As Crônicas dos Semideuses: The Lost Mermaid escrita por Black Angel


Capítulo 8
Capitulo VIII -- Confusão


Notas iniciais do capítulo

Pois é, decidi manter meu estilo de 3 PoV's por caps, então, agora que surgiram mais, vamos revezar e deixar tudo bem organizado né? Bem, aos que acompanham a história, devo explicar o motivo da ausência. Uma pessoa bem importante para mim revelou ser alguém que eu não conhecia. Isso me deixou confusa, triste e bem frustada, para logo depois passar para raiva, nisso, eu não tive concentração para continuar a fic. Esse capítulo reflete bem o que eu estava sentindo, mas agora eu melhorei, eu acho.. Enfim, sem mais delongas, aproveitem o capítulo.
Se acharem algum erro, me falem.



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??? – ???

Jéssica PoV's

Dor de cabeça era o que essa missão estava me dando. Até agora, foi tudo o que recebi em troca do meu esforço... Espero que depois que tudo isso acabar, eu tenha paz e sossego. Estava caminhando por um corredor escuro e fétido, com goteiras e paredes de aparência úmida. Uma “mulher” me acompanhava, ela possuía uma aparência humana, cá entre nós, com corpo que traria inveja para muitas filhas de Afrodite, mas ela também carregava uma espécie de asas nas costas que pareciam se de morcego e chifres em cima da cabeça, além de marcas estranhas pelo corpo. Ela tinha um sorriso cínico estampado em seu rosto e caminhava um pouco mais a frente.

Olhei-a com curiosidade.

– O que é você? – ela se virou para mim e pude ver seus olhos vermelhos brilhando perversamente em contraste a escuridão que se instalava ali.

– Isso não tem relevância agora, tem garota? – suspirei e neguei com a cabeça.

Eu estava ficando cansada daquilo, me levavam de um lado pro outro a quase um dia e não me respondiam a mínima pergunta. “Propósito maior” eles disseram, aquilo não estava me agradando nem pouco. E olha que não foi nada educado chegar no meu quarto me ameaçando.

– Minha senhora diz que você precisa fazer uma coisa, não hesite e faça, se não já sabe o que acontecerá...

– É, eu sei, eu ouvi nas últimas trinta vezes que você falou isso. – a criatura me olhou com ódio e eu dei um sorriso insatisfeito – Vamos? Não vai me dizer o que eu tenho que fazer?

Ela se virou bufando e voltou a andar sem me responder. De repente, ela parou em frente a um portão de ferro e se olhou para mim sorrindo.

– Aqui estão suas respostas, ou melhor, nossas respostas. – ela apontou para o portão e eu olhei pela pequena abertura que tinha no topo dela. Tinha um garoto sentado largadamente no chão do que parecia ser uma espécie de cela. O cheiro de sangue invadiu minhas narinas e logo depois eu percebi que o garoto estava machucado. Machucado somente não, ele estava pior. – O torturamos, por horas a fio – ela sorriu como se visse diversão na frase – Mas ele se recusa a responder nossas perguntas. Moleque persistente! Eu gostaria de continuar a torturá-lo, mas não daria em nada e não temos tempo para perder. – ela falou mais alto e quem estava dentro da cela pareceu ouvir, pois levantou a cabeça para nos olhar... Encarei diretamente seu rosto e com pavor percebi de quem se tratava.

Me afastei da porta tão rápido quanto eu faria se tivesse levado um choque. A mulher continuou falando, mas eu não ouvia mais nada. Ela tocou meu ombro grosseiramente, me tirando do .

– Me escute enquanto eu falo! É importante. – olhei para ela com espanto. – Você vai entrar ali e fazê-lo responder nossas perguntas.

– Espera, o que? – estava atordoada – Mas como? O que você quer? Que eu chegue lá e o incentive a falar com vocês?

Ela alargou seu sorriso, seus olhos cintilaram na escuridão e eles se voltaram para a cela.

– Oh não, você vai pegar as respostas... Afinal, que herói desconfiaria da mocinha indefesa? – ela me olhou. – E eu espero que faça. Senão, as consequências serão caras. Vamos logo ao que interessa, você é uma prisioneira, minha prisioneira. De 6 em 6 horas, voltarei aqui pra uma “pequena” sessão de tortura sua – ela fez aspas com a mão de forma sarcástica –, e continuaremos voltando até que consiga minhas respostas. – eu fiz uma careta – É pra manter as aparências, sabe? – ela gargalhou – Considere como um incentivo.

Bufei contrariada, mas sem muitas opções, concordei.

Eu tinha muita coisa em jogo, não poderia arriscar botar tudo a perder, se ela queria isso, então isso eu faria.

Ela me sorriu com escárnio.

– Ah, e mais um detalhe. Você não vai entrar lá acordada.

Espera, o que ela disse?

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PoV's

?? – 8:25

Davi PoV's

Já fazia quase uma hora que Jean havia ido embora, eu começava a me preocupar. Safira ainda estava dentro da cabana, mas eu não queria entrar ali. O que eu ouvi me deixou confuso, não tanto quanto Jean explodindo de raiva, mas ainda assim, confuso. Eu não queria falar com ela ainda. Eles estavam convivendo em paz, com implicâncias, mas em paz, e ele simplesmente saiu porque ela estava em dúvida se permaneceria no acampamento ou não. Ele surtou com essa possibilidade e falou coisas terríveis para todos antes mesmo de que ela escolhesse. Afinal escolha era dela, não era?

– Você faz ideia da onde ele pode ter ido?

Thália se pôs sentada ao meu lado. Neguei com a cabeça e ela bufou.

– Você também está com essa palhaçada? Sério?

Suspirei e pendi a cabeça para trás.

– Eu não estou com nada. Eu só... Droga, gregos são confusos. – ela me olhou como se pedisse explicações – Nós somos organizados, temos regras, um sistema, rotina, nosso próprio lugar. Já vocês gregos são... Diferentes. Brigam por tudo e mais um pouco, são espalhados, confiam rápido demais e perdem ela da mesma forma. Tudo com vocês é intenso. Uma hora é isso, outra é aquilo. É difícil pegar o ritmo sabia?

Ela riu como se realmente achasse graça e eu fiquei perdido, o que havia de engraçado naquilo?

– Você se acostuma, eu garanto.

Sorri em resposta, mas me veio uma dúvida em mente.

– Você não odiava garotos?

Ela resmungou.

– Odiar... É muito forte. Não odeio muitas coisas, nem mesmo garotos. Só não tenho boas experiências com tais. Mas não se engane, não sou simpática assim com todos eles, principalmente com os filhos de Apolo, simplesmente não vale a pena tentar.

Continuei confuso.

– Então porque está agindo assim comigo? – ela sorriu

– O amigo da minha amiga é meu amigo, não?

Ri com isso.

– Acho que não é bem assim o ditado

Ela riu também.

– Tanto faz. – ela deu uma pausa – E então, vai vê-la quando?

Balancei a cabeça em negação.

– Planejava ir quando resolvesse meu dilema.

Ela se levantou e bateu nas roupas, tirando a terra dali.

– Então vai ficar sentado aí por um bom tempo. Não acha melhor progredir enquanto isso? Talvez ache sua resposta no caminho, romano.

Sorri e me levantei também, decido a entrar na cabana e prosseguir com a missão.

– Obrigado.

Ela assentiu e se retirou. Me dirigi ao lugar onde Safira estava e entrei com um simples “Dá licença”. A essa altura, acho que as normas de educação não faziam tanta diferença assim. Olhei para ela. Ajoelhada, arrumando o tecido da cama onde estava deitada antes. Ela me olhou meio assustada.

Olhei em seus olhos e naquele momento eu vi que eles estavam diferentes, um tanto tristes eu acho.

– Você ouviu o que aconteceu lá fora não?

Ela assentiu e abaixou a cabeça.

– Desculpa, eu não queria que isso acontecesse, eu juro.

– E eu acredito. – caminhei até ela e me abaixei a sua altura. Tirei seus cabelos de seus olhos e a encarei – Mas não desfaz o que aconteceu, certo? Vamos, precisamos continuar a missão. Não podemos parar só porque ele não quer vir conosco.

Ela assentiu.

– Vamos voltar para o submarino. Thália me disse que já estamos em mais da metade do caminho, se formos agora, chegaremos a tarde.

– Então vamos logo.

Levantei rapidamente e ela me acompanhou. Nos despedimos de Thália e da outras caçadoras e logo estávamos a caminho do submarino.

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Mundo Inferior – ???

Doug PoV's

Entramos na sala de meu pai, ele estava sentado em frente a uma mesa preta de marfim. Quando nos viu, ele levantou a cabeça e nos encarou com descaso.

– Acordados até tarde?

Assenti e me pus a sua frente.

– É por um bom motivo. – ele me olhou um pouco mais interessado – Jéssica sumiu. Foi pega por alguém a pouco tempo

– O que? – ele se sobressaltou um pouco, mas voltou a compostura logo depois – Vocês sabem onde ela está? – neguei – Sabem quem pegou ela? – ele bufou – Então como sabem que ela foi pega?

Ivana deu um passo a frente.

– Eu tive uma visão.

Meu pai sorriu.

– Que eu saiba, o dom da visão não pertence aos filhos de Zeus, ou será que eu me engano?

Vi ela apertar um pouco os punhos.

– Pai, isso é sério, ela sumiu. Na visão, Ivana viu alguém levando ela.

Ele fez pouco caso e Ivana apertou mais o punho e seus nós dos dedos ficaram brancos.

– Não é nada, não acredito que alguém seria insano o suficiente para invadir meu castelo. – tentei argumentar – Não discuta comigo, agora saiam, estou atarefado demais, os humanos estão se matando e sou eu quem cuida disso tudo.

Ele iria continuar falando, mas Ivana o interrompeu.

– Ora, não seja tão arrogante – ele a olhou surpreso – Eu não sou meu pai, eu não tenho rixa nem drama com o senhor. Eu não tenho motivos para isso. Na verdade, eu admiro e respeito o seu dever aqui,mas se não fizer alguma coisa para ajudar sua própria filha, eu não poderei perdoar.

Ele se irritou. Se levantou e andou até ela.

– Quem acha que é, Cria de Zeus? Acha que tem poder aqui? Não vai ser mimada como foi por seu pai. Você não tem “direitos” a nada aqui. E se ousar usar esse tom de voz novamente, não hesitarei em te botar de corpo e alma bem ao lado de sua mãe pelo resto da eternidade. – Me pus na frente dela naquele momento – E você. – ele olhou pra mim – Não ache que só porque está em uma missão você pode ultrapassar minha palavra. Os dois, pro quarto, já. Não quero que saiam até amanhã. Já me aborreci demais com todos vocês.

Ele praticamente nos expulsou de sua sala logo depois.

– O que deu nele? – Ivana me perguntou – Ele não parecia assim mais cedo.

– E realmente não é. Meu pai pode não ser um grande exemplo de carinho. Mas ele nunca falou assim comigo. Tem alguma coisa errada aqui. Quando falei com ele pela primeira vez, ele foi até... Receptivo.

Vieram guardas e eles começaram a nos levar – forçadamente, só para esclarecer – pararam primeiramente na porta do quarto da Jéssica e da Ivana.

– Olha, me desculpa, mas em certa parte ele tem razão. Precisamos descansar. Amanhã nós saímos e procuramos ela, tá bom?

Ela assentiu e tentou sorrir mostrando confiança. Não funcionou. Retribui o sorriso mesmo assim.

Me virei, pronto para ir pro meu quarto, quando senti sua mão agarrando a manga da minha blusa.

– Você pode ficar aqui? Não me sinto bem em estar sozinha, não depois do que aconteceu. Você pode ficar na cama da Jéssica, eu fico na que ela montou mesmo, mas... Fica.

Eu poderia ter dado mil e uma desculpas. Tínhamos guardas, eles poderiam ficar de sentinela a noite toda. Nos conhecemos hoje, não seria algo comum – não que eu desse a mínima para isso. Mas eu só a olhei e entrei com ela no quarto.

Deitamos, cada um em sua respectiva cama, é claro. Ficamos em silêncio por um bom tempo, apenas olhando para o teto. Ivana foi a primeira a dormir, mas eu estava preocupado demais para desligar. Finalmente, depois do que pareceram horas, eu me entreguei a um sono sem sonhos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Qualquer erro, podem falar.
Se gostou ou não, deixe seu comentário.
Kissus Kissus
Mata Ne



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