Aoni

De repente, após ver aquele gato, tive um sensação ruim. Ela foi subindo até eu sentir a minha cabeça doer. Doia de mais! A dor foi só aumentando até eu não conseguir aguentar, me colocar de joelhos e começar a gritar. Minha cabeça parecia que ia explodir. ISSO DÓI! DÓI MUITO! PARA! PARA!

Eu não conseguia resistir á dor, continuei gritando descontrolado, até que ouvi uma voz.

– Aoni?!

Era Sayo-chan. Sayo, me ajuda, me ajuda! Continuei gritando com a dor, até que ela me abraçou, tentando me acalmar.

– Calma, calma Aoni, o que foi? O que aconteceu?

Sentia a dor diminuir aos poucos, então meus gritos se reduziram para pequenos gemido.

– O que aconteceu?

– Eu não sei...

Senti ainda um pouco de dor até finalmente cessar. Eu estava tremendo e ainda continuava abraçado em Sayo-chan.

– O que houve, Aoni?

– Eu não sei. A minha cabeça começou a doer. Fique um pouquinho mais comigo, Sayo-chan!

A abracei bem forte e ficamos uns minutos em silêncio. Eu não sei de onde veio essa dor, num segundo vi aquele gato preto que por algum motivo estranho me chamou a atenção e em outro minha cabeça estava explodindo. Por que isso aconteceu? Por quê?

Soutei Sayo e fiquei sentado no carpete. Puxa... A deixei preocupada.

– Tem certeza que não sabe por que você tava assim?

– Tenho. Desculpa, Sayo-chan, eu fiz muito barulho. - estamos num prédio, com certeza alguém deve ter ouvido.

– Tudo bem - ela coçou atrás de uma das minhas orelhas (gosto tando quando ela faz isso) - não precisa se preocupar. Posso tentar inventar alguma desculpa se alguém perguntar.

– Tá. - dei um meio sorriso.

Ela também sorriu.

Sabe, ainda não contei isso para Sayo-chan, mas eu perdi minha memória a um tempo atrás. Não lembro quem eu sou, se eu sempre fui do jeito que sou (o gato esquisito de duas caudas que pode virar humano), se eu já tive algum dono ou vivi a minha vida toda na rua... Não sei de nada.

Será que aquele gato preto que vi tem alguma coisa a ver com o meu passado? É meio estranho isso, mas uma dor como aquela que senti não pode surgir do nada, não é?

Tentei esvaziar a minha mente e não ficar pensando muito nisso, para não preocupar Sayo-chan. No almoço ela faz macarrão com ovos e presunto. Eu fiquei animado e quase que gritei "Itadakimasu" muito alto. Ela riu disso. Gosto muito de vê-la rindo, faz com que ela não pareça uma pessoa que coloca a si mesma pra baixo. Não sei por que ela age assim, ás vezes se restringindo e fazendo coisas com receio, mas vou descobrir e a ajudarei a se encorajar, essa é uma promessa!