PET - 3ª Temporada - Combate nas Sombras escrita por Kevin


Capítulo 28
Capítulo 28 - Taça


Notas iniciais do capítulo

O final da Liga das Sombras se aproxima.

Quero avisar aos leitores que todos os temas abordados nos capítulos a seguir serão um pouco mais pesados. não haverão descrições que façam a fic ter uma classificação etária diferente, mas diversos assuntos delicados serão citados (eu digo citados e não livremente abordados).

De qualquer forma, BOA LEITURA!



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O barulho passava pelas grossas paredes do local onde os organizadores se reuniam. Estavam com seus trajes de gladiadores. Botas, peitorais e ombreiras, uma proteção na cintura por cima da calça. Faltavam apenas as armas para alguém dizer que eles próprios entrariam na arena contra os pokemons.

– Recebi a informação que todos já chegaram. - Informou Claudius. - É uma pena! - O Gladiador riu. - Estava querendo caçar. -

– Guarde sua vontade para o inicio da próxima temporada. - Disse Spartacus. - Acredito que todos estejam preparados, mas quero lembrar que haverá muita sede de sangue lá fora. Pelo que pude analisar Dex, Muller, Sebastian e John vão querer uma vingança particular contra Nivek. Vamos garantir que quem perder não interfira nas outras lutas. –

– Você esqueceu Ganicus. - O Gaulês provocou o companheiro organizador que olhou para ele irritado.

Ganicus havia ficado desacordado por pelo menos três horas. O nariz quebrado foi o menor dos ferimentos, já que o orgulho de guerreiro havia sido ferido. Perder era normal, mas ele não admitia ter perdido para quem ele perdeu.

– Com ele seriam cinco querendo a cabeça de Nivek. – Comentou Spartacus. – Sem contar que existe um boato de que ele e Murilo tiveram um desentendimento que resultou em toda a história de Dex e na descoberta das trapaças de Murilo. –

– O cara provocou a ira de metade dos participantes da Taça. - Gaulês sorriu. - Gosto dele. Pena que é um franguinho sem os pokemons. Gostaria de trocar alguns socos com ele. -

– Em um futuro próximo, ele pode ter mais músculos e habilidades. - Disse Spartacus. - Vamos começar! -

Os quatro começaram a sair do aposento onde estavam, mas, Ganicus interrompeu Claudius por alguns instantes. Esperaram que os outros dois saíssem e um ficou de frente para o outro. Claudius sabia que o organizador derrotado por Nivek queria falar algo sobre aquela luta desde o momento que despertou. Mas, devido a toda a correria dos últimos eventos e da Taça eles mal puderam se falar em particular.

– Já imaginava que iria forçar uma conversa antes da Taça. - Comentou Claudius. - Falei para deixar Nivek comigo e não envolver Dex nisso. Nosso campeão nos mataria para ter sua presa. -

Ganicus escutava irritado, cerrava os punhos esperando que o outro terminasse toda aquela baboseira. Ele não queria falar sobre sua derrota ou seu nariz quebrado.

– Mas, vamos ver o que as chaves nos reservam para que você tenha sua... -

– Nivek é Kevin Maerd Júnior! - Disse Ganicus chegando ao fim de sua paciência.

Claudius Maux arregalou os olhos. Ele não ficava impressionado com muita coisa, mas aquela informação parecia ser algo idiota o suficiente para ser verdade. Por que um treinador do calibre de Kevin estaria nas sombras?

O problema era que Claudius entendia que aquilo era verdade. Ninguém sabia onde Kevin estava. Lucas e Kevin eram amigos desde a Copa Kanto e certamente um ajudaria ao outro se fosse necessário. O estilo de usar o campo e a forma como ele evoluiu alguns pokemons no meio da batalha eram idênticos aos apresentados durante a Liga de Prata.

– Pretendo mata-lo. - Disse Ganicus saindo do local e deixando Claudius ainda pensando no que lhe foi dito. - Mato quem tentar me impedir. -

Pokemon Estilo de Treinador
3ª Temporada - Combate nas Sombras
Capítulo 28
Taça

Música alta instigando toda uma sensualidade por parte de quem escutava. Era difícil no ritmo de uma batida como aquela não querer dançar. O corpo respondia sozinhas as vibrações do local. Eram garotas e rapazes em movimentos que às vezes chegavam a ser involuntários. Quem resistia via uma cena que os fazia desejar fazer parte.

A pouca luz do local criava um efeito de penumbra que seria tenebroso. Mas a luz alaranjada das chamas da um colorido todo diferente a pele daquelas que dançavam. As sombras que eram projetadas já faziam um efeito sensual para quem dançava, mas para os parados, o trepidar das chamas cuidava para que ao menos as suas sombras entrassem na batida.

– Estamos destoando. - Comentou. - Comentou um cliente de Elisa.

O grupo havia adotado um visual mais social, apesar de estarem bem desleixados com golas abertas, cabelos sociais um pouco manchados com algumas cores. Chamavam a atenção, dando a ideia de que vieram de algum local formal. Diferente das roupas de aventura que usavam anteriormente.

Elisa certamente era a mais chamativa. Usava uma calça vermelha colada ao corpo com uma blusa branda no estilo tomara que caia um pouco solta na cintura. Ela chamava bastante atenção, mas parecia não se incomodar com isso. Mantinha Lucas próximo, ele ainda não estava totalmente recuperado, mas acreditava que a ideia de que ele sobrevivera ao sequestro de Dex, presenciado por todos, assustava a qualquer um que pensasse em chegar perto.

Eles já haviam rodado por todo o local, conversando com alguns, esnobando outros, analisando saídas e encrencas possíveis. Eles estavam fazendo o que o plano mandava, esfregando o novo visual no rosto de todos para que ninguém duvidasse que eles fossem eles. Para que ninguém daqui a dois dias pensasse que eles tinham um visual antigo ou o visual diferente daquele.

Tratava-se de uma vila medieval. Cerca por muros de quase dez metros de altura, com grossas pedras. Apesar de parecer um castelo, parecia mais um forte, pois tirando o que pareciam ser celeiros, onde comida e equipamentos estavam depositados, os únicos locais que pareciam com aposentos eram as quatro torres. Uma utilizada pelos organizadores e seus convidados, outra utilizada para guardar o dinheiro da premiação, e duas que ficavam para ser o que chamavam de sala de recuperação, para os competidores que precisassem e pudessem pagar.

O grupo parou junto à banca de apostas. Havia pelo menos seis guardas em torno dos três responsáveis pelas apostas. Mas, até aquele momento a banca servia apenas para cobrar o que era devido da temporada.

– Essa é minha garota! - Disse o rapaz da banca ao reconhecer Elisa. - Pensei que havia abandonado essa vida. -

Elisa apenas deu uma risada. Fez sinal para Lucas que encarou o rapaz e estendeu-lhe um saco de dinheiro.

– Parece que arrumou alguém para explorar. - Riu rapaz da banca olhando para Lucas. - Eu jurava que você iria virar cachorrinho do Dex. -

Esse cara está com focinho de porco? Lucas nada disse. Sacudiu a cabeça duas vezes, certo de que aquilo era coisa de sua cabeça. Percebeu o olhar do Nivek para ele e respondeu com uma careta.

– Por quê? Passou uma temporada como cachorrinho dele? -

A resposta de Lucas fez o homem irritar-se, mas levou um cascudo do segurança. Ele não devia bater papo com os apostadores. Além de segurar a fila, dava a ideia de que estava dando dicas, ou algo parecido. Os seguranças protegiam o dinheiro, mas se alguém da bancada de apostas fizesse algo errado, eles seriam os primeiros a baterem.

– A divida de todos está paga. - Disse Elisa a Nivek. - Só falta a sua. -

Nivek olhou para ela e depois olhou para frente. Ela seguiu o olhar dele até o que tanto prendia sua atenção. Toda cercada com uma grade que fechava acima de todos, como uma gaiola. A Arena era uma gaiola de metal da qual duvida que alguém pudesse fugir. Ela era grande certamente caberia vários pokemons gigantes dentro dela. Parecia que os Organizadores não estavam interessados que ninguém interferisse nas batalhas.

– Acha que é para impedir que haja interferência externa na luta? - Elisa perguntou.

– Está mais para impedir que os internos saiam. - Suspirou Nivek que levou a mão ao bolso.

– Quer dizer, vida ou morte? - Elisa parou perplexa desfazendo o sorriso. - Talvez... - Ela tentou retomar a postura com o sorriso, mas era difícil diante da possibilidade. - Talvez seja por sua causa. Você quase matou um organizador. Acho que ele quer ir até o fim com você. -

Nivek respirou fundo. Ele não estava disposto a matar para sair dali. Estava com um gorro negro na cabeça, para esconder os fios de cabelos loiros que haviam começado a crescer. Pensou em raspar, mas o tempo não estava sua disposição.

– Diga que isso tudo é só para me ganhar de novo. -

A voz veio por trás da dupla. Foi instintivo, Nivek fechou os punhos e seu olhar frio ficou ainda mais intenso, mas não deixou de perceber que a sorridente moça ao seu lado procurou rapidamente seu braço esquerdo, encolhendo-se.

Eles se viraram. Nivek percebeu que a menina fora para trás dele.

– Não precisa ter medo minha querida. Você ganhou de forma limpa. - Com feições fortes, com uma altura mediana, roupa de gladiador e completamente careca. - Mas, vejo que você tem uma preferência por gente perigosa. -

Gaulês era realmente uma pessoa que dava medo. Ele sorria como se estivesse deliciando-se apenas com a visão de Elisa. Nivek duvidava que na verdade. Ele não conhecia a história da menina, mas já percebia que fosse qual fosse, parte do tormento que Elisa viveu nas Sombras, foi culpa do Gladiador a sua frente.

Gaulês encarou Nivek e pareceu estranhar algo. Mas, Algo tirou completamente sua atenção. Lucas apareceu na frente dos dois encarando-o.

– Morto vivo! - Gritou Gaulês. - Eu estava preocupado que não conseguisse voltar para que pudesse te surrar de novo. - Sabe que cada vez que eu te bato, ou vejo você apanhar, fico muito e... - Gaulês parou vendo Spartacus já no meio da arena gaiola.

Olhou novamente o trio e viu que Lucas agora estava com Elisa enquanto Nivek parecia ter desaparecido.

– Infelizmente, para ele, dentro da gaiola ele não poderá fugir. - Sorriu o Gaulês indo para arena, juntar-se aos outros organizadores que começavam a entrar. - No caso de vocês, já deram tudo o que podiam dar para me satisfazer. - Ele sorriu de forma maliciosa. - Mas, se o Lucas quiser, pode lutar para pegar os meus restos. Ele parece gostar. -

Elisa abaixou a cabeça tentando se afastar, mas Lucas pareceu ficar furioso com o dito. Não fosse os demais clientes de Elisa aparecer puxando-os para posicionarem-se no local combinado, Lucas teria atacado Gaulês que já estava de costas, caminhando para arena.

A música diminuiu e todos passaram a olhar para a arena. Todos sabiam que a cada ano havia uma novidade na forma de disputarem a Taça. O ano passado eles lutaram na primeira fase com vendas. No retrasado a primeira fase havia colocado para lutarem com três pokemons ao mesmo tempo. Aquela jaula dava algumas ideias, mas sabiam que de fato a jaula em si não viria a ser a novidade do ano.

Mais de 500 pessoas se aproximaram. De inicio Nivek assustou-se com a quantidade de pessoas. Para ele se chegasse a duzentas pessoas seria um absurdo, mas logo na chegada Elisa explicara que ele passou a participar já nos eventos finais, onde alguns já haviam desistido, ou havia se ferido muito para continuar. Além disso, nas duas últimas edições do evento ele não havia participado e com isso não via o número real de pessoas presentes.

–Saudações, caros colegas de punhos! - Disse Spartacus. - É chegada a hora da tão desejada glória das arenas. Essa jaula será o palco dos melhores lances de luta que já presenciaram. Mas, fiquem atentos, pois elas não protegem a plateia. -

Algumas gargalhadas. Realmente Spartacus tinha todo o respeito e o carisma que era esperado de um líder. Muitos se perguntavam porque ele gostava daquele mundo, mas talvez apenas Claudius soubesse da verdade sobre aquele gladiador.

– Para as classificatórias faremos 4 chaves e os quatro melhores irão duelar nas semifinais. - Informava o Gaulês.

– As regras serão as mesmas, desmaiado, morto ou desistir. - Informou Ganicus. - Não haverá misericórdia. -

Um brado começava a ecoar da plateia. “E nem queremos!” era o que podia ser escutado. Ninguém esperava que um dos doze pedisse por misericórdia durante a luta e isso era claro. Talvez por isso poucos fossem apostar em Nivek, já que seu histórico de desistências era claro, mesmo com a fama final de vencer Ganicus, ele ainda era marcado pela desistência.

– Mas, como todas as eliminatórias, temos regras especiais. - Claudius fez um sinal e uma tabela holográfica surgiu.

Chave 1: Spartacus Versus Sebastian Green Versus Muller

Chave 2: Gaulês Versus John Tech Versus Murilo

Chave 3: Ganicus Versus Dex Versus Ronald

Chave 4: Claudius Versus Peter Smith Versus Nivek

A maioria gritava urrando pelo que via. Estavam enlouquecidos e já faziam filas para as postas. Nem todos, por outro lado, estavam compreendendo o que era aquilo. Demorou três minutos Para Spartacus voltar a falar.

– Para os que não entenderam ainda, será uma batalha onde os três da chave entram na jaula e a luta terminará quando apenas um estiver de pé. -

Nivek sentiu um frio na espinha ao escutar aquilo. Ele não havia entendido a chave, diferente da maioria. Acreditava que primeiro iria lutar com um e depois contra o outro, o que significava um desgaste muito grande para a segunda luta. Mas, após a fala de Spartacus ele sentiu-se um pouco aliviado. Se Tivesse caído com Ganicus e um dos outros que queriam revanche como Muller, Dex, Sebastian ou John, talvez ele tivesse que lutar contra dois assassinos ao mesmo tempo e certamente os dois poderiam querer unir forças, por mais que o orgulho doesse.

O problema todo era que Nivek desconhecia, completamente que Peter Smith e Claudius eram da Estilo de Poder e que Claudius agora sabia que Nivek era Kevin. Nivek entraria na arena sem saber que estaria enfrentando dois membros da Estilo de Poder que saberiam sua identidade.

Aproximadamente 500 pessoas levavam para apostar gerava uma espera grande, no entanto, após as chaves eles tinham apenas 30 minutos para fazer suas apostas iniciais. Era simples o mecanismo e daria inveja aos melhores criadores de processos. Cada qual recebera um formulário na entrada onde havia pelo menos 50 opções de apostas comuns. Ele preenchia com seu nome, no que queria apostar e o valor. Colocava o dinheiro no envelope junto ao formulário e entregava em uma área onde um computador processava o formulário. Se preenchesse errado o problema era da pessoa. Assim Em uma tela ia aparecendo cada aposta. Tudo era bem automatizado. Caso houvesse desejo de apostas bem especificas, seguia para a mesa de apostas.

Elisa e seus clientes tinham muitas apostas padrões, 40 para ser exato. Mas, possuíam 3 apostas especificas que eram no mínimo duvidosas. O Gaulês morreria. As partes robóticas dos pokemons de John Tech entrariam em curto. Spartacus ficaria assistindo Sebastian e Muller lutando por mais de dois minutos.

– Sério? - O rapaz da banca de apostas olhou para aquelas apostas de Elisa. - Apostar no Spartacus eu entendo. Apostar contra John Tech é algo que poucos fazem, mas é uma chance de ouro se acontecer, mas... - rapaz parou. - Morte do Gaulês? -

– Posso sonhar, né? - Ela riu de forma divertida.

O apostador suspirou. Não era uma aposta que parece ser problemática ou armada. Mesmo que fosse, para Gaulês morrer na arena, a armação teria que ser muito melhor do que qualquer coisa que Elisa já conseguiu construir até hoje.

– Boa sorte! -

Meia hora se passou e as apostas estavam feitas. Quem queria apostar chegou com suas apostas prontas. As chaves davam apenas uma possibilidade maior de um ganho fácil. O sinal foi dado e os competidores entram na jaula.

– Elisa, podemos conversar? - Questionou um dos clientes chamando-a discretamente para um local afastado dos outros.

Elisa olhou a preocupação do cliente. Ela olhou para o lado para certificar-se que Lucas estava próximo. Ela sabia que o jovem estava com alguns problemas para distinguir a realidade da fantasia, mas não havia dito a ninguém. Percebeu que ele não estava ali.

– Desculpa, vou precisar que fale depois. Preciso procurar o Lucas. - Disse Elisa.

– É sobre ele que preciso falar. - Disse o cliente apressado ganhando a atenção dela.

Ele olhou em volta, garantindo que ninguém prestava atenção neles. Mas, a luta havia iniciado e todos riam da situação em que Spartacus estava no topo da Gaiola, assistindo a batalha de Sebastian e Muller.

– Ele está vendo coisas que não existe. - Disse o rapaz. - Eu tentei impedi-lo de afastar-se, mas ele foi em direção a uma das torres, dizendo que agora iria acabar com a história de Cintia. -

A moça pareceu aturdida por alguns instantes. Aquele nome deixou-a perturbada por alguns instantes. Aquele nome depois de tanto tempo. Mas, todos ligados a Liga da Sombra estavam ali, aquela garota estaria ali também.

– Eu tenho certeza que ele estava vendo coisas. - Disse o cliente. - Ele seguiu caminho repetindo o nome dela, mas não havia ninguém naquela direção. -

– Cuide do pessoal e pegue o dinheiro a cada aposta vencida. - Disse Elisa. - Não venham atrás de mim. -

O cliente ficou olhando Elisa seguir na mesma direção. Certamente Elisa não era ingênua, levaria alguém junto para ajuda-la com Lucas. Ela acreditava que Lucas viu a tal Cintia e também estava interessada na menina.

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Escadas de pedra em caracol beirando a parede de um lado e o nada do outro. A alta torre logo em que entrava tinha um amplo salão, por assim dizer, e se fosse olhado para cima, poderia se ter ideia da altura e a entrada da sala da torre.

Subir parecia a tarefa cansativa e perigosa, apesar da escada ser larga e com degraus firmes, para qualquer um que arriscasse uma olhada para baixo, chegaria a desequilibrar-se. Não demorava mais do que cinco minutos para alcançar o topo e estar de frente para a porta.

Lucas encontrou a porta aberta e entrou com cuidado, examinando o que havia dentro e ao lado da porta. Ele via apenas uma sala com almofadas e poltronas. Havia uma mesa onde havia algumas frutas e pães. Alguns copos vazios e uma jarra de metal também estavam na mesa e chamavam de certa forma a atenção de qualquer pessoa que terminasse de subir aquelas escadas. Sede era algo difícil de deixar de lado.

– Talvez queira beber um pouco. -

A voz sacudiu a mente de Lucas que andou para trás, até encostar-se à porta.

Cabelos pretos, pele clara. Uma blusa de manga comprida com um pequeno decote na frente deixando uma visão parcial do volume dos seios. Uma calça preta justa que parecia jeans e uma sandália que deixava os pés a mostra. Se apenas a voz já havia lhe causado palpitações e um aperto no coração, a visão da menina quase o fez desmaiar.

Lucas ficou olhando a menina que o olhou por alguns instantes e logo voltou sua atenção para a janela na qual estava debruçada. Uma gritaria começava do lado de fora. Spartacus começava a ser atacado e finalmente ele liberava um pokemon para duelar contra os de Muller e Sebastian.

– Pode ficar a vontade. Nenhum deles subirá antes que terminem as lutas eliminatórias. - Ela aprecia despreocupada e falou sem olhar para eles. - Mas, caso subam, não se preocupe. Eles estão curiosos para saber como sobreviveu a Dex. -

Lucas continuou parado a porta tentando se acalmar. Sacudia a cabeça algumas vezes para ter certeza de que a menina realmente estava ali. Identificou-a enquanto olhava as torres, mas foi por meros segundos quando ela debruçou-se um pouco mais, na certa para ver o que havia na entrada da torre onde estava. Tentou questionar aos companheiros se alguém havia visto-a, mas além deles não a conhecerem, ninguém havia reparado em uma menina de cabelos pretos na janela da torre.

Agora, frente a frente com ela, entendia que naquela posição em que estava, assistindo a luta na jaula, ninguém poderia nota-la. A dúvida era se ele realmente ela estava lá. Caminhou até a mesa e tentou pegar o copo, mas sua mão não conseguiu fechar em torno dela, no entanto, esbarrava com facilidade no frio metal do copo e da jarra.

– Pode pegar um pouco para mim? - Questionou a menina.

Lucas parou suspirando tentando acalmar-se. Não sabia se era alucinação ou não. Não se questionou sobre ser uma ilusão até estar de frente para ela. Agora começava a se questionar como saberia. Irritado, conseguiu fechar as mãos. Sentiu dor no mesmo momento, por boa parte da mão e do pulso.

– Você está bem Lucas? - A menina virou-se para ele, percebendo que ele não havia respondido ou mesmo parecia se movimentar.

– Eu pareço bem? - Ele gritou para ela, enfurecido e deixando transparecer a confusão que estava sentindo. - Nem sei se você é real. Não consigo nem pegar um copo de água sozinho. Como pode achar que estou bem? -

A menina piscou algumas vezes. Pareceu realmente assustada com os gritos do menino, tanto que Lucas parou por alguns instantes.

– Eu acho que deveria me sentir ofendida por achar que não sou real. - Ela suspirou. - Mas o que ai dentro é vinho. -

Lucas olhou de volta para a jarra e inclinou-se para sentir o cheiro. Realmente o cheiro de álcool e uva era forte. Ele deu um pequeno sorriso, aquela era uma prova de que não estava tendo uma ilusão.

– Você sempre foi uma pessoa estranha. Fiquei com você por ser uma pessoa dedicada ao que fazia pé no chão e não louco como Kevin ou aqueles amigos dele querendo fazer coisas que estavam fora do alcance. - Ela pareceu parar pensando. - Se bem que o Kevin realmente pode vencer os Gladiadores. - Ela pareceu sentir-se infeliz com o próprio comentário. – Mas é muito idiota em vir para a Liga das Sombras. –

– Eu vim por sua causa! - Lucas gritou.

– Eu sei! Por isso te acho idiota. - Disse ela encarando-o. - Você não pode me defender na primeira vez, o que fazia você achar que poderia me defender numa segunda chance? -

Ele parou seus punhos fechados não abriram. Ele forçava, mas os músculos pareciam não responder. Já estava aflito com aquele tipo de situação, mas escutar Cintia dizer que ele não tinha como defendê-la acabou com ele. Ele tentou, fez o seu melhor. Levou um soco que o nocauteou. O que mais ela queria que ele fizesse? Ela realmente esperava que um menino de 16 anos vencesse um homem com mais de 20?

– Você me usou? - Questionou ele. - Me seduziu para segui-la até aqui? -

Tirando o susto da agressividade do jovem, ela não mostrava muito mais do que um descaso. Mas, naquele momento ela segurou uma pequena risada. Respirou fundo parecendo procurar as palavras certas.

– De onde tirou essa ideia? - Questionou a menina. - Alguém disse que fiz isso com você ou com outra pessoa? -

– Bem... -

– Eu fiz uma pergunta. - Cintia não deixou o garoto encontrar-se naquela pergunta.

Ela não estava séria, ou mesmo parecia aborrecida. Parecia apenas curiosa, mas a risada que veio no começo daquele assunto fez Lucas preocupar-se. Rir de uma pergunta daquela parecia algo ofensivo, mas para o coração apaixonado do jovem, as coisas pareciam bem distorcidas. Tão distorcidas que ele não conseguia responder a pergunta da menina.

– Ela atrai as pessoas. -

Uma voz veio da porta. Os dois olharam assustados na direção da voz. Elisa estava parada em pé, ofegando um pouco devido ao esforço para subir.

– Elisa? - Cintia reconheceu a moça e não conseguiu esconder a surpresa e o arrepio que sentiu ao vê-la.

Lucas olhou para Cintia e percebeu sua expressão. Aquilo bastava para entender que realmente ele havia sido usado e enganado. Chegou a apoiar-se na mesa, pois sua mente reviveu todos os momentos em que esteve com ela, tudo uma farsa orquestrada para manipulá-lo a entrar para Liga das Sombras. O ar faltou em seus pulmões ele chegou a cair, sentado, tentando assimilar tudo aquilo.

– Lucas, eu não te atrai até aqui. - Disse Cintia com calma.

Elisa já parecia recomposta e caminhava na direção da menina. Sem sorrir ela parecia satisfeita em estar onde estava.

– Como pode dizer que não atrai as pessoas depois de ter me mandado para cá para ser o brinquedinho sexual do Gaulês no seu lugar. -


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Notas finais do capítulo

Vai começar a pancadaria! HAUHAUHAUAHAUHA



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