainda não estavam frente a frente.

A casa dos Malfoy era excepcionalmente atrativa, grande, e finíssima além de tudo. As portas eram de vidro, os móveis eram importados, a faxineira deixava tudo impecável, o jardim era um luxo por causa do trato que o jardineiro dava sempre, os quartos eram enormes e mais do que acomodantes, e a comida era deliciosa. Não eram aquelas comidas de ricos, poucas e ruins, que eles comem e fingem gostar só pra mostrar que são da sociedade. Narcisa, apesar de muito rica, era uma mãe dedicada e adorava ajudar nas tarefas de casa. Ela era muito gente fina. Luna não tinha do que reclamar, não dela. Nem de Lúcio, mas ele mal parava em casa que era raro a loira poder ver o homem. Agora, de Draco..

Á anos Narcisa e Megan são amigas. Elas se conheceram na maternidade, Narcisa precisou de sangue, que no caso fora complicado pelo seu tipo sanguíneo, e fora Megan quem ajudara. Desde então, se tornaram confidentes, por anos. Draco e Luna, por assim dizer, se conhecem desde o berço. Desde pequeno, Draco implicava com a garota, escondia seus brinquedos, e Luna não deixava por menos. Não chorava. Era dona de si desde nova. Já jogara o garoto na piscina uma vez e ele não se afogara de sorte. Na verdade, Luna percebeu que ele não dava pé e ela mesmo foi ajudá-lo. Hoje em dia se arrepende de ter feito. Jogado-o não. Ajudado-o sim.

– Priminha. - O loiro chegou á sala, cumprimentando Luna com tamanho sarcasmo.

– Eu não sou sua prima, otário. - Retrucou irritada. Draco deu de ombros e Narcisa adentrou a sala junto á Megan, a senhora Malfoy tinha ido lá em baixo ajudá-la com as malas, mesmo o motorista tendo se oferecido.

– Draco! - Megan se aproximou do garoto quando o viu e o abraçou. Draco retribuiu, sorrindo. Não um sorriso falso, de deboche. Ele até achava a mulher gostosa. Mas era como uma tia pra ele, sempre fora. Nunca desrespeitaria ela, até porque ela era muito gente boa e geralmente continha Luna quando a maluca tentava o matar.

– Ei Megan! Como está? - Quis saber o loiro ao ser solto do abraço. Luna olhava entediantemente para as unhas.

– Bem, e você? Soube que ano que vem vai fazer faculdade.. - Ela comentava orgulhosa e Draco assentiu, lançando um olhar debochado para Luna quando ela o olhou.

– E então Luna, animada para passar as férias aqui? - Narcisa perguntou, acolhedora. Luna sorriu falso, não querendo magoá-la com a resposta que certamente daria.

– Sim tia. - Respondeu desviando o olhar do de Draco. Sempre chamara a mulher assim.

– Vai ser ótimo, vamos nos divertir. - A mulher falou com um sorriso animado. Draco riu pelo nariz.

– Então, eu não tenho mais tempo gente. - Megan comentou olhando para seu relógio de pulso. Luna bufou novamente, no momento em que sua mãe saísse pela porta sua ficha cairia, ficaria mesmo aprisionada com aquele idiota por dois meses. Enquanto sua mãe não saísse, ainda tinha chances.

– Mas já vai? - Narcisa perguntou desanimada.

– Eu preciso, o pai de Luna está me esperando no aeroporto, vamos para Nova York, se tudo der certo ele vai abrir uma empresa lá. - Megan explicava esperançosa. Draco olhava qualquer móvel entendiado e Luna estava a ponto de se jogar pela janela.

– Ele vai conseguir. - Falou Narcisa, incentivando-a com um sorriso. As duas se abraçaram.

– Tome conta de Luna. - Pediu á amiga, quando se separam.

– É claro! - Narcisa tranquilizou-a. Megan foi até a filha e a sufocou em um abraço, esse sendo retribuído.

– Não tem a menor chance de você me levar não é? - Luna perguntou quase inaudivelmente aos ouvidos da mãe, para que só ela ouvisse, e a mesma negou com a cabeça, sorrindo ao se separar da filha e respondendo um "não" mudo. Megan se despediu de Draco e não esqueceu as recomendações e ordens antes de sair pela porta.

– Nada de sair sem o Draco com você! - Ordenou para Luna, que bufou novamente. Draco reprimiu a risada. - Tome conta dela Draquinhio!

– Mas é claro Meg! - Fingiu tranquilizá-la, enquanto olhá-va Luna de esguelha, sarcasticamente.

Narcisa acompanhou Megan até a saída, por ter de descerem uma escada grande e poderem conversarem mais um pouco.

Luna olhou para Draco, os olhos rutilando de irritação, enquanto via apenas um sorriso esnobe e debochado presente nos lábios do loiro.

– Então priminha.. como acha que serão essas férias aqui em casa comigo? - O loiro indagou ironicamente, mordendo o lábio inferior, vendo Luna rolar os olhos.

– Um inferno. - Respondeu frustrada e bateu um pé no chão, com raiva.

– Acertou amorzinho. - O loiro a provocou, ele sabia que ela lembrava que o garoto chama qualquer peguete dele desse jeito, e Luna detesta o jeito estúpido que Draco trata as garotas e as joga fora.

– Cala a boca doninha.