PET - 3ª Temporada - Combate nas Sombras escrita por Kevin


Capítulo 15
Capítulo 15 - Fúria do Deserto


Notas iniciais do capítulo

Domingo tive problemas médicos e não pude realizar a postagem.

Esse capitulo será um dos mais pesados já postados (provavelmente nenhum outro pincelara algum tema desse nível) então... mãos a obra!!!!



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– Mais rápido. -

A voz parecia angustiada. O tom de urgência um pouco trêmula de homem deixava o motorista ainda mais nervoso.

– Faltam apenas 5 minutos para o sol nascer, estamos na metade do caminho, esqueça. - Comentou a mulher aborrecida. - Poupe sua energia para aguentar os gritos da Estrela dos Palcos. -

O motorista suspirou diante a possibilidade. Ele se concentrava em olhar pelo para-brisa trincado. A estrada escura por qual passavam já começava a clarear em meio ao alvorecer. Talvez os cinco minutos estimados não fossem respeitados pelo sol que já mandava seus primeiros raios revelando um imenso deserto.

“Depois de um show a Estrela dos Palcos dorme pelo menos dez horas.“ O trio que estava na parte da frente do trailer olhou-se. Realmente era cedo demais para Marjori estar acordando.

– Quem é que vai lá falar sobre o viajante? -

O motorista questionou segurando o volante com mais força. Não seria ele a se atrever a encarar a menina naquele momento. Certamente seria culpado pelo atraso na viagem, teria sorte se o para-brisa trincado não fosse colocado também como culpa sua. Ele não iria ser o responsável por avisar que havia um carona no seu trailer de turnê.

A equipe de viagem de Marjori havia resgatado um viajante na estrada durante a madrugada. Ele aparentemente estava a lutar contra a Estilo de Poder e foi derrotado sendo lançado pelos ares. Sorte dele, ou azar da equipe, ele chocou-se contra o para brisa do automóvel. Não conseguindo ignorar o viajante e seu pokemon caído o equipe colocou o ferido para dentro e fugiu do local.

Tentaram cuidar dos seus ferimentos, mas era incrível que tirando a vermelhidão em suas costas, parte do corpo que se chocou com o trailer, não havia muito a ajuda-lo. Despiram-no devido à sujeira e colocam-no em um dos pequenos quartos.

– Melhor ir logo. Coloquei-o no seu quarto, a frente do dela, na noite passada. - Disse o outro homem. - Ela certamente vai direto nele reclamar. -

A mulher ficou olhando assustada e apenas virou a cabeça para o corredor.

“O que faz na minha cama? “

O berro de Marjori assustou a todos. Olharam para o homem que havia colocado o viajante seminu no quarto da assistente de Marjori.

– Eu tenho certeza que não errei o quarto. Não havia ninguém na hora que entrei. - Disse ele desesperado.

– Passou pela sua cabeça que ela poderia levantar para ir ao banheiro? - Questionou a mulher dando um passo na direção do corredor esperando pelo pior.

“Marjori Star não permite molestadores próximos a ela.”

– Ele já está morto. - A mulher parou voltando junto dos dois homens pensando em como se defenderia.

– Volte aqui! - O grito tomou conta do corredor enquanto o motorista freava assustado.

Pelo corredor apareceu um branco e careca. Trajando apenas uma cueca Box azul ele chegou ao grupo olhando assustado e sem saber o que dizer ou fazer. Viu a porta e a forçou, na tentativa de conseguir fugir. No entanto, uma menina de cabelos rosas e uma camisola rosa transparente aparecia com ar de furiosa, correndo com uma barra de ferro na mão. Ela não deu atenção ao trio, saindo do veículo e mantendo a perseguição.

– Deveríamos ajudá-lo? - Questionou o homem ao lado do motorista. - Digo... Ela conseguiu arrumar uma barra de ferro do nada, imagina o que mais ela será capaz de fazer se o alcançá-lo. -

– Temos problemas maiores. - Disse a mulher.

O homem ao lado do motorista não entendeu o que foi dito, mas viu o motorista começar a movimentar o ônibus, acelerando com força. O Sol acabava de nascer e vinha trazendo consigo uma tempestade de areia.

– Vou passar ao lado deles e vocês os puxam para dentro! - Gritou o motorista, mas já não era possível ver os dois jovens, a nuvem de areia já havia encoberto-os.

Pokemon Estilo de Treinador
3ª Temporada - Combate nas Sombras
Capítulo 15
Fúria do Deserto

Quantas vezes você pode acordar, no mesmo dia, sem saber onde está? Em menos de uma hora já acordei sem saber onde estou por duas vezes. Pelo menos, acho que foi em menos de uma hora, ou minha pele estaria completamente destruída, sem contar na minha vida.

Kevin estava sentado em meio a areia. Sentia a cabeça zonza e sabia que beirou um verdadeiro desmaio. Sua cueca estava cheia de areia, bem como o seu corpo. Ele lembrava-se de que corria de Marjori que apareceu dormindo ao seu lado. Ela não demorou para querer matá-lo. Mas, enquanto fugiam foram acertados por uma tempestade de areia que ao que parecia o levou para algum lugar no meio do deserto. Ele começava a entender que já estava no deserto antes, mas que ao menos estava próximo ao asfalto.

Tenho talvez uma hora ou duas antes que o sol se torne insuportável para as minhas condições, completamente sem equipamento e sem roupas. Se eu estiver sonhando, delirando ou preso em uma ilusão, espero que isso acabe logo. Kevin começou a testar as partes do seu corpo. Sentiu que as costas doíam bastante, mas não tinha ideia do motivo real, achava que fora algo na tempestade, mas ficava apenas em uma vaga hipótese.

– Kevin! - Um berro colérico veio de trás, do jovem que teve apenas poucos instantes para se virar antes de ser derrubado.

Com os cabelos cheios de areia a camisola rasgada, ocultando bem menos do que no inicio, Marjori tentava socar o jovem de forma severa, mas o mesmo conseguia defender-se evitando os golpes desengonçados.

– Olha em que situação nos colocou. - Berrou ela. - Se o ambiente não nos matar um Fúria do Deserto mata. -

– Fúria do que? - Kevin tentava se defender. - Do que está falan... -

Um grunhido alto, vindo dos céus. Marjori estacou no mesmo instantes, levantando-se e deixando a agressão de lado por alguns instantes. Olhou em volta. Ao longe a tempestade ainda terminava, mas naquela direção nada via. No entanto, do lado oposto, algo reluzindo o sol vinha na direção deles.

– Deixa eu adivinhar... - Kevin levantava-se apressado começando a correr na direção oposta ao do brilho sendo seguido por Marjori. - … Um pokemon selvagem completamente louco que habita o deserto? -

– Cale a boca! - Berrou ela correndo desesperada.

Seus corpos doíam e davam sinal de que eles não iriam mais rápido e nem mais longe do que poucos metros. O grunhido aumentava indicando que a criatura se aproximava. O alvo deles era a tempestade, dentro dela com sorte a criatura não poderia fazer muito para encontrá-los.

Kevin olhou para trás, queria tentar reconhecer o pokemon. Viu uma tempestade se formando atrás deles. Aquilo era loucura, havia uma tempestade na frente e outra atrás deles. Não iriam sobreviver.

– Parou! - Gritou Marjori.

O jovem olhou para frente alarmado, imaginando que teria que parar de correr pois algo estaria a obstruir o caminho. Sua surpresa foi grande presenciando o fim da tempestade de areia a sua frente. Mais do que isso, a tempestade estava ocultando uma montanha de onde podiam ver uma pessoa acenando da entrada de uma gruta.

– Isso não parece bom! - Gritou Kevin que ainda não havia parado de correr, seguindo Marjori que estava um pouco mais a frente. - Claro que estou preferindo lutar contra aquele cara que a tempestade de areia e aquele bicho estranho. -

Marjori já não dizia nada. Apenas corria poupando o que restava de seu folego para tentar chegar à montanha. Poucas corridas seriam tão desgastantes e existir um maluco no meio do deserto querendo os matar sendo que poderia apenas sentar e velos ser destroçados por um pokemon ou pela tempestade.

Um tropeço, Marjori a pouco mais de 400 metros da montanha tropeçou, sem forças, fazendo o jovem careca cair ao tropeçar nela, devido a proximidade. De dentro da tempestade uma ave metálica surgiu em velocidade e voou na direção deles. Os dois tentaram se levantar, mas o adversário era rápido demais. Mas, sentiram seus corpos serem puxados para cima com extrema força e velocidade.

Os dois jovens só viram o mundo passar rápido por eles quando sentiram que o chão de areia mudou para um chão de rocha. Eles olharam para trás sem acreditar na força e velocidade qual o qual haviam sido puxados. Deram de cara com um senhor de cabelos pretos com alguns tons grisalhos e um bulbassauro que acaba de recolher os chicotes.

O movimento dos dois jovens foi quase síncrono, e qualquer um diria que havia sido ensaiado, se não tivessem feito-o com tanta cautela. Eles mantinham seus olhos vendo a tempestade chegar à boca do buraco enquanto a ave metálica rugia do lado de fora como se avisasse que não desistiria tão fácil. No entanto, apenas seus olhos estavam fixos no que seria a morte certa, pois suas mentes tentavam acreditar que um bulbassauro havia estendido seus chicotes por mais de 400 metros, erguido dois jovens que certamente possuíam mais de 100 quilogramas, juntos, em uma velocidade que superava a ave metálica que tentou mata-los. Ave essa que havia superado a velocidade de uma tempestade de areia.

A dupla se virou e apenas viu o homem retornar seu pokemon e logo depois ficar encarando-os com curiosidade.

Esse careca de cueca eu não sei quem é. Talvez menos sujo! Mas, essa menina seminua é Marjori Star. Saber como esses dois foram parar no meio do deserto só de roupas intima vai ser a segunda diversão do meu dia. O homem sorriu ao ver que os jovens lentamente se colocavam em posições defensivas.

Kevin havia espaçado as pernas, aumentando sua base tornando-se mais sólido no chão. Enquanto Marjori havia inclinando-se para trás, colocando a perna esquerda para trás também. O homem analisava aquela situação.

– Espero que não pensem em atacar quem acabou de salvá-los. - Disse o senhor dando as costas para ele e começando a caminhar para dentro da caverna. - Eu odiaria ter que chutá-los de volta para o sol escaldante do deserto. No meio da tempestade criada por aquele desgraçado do skarmory. -

Kevin e Marjori se olharam por alguns instantes. Realmente não havia perigo, ou ele poderia ter mantido os presos pelos chicotes de bulbassauro desde o inicio.

– Obrigada. - Diz Marjori. - Desculpe-me pelos modos, mas uma pessoa no meio do deserto dentro de uma caverna assusta um pouco. -

– Sério? - O homem riu. - Eu vi algo mais assustador essa manhã, dois jovens desnudos brigando no meio do deserto como um casal em crise é mais assustador. -

Kevin revirou os olhos, mas resolveu não dizer nada. O homem estava vestido com uma jaqueta de couro marrom que estava fechada até o pescoço, ainda usava uma calça cinza e calçados de caminhada por terrenos pedregosos. Ele realmente estava preparado para ficar ali por dias, apenas estranhava a calça cinza, atípica.

– Se me seguirem posso ofertar um pouco de água para vocês. - Ele jogou um cantil para a dupla que logo foi agarrado por Marjori. – Tiveram muita sorte, geralmente as pessoas caem diante ao Fúria do Deserto. -

Marjori olhou Kevin ainda curioso sobre a alcunha que a ave metálica recebia. Passou-lhe o cantil e olhou para o homem que ainda não havia dito seu nome. Percebeu ele olhando de rabo de olho para eles, ela rapidamente correu o olhar para seu corpo. Realmente, estava desnuda. Aquilo a incomodava um pouco, mas Kevin ficava entre ela e o homem tampando muito de sua visão, se aquilo era proposital ou não, ela não sabia.

– A mais ou menos 15 anos uma transportadora sofreu um acidente perdendo muitos pokemons de um centro de criação. Dentre os pokemons perdidos estavam alguns skarmorys filhotes. A maioria dos pokemons foi dizimada pelo calor ou pelos outros pokemons da área, antes que pudessem ser recuperados. Os skarmory tiveram uma situação diferente. - Comentou o homem. - Possuem uma pele mais dura, uma defesa natural contra a maioria dos predadores daqui. Percebendo que levavam uma vantagem natural, lutaram para sobreviver, em especial contra o calor. -

– Eles se adaptaram ao ambiente e se tornaram selvagens e ninguém conseguiu captura-los. – Disse Marjori. - O Bando passou a ser conhecido como Fúria do Deserto. Ataca tudo que se movimenta durante o dia, após o sol se por eles se refugiam em algum lugar não identificado. -

– Nos refugiamos aqui até recuperar as forças desde o último ataque. - O homem se virou para eles, andando de costas. - Com sorte nessa noite damos um jeito na situação. -

Eles chegaram a um lugar mais espaçado da caverna, local que parecia ser o fim daquele pequeno túnel. Kevin olhava interessado em saber porquê tudo ali era claro, percebia alguns orifícios por onde a luz do sol entrava, mas estranhava que a areia da tempestade não passasse por ali. Era para pelo menos os ventos passarem.

– Pelo que está dizendo, existe mais alguém com você, certo? - Questionou Marjori.

– Tenha certeza disso. - Uma voz surpreendeu-os.

A dupla virou-se e deparou-se com um homem careca, alto e musculoso. Ele deu um tapa em de costas de mão em Marjori que girou sendo jogada longe. Kevin arregalou os olhos com a força que o homem possuía e não se deu conta de que ele já o atacava. Um chute de planta do pé o empurrando para trás.

Kevin foi lançado alguns metros e logo foi agarrado pelo homem de casaco que havia salvo-os do Fúria do Deserto. Preso, com os braços do homem de casaco em torno de seu pescoço, prendendo-o e enforcando-o, Kevin escutou o grito de Marjori.

Ele a via tentando afastar o homem musculoso que já estava sobre ela rindo como se os gritos e tentativas inúteis de retirá-lo de cima fossem apenas cócegas sendo feitas.

– Salta ela! - Gritou Kevin tentando se saltar, mas o homem de casaco que o prendia pelo pescoço era muito mais forte. – Eu mandei soltá-la. -

– Fique quieto! - O homem do casaco apertou um pouco mais o pescoço de Kevin. - Se você se comportar, poderá ver o show da estrela dos palcos de camarote e antes de te matarmos, deixamos você participar também. -

– Sua última refeição seria muito descente. - Diz o musculoso que com um mão conseguia segurar os braços de Marjori, prendendo-a no chão e preparava-se para usar a outra.

– Eu mandei soltar! - Kevin gritou tentando jogar seu corpo para trás, mas o homem que o prendia ergue-o um pouco o fazendo ele não ter apoio para os pés começando a perder o pouco de ar que ainda restava.

– Boa tentativa. - Disse o musculoso que observava Kevin agora começando a ficar roxo. – Você é durão. - O homem musculoso sentiu algo em sua pele e viu que Marjori tentou morde-lo, ela realmente arrancou um pedaço de sua pele com os dentes, mas a parte do braço que foi ferida não era vital e ele parecia não se importar. - Cadela! -

Kevin estava quase desacordado. Ele ouvia os gritos de Marjori ainda lutando, mas a última frase ficava rodando em sua cabeça. “Boa tentativa!” Ele já ouviu alguém dizer aquilo antes para ele. Daquela mesma forma e chama-lo de durão da mesma forma.

Em sua jornada por Jotho, enquanto estava na mansão Pendraco. Um membro da Estilo de Poder invadiu e ia fazer algo com Juliana e enquanto Kevin lutava para impedi-lo o membro musculoso disse aquelas palavras. As mesmas palavras. Aquele era o mesmo cara.

– Em mandei soltar! - Kevin Gritou levando seu corpo para frente, já que estava pendurado e golpeando n6o retorno com força, usando os pés, o abdômen de quem o prendia.

O impacto não fora tão forte, mas todo o ambiente ganhou um tom de perigo e mortal. O homem sabia que aquilo vinha do garoto careca que estava em sua frente. Ele não ficaria perto daquele menino.

Kevin caiu, quando foi solto, e não quis saber como estava o seu adversário correu pegando uma pedra no grande no meio do caminho e se jogou com a pedra contra o musculoso tirando-o de cima de Marjori.

– Mandei Soltar! - Berrou ele ao se chocar contra o homem acertando têmpora dele com a pedra.

O homem caiu para o lado zonzo enquanto Kevin se levantava batendo com apedra diversas vezes na cabeça dele, com força. - Mande Soltar! Mandei soltar! –

O homem de casaco veio para ajudar o musculoso, mas caiu com uma rasteira de Marjori que parecia ter desmaiado depois de ter tido o homem retirado dela. Ela rapidamente se levantou girando por cima do homem de casaco e Prendeu a cabeça dele em suas pernas, puxando seu braço esquerdo.

– Vocês queriam meu corpo? Prova das minhas pernas! - Berrou a menina pressionando a perna até ouvir um estalo.

Marjori ao escutar o estalo e sentir que algo havia se movido depois da pressão arfou relaxando o corpo. Ela sabia que não havia mais vida para aquele idiota que havia os salvo do deserto. Mas, ainda havia algo acontecendo. Kevin ainda baia com a pedra no que um dia fora a cabeça do adversário.

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Era incrível como o sangue tingia as mãos de vermelho tão rapidamente. A expressão sujar as mãos certamente vinha disso. Kevin observava o sangue seco em suas mãos enquanto ficava sentado encolhido em um canto da parede. Evitava olhar os dois corpos que estavam ali, pois aquilo estava o perturbando.

Ele havia declarado que mataria os membros da Estilo de Poder e vingaria os amigos, mas entre falas e ações parecia haver muitos mundos a serem percorridos. Aquele que matou ele jamais imaginou que fosse conseguir, já que da vez passada quase morreu nas mãos dele.

– Foi a primeira pessoa que matou, não é? -

A voz fez o jovem Maerd olhar para o lado, Marjori estava sentada ao seu lado, usando a calça cinza e a jaqueta marrom que do homem que havia os salvo.

Assim que conseguiu fazer Kevin parar de esmagar o pouco que restava da cabeça do agressor viu-o sentar em um canto começando a se tocar do que havia feito. Deixou-o, pois também precisava se refazer, fora por muito pouco que o ataque a ela não fora concretizado. Examinou os corpos recolhendo as pokebolas negras e buscando algumas peças de roupa para se vestir.

Achou algumas coisas que a assustaram e esclareciam muito do que havia acontecido. Foi virar-se para falar com o Maerd, mas o olhar dele estava tão vazio e amargurado, que Marjori não teve coragem de alarmá-lo naquele momento. Sentou ao seu lado e ficou a esperar que as feições dele melhorassem, aproveitaria para também descansar.

– De forma direta, sim. -

A resposta do menino foi meio vaga. Kevin possuía um histórico de mortes bem extenso em sua vida que faria inveja a qualquer assassino, sua mãe que diziam ter morrido no seu nascimento, mas que ele descobrira que fora um demônio e tiveram que escolher entre salvar ela ou ele. Uma falsa morte do pai, a morte de Eevee seguindo seus comandos inconsequentes, Pryce na tentativa de salvá-lo e Doko, Marcos e Détrio na tentativa de resgatar seus pokemons. Ele se sentia responsável por todas essas mortes, mas aquela era a primeira vez que ele realmente havia usado suas próprias mãos para aquilo.

– O primeiro agente nunca esquece. –

A voz de Marjori saiu meio melancólica também. Era duro era se lembrar da primeira morte que teve em suas mãos. Para muitos a menina havia começado sua sessão de assassinatos em autodefesa com a Estilo de Poder enquanto estava visitando Wallace Campeão da Elite dos quatro de Hoeen. Mas, a verdade era que a situação da primeira morte que manchava suas mãos não fora muito diferente da que ocorreu naquela caverna.

Ela tinha 10 anos e falava animada de tirar sua credencial de coordenadora pokemon com outro grupo de músicos com quem dividiu o palco em um festival. Seu agente escutava aquilo com desdém de quem escuta uma criança pedindo um brinquedo novo, talvez porque aguentar uma menina mimada como Marjori fosse demais para qualquer pessoa, mas o mais provável fosse por estar um pouco bêbado. Os músicos riam da menina dizendo que ela só conseguiria ser coordenadora se fosse adulta e Marjori deus seus berros autoritários dizendo ser adulta. Os músicos, mais bêbados que o agente, ofenderam-se com a atitude da menina, que já gritava com eles a todo o tempo desde o inicio dos preparativos do festival. Decidiram ensiná-la sobre a humildade e o mundo adulto. O agente foi agarrado antes mesmo que percebesse que a menina havia passado dos limites e que agora os músicos o fariam.

Naquele dia a Estrela dos Palcos escapou de um destino certo devido a uma camareira que entrou e impediu que algo acontecesse a ela. Os gritos da camareira chamaram a atenção dos seguranças, já que agora aporta estava aberta, mas Marjori não esperou pela cavalaria. Em um momento de distração golpeou músico que a atacava com uma garrafa de bebida, direto no rosto e depois enfiou o pedaço que permaneceu em suas mãos diretas na garganta.

Os outros músicos perplexos tentaram fugir, mas os seguranças os detiveram. O agente assumiu a culpa dizendo que ele arrumou a briga com os músicos e havia matado o rapaz. A camareira foi contratada para a Equipe de Show de Marjori e ninguém, além três, nunca soube que fora ela a assassina, já que os outros músicos estavam chapados demais para lembrar-se do que realmente havia acontecido.

– Obrigada por me defender. -

Comentou Marjori fazendo Kevin a olhá-la.

– O que foi? -

A menina estava com um aspecto de cansada e fragilizada, apesar de toda a pose que ela possuía, Kevin reconhecia que ela havia passado por um momento completamente traumático pelo qual ela não pedia e nem merecia enquanto ele estava pedindo aos céus que lhe ajudassem a matar os membros da Estilo de Poder.

– Eu só... – Kevin parou alguns instantes. - Como sabe que sou o Kevin? -

– Sua voz. - Disse Marjori respirando fundo e passando a olhar para o nada. - Sua fisionomia. Seu corpo. Olhos. Não ache que simplesmente porque adoraria te esganar não reparo em você. Sou uma artista, trabalho com imagem, sons e outros. Você só mudou seu visual, mas você ainda é você. - Marjori parou por alguns instantes. - Apesar de seu olhar amargurado... Afinal o que estava fazendo na minha cama? -

A menina não gritou ou mesmo pareceu estressada com aquilo, os dois haviam passado por algo que talvez os ligassem para sempre, pelo menos pelas próximas horas ela não conseguiria esquecer que aquele menino a salvou.

– Eu não sei. - Disse ele. - De repente eu enfrentava o Draco das Neves, depois eu acordei naquela cama, ao seu lado. - Ele parou. - Eu achei até que tinha morrido. -

Kevin parou se lembrando da visão que teve através de Mewtwo. Era para ele estar morto naquele momento, no entanto, quem morreu foram aqueles dois patifes. Se não fosse Marjori a mata-lo teria sido o skarmory ou teria sido um dos dois agentes. Isso sem contar que era milagre não ter morrido na batalha contra Draco.

Alguns diriam que ele enganou a morte, dando a ela duas outras almas em troca da dele. Mas a verdade é que ele ainda não estava a salvo, ainda precisava enfrentar um deserto e um skarmory.

– Falando no Draco, espero que esteja recuperado, pois precisamos sair daqui. - Disse Marjori. - Esses dois eram da Estilo de Poder. -

– Eu sei. Reconheci o musculoso. - Disse Kevin.

– Então era uma vingancinha particular. - Falou Marjori maliciosa. - E eu achando que havia feito isso pela estrela aqui. - Ela riu da própria piada sem que Kevin esboça-se algo. - De qualquer forma, tinha anotações com eles. Estavam em missão, capturar os Fúrias do Deserto. Capturaram 7, falta apenas aquele que nos atacou. Pediram reforços devido a esse ficar usando essa tempestade de areia. -

– Quer dizer que daqui a poucas horas isso aqui vai estar infestado de amigos dos dois que matamos? - Questionou Kevin aturdido.

– Assim que o sol se por eles devem chegar. - Comentou Marjori que viu o garoto se levantar as pressas indo pegar a calça que sobrava e parecia apressado em sair dali. - Não sei para que tanta pressa em voltar para o deserto. - Marjori suspirou. - Esperar até 16 horas. O sol do meio dia acabaria conosco. Aproveitamos esse tempo para descansar e descobrir o lado para o qual devemos ir. -

– Ir? – Kevin já estava com a calça e dava um sorriso debochado. - Não estou me apressando para fugir. -

Marjori franziu o cenho por alguns instantes. Tinha certeza que o menino não era tão louco de querer enfrentar a Estilo de Poder desarmado e tão debilitado. Mas, o ar que rodava ao entorno dele havia mudado realmente.

– Não é tão burro para achar que vamos ficar aqui os esperando com armadilhas e tudo mais, né? - Questionou Marjori que recebeu uma negativa com a cabeça. - Kevin... Então está apressado para quê? -

– Capturar o último Fúria do Deserto. -

<><><><>

– Já passam das quatro da tarde e ainda não encontramos aqueles dois. - O motorista parecia desanimado. Estava exausto e já dava sinais de desidratação com o calor. - Vamos esperar o resgate. -

A equipe de viagens de Marjori passou o dia procurando-a pelo deserto, mas entre serem atacados impiedosamente pela ave metálica e aguentarem o sol escaldante, eles não conseguiam achar sua patroa e nem o viajante.

– Tudo por termos ajudado alguém em apuros. - Disse a mulher. - Se algo acontecer a Marjori a culpa será sua, idiota. - A mulher apontou para o homem que estava apoiado no ônibus tentando aproveitar a sombra.

– Minha? - Assustado o homem se defende. - Nem de sacanagem. Não tinha como eu saber que aquele era o quarto dela. Estava tudo escuro! -

– Então foi você! -

Um berro próximo a eles. O trio saltava assustado diante da visão de uma Marjori completamente suja e esgotada. Pouco atrás dela estava um rapaz careca ao lado de uma ave metálica com cara de poucos amigos.

– Furia do Deserto! - Gritou o motorista tentando correr, mas sendo segurado por Marjori.

– Calma! - Disse o menino careca. - Está comigo. –

– O que? - A mulher surtou. - Vocês foram ao deserto, desnudos, e capturaram uma fera de mãos nuas? - Ela caiu sentada. - Deve ser o calor! Até de roupa estão! - Ela se jogou para trás por alguns instantes, mas logo se levantou. - Era para você estar todo quebrado com o choque que teve em nosso para-brisa. Quem é você? –

O motorista e o homem encararam o careca. Eles até imaginaram que tudo foi uma armação para sequestrar a Estrela dos Palcos e que logo receberiam um pedido de resgate nada amistoso, até já pensavam em que aquilo teria sido muito melhor para o lado deles. Mas, lá estavam os dois, com roupas estranhas, um pokemon feroz ao lado e apesar de sujos estavam inteiros.

– Nivek! - Disse o careca.


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Notas finais do capítulo

E ai???



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