Katherine e Nico voltaram ao navio, e Leo ainda estava de boca aberta pelo que acontecera.

– Você... Pulou! E aí uma caveira de quatro patas voadora te pegou! Aí o Nico desapareceu... E... E...

Puro Osso pareceu ofendido com o comentário de Leo. Katherine correu até a cabine de Percy, com Nico logo atrás dela. Katherine bateu, e ninguém atendeu. Tentou entrar, mas dessa vez a porta estava trancada.

– Vá embora! – uma voz lá dentro disse.

– Percy! Precisamos de sua ajuda! Annabeth pode retornar!

– Já cansei de suas ideias inúteis! Vá embora!

– Mas Percy! É importante!

– JÁ DISSE PARA IR EMBORA!

O navio deu uma guinada para o lado. Katherine decidiu que seria necessário fazer isto sem Percy.

– Qual a maneira mais rápida de se falar com um deus? – perguntou Katherine a Nico.

– Bem... Depende... Se os deuses usarem as mensagens de Íris.

– O que é isso?

Nico explicou para Katherine o que era mensagem de Íris. E Katherine percebeu que não conhecia muita coisa do mundo dos semideuses. Apenas o que sua mãe havia lhe ensinado.

– Bem, então temos que tentar.

Nico pegou um dracma.

– A qual deus quer mandar uma mensagem de Íris?

Katherine e Nico correram de volta ao convés, e com a ajuda de Leo, fizeram um arco-íris. Katherine primeiro falou com Atena. Depois voltou a falar com Afrodite. As duas concordaram – Atena deixando bem claro que aquilo era por Annabeth – em ajudar no plano.

Logo, duas deusas estavam no convés.

Atena era uma mulher bonita vestida para batalha. Seus cabelos eram longos e castanhos. Atrás do elmo era possível ver dois olhos cinzentos cor tempestade. Katherine se perguntou se Annabeth tinha os mesmos olhos que Atena. Afinal, a garota nunca chegara a ver seus olhos.

As duas deusas se olharam, se estranhando. Katherine explicou em detalhes seu plano, e as deusas puseram-se a trabalhar.

Atena tirou seu elmo para tecer, e Katherine viu que Annabeth tinha os traços de Atena.

Logo, havia um novo fio vermelho nas mãos de Atena.

– Como eu imaginava. Com uma deusa tecedeira e uma deusa do amor, é possível refazer o fio vermelho.

– No fim, pudemos fazer uma parceria – disse Atena.

– Foi bom trabalhar com você – disse Afrodite.

– Ótimo. Agora precisamos falar com Percy. Temos que convencê-lo a sair da cabine.

– Não é necessário – uma voz falou às costas de Katherine – Eu aceito fazer parte do plano.

Katherine não parou de sorrir enquanto amarravam o fio em Percy.

– E Annabeth? Como amarraremos o fio nela?

– Eu ajudo – disse Nico – mas só se Katherine me ajudar – e Nico sorriu, por um milagre.

Katherine agora entendia o que Hades queria dizer com “não conseguirão sem minha ajuda”. Eles deduziram que, quem deveria devolver o fio ao dedo mindinho de Annabeth seria Percy, por ser seu outro lado do fio. Mas, não seria possível sem Nico, que podia falar com os mortos. E Katherine deveria ajudar, afinal, Nico pedira, e sem ela ninguém conseguiria entrar em transe. Isso mesmo, eles iriam para o mundo inferior em transe, como se fosse apenas uma viagem de suas mentes. Era a forma mais segura, contando que Hades odeia Percy, e Katherine demorou pagar sua dívida.

Katherine pegou a mão de Nico, que a olhou, com uma cara de “Que raio está fazendo, garota?”, e pediu para que Percy pegasse na mão de Nico e dela também. Fizeram uma pequena roda no centro do convés. Katherine e Nico combinaram seus poderes, e conseguiram chegar ao mundo inferior. Katherine pediu para que ninguém se soltasse. Ela olhou todos, e percebeu que pareciam fantasmas. Percy sufocou um grito.

– Chame o espírito de Annabeth agora – pediu Katherine a Nico.

Nico fechou os olhos e começou a recitar cânticos em grego antigo. Algo que falava sobre morte e sofrimento. Aos poucos, o espírito de Annabeth foi aparecendo à frente deles. Annabeth sorriu para Percy.

– Solte minha mão devagar – pediu Katherine a Percy – e amarre o fio no mindinho dela. Não se preocupe, serei sua segunda mão. Só não se solte de Nico, e não interrompa a corrente.

Percy soltou a mão de Katherine com cuidado, e começou a amarrar o fio, com Katherine ajudando. Nico continuava cantando.

Logo, Annabeth tinha um fio amarrado em seu dedo mindinho. Sua forma de fantasma brilhou e sumiu. Percy olhou Katherine com dúvida.

– Vamos voltar – disse Katherine – algo me diz que Annabeth já está esperando por nós. – explicou Katherine a Percy, pois sabia que ele era lerdo.

Voltaram ao navio, e lá estava Annabeth. Com seu cabelo loiro ainda mais radiante, e seus olhos cinzentos como as nuvens em um tempo de chuva.

Percy e Annabeth se olharam, e Percy correu até ela ao mesmo tempo. Os dois ficaram ali, em um beijo sem fim. O navio entrou em festa, comemorando a volta de Annabeth.